Aumentam os católicos no mundo: são um bilhão e 406 milhões

O Annuario Pontificio 2025 e o Annuarium Statisticum Ecclesiae 2023 foram publicados: a população católica cresceu nos cinco continentes, com a África registrando o maior aumento percentual (+ 3,31%). E, novamente, na África e também na Ásia há um aumento no número de padres, enquanto na Europa, Oceania e América há uma diminuição. Diminuição do número de religiosos professos e seminaristas maiores

O Annuario Pontificio 2025 e o Annuarium Statisticum Ecclesiae 2023, cuja elaboração foi feita pelo Escritório Central de Estatística da Igreja, da Secretaria de Estado, já estão disponíveis nas livrarias, publicados pela Tipografia Vaticana. Ao examinar os dados do Anuário Pontifício, é possível obter informações sobre a vida da Igreja Católica no mundo em 2024. Durante esse período, uma Metrópole foi criada; três sedes episcopais foram elevadas a Sedes Metropolitanas; foram criadas sete novas dioceses; uma Sede Episcopal foi elevada a arquidiocese e uma Administração Apostólica a Diocese. Por sua vez, o Annuarium Statisticum Ecclesiae oferece uma visão geral dos principais fenômenos quantitativos relativos à ação pastoral da Igreja Católica no mundo. A seguir estão as informações estatísticas relativas ao biênio 2022-2023.

Aumento da população católica no mundo

1. A população católica mundial aumentou em 1,15% entre 2022 e 2023, passando de aproximadamente 1.390 para 1.406 milhões, uma porcentagem muito semelhante à dos dois anos anteriores. A distribuição dos católicos batizados, de acordo com o diferente peso demográfico dos continentes, é diferente nas diversas áreas geográficas. A África reúne 20% dos católicos de todo o planeta e é caracterizada por uma difusão muito dinâmica da Igreja Católica: o número de católicos aumenta de 272 milhões em 2022 para 281 milhões em 2023, com uma variação relativa de +3,31%. Entre os países do continente africano, em particular, a República Democrática do Congo é confirmada em primeiro lugar no número de católicos batizados, com quase 55 milhões, seguida pela Nigéria, com 35 milhões; Uganda, Tanzânia e Quênia também registram números respeitáveis.

Com um crescimento de 0,9% no biênio, a América consolida sua posição como o continente ao qual pertencem 47,8% dos católicos do mundo. Desses, 27,4% residem na América do Sul (onde o Brasil, com 182 milhões, representa 13% do total mundial e continua sendo o país com o maior número de católicos), 6,6% na América do Norte e os 13,8% restantes na América Central. Se relacionarmos o número de católicos com o tamanho da população, Argentina, Colômbia e Paraguai se destacam com mais de 90% da população. O continente asiático registra um crescimento de católicos de 0,6% no biênio, seu peso em 2023 é de cerca de 11% no mundo católico. 76,7% dos católicos do Sudeste Asiático em 2023 estão concentrados nas Filipinas, com 93 milhões, e na Índia, com 23 milhões. A Europa, embora abrigue 20,4% da comunidade católica mundial, continua sendo a área menos dinâmica, com um crescimento no número de católicos no biênio de apenas 0,2%. Essa variação, por outro lado, diante de uma dinâmica demográfica quase estagnada, se traduz em uma ligeira melhora na presença de católicos, chegando a quase 39,6% em 2023. Itália, Polônia e Espanha possuem uma incidência de católicos superior a 90% da população atual. Os católicos da Oceania são pouco mais de 11 milhões em 2023, 1,9% a mais do que em 2022.

O número de bispos aumentou em dois anos

2. O número de bispos no mundo católico aumentou no último biênio, com uma variação geral de 1,4%, de 5.353 em 2022 para 5.430 em 2023. Esse movimento de crescimento é encontrado em todos os continentes, com exceção da Oceania, onde o número de Bispos não mudou no biênio. A variação relativa é um pouco mais acentuada na África e na Ásia e abaixo da média mundial na Europa e na América. Também é possível observar que o peso relativo de cada continente permanece quase inalterado durante o período e proporcional à importância relativa de cada continente, com uma concentração maior de bispos na América e na Europa. Na África, a quota dos bispos no total mundial aumenta de 13,8% em 2022 para 14,2% em 2023.

Também deve ser observado que o número de católicos por Bispo em 2023 não difere muito de continente para continente: enquanto a média mundial é de 259.000 católicos por bispo, cifras de 365.000 e 334.000 são registradas na África e na América, respectivamente. Particularmente favorável é a situação na Oceania, com 87.000 católicos por Bispo, um sinal, desse ponto de vista, de um ligeiro excesso de bispos em comparação com os outros continentes.

Mais padres na África e na Ásia, menos na Europa, Oceania e América

Uma Missa na África   (AFP or licensors)

3. No final de 2023, havia 406.996 sacerdotes nas 3.041 circunscrições eclesiásticas do mundo católico, uma redução de 734 em relação a 2022, ou -0,2%. Um exame por área geográfica mostra um aumento na África (+2,7%) e na Ásia (+1,6%) e uma diminuição na Europa (-1,6%), Oceania (-1,0%) e América (-0,7%). Se, além dos continentes, também for levada em conta a distinção entre diocesanos e religiosos, nota-se que na Ásia e na África o aumento de padres como um todo pode ser atribuído à dinâmica de padres diocesanos e religiosos. Para a África, em particular, o aumento geral de sacerdotes resulta de um aumento de cerca de 3,3% nos diocesanos e de 1,4% nos religiosos. No continente americano, destaca-se o aumento do clero diocesano na América Central e na América Latina no biênio. Na Europa, no entanto, observa-se uma diminuição de 1,6% tanto no total quanto nos componentes individuais (diocesanos e religiosos); a mesma coincidência, embora a diminuição seja menor (-1,0%), é observada na Oceania.

A distribuição em 2023 por área geográfica mostra que, diante de 38,1% do número total de padres na Europa, há 29,1% pertencentes ao continente americano, enquanto as outras áreas continentais seguem com 18,2% para a Ásia, 13,5 para a África e 1,1 para a Oceania. A análise estrutural dos padres pode ser acrescentada à dos católicos para destacar eventuais desequilíbrios entre a demanda e a oferta de serviços pastorais. No caso de um equilíbrio perfeito entre a presença e a demanda por atividade pastoral, a composição percentual de padres deveria coincidir, para cada área territorial examinada, com a de católicos. Na realidade, uma comparação das duas porcentagens de composição de padres e católicos mostra que há grandes disparidades em 2023. Em particular, as porcentagens de padres excedem as de católicos na América do Norte (10,3% de padres vs. 6,6% de católicos), Europa (38,1% de padres vs. 20,4% de católicos) e Oceania (1,1% de padres vs. 0,8% de católicos). A escassez mais evidente de sacerdotes está na América do Sul (12,4% de sacerdotes e 27,4% de católicos), na África (13,5% de sacerdotes e 20,0% de católicos) e na área Continental Central da América (5,4% de sacerdotes e 11,6% de católicos).

O grupo de diáconos

4. Os diáconos permanentes constituem o grupo de clérigos que cresce mais rapidamente. Seu número chegou a 51.433 em 2023, em comparação com 50.150 em 2022, um aumento de 2,6%. As disparidades territoriais permanecem acentuadas: taxas de crescimento significativas são observadas na Oceania (+10,8%) e na América (+3,8%), enquanto há taxas de mudança ligeiramente decrescentes na África e na Europa. Não há variações significativas na distribuição planetária de diáconos durante o biênio em consideração: há apenas uma diminuição no número relativo de diáconos na Europa e um crescimento no da América, devido essencialmente a um desenvolvimento notável na América do Norte. Essa figura de agente pastoral está particularmente presente na América (especialmente na América do Norte, com 39% de todos os diáconos do mundo) e também na Europa (31%).

