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Abertura das Festividades de São Francisco em Monte Alegre (PA)

No dia 21 de setembro, as festividades em honra a São Francisco, padroeiro de Monte Alegre (PA), tiveram início com a tradicional transladação da imagem do santo, às 3h30 da madrugada. A procissão, repleta de fé e devoção, saiu da igreja Matriz de São Francisco e seguiu em direção à comunidade de Nossa Senhora do Livramento, no bairro Surubeju. Uma multidão de devotos participou deste ato de amor e fé, enchendo o trajeto de homenagens e expressões de carinho ao santo querido.

Este ano, no qual se celebra o oitavo centenário dos da impressão das chagas em Francisco de Assis, o tema das festividades, “São Francisco e os Estigmas Sociais”, convida os fiéis a refletirem sobre os desafios sociais contemporâneos à luz do exemplo franciscano de simplicidade e cuidado com os mais vulneráveis. O lema da festa tirado dos escrito de São Francisco também recorda a presença junto ao que estão mais necessitados.

Ao chegar à comunidade de Nossa Senhora do Livramento, ainda antes do amanhecer, foi celebrada a Santa Eucaristia, presidida por Frei Gregório Joeright, pároco. Em sua homilia, Frei Gregório destacou aspectos da vida de São Francisco que inspiram e encorajam os fiéis a viverem com autenticidade os valores cristãos, especialmente durante as festividades deste ano.

A programação das Festividades de São Francisco segue até o dia 5 de outubro, com diversas atividades religiosas e sociais que prometem continuar unindo a comunidade em torno da espiritualidade franciscana.

Venha participar e celebrar conosco!

Frei Erlison Campos, OFM

Vigário paroquial da Paróquia São Francisco

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Semana Vocacional Franciscana na Custódia São Benedito da Amazônia

A Custódia São Benedito da Amazônia está promovendo a Semana Vocacional Franciscana, reunindo sete jovens de diversas localidades da Amazônia na Fraternidade São Francisco, em Monte Alegre. O evento ocorre de 9 a 14 de julho e tem como tema “Assinalados pelo amor de Cristo”, uma alusão ao Jubileu de 800 anos dos Estigmas de São Francisco.

Os jovens participantes são guiados por Frei Erlison Campos, animador vocacional da Custódia, juntamente com Frei Paixão, Frei Gean, Frei Leandro, Frei Felip e Frei Jacó. A semana vocacional é composta por experiências e formações que visam animar e inspirar os candidatos à vida religiosa.

Durante o evento, haverá uma celebração especial em comemoração ao jubileu de 20 anos de ordenação presbiteral do Frei Alex Assunção. Além dos sete jovens presentes em Monte Alegre, a Custódia conta com outros dois jovens que não puderam participar desta semana e mais cinco jovens do povo Munduruku, que realizarão a semana vocacional em seu próprio território devido à distância.

Desejamos que este seja um tempo de muita alegria e discernimento para todos os envolvidos, fortalecendo o caminho vocacional na região amazônica.

por: Frei Erlison Campos

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Apelo do Frei Patton, Custódio da Terra Santa, aos bispos do Brasil

Depois de experimentar mais de dois anos de incerteza devido à Covid e de nos iludirmos de que tinha voltado a normalidade, subitamente, no dia 7 de Outubro de 2023, fomos surpreendidos pela eclosão de uma nova guerra na Terra Santa, que, além de causar milhares de mortes e centenas de reféns, bloqueou mais uma vez o fluxo de peregrinos e deixou muitos dos nossos cristãos sem trabalho especialmente em Belém e em toda Palestina, mas também na Cidade Velha de Jerusalém e em Israel.

O Custódio da Terra Santa recordou os 50 anos da Exortação Apostólica de Paulo VI

A Exortação Apostólica Nobis in Animo de Sua Santidade Paulo VI, ao Episcopado, ao Clero e aos fiéis de todo o mundo, sobre as crescentes necessidades da Igreja na Terra Santa, completa 50 anos. “São Paulo já tinha no coração o cuidado com os primeiros cristãos. O próprio Apóstolo trouxe ajuda à Cidade Santa, vendo na Coleta um vínculo de unidade e comunhão entre as novas comunidades de cristãos e a Igreja nascente em Jerusalém”. No tempo de São Paulo, mas também nestes 800 anos de presença franciscana na Terra Santa, os desafios sempre foram e continuam sendo muito grandes.

A presença franciscana na Terra Santa em meio a guerras e conflitos

A presença franciscana na Terra Santa, desde 1217, foi  desejada  pelo nosso fundador São Francisco. Sucessivamente, em 1342, o Papa Clemente VI confiou-nos a custódia dos Lugares Santos. Missão essa confirmada pela Igreja em vários documentos e diretamente através das visitas dos papas; São João Paulo II, Bento XVI e Papa Francisco.

