Dominique Cavaleiro

30ª Caminhada de Fé com Maria é neste final de semana

Foto: Dominique Cavaleiro

Será realizada neste final de semana, 30 de novembro e 1º de dezembro, a 30ª Caminhada de Fé com Maria. A programação iniciou na terça-feira com a celebração de envio das equipes de serviço e apresentação do manto e do terço que adornam a imagem peregrina de Nossa Senhora da Conceição.  Na quinta-feira, 28, foi realizada a trasladação da imagem de Santarém para Mojuí dos Campos. Teve às 17h da frente da Igreja de Nossa Senhora de Aparecida.

Nesta sexta-feira, em Mojuí dos Campos, será a entrega da Medalha da Caminhada, concedida pela Câmara de Vereadores de Mojuí à pessoas que se dedicaram ou que se dedicaram às atividades da CAFEM. A solenidade inicia às 9h. No sábado, a partir das 14h começam a sair os ônibus para o município de Mojuí. A saída será da frente da Igreja Nossa Senhora de Aparecida. A passagem, a exemplo do ano passado, será de R$ 13,00 (treze reais). A responsabilidade pelo transporte é da Secretaria de Mobilidade e trânsito (SMT) com o apoio da Polícia Militar e Coordenação da Caminhada de Fé com Maria.

Ainda no dia 30 a partir das 15h, no campo Nogueirão, em Mojuí dos Campos, acontece o Show de bandas locais, seguida da celebração de Envio dos caminhantes.

Por conta da grande quantidade de fumaça por que passa a região, a orientação é caminhar com roupas leves, beber muita água.

Por Ascom Cafem

aDVENTO 2024

1º Domingo do Advento

Em muitos momentos da nossa vida, precisamos esperar algo para acontecer. Quantas vezes, por exemplo, é preciso esperar na fila do ônibus ou do banco, na fila de uma consulta médica ou na fila do INSS. Praticamente todos os dias, passamos tempo na espera de alguém ou de alguma coisa e perdemos muito tempo esperando. Mas, ao mesmo tempo, há duas maneiras de esperar. Podemos esperar simplesmente fazendo nada. Ficamos na fila do banco só de braços cruzados, parados sem fazer nada, ou podemos esperar fazendo algo. Quando, por exemplo, esperamos por algum evento importante. Podemos citar a família que espera o nascimento de um filho. Os pais não ficam parados, fazem todos os preparativos para o grande dia.  Preparam o quarto, a roupa, o berço e a mãe tem uma grande expectativa e se prepara fazendo os exames de pré-natal para aguarda o dia que o filho vai chegar. Em outras palavras, estas pessoas estavam esperando algo importante na vida, mas não de braços cruzados ou parados, pelo contrário, fazendo várias atividades em preparação.  Podemos dizer que a espera era de ação e não de acomodação.

O tema principal do tempo de Advento é a espera por Jesus. A nossa rotina continua a mesma todos os dias, mas nós como cristãos, neste tempo especial, esperamos por algo muito importante: a vinda do nosso Salvador. Neste primeiro domingo de Advento, todas as três leituras falam sobre a espera pela vinda do Senhor não somente no passado, mas também no presente e no futuro.

Primeiramente, escutamos da profecia de Jeremias, e alimentamos nosso espírito de espera olhando para o passado. O profeta vivia numa triste realidade de um povo abatido e cansado por causa da grande opressão do exilio na Babilônia. Este povo esperava a libertação e Jeremias lembra que brotará um novo rebento do rei Davi que vai fazer brotar a justiça: “Eis que virão dias, diz o Senhor, em que farei cumprir a promessa de bens futuros para a casa de Israel e para a casa de Judá. Naqueles dias, naquele tempo, farei brotar de Davi a semente de justiça, que farei valer a lei a justiça na terra” (Jr 33, 14-15). Os primeiros cristãos, olhando para esta profecia do passado, descobriram que o novo rebento que vai brotar é o próprio Jesus e o seu nascimento é a certeza da nossa salvação. Assim nós hoje, recordando as promessas de Deus no passado, podemos alimentar nossa esperança na vinda do nosso Salvador.

