Frei Augusto Luiz Gabriel (660)

Um ano da Ordenação Presbiteral do Frei Erlison Campos

No dia de São Pedro e São Paulo em 2023, Frei Erlison Campos era ordenado presbítero da Igreja Católica, pelas mão de Dom Bernardo Bahlmann, ofm, na Igreja São Miguel Arcanjo, em Santarém. Foi uma note de em que o céu estava limpo e tinham mais de mil testemunhas entre amigos, familiares, frades e a comunidade. Foi uma noite linda e agradável. A Ordenação do Frei Erlison foi televisionada pela TV Encontro.

Atualmente, o frade é vigário Paróquia São Francisco, em Monte Alegre, além de animador vocacional do Cuidado Pastoral das Vocações.

Confira alguns registros feitos pelo Frei Augusto Luiz, da Ordenação Presbiteral do Frei Erlison Campos:

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Festa de São Pedro e Paulo

Vamos usar nossa imaginação e fazer uma viagem ao passado, ao tempo de Jesus. Nesta viagem queremos nos encontrar com dois pilares da fé, Pedro e Paulo. Vamos nos encontrar com estes dois apóstolos e conhecer melhor a vida deles e o mundo em que eles viviam. Ao mesmo tempo, ao viajar, não podemos esquecer de onde partimos, isto é, da nossa casa, do nosso mundo e do nosso tempo.

Primeiro, vamos conhecer Pedro, um pescador e, por isso, considerado pecador e impuro pelos fariseus e mestres do seu tempo. Os pescadores, como todo o povo pobre da época, eram muito explorados. A sociedade em que viviam era muito violenta e o povo era explorado e dominado, tanto pela religião como também pelo Império Romano. Pedro era de cabeça dura, não entendia bem as coisas, mas, mesmo assim, esperava algo, uma vida nova com dignidade e respeito. Um dia ele estava pescando e escutou o ensinamento de um homem chamado Jesus. Depois de falar às multidões do barco na beira da praia, este homem mandou jogar as redes e avançar para as águas mais profundas. Pedro duvidou, pois tinha passado a noite pescando sem pegar nada, mas jogou as redes e aconteceu a pesca milagrosa.  Podemos nos colocar no barco com Pedro e tentar compreender o que ele sentiu quando viu a pesca milagrosa. Ele se jogou aos pés de Jesus e disse: “Senhor, afaste-se de mim, pois sou um pecador!” Mas Jesus disse a Pedro: “Não tenha medo! De hoje em diante, você será pescador de gente” (Lc 5, 8-10).  Algo mexeu com ele, era um novo dia, nova esperança, de tal ponto que Pedro foi capaz de deixar tudo, rede, barca, pai para seguir Jesus que era poderoso em palavras e ações. Mais tarde, no caminho de Cesareia de Filipe, Jesus perguntou aos seus discípulos: “Quem dizem os homens ser o Filho do Homem?” A resposta dos discípulos foi do ouvir dizer: “Alguns dizem que é João Batista; outros que é Elias; outros ainda, que é Jeremias ou algum dos profetas.” Mas Jesus não queria saber o que o povo andava dizendo, queria saber deles mesmo: “E vós quem dizeis que eu sou?” Daí vem a grande profissão de fé de Pedro: “Tu és o Messias o Filho de Deus vivo” (Mt 16, 14-16). Para Pedro Jesus não era só um homem, mas Emanuel – Deus conosco e o salvador. Por isso, foi difícil para Pedro aceitar que Jesus iria morrer, pois quando Jesus fez o anúncio da sua paixão e morte, Pedro repreendeu Jesus: “Deus não permita tal coisa, Senhor! Que isso nunca te aconteça!” (Mt 16, 22). Pedro não somente não compreendeu, mas também negou Jesus, pois ainda não entendia que seguir o Messias também significa dar a vida. Na leitura dos Atos, Pedro também enfrentou sua Páscoa.  Ele foi condenado a morrer para satisfazer os Judeus, mas foi salvo da morte pelo anjo. Deus que salvou seu próprio Filho da morte e o ressuscitou, fez a mesma coisa com Pedro.