Uma missão que é uma grande honra, mas também um grande compromisso em um território onde estão os santuários que preservam toda a história da nossa salvação e que ao mesmo tempo são tão marcados por tensões e conflitos.

A nossa Ordem dos Frades Menores atualmente está presente na Terra Santa com aproximadamente 270 religiosos e cerca de 50 jovens em formação provenientes de 60 países. Entre estes, 7 frades são do Brasil. É nossa missão, segundo o mandato da Santa Sé, cuidar dos lugares santos, cuidar pastoralmente dos fiéis locais nas principais paróquias, acolher  os peregrinos e também implementar obras educativas como escolas, serviços sociais, como lares para famílias, idosos, e jovens, ambulatórios e dispensários, obras de promoção humana através da criação de empregos, iniciativas de apoio a trabalhadores migrantes e refugiados.

O Diálogo a exemplo de São Francisco e o Sultão do Egito

Francisco de Assis, no seu encontro com o Sultão do Egipto, ensina-nos a sair dos esquemas para procurar o diálogo com mundos religiosos e culturas diferentes das nossas e ainda hoje parece muito atual  para a comunidade internacional que vive uma paralisia diplomática e parece ter renunciado soluções diferentes daquelas do confronto entre exércitos.

Procuramos dar voz à mensagem do Papa Francisco com um apelo constante: “ Basta de guerras! Os civis não sejam vítimas.” Na sua última mensagem por ocasião da Páscoa, ele nos encorajou: “vocês não estão sozinhos e não os deixaremos sozinhos, mas permaneceremos solidários através da oração e da caridade ativa. Renovo o meu convite a todos os cristãos do mundo para que façam sentir o seu apoio concreto; a ocasião favorável é a Coleta da Sexta-Feira Santa”.

A falta de peregrinos e o desastre econômico também são evidenciadas na carta do Cardeal Claudio Gugerotti, Prefeito do Dicastério para as Igrejas Orientais: “Especialmente nestes tempos de guerra e ausência de peregrinações a Jerusalém, o apoio concreto dos católicos de todo o mundo é vital para os cristãos da Terra Santa”.

O apelo do Custódio

Nesta situação, sentimos a necessidade da vossa proximidade e solidariedade. Antes de tudo através da oração, porque estamos convencidos de que somente a ação da graça de Deus pode mudar os corações e levá-los  ao diálogo, a reconciliação e a paz. Depois, solidariedade e proximidade através das peregrinações à Terra Santa. Por fim, proximidade e solidariedade também através da partilha de recursos econômicos, para que possamos continuar a nossa missão, a missão da Igreja, a missão de todos nós.

Que o Senhor abençoe o vosso encontro nestes dias e o vosso compromisso pastoral, que Ele faça crescer o vínculo e a partilha entre as Igrejas.

Contem sempre com as nossas orações aqui nos lugares santos e será uma grande alegria recebe-los em peregrinação.

Muito obrigado.

 

Silvonei José – Vatican News – Aparecida

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt/igreja/news/2024-04/apelo-frei-francesco-patton-bispos-brasil.html

 

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Retiro da fraternidade São Boaventura: uma reflexão pascal junto à natureza  

 

Na manhã de hoje (06 de abril), a fraternidade São Boaventura visitou as instalações do Bosque da Ciência do INPA – Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – e aproveitou o local para contemplar a natureza, encontrando um ambiente favorável para meditar e refletir. O bosque está situado dentro da cidade de Manaus, é um espaço verde no meio da capital amazonense.

Em funcionamento desde 1995, o bosque conta com várias trilhas e com exposições sobre a biodiversidade da região. Serve não apenas para espalhar conhecimento sobre a Amazônia, mas para que as pessoas possam sentir a necessidade da preservação do meio-ambiente. Do ponto de vista cristão, trata-se de um lugar propício para cultivar uma educação e espiritualidade ecológica, aos moldes do que sugere o capítulo VI da Laudato Si’. Nele é possível maravilhar-se com a grandiosidade da Amazônia, literalmente pois contém árvores estupendas e a maior folha catalogada do mundo.

O espaço reserva possibilidade de contato com vários elementos da natureza amazônica. Um local bem apropriado para meditar sobre a Páscoa de Cristo e a Casa Comum. A visita ao Bosque da Ciência do INPA não apenas proporcionou uma conexão com a natureza, mas também foi um momento propício para cultivar a introspecção e a espiritualidade, nutrindo o bem-estar em meio ao ritmo frenético da vida moderna.