Segundo, São Paulo na sua carta aos Tessalonicenses, nos exorta a viver o amor: “O Senhor vos conceda que o amor entre vós e para com todos aumente e transborde sempre mais, a exemplo do amor que temos por vós” (1Ts 3, 12). Se não vivemos o amor no momento presente, nossa esperança se torna vazia. Na medida que cresce entre nós atos de amor e solidariedade, cresce também nossa esperança de que Jesus está entre nós e a sua presença nos dá a certeza de que Ele continua nascendo nos trazendo vida nova e plena, de acordo com a nossa dignidade de sermos filhos e filhas de Deus.

Terceiro, no evangelho de São Lucas, olhamos para o futuro.  O evangelho fala de sinais catastróficas, mas estes sinais não representam tanto o que vai acontecer no fim do mundo, mas que Deus vai intervir na nossa história para nos libertar. Assim é preciso reavivar nossa esperança pelo novo dia que surgirá e devemos intensificar nossa vigilância para reconhecer e acolher o Senhor que vem: “Portanto, ficai atentos e orai todo momento, a fim de terdes força para escapar de tudo que deve acontecer e para ficardes em pé diante do Filho do Homem” (Lc 21, 36). Mesmo diante de fatos de tristeza ou de medo, nós sempre devemos alimentar nossa esperança de que nossa salvação se aproxima.

Este tempo de Advento tem dois momentos: nas primeiras duas semanas, vigilantes e alertas, somos lembrados a esperar a segunda vinda de Jesus no final dos tempos; e nas últimas duas semanas, lembrando a espera dos profetas e Maria, preparamos com mais vigilância o nascimento de Jesus em Belém.

Durante todo este tempo de Advento ficamos então na espera, não parados ou despreparados, mas pelo nosso compromisso de fé, na vigilância e na ação. No mundo de hoje, todo mundo tem pressa e perdemos a capacidade de esperar. Queremos ver acontecer agora e não mais tarde. Assim, este tempo de Advento é uma grande oportunidade de contemplar o grande mistério da encarnação e esperar com confiança e fé a segunda vinda de Jesus. Continuamos nossas tarefas e trabalhos como de sempre, mas agora de uma maneira diferente, dando testemunho da nossa identidade cristã. Advento é a ocasião da espera fecunda e, ao mesmo tempo, ativa, concentrando nossos esforços e ações naquilo que é essencial na vivência da fé: gestos de solidariedade, justiça e paz.  Que nossa espera neste Advento não seja de acomodação, mas de ação!

Por: Frei Gregório Joeright, OFM

WhatsApp Image 2024-11-27 at 11.48.03 (2)

Audiência pública destaca programa “FarmaFito”

Foto: Arquivo Custodial

Foi realizada uma audiência pública, na Câmara dos Vereadores de Santarém, na manhã de terça-feira (26) e o programa Farmácia Viva, foi destaque. O tema da sessão foi: “A Utilização de Plantas Medicinais e Fitoterápicos no Município de Santarém, bem como a Dispensação no Sistema Único de Saúde (SUS)”. Entre os presente na audiência pública, estavam os representantes da Universidade do Pará (UFOPA), da Arquidiocese de Santarém, da Custódia São Benedito da Amazônia, do Núcleo de Integração de Igualdade Étnico-Racial (Nierac) do Ministério Público do Estado do Pará (MPPA) que são os idealizadores e parceiros do projeto “FarmaFitos”.

Na fala, Promotora Lilian Braga, ao lado a vereadora e enfermeira Alba Leal e o professor Wilson Sabino

De acordo com a coordenadora da Cáritas Arquidiocesana, Francely Brandão, essa lei vai garantir o tratamento com plantas medicinais e fitoterápicos, principalmente para pessoas mais vulneráveis. Para o coordenador da “FarmaFittos” e professor do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), professor Wilson Sabino, a sessão é uma vitória, pois discute um projeto de extrema importância para a cidade.

Se o projeto for aprovado, a Farmácia Viva vai garantir para a população o acesso a plantas medicinais e medicamentos fitoterápicos pelo SUS.

12365549

Festa do Cristo Rei

Hoje celebramos a festa do Cristo Rei, o último domingo deste ano litúrgico. Falar que Cristo é Rei parece uma contradição, pois o conceito da palavra rei faz pensar em alguém que tem poder e um poder absoluto. Isto é confirmado quando lembramos que a palavra do rei se torna lei, ele manda e é servido. O rei também tem o seu reino que é o lugar do seu domínio e as pessoas no seu reino são seus súditos. Finalmente, o rei não mora numa casinha, mas no palácio. É uma pessoa que tem muita riqueza e a riqueza é justamente o sinal do seu poder.

