22° Domingo do Tempo Comum

Arte: Frei Fábio Vasconcelos

Todos nós já sentimos alguma decepção na vida. Uma decepção pode ser uma mentira, uma surpresa desagradável ou uma desilusão que causa um sentimento de tristeza ou mágoa. As decepções fazem parte da vida, porque ninguém pode agradar outra pessoa durante todo o tempo. Normalmente, as piores decepções acontecem quando uma pessoa sofre por causa de um amigo, familiar ou alguém com quem tem um relacionamento amoroso. Quando ficamos decepcionados, sentimos enganados e frustrados, porque tinha determinada expectativa em relação a alguém e essa expectativa não foi correspondida. Uma característica importante do ser humano é saber como lidar com as decepções que vão surgindo ao longo da vida.

Imaginem, então, a decepção do homem na parábola de Jesus que ficou em primeiro lugar, pensando que merecia aquela posição por ser importante. Mas, depois, chegou alguém mais importante que ele e foi preciso descer e ficar no último lugar. Que decepção! Esperava ser reconhecido, mas depois foi desprezado e humilhado. De fato, é muito comum na sociedade atual a procura dos primeiros lugares. É uma atitude que cria um clima de concorrência e competição, de ódio e conflitos. Diante disto, Jesus ensina uma grande lição que não deve procurar os primeiros lugares, mas, pelo contrário, sentar-se no último lugar para mostrar a humildade, pois: “Quem se eleva será humilhado e quem se humilha, será elevado” (Lc 14,11).

A humilde é também o tema da primeira leitura. O autor do livro de Eclesiástico propõe a humildade como forma de “encontrar graça diante do Senhor”, pois ser humilde é reconhecer a grandeza de Deus e confiar nele.  Da mesma maneira, a segunda leitura da carta aos Hebreus, nos lembra que as atitudes de humildade e simplicidade são o caminho para alcançar a perfeição, ser justo e chegar ao conhecimento do ensinamento de Jesus, o mediador da nova aliança.

Mas, além da humildade, há uma outra grande lição no evangelho de hoje: a gratuidade. Na segunda parábola, Jesus fala sobre quem deve ser convidado ao dar um almoço ou jantar. O costume é convidar os amigos, parentes e vizinhos, mas para Jesus este costume não deve ser o critério para convidar alguém. Deve convidar os pobres, aleijados e cegos, pois eles não poderão retribuir o convite. Esta atitude nos ensinará uma grande lição que a gratuidade é o amor sem interesses, pois não se espera uma recompensa.  Quem é capaz de fazer ações de caridade e partilha sem esperar nada em troca é uma pessoa agradecida e feliz: “Quando deres uma festa, convida os pobres, os aleijados, os coxos, os cegos. Então serás feliz! Porque eles não te podem retribuir” (Lc 14, 13).

Buscar os primeiros lugares e aguardar recompensas das pessoas são as lições que aprendemos da sociedade. Isto nos leva a ter muitas expectativas e quanto mais as expectativas em relação aos outros e a nós mesmos, quanto mais a decepção quando estas expectativas não são correspondidas. A decepção nos leva para a tristeza e a magoa, que, com certeza, não é o caminho da felicidade. Mas quando aprendemos de Jesus e sua palavra, podemos viver e colocar em prática os valores da humilde e gratuidade que nos ensinam que não devemos esperar nada em troca. Assim, manifestamos o amor sem interesse e sem expectativas, e, com certeza, encontramos o caminho da felicidade.

Finalmente, hoje lembramos o dia do catequista. Ser catequista é ter familiaridade com Jesus que significa escutá-lo e aprender dele. Nossos catequistas tem uma grande missão de transmitir a fé e fazer ecoar a Palavra de Deus. Escutar Jesus, aprender dele e ter familiaridade com ele é a melhor maneira de realizar esta missão.  Parabéns a todos os nossos catequistas e que sejam cada vez mais comprometidos para transmitir a fé e viver o que transmitem.

Por: Frei Gregório Joeright, OFM

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