Agora, vamos conhecer Paulo. Paulo era de Tarso, Judeu, educado na lei na escola de Gamaliel. Ele era um Fariseu zeloso a tal ponto de considerar a Lei dos Judeus como razão de sua vida. Paulo era também cidadão Romano, conhecia o mundo romano com suas cidades, comércio, luxo e riqueza a custo da escravidão e exploração dos povos. O que marcou a vida de Paulo era sua determinação a tal ponto de fazer todo sacrifício para conseguir o que acreditava e era viajante.

Podemos nos colocar na estrada de Damasco com Saulo quando ele pensava em perseguir os cristãos porque não podia tolerar esta nova crença em Jesus, morto e ressuscitado. De repente uma luz envolveu Saulo, ele caiu por terra e ficou cego. Foi o encontro com a luz do mundo, uma luz que resplandeceu para Saulo que andava na escuridão. Não só o corpo caiu por terra, mas tudo que ele era: zeloso na Lei e rigoroso na perseguição. Saulo ficou cego durante 3 dias, e como Jesus ressuscitou para vida nova, Paulo recuperou a vista e enxergou nova luz. Ele podia escrever: “Combati o bom combate, completei a corrida, guardei a fé” (2Tm 4, 7). Ele se tornou o grande apostolo que levou a mensagem do Evangelho a toda parte formando novas comunidades e incentivando os seguidores de Jesus pelas suas cartas e ensinamentos.

Agora vamos voltar à nossa casa e ao nosso mundo. É bem diferente do mundo de Pedro e Paulo, temos outros desafios e dificuldades, as realidades são diferentes, mas as trevas continuam. Hoje em dia temos os meios de comunicação que projetam falsos valores e notícias falsas. Há também a concentração da população nos grandes centros urbanos, a corrupção na vida pública e o desrespeito pelo povo nas questões da educação, saúde, segurança e políticas públicos.  Mas também temos o grande desafio da fé: ser uma Igreja fiel aos ensinamentos de Jesus na sociedade pluralista em que vivemos. Não é como antigamente quando todos eram católicos e todos pensavam do mesmo jeito. Nas nossas casas já tem divisão, tanto na religião como na maneira de pensar e os valores que vivemos.

Precisamos de novas respostas para estes desafios de hoje. Celebrar a festa de hoje, é lembrar que temos o exemplo de Pedro e Paulo que enfrentavam as trevas e os valores contrários do Reino para viver uma fé autêntica e manter a fidelidade na vivência do amor e da justiça.  Para isto, como Pedro e Paulo, precisamos do encontro com Jesus ressuscitado e neste encontro descobrir o sentido e o desejo de viver a fé em Jesus e pertencer a comunidade eclesial. Pedro e Paulo são exemplos para esta caminhada que também nós precisamos fazer, pois como Pedro, podemos dizer: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo” e como Paulo: “Combati o bom combate, completei a corrida, guardei a fé”.

Por: Frei Gregório Joeright, OFM

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97 anos do Frei Vianney Miller: Aposentadoria

Parte IV

Neste texto vamos falar sobre “aposentadoria” do frade. Frei Vianney Miller pendurou a batina depois dos 80 anos. Ele contou para nós como foi e se sente saudade de celebrar missas.

– Em 2011, quando estava morando em Itaituba eu vinha para Santarém por conta do meu tratamento de câncer que fazia no Hospital Regional e isso era recorrente. O nosso provincial daquela época, Frei Francisco Paixão, pediu para eu mudar de vez para Santarém para ser mais fácil meu tratamento.

O frade obedeceu a Frei Paixão e veio de vez para a Pérola do Tapajós e acabou encerrando as atividades como sacerdote.

– Eu peguei minhas coisas e vim embora morar aqui no Convento São Francisco. Eu já estava com dificuldade em fazer os trabalhos pastorais e quando cheguei aqui não tinha nada marcado, nenhum compromisso com ninguém e acabei deixando pouco a pouco as atividades e até que encerrei por completo – lembrou o frade.

Frei Vianney sente saudades de celebrar, mas já tem suas limitações.

– As vezes eu sinto saudades de celebrar, mas eu não posso mais. Eu não tenho condições de fazer as leituras e não fico de pé por muito tempo. E assim foi minha aposentadoria e fique aqui desde então.