Este conceito de rei nos leva a perguntar: por que celebramos a festa do Cristo Rei e o que significa dizer que Jesus é o nosso Rei? Uma vez que esta festa é celebrada no último domingo do ano litúrgico, lembramos que ao longo do ano celebramos e refletimos sobre a vida de Jesus, seus ensinamentos e sua morte e ressurreição. Recordamos que muitas vezes, diante do ensinamento e da pessoa de Jesus, as pessoas ficavam fascinadas e encantadas. Ficavam fascinadas justamente porque Jesus se apresentou diferente do que as lideranças da sua época. Os seus seguidores proclamaram Jesus, Rei do Universo, não porque ele se apresentava como rei deste mundo, mas porque o seu poder não é deste mundo, como ele mesmo disse diante de Pilatos: “O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus guardas lutariam para que eu não fosse entregue aos judeus. Mas o meu reino não é daqui” (Jo 18, 36).

Se os reis deste mundo têm poder, o poder de Jesus está na cruz. Condenado pelos poderes deste mundo, Jesus entregou a sua vida livremente e Ele deu a vida para resgatar toda a humanidade do mal. É o mal da dominação sobre os outros e do poder absoluto daqueles que se dizem donos do mundo. O poder de Jesus se manifesta na vitória sobre a morte e a sua ressurreição mostra que todos aqueles que querem a verdadeira vida, precisam seguir o seu caminho. Assim, o poder de Jesus se manifesta no serviço e na doação e não na dominação, pois Ele mesmo diz: “Se alguém quer ser o primeiro, deverá ser o último, e ser aquele que serve a todos” (Mc 9, 35).

Os reinos deste mundo visam o luxo, o acúmulo e o prestígio, mas o Reino de Jesus é fazer a vontade do Pai. Jesus mostra que pertencer a este Reino é dar testemunho da verdade: “Todo aquele que é da verdade escuta a minha voz” (Jo 18, 37). Escutar a verdade e pertencer ao Reino de Jesus é viver de modo diferente, não com arrogância, egoísmo e individualismo, mas com compaixão, misericórdia e solidariedade, especialmente com os mais necessitados.

Enquanto os reis têm riqueza, a riqueza de Jesus é a manjedoura onde Maria enrolou o recém-nascido em panos e o deitou. Podemos dizer que o pano usado por Maria seria mais tarde o próprio manto de Jesus que foi objeto de cobiça dos soldados que resolveram lançar a sorte para ver com quem ficava. Jesus é despojado de tudo para mostrar que a verdadeira riqueza é na doação e o verdadeiro poder é servir os outros. O acúmulo e a ganância devem ser substituídos pela partilha quando se dá o testemunho da verdade e realiza a vontade do Pai. No Reino de Jesus, a fama e o prestígio ficam sem sentido, pois quem compreende o ensinamento de Jesus deve viver a humildade, a doação e o serviço.

Diante disto, podemos dizer que o Reino de Jesus não tem súditos, mas discípulos e discípulas que vivem o amor, a justiça e o perdão, e que reconhecem o valor da humildade e colocam em prática a partilha. Se acreditamos em Jesus como nosso Rei, nosso compromisso é nos tornar seus discípulos, reconhecendo que temos um só Pai e somos filhos e filhos deste mesmo Pai, somos irmãos e irmãs uns dos outros, membros de uma só família e, fascinados pela pessoa de Jesus, seguimos seu caminho de doação e amor, pois: “Seu poder é um poder eterno que não lhe será tirado, e seu reino, um reino que não se dissolverá” (Dn 7, 14b).

Por: Frei Gregório Joeright, OFM

WhatsApp Image 2024-11-22 at 07.50.41

Visitas Fraternas aos Vocacionados e Suas Famílias

Durante o mês de novembro, o Animador Vocacional da Custódia São Benedito da Amazônia, Frei Erlison Campos, OFM, tem realizado visitas fraternas aos jovens vocacionados e suas famílias. Este gesto de proximidade reflete a essência da espiritualidade franciscana, promovendo um encontro rico em partilha e fraternidade.