Para destacar o papel de apoio desses agentes na ação pastoral ao lado dos sacerdotes, pode-se considerar a proporção do número de diáconos permanentes em comparação, área por área, com o número de sacerdotes presentes. Assim, verifica-se que, no mundo, a distribuição de diáconos para cada 100 sacerdotes presentes é de 13 em 2023, variando de um mínimo de apenas 0,5 na Ásia a um máximo de 29 na América. Na Europa, o quociente é de cerca de 10, enquanto na África apenas um diácono permanente serve ao lado de cem sacerdotes. O tamanho desse índice, embora apreciável, ainda é bastante modesto para que o trabalho dessa categoria de agente pastoral tenha um impacto significativo no equilíbrio entre a demanda e a oferta de serviços aos católicos no território. Em termos evolutivos, entretanto, é perceptível que os diáconos permanentes tendem a mostrar uma presença maior no território precisamente nas áreas em que a rotatividade de padres parece ser mais problemática.

Diminuição dos religiosos professos e religiosas professas

5. A diminuição do número de religiosos professos não sacerdotes e de religiosas professas que ocorreu ao longo do tempo continuou em 2023, embora em um ritmo menos intenso. Em particular, deve-se notar, com relação ao número de religiosos professos não sacerdotes, que enquanto na África houve um aumento entre 2022 e 2023, em todos os outros continentes houve uma diminuição. Vale a pena observar que a diminuição na América do Sul se atenuou em comparação com a redução média anual no período anterior, e que há até mesmo uma situação estacionária na América Central. O peso relativo nas várias áreas da presença de religiosos professos que não são sacerdotes é tal, quando considerado diacronicamente, que reafirma a diminuição na Europa, que continua a decrescer durante 2023.

A contração de religiosas professas, conforme mencionado, continuou em 2023. Globalmente, elas passam de 599.228 em 2022 para 589.423 em 2023, uma mudança relativa de -1,6%. Quanto à sua distribuição geográfica, em 2023, quase 32% residem na Europa, seguidos pela Ásia com 30%, América com 23% (distribuídos igualmente nos dois hemisférios), África com 14% e Oceania com 1%. A contração registrada no número de religiosas professas no mundo é substancialmente atribuível a um aumento considerável de mortes, resultado de uma alta presença de religiosas em idade avançada, enquanto o número de abandonos da vida religiosa se torna menos relevante durante o biênio. A África, no biênio 2022-2023, registra o aumento significativo de 2,2%, seguida pelo Sudeste Asiático, com +0,1%. A América do Norte, por outro lado, mostra uma contração de -3,6%. Ela é seguida de perto pela América do Sul, com -3%, enquanto o declínio na América Central Continental e nas Antilhas Centrais é mais moderado. A Europa traz o recorde negativo, com uma variação de -3,8%.

Esses movimentos, é claro, afetam as mudanças nos pesos continentais do número de religiosas professas. Com referência ao período 2022-2023, há uma redução da presença de religiosas na Europa e na América do Norte, com vantagem para Ásia e África. Em particular, enquanto em 2022 o número total de religiosas professas atuando na Europa e na América representava 55,8% do total mundial, em 2023 essa porcentagem caiu para 54,8%. A mudança mais significativa durante o período foi observada no Sudeste Asiático (de 28,7% para 29,2%) e na África (de 13,9% para 14,5%).

Apesar da contração observada globalmente e em nível de algumas realidades continentais, as religiosas professas continuam sendo uma realidade não negligenciável: o número total de religiosas representa 45% a mais do que a população sacerdotal. Embora o papel que elas historicamente desempenham na prestação de serviços tenha diminuído de modo geral ao longo dos anos, seu trabalho na vida da comunidade cristã ainda continua sendo o de acompanhar, ou mesmo substituir, o dos sacerdotes.

Grandes disparidades no número de vocações

6. A tendência temporal observada no mundo do número de seminaristas maiores denota uma diminuição ininterrupta desde 2012. O número de candidatos ao sacerdócio passou de 108.481 em 2022 para 106.495 em 2023, com uma variação de -1,8%. A diminuição, observada no total mundial, afeta todos os continentes, com exceção da África, onde os seminaristas aumentaram 1,1% (de 34.541 para 34.924). Na Europa, Ásia e América, mas especialmente no primeiro continente, as reduções são significativas (-4,9% na Europa, -4,2% na Ásia e -1,3% na América). Na Oceania, a tendência é negativa e de pouco peso.

A distribuição percentual dos seminaristas maiores por continente mostra mudanças modestas no biênio considerado. A África e a Ásia contribuíram com 61,0% do total mundial em 2022, uma porcentagem que subiu para 61,4% em 2023. Além do leve ajuste negativo da Oceania, a América e a Europa como um todo veem, por outro lado, uma diminuição em sua incidência: em 2022, os 41.199 seminaristas americanos e europeus representavam quase 38% do total mundial, enquanto um ano depois caíram para 37,7%. Para destacar os excedentes positivos e negativos de vocações em nível territorial, é útil uma comparação entre a distribuição percentual de seminaristas e a distribuição correspondente de católicos.

Assim, verifica-se que em 2023 há grandes disparidades. Em particular, as porcentagens de seminaristas excedem as de católicos na África (32,8% de seminaristas contra 20% de católicos) e na Ásia (28,6% de seminaristas e 11% de católicos). Nesses continentes, há uma tendência de atender à necessidade de prover a obra do apostolado local com total autonomia. Na Europa e na América, entretanto, as porcentagens de seminaristas são menores do que as de católicos (12,0% de seminaristas e 20,4% de católicos na Europa e 25,7% de seminaristas e 47,8% de católicos na América). Nesses dois continentes, portanto, é mais difícil responder adequadamente às necessidades dos católicos presentes, como, em particular, a substituição geracional de sacerdotes.

 

Fonte: Vatican News

Celebração de São José e o cuidado com as famílias

Na Carta Apostólica Patris Corde, o Papa Francisco apresenta a humanidade de José, sua presença e coragem ao assumir a paternidade de Jesus e as responsabilidades e funções na vida familiar.

 

A liturgia católica consagra a São José o dia 19 de março. Em virtude de sua função de carpinteiro que, com coragem e fé, assume Maria, grávida, como sua mulher e também a paternidade de Jesus.

Nesta ótica pode-se pensar os desafios de José: o primeiro foi aceitar Maria grávida de um filho que não era seu e que, segundo a justiça da época, deveria ser denunciada e como consequência a mulher seria apedrejada até a morte (cf. Dt 22, 23-24). Entretanto, a resposta de José após a visita do anjo Gabriel, é tomar Maria como sua esposa e assumir assim todos os desafios inerentes à criação de Jesus.

Um dado importante é que na Sagrada Escritura não tem uma palavra de José. Mas sua presença é notada e importante na condução da família e educação de Jesus. José é um homem simples que aceitou Maria como sua esposa e, com seu trabalho e suas mãos, foi o responsável por ensinar a Jesus o ofício de carpinteiro.

Na Carta Apostólica Patris Corde, o Papa Francisco apresenta a humanidade de José, sua presença e coragem ao assumir a paternidade de Jesus e as responsabilidades e funções na vida familiar. A Carta Apostólica é um documento curto; nela encontramos as virtudes de José, pai de Jesus: pai amável, pai de ternura, pai de obediência, pai de acolhida, pai de coragem criativa, pai trabalhador, pai na sombra. Desta maneira, José é aquele que, no silêncio, colocou-se atento aos desígnios de Deus.

