29º Domingo do Tempo Comum

Arte: Frei Fábio Vasconcelos, OFM

A comunicação faz parte da vida e é fundamental para nossa existência. Nos dias de hoje, com tantos meios disponíveis e presentes na sociedade e na vida diária, se torna ainda mais importante para nós como pessoas e como cristãos. Comunicar é dizer aos outros o que pensamos, desejamos, precisamos e queremos. Ao mesmo tempo, é escutar o que o outro tem a nos dizer. A gente comunica principalmente pelas nossas palavras, mas não só pela palavra, por sinais, por gestos e pela expressão facial. É só olhar para alguém para perceber se está alegre ou triste, se está sofrendo ou está satisfeito. Tem vários gestos que mostram nossas atitudes: os braços cruzados mostram que a pessoa não quer fazer nada; ficar de joelhos é uma atitude de súplica; a mão levantada mostra a raiva ou a vingança e quando ficamos encurvados, pode mostrar a humilde ou atitude de respeito. Temos tantas maneiras de comunicar com os outros.

Ao longo da história da salvação, Deus também comunicou e a maior comunicação de Deus é a vida. Mas, para garantir a vida, é preciso fazer a vontade de Deus e nos comprometer em realizar a sua palavra em nossas vidas. Podemos ver isto nas palavras de São Paulo: “Desde a infância conheces as Escrituras: elas têm o poder de comunicar a sabedoria que conduz à salvação pela fé em Cristo Jesus. Toda a escritura é inspirada por Deus e útil para ensinar, para argumentar, para corrigir e para educar na justiça, a fim de que o homem seja perfeito e qualificado para toda boa obra” (2Tm 3, 15-17). Jesus que entregou sua vida e morreu na cruz é a maior comunicação da sabedoria de Deus. Deus, por meio de Jesus, quer nos comunicar a justiça e a vivência dos valores do Reino. E nós, como cristãos, precisamos comunicar esta mensagem aos outros, é a nossa missão de batizados.

Mas, a comunicação de Deus precisa da nossa resposta de fé não só pela escuta, mas também pela prática. Pois quando olhamos o mundo e a realidade de maldade que nos cerca, começamos a questionar: onde está a justiça de Deus? Encontramos o contrário, a injustiça, a corrupção, a luta para competir e superar o outro, e, principalmente o desejo do poder e de dominação. Há sempre a ideia de impor os próprios interesses e desejos e isto cria uma situação de marginalizados, excluídos, e pessoas pisadas pela sociedade.

A viúva do Evangelho retrata bem o que experimentamos no nosso dia-a-dia. Ela é uma pessoa sem defesa e sem recursos, isto se torna claro diante do juiz que não temia a Deus e não respeitava ninguém. Ao ensinar esta parábola, Jesus comunica uma grande lição: rezar sem cessar e não desistir.

Rezar, em primeiro lugar, é entrar em sintonia com Deus e sua vontade. Todos os dias rezamos: “Pai nosso, seja feita a vossa vontade”. Para fazer a vontade do Pai é preciso conhecer a sua vontade, especialmente na escuta da sua palavra, no encontro com Jesus e na vida comunitária.

Rezar é esperar a justiça: “venha a nós o vosso Reino”. Como a viúva temos a esperança de que Deus vai realizar o que prometeu.

Rezar é pedir graça e força: “livrai-nos de todos os males”. Sempre enfrentamos as dificuldades e tentações da vida. Muitas vezes não conseguimos resistir o mal e ficamos cansados e desanimados. A oração nos dá a força do Espírito para não desistir na hora das tribulações e tentações.

Jesus no fim do Evangelho pergunta: “Mas o Filho do Homem, quando vier, será que ainda vai encontrar a fé sobre a terra?”(Lc 18, 8). É uma pergunta que devemos fazer a nós mesmos. Com a fé, a firmeza na oração e a nossa ação, podemos superar o desânimo e continuar nosso compromisso cristão para que vençamos o mundo e para que venha a nós a justiça e a paz do Reino de Deus.

Assim, podemos dizer que o evangelho de hoje nos ensina que devemos rezar sempre, pois pela oração será possível aceitar o projeto de Deus, compreender os apelos de Deus diante da vida e do silêncio, acreditar no seu amor e fazer a sua vontade.

Assim, Deus vai nos comunicar a vida e nós vamos comunicar a alegria da nossa fé.

Por: Frei Gregório Joeright, OFM

Referências:

BORTOLINI, Padre José. Roteiros Homiléticos: Anos A, B, C, Festas e Solenidades. Brasil: Paulus Editora, 2014.

COSTA, Padre Antônio Geraldo Dalla. Buscando Novas Águas. Disponível em: https://www.buscandonovasaguas.com/index.php?menu=home. Acesso em: 03 fev. 2022.

A Fé Compartilhada – Pe. Luis Pinto Azevedo

 

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