O Bosque da Ciência é visitado por diferentes pessoas e com diversas intenções, no entanto, uma visita como fraternidade franciscana apresenta também aspectos singulares.  A contemplação e a fraternidade com a criação são aspectos importantes do franciscanismo e uma atividade como essa desperta esses elementos no coração da Fraternidade.

Ao final do dia de recolhimento os frades retornaram para a fraternidade com um ânimo renovado pelo contato com a natureza, pela meditação do textos e por desfrutar de momentos de silêncio em meio aos cantos dos pássaros. A cada mês a fraternidade busca fazer um desses momentos de retiro para poder, em comunidade, recolher-se um pouco e pensar sobre aspectos da fé e da vida franciscana.

 

Uma reflexão Pascal

Além do contato com a irmã natureza os frades dedicaram a manhã para refletir a mensagem do Papa Francisco para a Páscoa de 2024.  A mensagem do Papa ressoa o anúncio da ressurreição, revive “o espanto das mulheres que foram ao sepulcro”. Nesse mesmo sentido estar em meio a natureza pode ajudar a sentir o reflorescimento da nova criação.

O remover da grande pedra, lembrado pelo pontífice na mensagem, ecoa hoje também nos grandes desafios da Amazônia. A mensagem demonstra ainda uma grande preocupação com os rumos da humanidade, marcada pelas guerras e os frades em retiro igualmente expressaram essa preocupação com “pedras que precisam ser movidas”.  O caminho da fraternidade em meio a inimizade, aberto no túmulo vazio, permanece como um desafio a ser abraçado em conjunto e contato com a força de Deus. Esses e demais trechos da mensagem foram comentados entre os frades.

Frei Felip Luz, OFM

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Domingo de Páscoa 2024

Nós somos cercados por sinais. Todos os dias usamos sinais para ajudar na comunicação e nos nossos afazeres. Um sinal de trânsito, por exemplo, serve para nos orientar nas estradas, para não errar o caminho e nem correr o risco de um acidente. Usamos sinais com nossas mãos para comunicar algo para as pessoas e dizer o que precisamos ou expressar um sentimento. Na Bíblia os sinais indicam que Deus está realizando algo que não é percebido por quem não faz a experiência de fé e amor. Estes sinais não são provas lógicas ou argumentos, mas apontam para uma nova realidade para quem tem fé e vive o amor.

No final da leitura do evangelho de hoje, o discípulo amado ao entrar no túmulo: “viu e acreditou, de fato, eles ainda não tinham compreendido a Escritura”. O que ele viu? A pedra retirada, o túmulo vazio e os panos enrolados à parte. São sinais!

Para compreender estes sinais, vamos olhar para o início deste evangelho. Foi Maria Madalena que foi primeiro ao túmulo, bem de madrugada. Ela representa toda a comunidade que não podia acreditar, pois diante da ausência do corpo de Jesus, ela diz: “Tiraram o Senhor do túmulo, e não sabemos onde o colocaram” (Jo 20, 2b). Ela e a comunidade procuram uma explicação para o sinal do sepulcro vazio.

Podemos lembrar os acontecimentos e por aquilo que a comunidade passou:

Eram pessoas pobres e simples que seguiram Jesus, acreditavam na sua palavra e nos seus sinais, apostaram no seu projeto, por isso eram capazes de deixar tudo;

Participaram da ceia quando Jesus repartiu o pão e o cálice, lavou os pés e mostrou o caminho do amor pelo sinal da partilha e do serviço. Foram tocados pelo ensinamento do amor e da promessa do Espírito Santo;

Mas, de repente, viram Jesus condenado, torturado e morto na cruz. Não só a morte de alguém que eles amavam, mas o fim do projeto de esperança, da possibilidade da libertação e da realização das promessas de Deus. Parecia que o sinal da vida era vencido pela morte.

Diante disto, foi o discípulo amado que correu mais depressa ao sepulcro, ele viu e acreditou. Ele foi o discípulo que Jesus amava e foi justamente o amor que o fez correr mais depressa. Então ele representa a comunidade que não compreende, mas, ao mesmo tempo, é capaz de acreditar que o amor é mais forte que a morte. A explicação para o sepulcro vazio é justamente a vitória da vida.