Como um bom pai trabalhador, “São José era um carpinteiro que trabalhou honestamente para garantir o sustento da sua família. Com ele, Jesus aprendeu o valor, a dignidade e a alegria do que significa comer o pão fruto do próprio trabalho.” (PATRIS CORDE, 2020, n. 6). No exemplo de José, Jesus aprendeu o ofício de carpinteiro e também as tradições judaicas de seu povo. Aprendeu a cuidar e zelar pelo trabalho. Conheceu e aprendeu a manipular as ferramentas certas para cada tipo de madeira ou serviço. Conseguiu compreender a sua missão, atento ao que via na carpintaria de José, transformando um pedaço torto de madeira em lindos objetos.

Ao longo da vida de Jesus, José presenciou que o Menino crescia “em sabedoria, idade e graça diante do Senhor e das pessoas” (Lc 2,52). José, atento à realidade, buscava cumprir a sua missão de pai e protetor do Filho de Deus. Desta forma, José se fez presença na vida de Jesus e de sua família, desde o início ao ser corajoso com o parto de Maria, na fuga para o Egito, na região que moraria e nas tradições religiosas do seu povo. Por isso, Jesus viu seu pai trabalhando na carpintaria e se colocou ao serviço.

José é o fiel colaborador do Projeto de Deus! Assume a função de pai e esposo, além de ser responsável pela educação de Jesus, se coloca atento aos desígnios de Deus. Por isso em nossa realidade: “A pessoa que trabalha, seja qual for a sua tarefa, colabora com o próprio Deus, torna-se em certa medida criadora do mundo que a rodeia.” (PATRIS CORDE, 2020, n. 6).

De fato, diante da leitura atenta à Palavra de Deus, é possível observar o Pai da ternura que foi São José, como a carta Patris Corde nos apresenta: “A vontade de Deus, a sua história e o seu projeto passam também através da angústia de José. Assim, ele ensina-nos que ter fé em Deus inclui também acreditar que Ele pode intervir inclusive através dos nossos medos, das nossas fragilidades, da nossa fraqueza. E ensina-nos que, no meio das tempestades da vida, não devemos ter medo de deixar a Deus o timão da nossa barca. Por vezes queremos controlar tudo, mas o olhar d’Ele vê sempre mais longe.” (PATRIS CORDE, 2020, n. 2).

Francisco traz a imagem de José para os dias atuais como aquele pai que está atento à criação dos filhos e que sua ausência é sentida na formação dos indivíduos. Ressalta que as famílias estão comprometidas com a ausência do pai, por isso é preciso observar a figura paterna na formação da personalidade e do caráter de filhos e filhas. Por isso que, José, diante da realidade, é o pai do acolhimento.

Diante deste cenário, o Papa Francisco acrescenta que: “A crise do nosso tempo, que é econômica, social, cultural e espiritual, pode constituir para todos um apelo a redescobrir o valor, a importância e a necessidade do trabalho para dar origem a uma nova ‘normalidade’, em que ninguém seja excluído. O trabalho de São José lembra-nos que o próprio Deus feito homem não desdenhou o trabalho.” (PATRIS CORDE, 2020, n. 6).

A realidade social da época de José é bem diferente da nossa, mas a missão é a mesma: cuidar, acolher e proteger a família. Desta forma, na carpintaria de José, Jesus entendeu o que é lutar pelos fragilizados e pelos mais pobres. Com o suor de seu pai ele viu o alimento chegar até à mesa e, ao findar de cada dia, soube agradecer a Deus o dom da vida.

Jesus também atuou como membro de uma classe trabalhadora que levava o sustento da família para casa todos os dias. Desta maneira, a classe trabalhadora vê em José um exemplo de integridade e comprometimento com a família e o trabalho.

Hoje, José se apresenta na realidade de homens e mulheres que saem para trabalhar que cumprem os valores éticos e espirituais inerentes à função de pai e mãe, correndo riscos em defesa da família. São José é o santo das famílias, dos trabalhadores e, acima de tudo, dos pais que buscam, pela sua intercessão, um emprego, um conselho e a coragem para guiar a família.

José, como carpinteiro, sustentou a família com o suor de seu trabalho e, mais do que isso, foi mestre e guia para Jesus, ensinando-lhe o valor da profissão, da responsabilidade e da dignidade do trabalho. Recordar sua figura é fazer memória sobre a realidade dos trabalhadores e os desafios que ainda enfrentam na sociedade.

José não apenas trabalhava, mas transmitia seu conhecimento a Jesus, mostrando que o ofício é mais do que um meio de subsistência: é uma vocação, uma forma de contribuir para o bem comum.

A lição de São José nos ensina que o trabalho deve ser digno e respeitoso, permitindo que cada pessoa sustente sua família com justiça e segurança. Como protetor dos trabalhadores, ele nos inspira a lutar por políticas públicas que garantam direitos, valorização profissional e condições justas de trabalho. A transmissão do ofício de pai para filho, como São José fez com Jesus, só é possível em uma sociedade que respeita e valoriza aqueles que constroem o presente e o futuro com suas mãos.

Que São José interceda por todos os trabalhadores, especialmente os mais vulneráveis. Que seu exemplo inspire governantes, empregadores e a sociedade a reconhecer que o trabalho não pode ser explorador, mas sim um caminho para a realização humana. Que sua proteção fortaleça aqueles que, com esforço e dedicação, constroem um mundo melhor.

 

Fonte: Vatican News

CNBB divulga nota sobre os ataques à Lei da Ficha Limpa no Congresso Nacional

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), por meio do seu Conselho Permanente, reunido em Brasília, divulgou nesta terça-feira, 18/3, uma nota na qual demonstra perplexidade e indignação diante das propostas de mudanças da Lei da Ficha Limpa no Congresso Nacional.

O Senado pode votar, nesta terça-feira, o projeto de lei que altera a Lei Complementar nº 135 de 2010, mais conhecida como Lei da Ficha Limpa. A proposta, que muda regras da lei de iniciativa popular, já foi aprovada por deputados federais.

A proposta a ser votada determina, entre outras alterações, que políticos cassados e condenados não poderão se eleger por oito anos contados da condenação, prazo menor do que o previsto atualmente, que é contado a partir do final da pena ou da pena ou mandato.

O que diz a CNBB

A nota da CNBB reafirma que a Lei da Ficha Limpa é “uma das mais importantes conquistas democráticas da sociedade brasileira, um patrimônio do povo e importante conquista da ética na política”

A lei, segundo os membros do Conselho Permanente da CNBB, é fruto da mobilização de milhões de brasileiros e brasileiras convidados à participação por dezenas de organizações sociais e Igrejas, foi aprovada por unanimidade pelas duas Casas Legislativas em 2010. Conhecida em todo o país, representa um marco na luta contra a corrupção. O texto reforça um trecho da Fratelli Tutti, sobre a política: “É necessário uma política melhor, a política colocada ao serviço do verdadeiro bem comum” (Papa Francisco, Fratelli Tutti, n. 154).

Segundo o documento, as mudanças contidas nesses PLPs desfiguram os principais mecanismos de proteção da Lei da Ficha Limpa ao beneficiar especialmente aqueles condenados por crimes graves, cuja inelegibilidade poderá ser reduzida ou mesmo anulada antes do cumprimento total das penas.

“Além disso, as mudanças pretendidas isentam quem praticou os abusos de poder político e econômico, e enfraquecem o combate às práticas corruptas que comprometem a democracia brasileira”, afirma um trecho do documento.

Veja o vídeo com o conteúdo da nota:

Acesse a nota na íntegra:
Nota da CNBB sobre os ataques à Ficha Limpa

O papel da CNBB na aprovação da Lei

A Igreja Católica no Brasil, liderada pela CNBB e pelo Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), desempenhou um papel fundamental na mobilização popular que coletou 90% das 1,6 milhão de assinaturas necessárias para propor a lei de iniciativa popular que resultou na Lei da Ficha Limpa. A lei foi aprovada em maio de 2010 por unanimidade pelo Congresso Nacional.

