A experiência do frade menor: com o povo e para o povo

Foto: Arquivo/ Fraternidade São Boaventura

A minha experiência vocacional como um frade menor na Custódia tem sido uma graça, considero assim por poder chegar à alguns lugares e transmitir paz, ou arrancar de forma espontânea um sorriso no rosto que logo se estende uma grande roda de conversa com partilhas que nos motivam. Os nossos queridos irmãos depositam essa confiança em nós, pois, somos esse sinal vivo de Cristo para as pessoas, assim como elas são sinal de Cristo para nós. É uma graça que estou trabalhando cada vez mais, a graça de servir a todos, conforme nos ensina o evangelho de São Mateus: “O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar sua vida como resgate de muitos” (Mt 20, 28).

Foto: Arquivo Pessoal/Frei Leandro Kamal, OFM

Durante o percurso da vida vocacional é essencial lembrarmos do nosso ponto de partida, que se inicia com as nossas raízes, nossas origens. Durante a minha juventude, servindo na comunidade Cristo Libertador em Santarém (PA) e presenciando a vida dos frades um pouco mais de perto, senti esse desejo que faltava em mim, tratava de deixar tudo para seguir o Senhor, vivendo a radicalidade evangélica.

A partir daí é que posso partilhar a minha experiência de viver um pedaço das minhas férias na minha comunidade de origem. Fazendo-me presente com os grupos da comunidade e com as lideranças, me vem uma alegria imensa no coração, porque foi esse povo que me ajudou a crescer na Fé e que me ajudou no meu discernimento vocacional. Entre esses encontros é claro que a minha avó paterna, dona Maria José, sempre esteve presente em todos os momentos.

Além da experiência do contato com minhas origens, quero partilhar o recente aprendizado na cidade Itaituba (PA). Naquela fraternidade pude acompanhar a festa da padroeira da Prelazia, viver a correria do pároco e dos irmãos e irmãs que ajudam para que o festejo se realize. Eu senti algo diferente, pois sou filho de Itaituba, nasci lá e fui criado em Santarém. Fui bem recepcionado na Paróquia e logo fui criando afeto com todos. Interessante que a notícia do “Filho Prodigo” foi logo se espalhando pela cidade de Itaituba. E fiquei conhecido como “o filho que havia voltado para sua casa”, mas não no sentido do voltar arrependido, mas como aquele que voltou para servir. O fato é foram 10 dias intensos e gratificantes, mas imagine o para lá e para cá que foi. Tive a oportunidade de conhecer diversas pessoas que partilharam um pouco da sua histórias, partilhas motivacionais, de superação, de alegria e fatos tristes, que dedicar alguns minutinhos para escutar, foi de tamanha a felicidade para cada pessoa que conversei e rezei junto.

Diante dessas breves partilhas com grandes experiências, foi que me veio o sentido de ser frade, em fazer parte da vida religiosa consagrada, uma vocação, não para mim e sim para o povo. São eles que de fato nos sustentam, principalmente quando depositam a sua confiança como eu já havia dito. Com eles podemos perceber o sentido de continuarmos superandos os nossos desafios diários, de refletir a minha vida vocacional, porque vale muito apena ser religioso para servir.

Por: Frei Leandro Kamal, OFM

Foto: Arquivo Pessoal/Frei Leandro Kamal, OFM

 

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