Assim, o sinal da ausência de Jesus no sepulcro se tornou uma oportunidade de acreditar. Foi a partir deste sinal que os discípulos compreenderam que Jesus ressuscitou e seu projeto de amor venceu. Assim, os sinais da ressurreição são justamente os sinais de fé e amor. Foi a fé e o amor que venceram o poder romano que condenou Jesus a morte, o amor é mais forte que a violência. A fé e o amor venceram os fariseus que não podiam acreditar na superação da Lei. A fé e o amor venceram a sociedade que exclui os pobres, os aleijados e leprosos e que promove a intolerância e a indiferença, pois em Jesus todos têm esperança de vida nova. Foram estes os sinais do amor que o discípulo viu e por isso acreditou. Assim a comunidade testemunhou e começou a pregar, a viver o projeto que Jesus anunciava e viver os sinais da ressurreição.

Nós também somos capazes de acreditar na ressurreição que significa não simplesmente superar dúvidas de fé, mas manifestar os sinais da ressurreição. E o maior sinal da ressurreição é o amor.  O amor que vence a sociedade violenta em que vivemos e é capaz de viver a solidariedade. É este amor que vence as desigualdades sociais, a intolerância e a indiferença para vivermos uma verdadeira amizade social. É este amor que vence a destruição da vida e da criação, capaz também de respeitar toda a vida e promover ações de justiça e fraternidade. Enfim é o amor que vence a morte e a fé que vence as dúvidas.

Então, nós somos o discípulo amado, capazes de correr, viver o amor e manifestar os sinais da ressurreição. Por isso, lembramos a resposta do salmo de hoje: “Este é o dia que o Senhor fez para nós: alegremo-nos e nele exultemos”. DOMINGO DA PÁSCOA – 2024

Nós somos cercados por sinais. Todos os dias usamos sinais para ajudar na comunicação e nos nossos afazeres. Um sinal de trânsito, por exemplo, serve para nos orientar nas estradas, para não errar o caminho e nem correr o risco de um acidente. Usamos sinais com nossas mãos para comunicar algo para as pessoas e dizer o que precisamos ou expressar um sentimento. Na Bíblia os sinais indicam que Deus está realizando algo que não é percebido por quem não faz a experiência de fé e amor. Estes sinais não são provas lógicas ou argumentos, mas apontam para uma nova realidade para quem tem fé e vive o amor.

No final da leitura do evangelho de hoje, o discípulo amado ao entrar no túmulo: “viu e acreditou, de fato, eles ainda não tinham compreendido a Escritura”. O que ele viu? A pedra retirada, o túmulo vazio e os panos enrolados à parte. São sinais!

Para compreender estes sinais, vamos olhar para o início deste evangelho. Foi Maria Madalena que foi primeiro ao túmulo, bem de madrugada. Ela representa toda a comunidade que não podia acreditar, pois diante da ausência do corpo de Jesus, ela diz: “Tiraram o Senhor do túmulo, e não sabemos onde o colocaram” (Jo 20, 2b). Ela e a comunidade procuram uma explicação para o sinal do sepulcro vazio.

Podemos lembrar os acontecimentos e por aquilo que a comunidade passou:

Eram pessoas pobres e simples que seguiram Jesus, acreditavam na sua palavra e nos seus sinais, apostaram no seu projeto, por isso eram capazes de deixar tudo;

Participaram da ceia quando Jesus repartiu o pão e o cálice, lavou os pés e mostrou o caminho do amor pelo sinal da partilha e do serviço. Foram tocados pelo ensinamento do amor e da promessa do Espírito Santo;

Mas, de repente, viram Jesus condenado, torturado e morto na cruz. Não só a morte de alguém que eles amavam, mas o fim do projeto de esperança, da possibilidade da libertação e da realização das promessas de Deus. Parecia que o sinal da vida era vencido pela morte.

Diante disto, foi o discípulo amado que correu mais depressa ao sepulcro, ele viu e acreditou. Ele foi o discípulo que Jesus amava e foi justamente o amor que o fez correr mais depressa. Então ele representa a comunidade que não compreende, mas, ao mesmo tempo, é capaz de acreditar que o amor é mais forte que a morte. A explicação para o sepulcro vazio é justamente a vitória da vida.

Assim, o sinal da ausência de Jesus no sepulcro se tornou uma oportunidade de acreditar. Foi a partir deste sinal que os discípulos compreenderam que Jesus ressuscitou e seu projeto de amor venceu. Assim, os sinais da ressurreição são justamente os sinais de fé e amor. Foi a fé e o amor que venceram o poder romano que condenou Jesus a morte, o amor é mais forte que a violência. A fé e o amor venceram os fariseus que não podiam acreditar na superação da Lei. A fé e o amor venceram a sociedade que exclui os pobres, os aleijados e leprosos e que promove a intolerância e a indiferença, pois em Jesus todos têm esperança de vida nova. Foram estes os sinais do amor que o discípulo viu e por isso acreditou. Assim a comunidade testemunhou e começou a pregar, a viver o projeto que Jesus anunciava e viver os sinais da ressurreição.