Essas visitas são momentos preciosos, em que o animador vocacional tem a oportunidade de conhecer de perto a realidade, os sonhos e os desafios de cada jovem que manifesta o desejo de fazer uma experiência de vida com os franciscanos. Através de conversas sinceras, trocas de experiências e, claro, de uma boa refeição em família, os vínculos são fortalecidos e a caminhada vocacional ganha novos sentidos.

Neste mês, Frei Erlison já esteve em Santarém, no interior de Monte Alegre e em Juruti Velho, levando palavras de incentivo e fraternidade. Enquanto isso, outros frades da Custódia também realizam visitas vocacionais em regiões como Manaus, Paragominas e Missão São Francisco do Rio Cururu.

As visitas fraternas são sinais concretos do cuidado da Custódia São Benedito da Amazônia em acompanhar cada jovem em sua jornada, valorizando suas histórias e mostrando que a vocação é sempre um caminho trilhado em comunidade.

IMG_9959

A Espiritualidade do Ministro Extraordinário da Comunhão Eucarística (MECE)

Foto: Jaime Fotografias

Estimados irmãos e irmãs em Cristo, paz e bem!

Hoje partilho convosco um pequeno texto, boa leitura.

Abrindo a conversa. Inicialmente é importante observarmos a sigla MECE e, assim, bem compreendê-la. A inicial refere-se a Ministro que é derivado de ministério. O ministro é aquele que serve. Ser ministro de Cristo significa doar-se ao outro e à comunidade, ir ao encontro daqueles que não podem ir à igreja, mas que também querem receber o Corpo de Cristo. Para ser servo é necessário ser chamado primeiramente por Deus e ser escolhido pela comunidade de fé: não existe ministro/servo sem comunidade, sem ser escolhido(a) e sem aderir ao projeto de Deus na vida.

Extraordinário. É aquilo que não é ordinário. Na Igreja existem os ministros ordenados, aqueles que serão ministros para toda a vida. Já os extraordinários são aqueles que necessitam de um tempo e de um mandato. O extraordinário se faz necessário para suprir o atendimento da distribuição da Sagrada Eucaristia, dando às pessoas uma especial atenção. São pessoas mais próximas do povo, uma vez que podem olhar mais de perto a necessidade daqueles que não podem, por algum motivo, ir à igreja. Também colaboram com os ministros ordenados na distribuição da comunhão na liturgia das missas.

Foto: Prelazia de Itaituba

Comunhão (communio). Etimologicamente refere-se à participação mútua, isto é, do fazer parte, da partilha. A comunhão tem duas direções: a primeira aponta ao estar próximo de Deus no pão; e a segunda ao estar próximo da comunidade na pessoa para a qual é levado o Cristo na forma de pão, de alimento espiritual, na partilha de vida, participando como “Igreja em Saída”.

Eucaristia é ação de graças. É até um tanto redundante escrever “missa em ação de graças”, “missa pelo aniversário de…” A celebração eucarística que realizamos expressa o mistério de Cristo vivido no dia a dia. Ser servo da Eucaristia é, pois, a expressão do amor de Deus às pessoas. Assim como Deus oferece a si mesmo em cada missa, o ministro também se oferece em oblação à comunidade de fé.

Foto: Maribeth Joeright

Espiritualidade. Essa palavra é bastante rica, ampla, pois pode ser vista no âmbito tanto cristão quanto não-cristão. Basicamente, ter espiritualidade cristã é seguir a Jesus Cristo. Ao encontrar seus discípulos, Jesus chama a cada um pelo nome, ensina-os a fazer o bem, e os envia também ao encontro de todos.

Finalizando a conversa. O que leva necessariamente um Ministro Extraordinário da Comunhão Eucarística a ter uma espiritualidade profunda é a vida de oração, de disponibilidade, de ter plena consciência da sua boa ação para a revelação do Cristo na comunidade, de estar presente na vida comunitária, tanto na liturgia da missa quanto nas casas dos enfermos e idosos. Enfim, ser Ministro Extraordinário da Comunhão Eucarística exprime o servir ao povo de Deus em todas as ocasiões, com o compromisso e a alegria de ter sido escolhido(a) por Deus e pela comunidade de fé. Estar em comunhão com a comunidade, buscando olhar para o projeto de vida paroquial e ministerial, é sempre orientar-se ao serviço da comunidade e no plano de Deus que primeiro nos amou.