A lei proíbe que políticos condenados em decisões colegiadas de segunda instância possam se candidatar, mesmo que ainda exista possibilidade de recursos. Também torna inelegível por oito anos um candidato que tiver o mandato cassado ou renunciar para evitar a cassação.

Aprovada em 2010, a Lei da Ficha Limpa alterou a legislação de inelegibilidade, criada em 1990, estabelecendo regras mais rígidas para impedir que políticos condenados por crimes, como corrupção e abuso de poder, disputem as eleições. Atualmente, a lei prevê que políticos condenados fiquem inelegíveis por oito anos.

Saiba mais:

Série especial da CNBB celebra 15 anos da Lei da Ficha Limpa e relembra a atuação da Igreja Católica nesse processo histórico – CNBB
A CNBB e a luta pela ética na política: o legado da Lei da Ficha Limpa e seus impactos no combate à corrupção no Brasil – CNBB

 

Fonte: cnbb.org.br

Nasce a nova Conferência do Norte de África e Médio Oriente

Sinal vivo do diálogo e da cultura de paz

Na segunda-feira, 17 de março de 2025, foi celebrada na Cúria Geral a ereção da nova Conferência do Norte da África e Oriente Médio (CONAMO) da Ordem dos Frades Menores , composta por:

  • -Província da Sagrada Família (Egito)
  • -Custódia da Terra Santa
  • -Custódia da SS. Protomártires de Marrocos
  • -Tutel de Istambul (Turquia)
  • -Vicariatos Apostólicos de Trípoli e Benghazi (Líbia)

O encontro foi moderado pelo Pe. John Wong , Definidor Geral para a Ásia e Oceania, que deu as boas-vindas aos presentes: os membros do Definitório Geral, os Secretários e Diretores dos Escritórios da Cúria e os representantes das Entidades da nova Conferência: Pe. Stéphane Delavelle , Custódio da Custódia de SS. Protomártires de Marrocos; Pe. Ibrahim Faltas , Vigário da Custódia da Terra Santa; Pe. Magdy Helmy , do Vicariato Apostólico de Trípoli, Líbia; Pe. Eleuthère Makuta , Guardião da Comunidade Franciscana Internacional de Istambul, Turquia; Pe. Mourad Mousa , Ministro Provincial da Província da Sagrada Família, no Egito.

Após um momento de oração, o Vigário Geral, Pe. Ignacio Ceja , escolhido como representante da CONAMO dentro do Definitório Geral, leu solenemente o Decreto de ereção da nova Conferência, seguido pela mensagem do Ministro Geral, intitulada Viver juntos como irmãos em terras de encontro .

“Repartirás o teu pão com o faminto, e acolherás em tua casa o pobre e o desabrigado…”: com estas palavras do profeta Isaías (Is 58,7),  Pe. Massimo Fusarelli  sublinhou a importância e a essência da presença franciscana nas terras do norte da África e do Oriente Médio, terras onde se encontram diferentes religiões, onde o Mediterrâneo é uma ponte entre diferentes culturas.

Dirigindo-se aos representantes das Entidades envolvidas, o Pe. Massimo lembrou o Capítulo XVI da Regra Sem Selo, por serem entidades de maioria islâmica, característica que não pode ser vista como uma limitação, mas como uma “oportunidade extraordinária”. O Evangelho, de fato, “nos convida a uma presença de menores, de irmãos, capazes de  relações de amizade e simplicidade  , evitando qualquer forma que nos dê visibilidade e poder. Mostremos com fatos que viver o Evangelho é possível também aprendendo a estar entre e com as pessoas”, disse o Ministro.

Não estratégia, portanto, mas estilo: viver o Evangelho, mesmo aprendendo a viver com as pessoas, entre as pessoas, através do diálogo, falando a sua língua, oferecendo abrigo e ajuda aos necessitados, qualquer que seja a sua origem ou religião, como recorda o Papa Francisco na encíclica Fratelli Tutti .

A esperança é que esta nova Conferência seja também um laboratório para toda a Ordem, “onde se possam experimentar novas formas de animação e colaboração, privilegiando a qualidade da vida fraterna e a autenticidade do testemunho evangélico”, especialmente em favor do diálogo inter-religioso, da justiça, da paz e da integridade da criação, dos migrantes, como já faz a Rede Franciscana do Mediterrâneo.

O Ministro Geral destacou a importância de estar nestas terras, para a Ordem e para toda a Igreja, para os cristãos presentes, para a custódia dos Lugares Santos, tornando-se um sinal vivo e eloquente de acolhida, de relações fraternas, de respeito mútuo, de diálogo, de uma cultura de paz.

A criação da nova Conferência foi bem recebida pelos presentes. O Pe. Mourad Mousa (Egito) disse estar feliz com esta nova Entidade, que ele mesmo propôs ao Capítulo Geral de 2021, destacando a importância da formação inicial e contínua no diálogo; O padre Stéphane Delavelle (Marrocos) lembrou que, apesar das diferenças entre as diversas realidades, caminhos comuns já estão sendo percorridos e enfatizou a importância de entrar em contato com as pessoas, começando pelo aprendizado da língua árabe. O Pe. Eleuthère Makuta (Turquia), que lançou recentemente o convite para o 19º Curso sobre Diálogo Inter-religioso e Ecumênico , destacou a variedade do mundo islâmico, “uma verdadeira riqueza”, detendo-se especialmente na importância do acolhimento dos migrantes. O padre Ibrahim Faltas (Terra Santa) lembrou que os frades nos Lugares Santos interagem não apenas com muçulmanos, mas também com judeus e drusos.

A recitação da Ave Maria em árabe concluiu a primeira fase do encontro.

Após o intervalo, os presentes elegeram:

 

Pe. Francesco Patton  (Custódio da Terra Santa)  Presidente  da CONAMO;
Pe. Mourad Mousa  Vice-Presidente  ;
Irmão Stéphane Delavelle  Tesoureiro  ;
Pe. Magdy Helmy  Secretário  .

Após a criação das novas Conferências Anglófonas e Francófonas da África, o nascimento da CONAMO também responde ao chamado para renovar as estruturas da OFM para melhor servir à vida e à missão, conforme solicitado pelo Capítulo Geral de 2021. Especificamente, esta nova Conferência quer dar espaço de encontro, colaboração e futuro às Entidades do Mediterrâneo, mostrando sua especificidade.

Leia a mensagem do Ministro Geral

 

Fonte: ofm.org

 

Imagem: Vatican News

Coleta para a Terra Santa, Gugerotti: “Que a Igreja ajude a vida a renascer”

Imagem: Vatican News

Carta do prefeito do Dicastério para as Igrejas Orientais para a coleta de ofertas a serem enviadas à Terra Santa na Sexta-feira Santa: “Respondamos ao grito daqueles que estão em grave sofrimento”. O cardeal lança um apelo a todas as crianças: “Elas têm o direito de viver em paz e ter suas casas e escolas de volta, de brincar sem medo de ver novamente a risada satânica da morte”.

 

Cardeal Gugerotti

Cardeal Gugerotti (Imagem: Wikipédia)

A Igreja, “em resposta ao grito de quem se encontra em grave sofrimento”, tem o dever de “correr para ajudar, o mais depressa possível, a vida a renascer”. Com estas palavras, o Prefeito do Dicastério para as Igrejas Orientais, Cardeal Claudio Gugerotti, em carta divulgada nesta segunda-feira, 17 de março, exorta os fiéis de todo o mundo a participarem da tradicional Coleta em favor da Terra Santa, que se realiza todos os anos na Sexta-feira Santa. Enquanto a região vive um momento de tensão e fragilidade, o purpurado reitera que “todos, começando pelas crianças, têm o direito de viver em paz e de ter casas e escolas de volta, de brincar juntos sem medo de ver novamente a risada satânica da morte”. Por isso, é necessária “a doação generosa” dos fiéis de todo o mundo, para apoiar os Frades Menores da Custódia da Terra Santa e as comunidades cristãs presentes, que desde “o tempo de Jesus” se preocupam em salvaguardar os Lugares Santos, escreve o cardeal.