Nós também somos capazes de acreditar na ressurreição que significa não simplesmente superar dúvidas de fé, mas manifestar os sinais da ressurreição. E o maior sinal da ressurreição é o amor.  O amor que vence a sociedade violenta em que vivemos e é capaz de viver a solidariedade. É este amor que vence as desigualdades sociais, a intolerância e a indiferença para vivermos uma verdadeira amizade social. É este amor que vence a destruição da vida e da criação, capaz também de respeitar toda a vida e promover ações de justiça e fraternidade. Enfim é o amor que vence a morte e a fé que vence as dúvidas.

Então, nós somos o discípulo amado, capazes de correr, viver o amor e manifestar os sinais da ressurreição. Por isso, lembramos a resposta do salmo de hoje: “Este é o dia que o Senhor fez para nós: alegremo-nos e nele exultemos”.

 

Frei Gregório Joeright, OFM

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O Tríduo Pascal no olhar das comunidades

Fotos do Arquivo da Paróquia São Francisco em Monte Alegre – PA 

O Tríduo Pascal é celebrado vivamente todos os anos pelas comunidades em muitos lugares do mundo. Muitos escritores de muitas épocas já escreveram sobre essas liturgias, mas nossa intenção neste texto é mostrar o “olhar das comunidades” e captar os sentimentos que a celebração anual da páscoa desperta no povo, especialmente entre os mais simples.

Este tríduo celebra o centro de toda a vida do Senhor Jesus, pela salvação e libertação da humanidade. Ele é o ponto alto da vida das comunidades. Mas, nem sempre detemos o olhar naquilo que esses ritos nos dizem, muitas das vezes estamos mais preocupados em “fazer acontecer” do que em “aproveitar o momento”.

Ao falar do tríduo pascal recordamos o empenho que sempre os grupos dedicam para celebrar bem esse momento de fé. São pessoas que muitas vezes enfrentam distâncias para participar dessas liturgias e reavivar a sua caminhada como membro da Igreja. São dias intensos de orações, reflexões, recolhimento, memória e participação do povo de Deus, que caminha, celebra e segue os passos de Jesus. É importante conhecer cada dia do Tríduo pascal, pois é fundamental para nós discípulos-missionários, conhecer os passos, as ações e a presença libertadora de Deus, na vida de Jesus e das comunidades.

O Tríduo Pascal revela a intensidade do amor de Deus, que se encarna entre nós na pessoa de Jesus, e se resume nesses três abençoados dias celebrativos, como ensinamentos, memória para nunca ser esquecida, vitória sobre a morte e prosseguimento da missão. Nós somos convidados a passar da paixão, morte e assumir corajosamente a ressurreição de Jesus, na vida particular e na comunhão da comunidade em favor dos pequenos. Cada dia, traz ensinamentos, ações e compromissos, pois o Tríduo Pascal possibilita uma conversão:

Quinta feira Santa – Na manhã da quinta-feira santa (ou em outra ocasião conforme necessidades pastorais) nas catedrais do mundo todo é celebrada a missa do Crisma. Nesta liturgia ocorre a consagração do crisma e a bênção dos óleos dos enfermos, dos catecúmenos. Após a homilia, os presbíteros fazem a renovação das promessas feitas no dia da ordenação. Em unidade, o povo de Deus celebra  a eucaristia e recorda a importância do sacerdócio ministerial como dons de Cristo, o ungido de Deus Pai.

Fotos do Arquivo da Paróquia São Francisco em Monte Alegre – PA

Mas o Tríduo Pascal começa mesmo na parte da noite, com a missa da Ceia do Senhor, conhecida como “Missa do lava-pés”. Estão bem presentes o memorial da Páscoa, tanto a passagem para libertação vivida pelos judeus como a entrega de Jesus e sua passagem da morte para a ressurreição. Nessa liturgia as comunidades se reúnem para a Ceia com Jesus. Juntos escutam o relato de Paulo sobre a instituição da eucaristia, presente na Carta aos Coríntios. Nesta celebração, temos também o rito do lava-pés, que apresenta o gesto de Jesus que ensina a importância do serviço. Para as comunidades, esta celebração é um verdadeiro testemunho e ensinamentos de Jesus, que se doa, que serve, que se torna igual, que desce para lavar os pés.