Continua…

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Custódia São Benedito da Amazônia – Hino do Capítulo das Esteiras 2024

 

 

Refrão: Vem com Francisco cantar ao Senhor/ Nosso Pai e fundador/Assumindo a fraternidade, a paz e o amor; /Que se fez irmão menor, e quanto mais hoje é seu destemor!

  1. O Evangelho é Boa Nova que confirma a nossa vida. /São Francisco é quem nos mostra o caminho do Senhor. /Celebrando os Centenários e a missão na Amazônia, /Benedito nos aponta que este chão tem nossa história.
  2. Se quiseres ser perfeito, vai de tudo se dispor. (Mt19,21) /É o que pede a Nossa Regra no Evangelho do Senhor/ Somos nós os convidados a fazer Sua vontade/Nesta Igreja restaurada que Francisco restaurou.
  3. Celebramos nossa história com muita fé e devoção/ Na Amazônia, onde tudo é encantado e partilhado. /Em família franciscana nós fazemos louvação. /Ao feitor das criaturas que nos une em mutirão.
  4. Benedito Ilumine nossos passos com fervor/ Pois, queremos seguir firmes no proposito do amor. /Sua custódia nos proteja e nos guie pela mão. /À fraternidade amiga que nos faz “todos irmãos”.
  5. “Que a semente de São Francisco cresça em tantos corações”. /Nos rincões da Amazônia, em leitos e beiradões. /Nesses povos habitantes sempre reine a tradição. /De cuidar da natureza que hoje clama com razão.
  6. A Palavra nos revela Jesus Cristo Homem-Deus, /Que ainda sofre e não é visto nas escórias sociais. /Nós buscamos o seu rosto e muitos podemos ver, /Nas fileiras da esperança de um novo amanhecer.
  7. Que este tempo celebrado oriente o nosso ser /E um futuro de esperança ponha fim a toda guerra. /Com Maria, Mãe da Vida, ao profundo nos lancemos, /E façamos deste mundo, “novo céu e nova terra” (Ap 21,1).

 

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Fotos Frei Augusto Luiz Gabriel (82)

Um ano da Ordenação Presbiteral do Frei Vagner Sena

Há exatamente um ano, frei Vagner Sena foi ordenado presbítero da Igreja Católica, pelas mão de Dom Bernardo Bahlmann, ofm, na Catedral de Sant´Ana, em Óbidos, cidade natal do frade. Dia de São João e com rodeados de amigos, familiares, frades e a comunidade, Frei Vagner se tornou presbítero. Uma noite linda e memorável para aqueles que presenciaram e assistiram pelo canal do youtube da Custódia São Benedito.

Atualmente, o frade é vigário da Paróquia Cristo Libertador, secretário da Custódia São Benedito da Amazônia, triênio 2023-2025 e membro da fraternidade Cristo Libertador.

Confira alguns registros feitos pelo Frei Augusto Luiz, da Ordenação Presbiteral do Frei Vagner Sena:

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12º Domingo do Tempo Comum

Todos nós gostamos de uma fotografia. Tiramos uma foto para marcar um momento na vida que pode ser uma festa, uma viagem, um encontro com um amigo ou para registrar uma situação de sofrimento, alegria, violência ou até de morte. Faz pouco tempo que inventaram o selfie que nos dá a possibilidade de tirar uma foto de nós mesmos. Quando olhamos para uma foto, procuramos ver os detalhes: as pessoas presentes, o cenário, a paisagem e o que está acontecendo naquele momento. Uma foto pode contar toda uma estória de pessoas ou de acontecimentos.

A leitura do evangelho de hoje, a estória da travessia para o outro lado do mar é como uma foto da primeira comunidade cristã. Podemos dizer que a própria comunidade tirou um selfie de si mesma. Vamos então contemplar o cenário desta foto.

Jesus tinha ensinado a multidão usando parábolas sobre o Reino de Deus e depois convidou os discípulos a sair, ir para a outra margem do mar. Na travessia começou uma grande ventania com ondas que afundavam o barco. Apesar da tempestade, Jesus estava dormindo e os discípulos ficaram apavorados: “Mestre estamos perecendo e tu não te importas?” (Mc 4, 38b).  Jesus levantou e mandou que o mar e o vento se calassem. Depois perguntou: “Por que sois tão medrosos? Ainda não tendes fé? Eles sentiram um grande medo e dizia uns aos outros: Quem é este, a quem até o vento e o mar obedecem?” (Mc 4, 40-410.