Uma trégua frágil e um momento difícil

O cardeal recorda o “choro”, o “desespero” e a “destruição” que ocorreram na Terra Santa nestes últimos anos de violência e conflito. Embora “nosso coração esteja aliviado com a trégua em vigor”, sabemos que “ela é frágil e, por sua própria natureza, não será suficiente sozinha para resolver os problemas e extinguir o ódio naquela área”, escreve ele. Além disso, “após a pandemia” e “a interrupção quase total das peregrinações”, muitos cristãos foram forçados ao exílio. Neste contexto difícil, “em que as entradas econômicas provenientes da própria região foram reduzidas ao mínimo”, a Coleta se torna, portanto, “um recurso essencial” porque está em jogo “a sobrevivência” da “preciosa presença cristã” na Terra Santa, que remonta diretamente ao tempo de Jesus.

“Se quisermos fortalecer a Terra Santa e garantir um contato vivo com os Lugares Santos, precisamos apoiar as comunidades cristãs que, em sua variedade, oferecem seu louvor perene ao Deus conosco, também em nosso nome”, enfatiza ainda Gugerotti. “Recordando as imagens de destruição e morte que passaram constantemente diante de seus olhos nestes tempos de novo Calvário”, façam da Coleta “uma de suas prioridades pastorais”.

Os cristãos na Terra Santa esperam por você

Recordando as palavras de Francisco na carta aos católicos do Oriente Médio de 7 de outubro de 2024, que definiu os cristãos na Terra Santa como “um pequeno rebanho indefeso, sedento de paz” e uma “semente amada por Deus” que sempre encontra “o caminho para o alto”, o cardeal Gugerotti, em nome do Pontífice, exorta os bispos e os fiéis a não esquecerem esses irmãos, que zelam diretamente pelos Lugares Santos, e “são a encarnação da Encarnação” e “o patrimônio de todos”.

Apesar das dificuldades, neste Tempo de Quaresma “nos é devolvida a esperança de ver o Ressuscitado, Jesus Cristo, nosso Senhor, que naquela mesma terra mostrou, vivo, as chagas de sua paixão”, sublinha o prefeito do Dicastério para as Igrejas Orientais. “Deus não se esquecerá, especialmente neste Ano Jubilar da Esperança, de quem se tornar testemunha da Sua Providência e instrumento da Sua Paz. Nossos cristãos nessas terras esperam por você.”

Vídeo: Apoiar os cristãos na Terra Santa: Um ato de misericórdia (Christian Media Center)

Leia o texto completo da Carta do Prefeito do Dicastério para as Igrejas Orientais

Fonte: Vatican News

Lançada programação do 14º Mutirão Brasileiro de Comunicação em 2025; Manaus sediará o encontro

O 14º Mutirão Brasileiro de Comunicação (Muticom) será realizado em Manaus, Amazonas, de 25 a 28 de setembro de 2025. Com o tema “Comunicação Ecologia Integral: transformação e sustentabilidade justa”, o evento promete reunir comunicadores, agentes de pastoral e social, estudantes, pesquisadores e interessados em discutir a importância da comunicação na promoção da ecologia integral e da sustentabilidade justa. 

A programação do Muticom será diversificada, com painéis, atividades em salas temáticas (Rios Amazônicos), imersão em comunidades manauaras e a tradicional Celebração da Comunicação no Encontro das Águas dos Rios Negro e Solimões.    

O evento terá início na quinta-feira, 25 de setembro, com o credenciamento dos participantes e uma celebração de abertura, seguida de jantar e noite cultural. Os dias seguintes serão marcados por painéis com especialistas, atividades em 12 salas temáticas que abordarão diversos aspectos da comunicação com oficinas, apresentação de pesquisas acadêmicas e partilhas de experiencias exitosas em comunicação, e momentos de espiritualidade.    

No sábado, os participantes terão a oportunidade de vivenciar uma imersão em 10 comunidades manauaras, com celebrações, partilha de experiências ecológicas, apresentações culturais e comidas típicas. O domingo será dedicado à confluência de saberes no Encontro das Águas, um dos mais impressionantes fenômenos naturais da Amazônia, onde as águas dos rios Negro e Solimões se juntam sem se misturar imediatamente, está localizado em frente à cidade de Manaus e é uma grande atração para os visitantes. Nesse lugar será a grande Celebração da Comunicação em seguida o almoço.    

O Muticom é aberto ao público em geral, com inscrições prévias. Outras informações sobre o evento podem ser encontradas no site oficial. Os organizadores recomendam que os participantes levem roupas leves e confortáveis, protetor solar e repelente contra mosquitos e sua fiel companheira, a garrafinha de água. 

 

Programação 

14º Mutirão Brasileiro de Comunicação (Muticom)

Tema: Comunicação Ecologia Integral: transformação e sustentabilidade justa

Data: 25 a 28 de setembro de 2025

Local: Manaus, Amazonas – Centro de Convenções do Amazonas Vasco Vasques

  • 25 de setembro (quinta-feira)
  • A partir das 14h: Credenciamento, centro de Convenções.
  • 17h: Missa de abertura, Centro de Convenções
  • 18h: Jantar.
  • 19h: Celebração do encontro e noite cultural.
  • 21h: Encerramento.

26 de setembro (sexta-feira):

  • 7h: Missa.
  • 8h: Momento de Espiritualidade.
  • 8h20: Memória do dia anterior.
  • 8h30: 1° Painel.
  • 10h30: Intervalo.
  • 11h: Atividades nos Rios Amazônicos em 12 salas temáticas.
  • 12h30: Almoço.
  • 13h30: Retorno ao auditório central.
  • 13h50: Encaminhamento para os Rios em 12 salas temáticas.
  • 16h30: Intervalo com cafezinho.
  • 17h: Plenária Coletiva.
  • 18h30: Lanche e encerramento das atividades do dia.

27 de setembro (sábado)

  • 8h: Momento de Espiritualidade.
  • 8h20: Memória do dia anterior.
  • 8h30: 2° Painel.
  • 10h30: Intervalo.
  • 11h: Atividades nos Rios Amazônicos.   
  • 12h30: Almoço.
  • 13h30: Retorno ao auditório central.
  • 14h: Atividades nos Rios Amazônicos em salas temáticas.
  • 16h30: Intervalo com cafezinho.
  • 17h: Saída para imersão nas comunidades manauaras em 10 setores.
  • 18h30 às 22h: Missa, partilha sobre práticas e experiências ecológicas, apresentações culturais e comidas típicas.

28 de setembro (domingo)

  • Confluência de saberes no encontro das águas.
  • 8h: Saída do Porto do Ceasa para o Encontro das Águas, Rios Negro e Solimões.
  • 9h: Celebração da Comunicação no Encontro das Águas.
  • 12h: Almoço.

Observações

  • O evento contará com atividades em 12 salas temáticas diferentes, abordando diversos aspectos dos Rios Amazônicos. 
  • No sábado, haverá imersão em 10 comunidades manauaras, proporcionando uma experiência prática e cultural aos participantes.
  • O ponto alto do evento será a Celebração da Comunicação no Encontro das Águas, no domingo.

Informações adicionais:

  • O evento é aberto ao público em geral, com inscrições prévias.
  • É aconselhável levar roupas leves e confortáveis, além de protetor solar e repelente contra mosquitos e a garrafinha para água.