Sexta-feira Santa – É o segundo dia do tríduo pascal. É o dia da Páscoa da Cruz. É um dia em que muitas pessoas se unem para celebrar em comunidade a Paixão do Senhor, a sua morte de cruz em favor da libertação integral do gênero humano. O silêncio já chama a atenção das pessoas. Dá de sentir a simplicidade e despojamento que mexem com cada comunidade resgatando o sentido de dar a vida em favor dos irmãos e irmãs. Para muitos pode ser o dia de fazer um gesto de carinho em direção da cruz, mas essa simples atitude exige muito de nós diante de todos os sofredores da terra.

A entrega de Jesus é redentora, e seu sofrimento na Cruz grita aos ouvidos das comunidades que contemplam o Bom Jesus, que padeceu por nosso amor. Ele de fato, amou até o fim (Jo 13) e nós ficamos sem palavras diante desse grande mistério. Nesse dia, não se celebram os sacramentos, nesta “pausa” a Igreja realiza a ação litúrgica da Paixão do Senhor. Celebramos a sua palavra, contemplamos a cruz e recebemos a eucaristia (com as hóstias da missa da ceia do Senhor). Nas partes dessa liturgia Na cruz libertadora recebemos e aprendemos que Jesus sofreu a paixão do amor de uma forma intensa, infinita, doando sua própria vida pela vida dos seres humanos e o sangue derramado na cruz purifica é o sangue salvador.

Sábado Santo – A manhã desse dia é marcada pelo “profundo silêncio” e tarde pelo clima da espera. À noite o povo se reúne para a celebração da grande Vigília, como as antigas comunidades chamavam: “a mãe de todas as celebrações”. É o dia da vigília pascal, na espera da ressurreição de Jesus Cristo, comemoração da ressurreição do Cristo, a renovação da esperança das comunidades que acreditam na vitória de Jesus sobre a morte. É a celebração da luz que vence as trevas, por isso, começa com o acendimento do fogo novo. Essa vigília é um louvor ao Deus da vida e um canto de exultação com Cristo que ressuscitou dos mortos.

A liturgia contém várias simbologias e significados profundos, que traz presente à Páscoa do Senhor, a sua passagem da morte para a vida. A Vígilia é celebra ao redor da luz, da Palavra, da água e da Eucaristia.  É uma liturgia repleta de comunicação e onde podemos beber da Páscoa a grande fonte da fé e da vida das comunidades.

Esta celebração faz memória de toda a caminhada do povo de Deus guiada e acompanhada pelo poder de Deus. Na liturgia da Palavra, vemos como uma visão geral dos acontecimentos salvífico que começa apresentando a criação (Gênesis), a saída da escravidão para a libertação (êxodo), a animação da fé e da esperança que é renovada e alimentada pelos profetas, chegando ao Novo Testamento que nos presenteia com a leitura de Romanos 6, 3-11, dizendo que somos Batizados e com o Batismo morremos para o pecado e ressuscitamos com Jesus para a vida nova. Esta caminhada de sofrimentos, lutas, resistências e Vitórias, é motivação para reanimar nossas comunidades a se manterem fiéis diante das dificuldades, na certeza da vitória de Cristo Jesus.

É a noite da certeza, da confirmação suprema da Vitória de Jesus, vencedor das trevas, de todo mal, de toda dominação, de todo tipo de morte. A vida triunfou, aleluia!. Nos domingos seguintes, vamos fazer a festa da Páscoa do Senhor, através das celebrações do ciclo pascal. Pois Cristo está vivo e caminha conosco, com nossa Igreja, com nossas comunidades, abrindo os olhos e indicando o caminho para os discípulos missionários dos dias atuais.

Celebrar em comunidade o Tríduo Pascal é lembrar que não vivemos nossa fé isolados, mas como pessoas que se unem ao redor da memória viva de Jesus. A liturgia do Tríduo reaviva ainda em nós o compromisso com o Reino, a busca da profecia e o ardor missionário. Ao celebrar Jesus que passa da morte para vida e que caminha conosco, recordemos aquelas realidades ainda sem “Páscoa” e a nossa tarefa de construirmos um mundo mais fraterno. Especialmente neste ano, rezemos pela paz entre os povos e pela amizade social.

Ao festejarmos Cristo, nossa Páscoa recordamos e fazemos presente a sua doação total, seu corpo entregue e seu sangue derramado. O memorial do Mistério Pascal marca a cada um de nós particularmente e em coletivo como pessoas que buscam em Cristo o sentido das suas vidas. E essa memória do Senhor se associa com tantas pessoas que também deram sua vida para o bem comum, daqueles que em nossos bairros defendem os direitos de todos, dos que se preocupam com a natureza. O Tríduo Pascal é uma celebração que ilumina a existência concreta que toca cada um de nós. Que esse Tríduo, nos olhos das comunidades, seja possibilidade de vida nova, de celebrar o reflorescimento da esperança que vence toda dor e exclusão.