Este retrato da comunidade mostra algumas coisas importantes. O outro lado do mar representa o Reino de Deus, o destino da comunidade. Jesus ensinava sobre este Reino que deve ser também o objetivo a ser alcançado por todos os cristãos. O barco é a própria comunidade que está atravessando o mar, que representa o mundo, para alcançar o Reino. Os discípulos são os cristãos que enfrentam todo tipo de dificuldade, são as tempestades e ventos contrários diante do grande desafio de construir o Reino. Para eles os ventos contrários eram as perseguições, o medo, os conflitos internos na comunidade e a própria falta de fé. Diante das tempestades, sentiram que a comunidade estava mergulhada nas ondas do mundo e começaram a duvidar e perguntar: quem é este Jesus que foi um condenado à morte de cruz, uma pena de escravo e dum maldito nos olhos dos Judeus? Este retrato era justamente para mostrar que Jesus tem o poder sobre as forças do mal deste mundo e que a sua ressurreição é prova que não está ausente, mas presente na caminhada da comunidade que tem a missão de atravessar o mar em direção ao Reino.

Diante deste retrato da primeira comunidade, nós também podemos tirar um selfie. Primeiro, tiramos um selfie de nós mesmos. Será que somos mergulhamos o mar das maldades? É necessário confiar em Jesus para vivermos unidos, sem preconceito e discriminação, no barco da comunidade. Podemos também tirar um selfie da nossa cidade e, ao examinar a foto, o cenário ainda é de desvalorização da vida da criação e da falta de dignidade nas questões de saúde, educação, alimentação e moradia. O selfie das nossas famílias revela situações de drogas, desentendimentos e separações. E a nossa comunidade, muitas vezes enfrenta o desânimo e está mergulhada nas divisões, fofocas e interesses particulares. O selfie do mundo atual está muito triste, pois é um cenário de guerras, mentiras, crise climática e falsas notícias. Quando olhamos para todas estas situações, perguntamos onde está Jesus, será que está presente?

Jesus questionou a falta de fé dos discípulos: “Por que duvidaram, homens de pouca fé?” A nossa fé deve ser o motor para nos ajudar a superar as tempestades que enfrentamos neste mundo. Ao mesmo tempo, Jesus é aquele que tem o poder de dominar as ondas do mar: “Quem é este homem a quem até o vento e o mar obedecem?” O evangelho de hoje quer mostrar quem é Jesus e que em Jesus se revela a mesma força de Deus. É uma profissão de fé que nos dá a coragem de enfrentar todas as tempestades, pois continuamos neste mesmo barco rumo ao Reino de Deus.

Por: Frei Gregório Joeright, OFM

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97 anos Frei Vianney Miller: Festa de Nossa Senhora da Conceição

Parte III

Talvez poucas pessoas saibam, mas foi o Frei Vianney Miller quem criou o atual formato da festa da Padroeira de Santarém, Nossa Senhora da Conceição. Entre nossa conversas para a série dos 97 anos do frade ele relembrou exatamente como foi.

– Eu já tinha experiência com a Festa de São Raimundo e era um sucesso. Quando fui transferido para Catedral, logo pensei em fazer uma festa memorável e então, juntei pessoas como Machadinho e o Ferreira para me ajudarem na organização da Festa. Não posso deixar de falar que eles dois tiveram mais trabalho do que eu – ressaltou.

As preparações foram feitas com bastante antecedência o que fez ser tudo planejado e organizado.

– Começamos um ano antes e a primeira coisa que fiz foi o programa da Festa e meu desejo que ali estivesse registros de coisas que aconteciam e que essas coisa fossem lembradas mais tarde. Lembro bem que na primeira festa fiz calendários que na época era raro e quase ninguém tinha, então foi um sucesso – lembrou o frei.

Toda festa precisa de um momento principal e Frei Vianney cuidou disse e inseriu fogos de artifícios na programação.

– Outro ponto marcante que trouxe foi os fogos de artifícios no fim da festa. Eu contratei um pessoal de Belém para fazerem. Isso foi logo no primeiro ano e que dura até os dias de hoje. O último dia da festa foi memorável. Foi um noite grandiosa – finalizou o frade.