 

Fonte: cnbb.org.br

Imagem: Vatican News

Ajude-nos a ajudar! Um apelo para preservar a Terra Santa e apoiar seu povo

Imagem: Vatican News

Apoiar os cristãos na Terra Santa: um ato de misericórdia

Desde a sua fundação, a Custódia da Terra Santa entendeu que a sobrevivência dos cristãos em sua terra não pode ser garantida apenas com a proteção dos santuários. Por esse motivo, foi uma das primeiras a criar escolas no Oriente Médio, fazendo da educação o centro de sua missão. Um compromisso com a preservação da identidade cristã, o fortalecimento da fé e a construção de uma sociedade capaz de enfrentar os desafios do tempo.

Por mais de 800 anos, os frades franciscanos têm sido a presença viva da Igreja na Terra Santa. Guardando os seus santuários, preservando a sua herança espiritual e apoiando os cristãos locais com dedicação. Apesar dos conflitos e transformações, continuam testemunhando incansavelmente o Evangelho e trabalhando pela dignidade de cada pessoa. Através das instituições por eles fundadas, escolas e hospitais, entre outras, ajudam os necessitados e mantém viva a identidade cristã na terra de Cristo. Assim, continuam alimentando a luz da esperança, para que a voz de Cristo permaneça viva na terra que acolheu seus primeiros passos.

Fr. TONY CHOUKRY, ofm, Ecônomo da Custódia da Terra Santa

Estamos no Campo dos Pastores, onde o Senhor enviou os anjos aos pastores para anunciar a Boa Nova, trazendo o verdadeiro anúncio, o anúncio da salvação, de uma nova era de vida, plena de alegria, longe das sombras. Neste ano, pedimos novamente a sua generosidade para com o povo desta terra, que sofre e passa momentos difíceis. Os santuários estão vazios, porque a guerra fechou tudo; mas esperamos que em breve tudo volte à normalidade. Fr.

SANDRO TOMAŠEVIĆ, ofm, Diretor do Lar das Crianças – Belém

Estamos no Lar das crianças em Belém, uma das muitas obras sociais da Custódia. Mantemos esta obra aqui, há mais de 17 anos, na cidade onde Jesus nasceu. Moramos aqui e cuidamos dessas crianças, mais de 30. E eu – como membro discreto da Custódia – vos convido a mostrarem o vosso apoio e amor por essas crianças, pelos cristãos, um apoio que pode chegar a nós através da coleta da Sexta-feira Santa. Uma doação especial, em favor das diversas obras sociais mantidas pela custódia.

Desde a sua fundação, a Custódia da Terra Santa entendeu que a sobrevivência dos cristãos em sua terra não pode ser garantida apenas com a proteção dos santuários. Por esse motivo, foi uma das primeiras a criar escolas no Oriente Médio, fazendo da educação o centro de sua missão. Um compromisso com a preservação da identidade cristã, o fortalecimento da fé e a construção de uma sociedade capaz de enfrentar os desafios do tempo.

Fr. TONY CHOUKRY, ofm, Ecônomo da Custódia da Terra Santa

Quando vou para outros lugares, as pessoas me perguntam: por que reformar uma escola em Belém, enquanto o país está marcado pela guerra e há risco de o conflito se alastrar? Fazemos isso porque queremos, antes de tudo, criar condições de trabalho para que as pessoas possam permanecer em suas terras. Em segundo lugar, queremos oferecer aos alunos um ambiente adequado para receber sua educação. Além disso, queremos afirmar fortemente que os cristãos permanecerão aqui. Este é um pacto que fizemos juntos e esperamos que vocês possam nos ajudar a mantê-lo. Nós, como frades, podemos ir embora, mas os cristãos permanecerão.

Também neste ano somos chamados a reviver novamente o mistério da nossa salvação, a morte e ressurreição de nosso Senhor Jesus Cristo. Este período da Quaresma é um momento importante para retornar ao Senhor, ouvir suas palavras e ajudar os necessitados. Mais uma vez pedimos sua caridade fraterna, sua manifestação de ajuda e solidariedade aos cristãos da Terra Santa, através da coleta na Sexta-feira Santa. A coleta da Sexta-feira Santa não se destina somente aos lugares santos, mas uma grande parte é destinada à apoiar as pessoas, as pedras vivas que estão aqui.

O período da Quaresma é coroado por obras de caridade e entre as mais nobres está o apoio aos cristãos que vivem em dificuldade na terra de Cristo.

 

Fonte: Vatican News

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Frei Canísio, OFM: 1º Monte alegrense a tornar-se presbítero da Igreja Católica

Antônio Henrique de Lima, era o seu nome de batismo. Nasceu no dia 8 de março de 1920, na antiga Rua da Palha, atual Avenida Dr. Lauro Sodré, bairro Centro, na cidade de Monte Alegre, às margens do Rio Gurupatuba, tributário do caudaloso Rio Amazonas. Seu pai, Antônio Henrique de Lima, era caixeiro na casa comercial de José Antônio Pinheiro, na cidade Baixa e sua mãe Ester Nunes de Lima, era costureira de roupas masculinas e dona de casa. Eram 13 irmãos, a seguir com o respectivo ano de nascimento, Raimunda (1916), Juvenal (1918), Antônio (1920), José (1922), Maria (1924), Emílio (1926), Emiliano (1928), Marina (1930), Joaquim (1931), Lourival (1934), Francisca (1935), Mário (1939) e Raimunda (1942). Raimunda e Juvenal, morreram no balatal do alto Rio Maicuru, onde trabalhavam como balateiros. Na infância, Frei Canísio, como todos de sua geração, fez muitas amizades, brincou e se divertiu nas ruas arenosas de sua cidade natal. Fez o curso primário na Escola Imaculada Conceição, instituição de ensino fundada por Dom Amando Bahlmann e Madre Imaculada, no ano de seu nascimento, instituição esta, regida pelas Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus (SMIC). Serviu ainda como acolito nas celebrações dominicais da Igreja matriz de São Francisco e foi membro ativo da Confraria dos Aluizianos, uma associação religiosa infanto-juvenil que tinha como patrono, São Luiz Gonzaga. Esta associação religiosa, deu origem ao Clube Esportivo e Social São Luiz, que por muitos anos funcionou em uma sede própria na cidade baixa. Ainda menino decidiu seguir a vida religiosa. Nesse tempo a então Prelazia de Santarém, onde a Igreja de Monte Alegre estava inserida, estava sob a responsabilidade dos Frades Franciscanos da Provincia de Santo Antônio do Brasil, e foi para esta ordem religiosa que o jovem “Antônio”, decidiu entrar. Então nosso jovem “pinta cuia”, viajou para João Pessoa (PB), onde concluiu o curso ginasial (científico), posteriormente seguiu para Olinda (PE) e Salvador (BA), onde estudou os cursos superiores de Filosofia e Teologia, respectivamente, inerentes à sua formação sacerdotal. Sua vestição religiosa se deu em 16 de janeiro de 1944, começando assim o seu noviciado, recebendo o hábito franciscano, oportunidade em que trocou o nome de Antônio, por “Frei Canísio”. A profissão temporária a fez no dia 17 de janeiro de 1945 e a profissão perpetua fez no dia 21 de fevereiro de 1948. Finalmente, a ordenação sacerdotal de Frei Canísio se deu no dia 17 de dezembro de 1949, no Convento Franciscano de Salvador (BA). O bispo que impôs as mãos para ordenar Frei Canísio, foi Dom Álvaro Augusto da Silva, Arcebispo de São Salvador da Bahia e Primaz do Brasil.

