11º Domingo do Tempo Comum

Todos nós enfrentamos dificuldades na vida. Podem ser sofrimentos por causa de doença, problemas pessoais ou de relacionamento com os outros, depressão por falta de perspectiva na vida, ou, simplesmente por causa das nossas fraquezas e vícios. Diante das dificuldades há três atitudes que podemos ter: simplesmente esquecer ou ignorar, pois é melhor agir como se não existisse. Assim vamos enfrentar o mundo empurrando com a barriga porque pensamos que nada vai mudar. A expressão usada é: “deixar como está para ver como que fica”. A segunda atitude é desanimar, porque imaginamos que não adiante fazer alguma coisa, pois as dificuldades sempre vão nos vencer. O desespero e o desanimo tomam conta da pessoa. Mas, tem uma terceira atitude que é enfrentar como coragem e nos esforçar para superar. Assim os problemas não nos vencem mesmo que nem sempre achamos uma solução.

Do mesmo jeito, podemos dizer que existem muitas dificuldades na vivência da fé como cristãos. Crer é a primeira dificuldade. Ter fé viva e atuante não é simplesmente dizer que acreditamos, é um salto no escuro e uma confiança naquilo que não enxergamos. Ter fé é superar dúvidas na certeza de que existe algo maior que a gente. As tentações na vida, especialmente o egoísmo, individualismo, ganância e dominação que fazem com que esqueçamos dos outros e pensemos só em nós mesmos. Também, há vícios que prejudicam nossa própria vida e a vida familiar. São as tentações de todos os dias que nos afastam do caminho de Deus. A vida comunitária é outra dificuldade. Viver em comunidade é um desafio, pois exige doação e serviço, dedicação e o desejo de trabalhar com os outros. Acima de tudo, a vida comunitária exige um espírito de contribuir e agir com gratuidade num mundo que visa retribuição em tudo que se faz.

Diante destas dificuldades, podemos simplesmente ignorar, desanimar ou enfrentar com coragem. As duas parábolas do evangelho de hoje nos ajudam a compreender como podemos enfrentar com coragem as dificuldades da vida cristã. As parábolas falam sobre a semente. Uma semente que cresce por si mesma depois de lançada na terra e o grão de mostarda que é a menor de todas as sementes

Nós somos os semeadores e as semente são os valores cristãos e a colheita é o Reino. A confiança que o Reino vai crescendo, independente de nós, nos ajuda a manter firme nosso compromisso com a missão e vencer as dificuldades na vivência da fé, especialmente diante das tentações. As parábolas foram contadas justamente por causa das dificuldades dos primeiros cristãos, pois, como nós hoje, enfrentavam todo tipo de dificuldade, desde a rejeição, a perseguição e o desanimo na vivência da fé. Por isso, são parábolas também para nós cristãos hoje que enfrentamos as dificuldades da vida cristã. Elas nos ensinam que devemos semear sempre, ter fé, pois o Reino vai vencer. A semente pode ser muita pequena, mas o bem e o amor vencem, pois o Reino é bem maior que as nossas fraquezas e dificuldades. A grande mensagem das parábolas é que para o cristão, as dificuldades não são razão de desespero e desanimo, mas são oportunidade de crescimento tanto na missão como na vivência da fé em comunidade.

A Palavra de Deus de hoje afirma que o Reino de Deus não é obra dos homens e das mulheres, é obra de Deus e que a comunidade cristã deve ter confiança total na ação de Deus. Jesus falava em parábolas para explicar o mistério do Reino de Deus entre nós e que, como cristãos, devemos sempre confiar no crescimento deste Reino. As parábolas nos ensinam que devemos enfrentar todas as dificuldades, pois a semente semeada vai crescer sempre. Em outras palavras: “O Reino de Deus é como um grão de mostarda que, ao ser semeado na terra, é a menor de todas as sementes da terra. Quando é semeado, cresce e se torna maior que todas as hortaliças, e estende ramos tão grandes, que os pássaros do céu podem abrigar-se à sua sombra” (Mc 4, 31-32). Nossa fé é uma pequena semente que, pela nossa vivência dos valores do Reino, se torna motivo de enfrentar todas as dificuldades com coragem e amor.

Por: Frei Gregório Joerigth, OFM

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