Uma marca registrada da Festa até hoje é o hino e foi ideia do Frei Vianney, mas ele foi criado só depois de duas edições.

– O hino da festa veio dois anos depois. Pensei em fazer um hino especial para celebração a missa e para festa. Pedi para o Isoca (Maestro Wilson Fonseca) e o Bemerguy (Emir) e eles fizeram lindamente este hino que é tão marcante e identifica perfeitamente a Festa de Nossa Senhora da Conceição – frisou, Frei Vianney.

Continua…

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11º Domingo do Tempo Comum

Todos nós enfrentamos dificuldades na vida. Podem ser sofrimentos por causa de doença, problemas pessoais ou de relacionamento com os outros, depressão por falta de perspectiva na vida, ou, simplesmente por causa das nossas fraquezas e vícios. Diante das dificuldades há três atitudes que podemos ter: simplesmente esquecer ou ignorar, pois é melhor agir como se não existisse. Assim vamos enfrentar o mundo empurrando com a barriga porque pensamos que nada vai mudar. A expressão usada é: “deixar como está para ver como que fica”. A segunda atitude é desanimar, porque imaginamos que não adiante fazer alguma coisa, pois as dificuldades sempre vão nos vencer. O desespero e o desanimo tomam conta da pessoa. Mas, tem uma terceira atitude que é enfrentar como coragem e nos esforçar para superar. Assim os problemas não nos vencem mesmo que nem sempre achamos uma solução.

Do mesmo jeito, podemos dizer que existem muitas dificuldades na vivência da fé como cristãos. Crer é a primeira dificuldade. Ter fé viva e atuante não é simplesmente dizer que acreditamos, é um salto no escuro e uma confiança naquilo que não enxergamos. Ter fé é superar dúvidas na certeza de que existe algo maior que a gente. As tentações na vida, especialmente o egoísmo, individualismo, ganância e dominação que fazem com que esqueçamos dos outros e pensemos só em nós mesmos. Também, há vícios que prejudicam nossa própria vida e a vida familiar. São as tentações de todos os dias que nos afastam do caminho de Deus. A vida comunitária é outra dificuldade. Viver em comunidade é um desafio, pois exige doação e serviço, dedicação e o desejo de trabalhar com os outros. Acima de tudo, a vida comunitária exige um espírito de contribuir e agir com gratuidade num mundo que visa retribuição em tudo que se faz.

Diante destas dificuldades, podemos simplesmente ignorar, desanimar ou enfrentar com coragem. As duas parábolas do evangelho de hoje nos ajudam a compreender como podemos enfrentar com coragem as dificuldades da vida cristã. As parábolas falam sobre a semente. Uma semente que cresce por si mesma depois de lançada na terra e o grão de mostarda que é a menor de todas as sementes

Nós somos os semeadores e as semente são os valores cristãos e a colheita é o Reino. A confiança que o Reino vai crescendo, independente de nós, nos ajuda a manter firme nosso compromisso com a missão e vencer as dificuldades na vivência da fé, especialmente diante das tentações. As parábolas foram contadas justamente por causa das dificuldades dos primeiros cristãos, pois, como nós hoje, enfrentavam todo tipo de dificuldade, desde a rejeição, a perseguição e o desanimo na vivência da fé. Por isso, são parábolas também para nós cristãos hoje que enfrentamos as dificuldades da vida cristã. Elas nos ensinam que devemos semear sempre, ter fé, pois o Reino vai vencer. A semente pode ser muita pequena, mas o bem e o amor vencem, pois o Reino é bem maior que as nossas fraquezas e dificuldades. A grande mensagem das parábolas é que para o cristão, as dificuldades não são razão de desespero e desanimo, mas são oportunidade de crescimento tanto na missão como na vivência da fé em comunidade.