Assim, depois de concluído todo o seu processo de formação e de ordenação sacerdotal, em que se consumiram 13 anos ininterruptos, finalmente, Frei Canísio, prepara-se então, para retornar a Monte Alegre, sua terra natal, onde rezará sua primeira missa. Tiramos alguns trechos de uma longa e bonita crônica que está preservada por sua ordem religiosa, sobre a recepção e primeira missa rezada pelo neo-sacerdote em Monte Alegre, que aconteceu em 6 de janeiro de 1950.  A alegria e o entusiasmo de Frei Canísio eram imensos, assim como de todo o povo da pequenina e pacata Monte Alegre, da primeira metade do século XX. A cidade pinta cuia, se preparou festiva e enormemente para receber o seu filho mais ilustre, Frei Canísio, era o primeiro filho desta terra a tornar-se padre. As ruas estavam enfeitadas com palmeiras e bandeirinhas e grande massa de fiéis vindas do interior do município e de outras cidades da região e vários confrades seus acorriam para participar dos festejos em homenagem ao grande filho da terra pinta cuia.

A chegada triunfal de Frei Canísio a Monte Alegre, ocorreu no dia 5 de janeiro de 1950. As 5:30 da tarde se se ouviu o estrugir de inúmeros foguetes e bombas. É que se aproximava do porto da cidade o motor São Francisco, que conduzindo o sacerdote pinta cuia. Frei Canísio desembarcou no trapiche municipal entre prolongadas salvas de palmas e vivas do povo. Apesar da chuva, a população de Monte Alegre em peso acorrera ao local da recepção. Foi imensa a satisfação de todos; nunca se ouviu tanto estrondo de fogos com o naquela tarde. Dr. Edward Cattete Pinheiro, prefeito municipal, saudou em belo discurso a chegada do filho mais ilustre de Monte Alegre. A maior alegria foi da mãe de Frei Canísio em poder abraçar o filho padre depois de uma ausência de 13 anos. Todos os irmãos de Frei Canísio o abraçaram enormemente. Um irmão e uma irmã nunca o tinham visto, pois, nasceram depois de sua partida para o seminário. Só o pai não teve a felicidade de ver o filho padre, pois faleceu dois anos antes da volta do filho. As festas alusivas a ordenação de Frei Canísio seguiu até o dia 6 com recepção no convento franciscano, e cantou sua primeira missa na igreja matriz de São Francisco, era a época da missa tridentina, em que o padre celebrava de frente para o sacrário, e se voltando ao povo para a homilia. Frei Canísio fez então um sermão vibrante e eloquente. Depois da missa teve a cerimônia do beija-mão que quase não teve fim, esta tradição acho que hoje não mais existe na Igreja Católica. Ainda teve seção magna no salão do Colégio da Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus (SMIC), com a presença das associações religiosas, colegas do frei e demais autoridades.

Passado as festas alusivas a sua ordenação em sua terra natal, Frei Canísio retorna ao nordeste, onde desenvolve inteiramente seu apostolado em favor do povo de Deus e da Igreja. Nos dizeres do próprio Frei Canísio, ele trabalhou da praia ao sertão, nos lugares mais longínquos e pobres daquela que é a região mais carentes, em todos os sentidos, entre todas as regiões do Brasil, o Nordeste, mas passou boa parte de sua vida missionária em Campina Grande, que é a segunda maior cidade da Paraíba, ocupando o cargo de Vigário do Convento, tendo sido guardião por um triênio. Frei Canísio se notabilizou bem com o missionário popular. Quando não estava em missões pelo nordeste, ajudava bastante sua paróquia nas celebrações e sobretudo nas confissões. Gostava também de visitar os enfermos, levando o conforto dos sacramentos. Como missionário era muito procurado, comparável ao conhecidíssimo Frei Damião, capuchinho.! Por isso, ausentava-se, muitas vezes de Campina Grande para pregar missões pelos rincões do Nordeste, com outros missionários ou sozinho. Nos meses de setembro e outubro, sempre retornava a Monte Alegre, sua terra natal para pregar na festa do padroeiro São Francisco de Assis, era sempre um convidado de honra da paróquia pinta cuia e era um privilégio para ele, pois era motivo de regozijo e alegria estar entre os seus parentes e conterrâneos, além de que São Francisco também é o fundador e patrono de sua ordem religiosa.

Frei Canísio, era dono de uma voz eloquente e cavernosa, pregava com muita firmeza, alegria e ardor missionário, deixando seus ouvintes atentos e boquiabertos e também tem um detalhe curioso na vida de Frei Canísio, era o médico dos pobres, como era chamado. Nas missões populares ele sempre se interessou em adquirir alguma formula de receitas medicinais. Por isso, pra tudo quanto era doença ele inventava algum remédio caseiro. Frei Canísio, chegou a publicar um livreto só de receitas de remédios caseiros a base de ervas medicinais da região. Esse livro é muito procurado até hoje. Em uma das dependências do convento, fundou a Farmácia de Deus. Era um quarto com vasilhas, garrafas, frascos e folhas de várias ervas. Um armário onde guardava suas garrafadas com as quais aliviou e até curou muitas enfermidades. Testemunhas de curas não faltaram. Frei Canísio atendia todos que o procuravam para pedir algum remédio ou receita, sempre com muita paciência que lhe era característica.

A Câmara Municipal de Campina Grande, no ano de 1996, concedeu a Frei Canísio a Medalha de Honra ao Mérito Municipal, como reconhecimento dos relevantes serviços prestados à comunidade campinense. Frei Canísio sempre procurou viver como Jesus e São Francisco, era pobre, suas indumentárias eram poucas e simples e assim quis viver por toda a sua vida.

Aos 81  anos de idade, Frei Canísio recebeu uma autorização especial  de seu superior provincial Frei Afonso Chumacher, por tempo indeterminado para tratamento de saúde, confiando a senhora Maria Diva Lins, uma eximia e dedicada paroquiana de Monte Alegre e grande amiga do Freizinho, como ela o chama até hoje. Dona Maria Diva hospedou e cuidou de Frei Canísio em sua residência, no bairro Terra Amarela de 2001 até 2015, quando em 1º de fevereiro de 2015, a exemplo de São Francisco, nosso frade pinta cuia retorno à casa do Pai.

A Paróquia de São Francisco, através de seu pároco, Frei Alex Assunção da Silva, OFM, conseguiu uma autorização especial das autoridades municipais e da então Diocese de Santarém para que o primeiro padre nascido em Monte Alegre fosse sepultado ao lado do altar-mor da Igreja Matriz de São Francisco, e assim foi feito.

Paz e Bem.!

Por: João Evangelista Souza da Fonseca

membro fundador do Comitê Frei Canísio, administrador, professor, historiador, memorialista regional.

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1º Domingo da Quaresma

nossa vida sempre existe adversários. Adversários são aqueles que tem interesses e projetos contrários aos nossos. Por isso, os adversários se enfrentam com objetivo oposto, pois cada uma quer defender e garantir a realização do seu próprio projeto. Podemos citar exemplos de adversários:

  • No esporte, os dois times que entram no campo são adversários e os interesses são exatamente contrários, pois cada time quer ganhar o jogo, mas somente um vai conseguir;
  • No trabalho, existem adversários pois têm pessoas que querem derrubar os outros para ganhar alguma vantagem e justamente alcançar seu próprio projeto e objetivos;
  • Até na família pode ter adversários, marido e mulher que devem ser companheiros, mas podem se tornar adversários no pensamento e na ação, colocando o interesse pessoal acima do amor. Muitas vezes, os filhos querem seguir seu próprio caminho enquanto os pais têm outro plano e assim se tornam adversários.

Jesus também enfrentou um grande adversário! Ao ser batizado Jesus recebeu o Espírito Santo, e depois, foi ao deserto onde foi tentado por Satanás. A palavra Satanás significa adversário. No evangelho de hoje, no confronto entre Jesus e Satanás, há também o confronto de dois projetos. O projeto de Jesus é bem claro: “O Reino de Deus está próximo, convertei-vos e crede no evangelho” (Mc 1, 15).