De vosso irmão menor

Fr. Raoul Bentes

Renato Canto.png123165

Nota de Solidariedade e Pesar

A Custódia São Benedito da Amazônia, manifesta todo pesar e solidariedade a Frei Rômulo Canto, familiares e amigos pelo falecimento do senhor Renato Canto, ocorrido no dia 18 de novembro, em Óbidos (PA). Na certeza da ressurreição em Cristo Jesus, nos unimos em preces e orações e externamos nossas mais sinceras condolências.

Que Deus Pai o acolha em seu Reino de Amor.

ofm 1

Carta do Ministro Geral: no VIII Dia Mundial dos Pobres e no V Centenário do nascimento de São Benedito

Imagem: ofm.org

Bento, memória do Evangelho

Roma, 17 de novembro de 2024
Dia Mundial dos Pobres

Queridos irmãos e irmãs, 

que o Senhor lhe dê paz!

O quinto centenário do nascimento  de São Bento, o Mouro (cerca de 1524-2024), merece uma palavra e uma memória. É “iluminado” pelas chamas do devastador incêndio do passado dia 29 de julho de 2023, que danificou gravemente o seu corpo incorrupto. O sinal da santidade de Bento XVI reside inteiramente na sua paixão por uma vida segundo a novidade do Evangelho, no espírito de São Francisco. O Centenário dos Estigmas de São Francisco recorda-nos como o Evangelho da Cruz é o centro da nossa vocação.

O caminho do Evangelho, o caminho humilde de Cristo, com  e entre os pobres: procuro buscar inspiração convosco para estes três núcleos da vida e do testemunho de São Bento o Mouro, precisamente no VIII Dia Mundial dos Pobres, dedicado ao clamor e às orações dos pobres. Leia a carta

JAC_6825

Grupo Franciscano de Teatro Kabi-Kabi encanta na Mostra de Teatro Amador de Santarém com “A Ciranda de Greccio”

Foto: Jaime Fotografia

Uma noite inesquecível tomou conta da Casa da Cultura no dia 12 de novembro, quando o Grupo Franciscano de Teatro KABI KAXI estreou seu espetáculo “A Ciranda de Greccio”. Pela primeira vez no palco da Casa de Cultura, o grupo trouxe uma adaptação tocante e inovadora da história do presépio criado por São Francisco de Assis em 1223. O roteiro, uma obra de Frei Fábio Vasconcelos, OFM, adaptado por Frei Ulysses Nunes, revisita a fundação do primeiro presépio, transportando a narrativa para o coração da Amazônia.

Foto: Jaime Fotografia

Na visão do autor, o cenário é uma casa de farinha – um ambiente simples e simbólico na cultura amazônica, refletindo a mesma humildade que envolveu o nascimento do Menino Jesus em Belém. Nesta adaptação, a história é contada por duas lavadeiras e dois frades missionários que, ao contemplarem a natureza da região, reimaginam como seria o nascimento de Jesus entre os povos ribeirinhos. Assim como Francisco reuniu moradores locais para compor o presépio de Greccio, o grupo KABI KAXI trouxe personagens amazônicos para celebrar o nascimento divino, enaltecendo o carimbó, o samba e a ciranda, em um Natal ao estilo da Amazônia.

Foto: Jaime Fotografia

O espetáculo surpreendeu e emocionou o público, que se encantou com a autenticidade do cenário: a casa de farinha que, ao longo da peça, se transforma em um presépio. A diretora da peça e coordenadora do grupo, Edilane Oliveira (A Didi), em um momento de profunda emoção, agradeceu aos presentes, aos apoiadores e fez uma homenagem a Aldo Lima, um grande incentivador do grupo, em memória.

A coordenação da Mostra de Teatro também expressou gratidão pela participação do grupo, elogiando o talento e a originalidade da apresentação. O Grupo KABI KAXI tem o apoio da Custódia São Benedito da Amazônia, e o agora está com sua agenda aberta para novas apresentações de “A Ciranda de Greccio”.