A Palavra de Deus de hoje afirma que o Reino de Deus não é obra dos homens e das mulheres, é obra de Deus e que a comunidade cristã deve ter confiança total na ação de Deus. Jesus falava em parábolas para explicar o mistério do Reino de Deus entre nós e que, como cristãos, devemos sempre confiar no crescimento deste Reino. As parábolas nos ensinam que devemos enfrentar todas as dificuldades, pois a semente semeada vai crescer sempre. Em outras palavras: “O Reino de Deus é como um grão de mostarda que, ao ser semeado na terra, é a menor de todas as sementes da terra. Quando é semeado, cresce e se torna maior que todas as hortaliças, e estende ramos tão grandes, que os pássaros do céu podem abrigar-se à sua sombra” (Mc 4, 31-32). Nossa fé é uma pequena semente que, pela nossa vivência dos valores do Reino, se torna motivo de enfrentar todas as dificuldades com coragem e amor.

Por: Frei Gregório Joerigth, OFM

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Conclusão da Experiência da FAV 2024 na Custódia São Benedito da Amazônia

No dia 14 de junho, a Custódia São Benedito da Amazônia concluiu com sucesso a experiência da Fraternidade de Acolhida Vocacional (FAV) de 2024. A última semana de integração ocorreu no Convento São Francisco, localizado em Santarém, Pará.
Nesta edição, seis jovens participaram da experiência e agora se preparam para solicitar ingresso na primeira etapa da formação franciscana, conhecida como postulantado. Durante o primeiro semestre de 2024, esses jovens estiveram imersos em vivências nas fraternidades de São Francisco, em Monte Alegre, e Sant’Ana, em Itaituba.
O animador vocacional, Frei Erlison Campos, destaca que a experiência da FAV 2024 foi extremamente positiva. Entre os seis jovens que concluíram a etapa, três são indígenas do povo Munduruku, um fato que reforça o compromisso da Animação Vocacional da Custódia São Benedito da Amazônia com a promoção e o apoio às vocações indígenas.
Agora, os jovens retornam para um período de férias junto às suas famílias. Se aprovados, iniciarão o postulantado em agosto de 2024, dando continuidade à sua jornada de formação na vida franciscana.
A conclusão desta experiência marca um passo importante na missão da Custódia de acolher e formar novas vocações, especialmente entre as comunidades indígenas, reafirmando o compromisso com a diversidade e a inclusão na vida religiosa franciscana.

Frei Vianney 13-06

97 anos do Frei Vianney Miller: vinda para o Brasil

Dando continuidade a nossa série sobre os relatos do Frei Vianney Miller durante esses 97 anos. Hoje, ele relembra a vinda para o Brasil.

A convite do Dom Tiago Ryan, o frade veio para o Brasil a trabalho e acabou se apaixonando pelo país de onde nunca mais saiu. Frei Vianney Miller dos seus 97 anos quase completos, viveu mais no Brasil do que nos Estados Unidos.

– Dia 7 de novembro de 1955 eu vim para o Brasil. Cheguei em Belém e de lá vim para Santarém, depois fui para Belterra, onde estava nosso barco que fazia atendimentos. Logo, fomos para Itaituba, cidade na qual todos ou a maioria dos padres estavam para realizarem um retiro de sete dias. Logo nos primeiros dias, já conheci várias cidades – recordou.

Depois do encontro na cidade Pepita, o frade foi transferido para Santarém, no qual passou seus primeiros anos.

– Depois de Itaituba, eu voltei para Santarém e trabalhei de imediato no São Raimundo, onde fiquei mais ou menos dois anos e meio e depois fui transferido para a capital do Pará e fiquei uns oito meses por lá. Monte Alegre foi quem m e recebeu depois, mas foi breve (sete meses) minha passagem por lá – lembrou Frei Vianney Miller.

Frei Vianney prestou serviços em várias cidades e inúmeras paróquias, mas todas no Estado do Pará. A Catedral de Santarém foi onde o frade passou mais tempo trabalhado.

– Depois que passei por Itaituba para substituir o padre que estava para o interior, tirei férias nos Estados Unidos e novamente Dom Tiago Ryan me fez outro convite, dessa vez seria para ser vigário da Catedral, o lugar que mais demorei servindo, foram 16 anos ao todo. Na Catedral fiz inúmeros serviços e me doei ao máximo. A festa da Nossa Senhora da Conceição foi criada por mim com ajuda de muitos amigos da época e que até os dias de hoje ainda é muito marcante – concluiu o frade.

Nosso próximo tema abordado será a Festa da Padroeira de Santarém, que o formato atual foi idealizado por Frei Vianney Miller. 

Continua…