Ângela Tereza Corrêa

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Mensagem do Ministro Custodial para o Curso de Franciscanismo 2024

 

Foto: ofmsantoantonio.org

O Ministro Custodial  Frei Edilson Rocha, enviou mensagem aos participantes do Curso Interprovincial  de Franciscanismo 2024, que acontece na Cidade de Canindé (CE). A Custódia São Bendito da Amazônia é uma das entidades que anualmente realiza essa formação com frades do tempo da profissão temporária. Participam do Encontro, em nome da Custódia, os frades professos temporários o secretário para formação e estudos Frei John Araújo. Abaixo você pode conferir o conteúdo da mensagem envida por Frei Edilson.

Carrego no meu corpo os estigmas de Jesus” (Gal 6, 17)

Tocados pelas chagas de Cristo, abracemos os chagados do nosso mundo.

Santarém, 27 de janeiro de 2024

Caríssimos irmãos reunidos no encontro de Franciscanismo em Canindé, CE,

Paz e todo Bem!

Desejo que este vosso encontro, que já está nos últimos dias, tenha sido muito proveitoso para todos, com uma experiência de convivência fraterna e reflexões muito enriquecedoras a respeito da herança espiritual de nosso seráfico pai São Francisco, junto a este Santuário Franciscano que evoca as sagradas chagas de Cristo impressas no corpo santo de São Francisco de Assis!

O maior tesouro espiritual que São Francisco nos legou é justamente o seu testemunho de vida apaixonada por Cristo, especialmente pelo Cristo nu e crucificado, para usar a expressão do próprio santo nosso fundador, paixão expressa no próprio corpo do pobrezinho de Assis, nas chagas esculpidas pelo Serafim Crucificado, como que coroando a experiência mística profunda de imersão no mistério da Cruz, morte e ressurreição de Jesus.  Este ápice da vida de Francisco identificada com o Crucificado também é o ponto de chegada de uma vida profundamente comprometida no acolhimento e no abraço aos estigmatizados deste mundo, como bem o narra São Francisco em seu testamento, lembrando do abraço no irmão leproso, símbolo da humanidade mais chagada e estigmatizada de seu tempo e de seu mundo: os mais pobres entre os pobres.

Espero que todos vocês voltem destes dias de encontro fortalecidos em sua vocação de irmãos e menores – irmãos de todos e todas as pessoas – animados do mesmo espírito que conduziu São Francisco ao encontro do Cristo que se manifesta de tantos modos, mas sobretudo na humanidade empobrecida e sofredora, na qual podemos contemplar os corpos chagados de tantos irmãos e irmãs. Nesta contemplação, possamos todos aprofundar a nossa paixão pelo Cristo e a paixão pela humanidade, como dimensão inerente à nossa vocação de consagrados.  Contemplar os estigmas de São Francisco, neste ano em que celebramos o oitavo centenário dos estigmas do pai seráfico, fortaleça em vocês e reavive em todos nós, frades menores, o compromisso de viver a fraternidade entre nós e com todos os irmãos e irmãs com quem nos encontramos pelo nosso caminho. Não podemos reter para nós estes bens espirituais que o Senhor nos dá como Graça. Por isso, esperamos que vocês partilhem com todos, na missão evangelizadora, o que recebestes do Senhor, como ele mesmo nos diz: “De graça recebestes, de graça deveis dar” (Mt 10: 6).

Todos vocês, queridos irmãos, sois a nossa esperança e o nosso futuro! Que o Senhor Jesus, Crucificado e Ressuscitado, ilumine vocês e conceda a todos vocês todos os bens espirituais com que agraciou São Francisco e Santa Clara de Assis, junto com generosidade, conversão, perseverança, fidelidade na missão evangelizadora!

Meu abraço alegre e fraterno, desejando que todos vocês sejam abençoados com ótimas viagens de retorno às suas casas e às atividades próprias deste tempo em suas vidas, com muito sucesso!

Fraternalmente,

Frei Edilson Rocha, OFM

Custódio

 

 

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Mensagem do Ministro Geral para o Curso de Franciscanismo 2024

Prossegue no Santuário de Canindé a edição 2024 do Curso Interprovincial de Franciscanismo que une as entidade OFM do Norte e Nordeste. Na tarde de hoje (23) os participantes do Curso receberam uma mensagem especial do Ministro Geral, Frei Massimo Fusarelli. A carta expressa a alegria desse encontro ser realizado no santuário de Canindé e ainda por ser uma oportunidade de dar passos no caminho formativo. Na mensagem, Frei Massimo comenta ainda o tema e lema escolhidos para o encontro. Veja a seguir o conteúdo da mensagem na íntegra.

