Arte: Frei Fábio Vasconcelos, OFM

Hoje, o terceiro domingo do Advento, é o domingo da alegria, pois estamos chegando cada vez mais perto da vinda de Jesus. Podemos comparar a vinda de Jesus com uma experiência comum entre nós. Quando um familiar ou amigo, que gostamos muito, faz muito tempo que está ausente e de repente nos manda um aviso que vai chegar de uma viagem de muito longe, esperamos com muitas saudades e ansiedade a hora da chegada da pessoa. Quanto mais perto que fica a hora da chegada, mais alegre ficamos. E quando chega, a nossa alegria fica ainda muito maior e compartilhamos a nossa alegria com amigos e familiares.

O povo no tempo do profeta Isaías esperava também a chegada de alguém importante – o próprio Messias. Mas, enquanto muitos esperavam um Messias guerreiro, o profeta mostra um Messias que ia restaurar o ânimo, a esperança e a dignidade das pessoas vítimas da pobreza e da opressão. O profeta faz parte de um grupo que sonha com uma sociedade justa e fraterna e “o ano da graça do Senhor”.  O “ano da graça do Senhor” se refere ao ano jubilar onde acontecia a divisão da terra, o perdão das dívidas e a libertação dos escravos. O próprio Jesus, como o Messias esperado, assume esta missão para anunciar a Boa Nova aos pobres, recuperar a vista aos cegos, pondo em prática as graças do ano do Senhor e se comprometendo com a vida do povo. É esta esperança que trazia a alegria de volta para o povo.

Muito importante nesta espera pelo Messias é a figura de João Batista. Ele não é somente aquele que grita no deserto, mas também aquele que dá testemunho da luz. Ele apresenta Jesus como a luz para que todos possam chegar à fé por meio dele. Por ser Jesus a própria Palavra de Deus, é ele que nos mostra o caminho para o Pai. Viver na luz de Deus é vencer as trevas do mal e nos comprometer com o Reino. Por isso, a nossa alegria não é somente a esperança da vinda do Messias, mas também a realização das promessas de Deus nas ações de Jesus que promovem a vida e o amor.

São Paulo também nos diz o significado de viver a alegria na esperança pela vinda do Salvador. A primeira coisa é a gratidão. Quem dá graças a Deus em todas as circunstâncias, vive a alegria da fé que significa afastar de toda a maldade e guardar tudo que é bom. Por isso a alegria do cristão jamais vai se apagar, mesmo diante de situações de tristeza ou desespero.

Hoje é o dia da alegria, pois aguardamos com esperança a vinda de Jesus, nosso Salvador, e recordamos a alegria do povo no passado que esperava a vinda do Messias como cumprimento das promessas de Deus. É a promessa do ano da graça do Senhor que traz esta alegria, mesmo diante de situações de sofrimento e tristezas. Jesus vem como a luz que vai vencer as trevas e nós também podemos transformar a nossa vida em reflexos da luz pela nossa alegria e pelas ações de fraternidade, amor e partilha que realizamos. Por isso, onde há cristãos, há alegria, pois somos alimentados pela vida fraterna em comunidade, pelo serviço que realizamos em favor dos outros e pela alegria da nossa fé em Jesus, anunciado por João Batista como a luz que vence as trevas.

Por: Frei Gregório Joeright, OFM

Referências:

BORTOLINI, Padre José. Roteiros Homiléticos: Anos A, B, C, Festas e Solenidades. Brasil: Paulus Editora, 2014.

COSTA, Padre Antônio Geraldo Dalla. Buscando Novas Águas. Disponível em: https://www.buscandonovasaguas.com/index.php?menu=home. 

A Fé Compartilhada – Pe. Luís Pinto Azevedo