O adversário de Jesus tinha outro plano, a destruição, manifestada nas três tentações, que são um resumo de tudo o que poderia desviá-lo de sua missão. São também um retrato das tentações que devemos vencer para não nos desviar do projeto de Deus. Jesus recusa o caminho do materialismo, do poder e do prestígio.

A primeira tentação do adversário é: “Se és Filho de Deus, manda que esta pedra se mude em pão” (Lc 4, 3).  Diante da tentação, Jesus respondeu: “A Escritura diz: não só de pão vive o homem.” (Lc 4, 3). É a tentação do materialismo e do consumismo, que leva a perder a sensibilidade humana e espiritual, favorecendo a ganância pelos bens materiais.  Para Jesus não é o acúmulo dos bens que deve guiar a vida das pessoas, mas a partilha que é o sinal da presença do Reino.

Na segunda tentação, o adversário disse a Jesus: “Eu te darei todo este poder e toda a sua glória…se te prostrares diante de mim em adoração, tudo isso será teu” (Lc 4, 6-7). É a tentação do poder. Todos nós temos sede de domínio sobre os outros e frequentemente somos tentados a nos tornar mais poderosos e donos dos outros e, assim, adversários uns dos outros. Na família, o pai e a mãe querem ser donos dos filhos, ou da esposa ou esposo. Na comunidade tem gente quer ser dono da comunidade, ser mais importante que o outro e mandar nos outros. Assim existem adversários na comunidade na disputa pelo poder. Na sociedade, queremos dominar os outros com nossos interesses, assim a disputa pelo poder leva para a corrupção e injustiça. Diante da tentação do adversário, Jesus respondeu: “A Escritura diz: Adorarás o Senhor teu Deus e só a ele servirás” (Lc 4, 8).  Para Jesus não é o poder que é o mais importante, mas o servir, que significa não buscar nossos interesses, mas nos colocar a serviço dos outros em busca de um mundo melhor.

A terceira tentação é do prestígio ou da fama. O adversário levou Jesus para a parte mais alta do Templo e disse: “Se és Filho de Deus, atira-te daqui abaixo! Porque a Escritura diz: Deus ordenará aos seus anjos a teu respeito, que te guardem com cuidado!” (Lc 4, 9-10).  Mas Jesus resistiu às ciladas do adversário: “A Escritura diz: não tentarás o Senhor teu Deus” (Lc 4, 12).  Ainda hoje tem pessoas que buscam o prestígio e a fama. Pode ser através de uma religião mais fácil, sem compromisso, que promete milagres, salvação, dinheiro, emprego, saúde. Pode ser através de elogios, colocando pessoas no pedestal, dando prestígio e fama. Para Jesus o que importa não é o prestígio, mas fazer a vontade de Deus e agir de uma maneira digna de nosso nome de cristãos.

O adversário da nossa fé continua se manifestando na sociedade hoje: na violência e vingança que geram insegurança e medo, no consumismo exagerado, na corrupção, na mentira e na falsidade, na ganância e prepotência e na destruição e desrespeito pela vida. São as tentações de todos os tempos que querem destruir a humanidade e nos desviar do caminho da fé. Por isso precisamos lutar contra o adversário, através de três práticas recomendadas para nós na Quaresma:  oração que nos leva a entrar em sintonia com Deus e sua vontade; jejum que é fazer sacrifício em vista do nosso objetivo que é construir o Reino; a caridade que é praticar o bem e amar o outro na partilha, no serviço desinteressado e na humildade.

A Campanha da Fraternidade este ano com o tema “Fraternidade e Ecologia Integral”, é também uma maneira de vencer as tentações do adversário. Assim, quando promovemos a vida das pessoas e de toda a criação, estamos nos esforçando para viver de acordo com o plano de Deus e lutando contra o adversário que quer ver seu projeto de injustiça e divisão vencer pela ignorância e desinformação. Por isso, precisamos lembrar que nosso adversário é perigoso, mas, como Jesus, podemos vencê-lo para continuar o nosso caminho de fé e renovar o compromisso de servir uns aos outros em vista de uma sociedade que promova o diálogo, a solidariedade e a paz.

Por: Frei Gregório Joeright, OFM

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“louvo o esforço em propor o tema da ecologia” Papa Francisco para a Campanha da Fraternidade

O Papa Francisco enviou sua mensagem à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) por ocasião da Campanha da Fraternidade 2025. No texto, ele felicita a Conferência dos Bispos pela realização da Campanha, há mais de 60 anos. Francisco também louvou o “esforço em propor o tema da ecologia, junto à desejada conversão pessoal a Cristo”.

Queridos irmãos e irmãs do Brasil,

Com este dia de jejum, penitência e oração, iniciamos a Quaresma deste Ano Jubilar da Encarnação. Nesta ocasião, desejo manifestar a minha proximidade à Igreja peregrina nessa Nação e felicitar os meus irmãos da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil pela iniciativa da Campanha da Fraternidade, que se repete há mais de 60 anos e que neste ano tem como tema “Fraternidade e Ecologia Integral” e como lema a passagem da Escritura na qual, contemplando a obra da criação, “Deus viu que tudo era muito bom” (cf. Gn 1,31).

Com a Campanha da Fraternidade, os bispos do Brasil convidam todo o povo brasileiro a trilhar, durante a Quaresma, um caminho de conversão baseado na Carta Encíclica Laudato Si’, que publiquei há quase 10 anos, em 24 de maio de 2015, e que senti necessidade de complementar com a Exortação Apostólica Laudate Deum, de 4 de outubro de 2023.

Nestes documentos, quis chamar a atenção de toda a humanidade para a urgência de uma necessária mudança de atitude em nossas relações com o meio ambiente, recordando que a atual «crise ecológica é um apelo a uma profunda conversão interior» (Laudato Si’, 217). Neste sentido, o meu predecessor de venerável memória, São João Paulo II, já alertava que era «preciso estimular e apoiar a “conversão ecológica”, que tornou a humanidade mais sensível» (Audiência, 17 de janeiro de 2001) ao tema do cuidado com a Casa Comum.

Por isso, louvo o esforço da Conferência Episcopal em propor mais uma vez como horizonte o tema da ecologia, junto à desejada conversão pessoal de cada fiel a Cristo. Que todos nós possamos, com o especial auxilio da graça de Deus neste tempo jubilar, mudar nossas convicções e práticas para deixar que a natureza descanse das nossas explorações gananciosas.

O tema da Campanha da Fraternidade deste ano expressa também a disponibilidade da Igreja no Brasil em dar a sua contribuição para que, durante a COP 30 do próximo mês de novembro, que se realizará em Belém do Pará, no coração da querida Amazônia, as nações e os organismos internacionais possam comprometer-se efetivamente com práticas que ajudem na superação da crise climática e na preservação da obra maravilhosa da Criação, que Deus nos confiou e que temos a responsabilidade de transmitir às futuras gerações.

Desejo que esse itinerário quaresmal dê muitos frutos e nos encha a todos de Esperança, da qual somos peregrinos neste Jubileu. Faço votos que a Campanha da Fraternidade seja novamente um poderoso auxílio para as pessoas e comunidades desse amado País no seu processo de conversão ao Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo e de compromisso concreto com a Ecologia Integral.

Confiando estes votos aos cuidados de Nossa Senhora Aparecida, concedo de bom grado a Bênção Apostólica a todos os filhos e filhas da querida nação brasileira, de modo especial àqueles que se empenham no cuidado com a Casa Comum, pedindo que continuem a rezar por mim.

Roma, São João de Latrão, 11 de fevereiro de 2025, memória litúrgica de Nossa Senhora de Lourdes.

Franciscus

Fonte: cnbb.org.br