12365549

32º Domingo do Tempo Comum

Todos nós conhecemos as palavras de Jesus: “Onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração.” Jesus falava que existem valores além das riquezas que devem ser prioridades para o cristão. Mas, há outros ditados que falam sobre o que é um tesouro: “A gratidão é o único tesouro dos humildes”; “O povo é o tesouro de seu país”; “A riqueza não está na posse de tesouros, mas no uso que deles se faz”; Tesouro guardado é tesouro perdido”. Cada ditado expressa uma ideia diferente sobre o que é um tesouro, mas normalmente pensamos que um tesouro é um conjunto de riquezas de qualquer tipo, dinheiro, joias, pedras e metais preciosos ou algum bem valioso guardado ou escondido. Mas um tesouro pode ser muito diferente que simplesmente riqueza ou dinheiro, pode ser um dom precioso que temos.

Podemos dizer que um dos tesouros mais preciosos que temos é a nossa fé. Acreditar em Deus é um grande dom que nos faz viver com amor e solidariedade. É preciso sempre guardar este tesouro que significa animar a fé, confessar, purificar e confirmar aquilo que acreditamos.

No evangelho de hoje, temos algo bastante interessante sobre a vivência da fé. A viúva está diante do tesouro do templo. O tesouro do Templo era símbolo de sacrifício e generosidade e as pessoas eram encorajadas a dar de coração, como um reflexo de sua fé e confiança em Deus. As doações também simbolizavam a dedicação pessoal e a disposição de colocar Deus em primeiro lugar em suas vidas.

Por isso, várias pessoas estavam depositando muito dinheiro, mas a viúva colocou somente uma moedinha, muito pouco em comparação com os outros. Para muitos parecia uma falta de generosidade e de fé, mas Jesus observava e disse: “Em verdade vos digo, esta pobre viúva deu mais do que todos os outros que ofereciam esmolas. Todos deram do que tinha de sobra, enquanto ela, na sua pobreza, ofereceu tudo que possuía para viver” (Mc 12, 43-44).  Dando tudo que tinha, a viúva professou concretamente a sua fé e sua entrega total a Deus. Não basta dar um supérfluo a Deus, Ele não quer de nós muito mais, Ele nos quer.

Foi também o que expressou a viúva de Sarepta diante do pedido de Elias. Ela era viúva e só tinha um pouco para viver com seu filho e Elias pediu até o pouco que ela tinha. Ela não hesitou, mas se colocou a dar tudo que tinha. Ela confiou na providência de Deus e a partir daquele momento, não faltava mais a farinha na vasilha e nem o óleo na jarra.

Qual é o nosso tesouro? Devemos sempre lembrar as palavras de Jesus quando nos diz que onde está o teu tesouro está também o teu coração. Nossas próprias preocupações e interesses nos impedem de lembrar que o tesouro verdadeiro que temos é a nossa fé. Podemos também dizer que a Igreja tem um grande tesouro: a sua missão de evangelizar. Não somente confessar a fé, mas também transmitir os valores do Reino que é um tesouro de valor incalculável para cada um de nós e para o mundo. Como o tesouro no campo na parábola de Jesus, precisamos ter a capacidade de nos doar como as viúvas nas leituras de hoje para possuí-lo. O que podemos fazer para conseguir este tesouro da Igreja e valorizar cada vez mais o tesouro da fé que temos?

É preciso ter a generosidade do coração. A viúva não deu das suas sobras, mas de sua própria necessidade. A verdadeira generosidade não é medida pelo montante oferecido, mas pelo coração com que é dado. Deus olha para o coração e valoriza a intenção por trás da ação, mais do que a quantidade material. Necessário também é a confiança total em Deus. Ao dar tudo o que tinha, a viúva demonstrou uma fé inabalável e uma confiança completa na providência de Deus. A viúva também mostrou humildade e desprendimento. Ela não fez alarde de sua doação, mas agiu com humildade e discrição. Em um mundo onde muitas vezes somos incentivados a buscar reconhecimento e aplausos, sua ação silenciosa é um exemplo de desprendimento e humildade. Finalmente, o ato da viúva mostrou o valor do sacrifício. Quando damos de nós mesmos, seja em tempo, talentos ou recursos, estamos participando do amor sacrificial de Cristo.

Que possamos, como a viúva, oferecer a Deus tudo o que temos e somos, com fé e amor, sabendo que Ele vê e valoriza cada oferta sincera, não importa quão pequena possa parecer. Que nosso tesouro da fé não seja escondido, mas nossas vidas sejam um testemunho vivo de generosidade e solidariedade, refletindo o amor de Cristo em tudo o que fazemos.

Por: Frei Gregório Joeright, OFM