 

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Curso interprovincial de Franciscanismo 2024 em Canindé

Frades do tempo da profissão temporária e formadores das entidades do Ordem do Frades Menores no Norte e Nordeste mais uma vez se encontram para o Curso Interprovincial de Franciscanismo. Desta vez o Curso será realizado na cidade cearense de Canindé. O tema desta é “Nos estigmas de São Francisco, somos chamados a abraçar os irmãos” e o lema é “Recebestes de graça, dai de graça” (Mt 10,6). Os frades da fraternidade São Boaventura (Manaus – AM) da Custódia São Benedito da Amazônia estão presentes no evento. Esses dias de estudo, oração e reflexão tem o objetivo de ajudar mais ainda na formação dos jovens frades. Acompanhe a seguir um pouco da explicação sobre a logomarca do evento.

APRESENNTAÇÃO DA LOGOMARCA

  • Dois personagens em cima simboliza o abraço, um frade representado a missão e do outro uma pessoal que acolhe o missionário e abraça sua vocação e missão, tudo acontece no centro do tau, demostrando a centralidade da vida missionaria franciscana.
  • As mãos que se cruzam símbolo da ordem franciscana a mão de Jesus e a outra de São Francisco das Chagas, não como na original mas meio solta pra demostrar que Francisco foi o primeiro ao iniciar a ordem mais hoje somos chamados a configuramos com o Crucificado.
  • Ao fundo a Basílica de S. Francisco das Chagas como símbolo mais forte de Canindé, cidade que abraça o carisma franciscano, como a missão dos frades menores a mais de 100 anos.
  • As cores simbolizam o ardor desta terra os amarelos o Ceará quente com o azul contrastando nos remetendo ao céu, as chuvas, a Maria Senhora das Dores e Mãe de todas as Graças.

Informações: Equipe de Coordenação do Curso

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Custódia São Benedito acolhe 7 candidatos para a FAV 2024

Frei Rômulo Canto com grupo de aspirantes

 

Na manhã do dia 20 de janeiro, na capela do Convento São Francisco, em Santarém, foi realizada a celebração de acolhida de sete jovens  que farão a experiência da FAV (Fraternidade de Acolhida Vocacional) neste ano de 2024. A liturgia contou com a presença dos frades da fraternidade e foi presidida pelo animador custodial do cuidado pastoral das vocações, Frei Erlison Campos. Celebrando a memória de Santa Maria no Sábado, foi recordada a resposta de Maria ao projeto de Deus como inspiração para esses jovens aspirantes à vida religiosa. A acolhida no início da celebração destacou que o carisma franciscano “continua encantando muitas pessoas”. Na Eucaristia todos foram também convidados a rezar pela própria vocação e por quem ajuda a viver o caminho vocacional.

 

A chamada e ingresso à FAV foi feita logo após a proclamação do Evangelho. Frei Erlison chamou a cada um dos vocacionados pelo nome e por ordem alfabética. Em seguida os apresentou a Frei Rômulo Canto, conselheiro e guardião do Convento, que os acolheu em nome do ministro custodial, Frei Edilson Rocha. Os sete jovens manifestaram também perante a assembleia o seu desejo de viver este tempo, aprendendo os valores da vida franciscana e amadurecendo a sua resposta ao chamado de Deus. 

Depois da acolhida os frades saudaram os aspirantes com uma calorosa salva de palmas.  Em sua homilia Frei Erlison recordou como palavra chave algo que um de seus formados, Frei Elder Almeida, sempre dizia: “Coragem”. A partir dessa expressão desenvolveu a reflexão ligando com pontos do Evangelho do dia que falava sobre a missão de Jesus e sua coragem de seguir, não obstante alguns percalços, entre eles o de ser acusado de “estar fora de si”. Para muitos a opção vocacional que vocês abraçam é um “estar fora de si”, enfatizou o animador vocacional custodial.  

Os sete aspirantes acolhidos à FAV são: André Pereira Nunes, Denilson Waro Munduruku. Francisco Ivan De Almeida Junior, Gersinildo Karo Munduruku, Leandro Silva Rodrigues, Ludenilson Poxo Munduruku, Ronildo Karo Munduruku. No final da missa os jovens também se colocaram próximo da imagem da Virgem Imaculada, rezaram uma Ave Maria, receberam a bênção do presidente da celebração e todos entoaram o canto “Imaculada”. 

Este ano a Custódia terá duas Fraternidades de Acolhida Vocacional, uma em Monte Alegre e outra em Itaituba. O grupo continuará reunido em Santarém para esta primeira semana de convivência até o dia 26. No dia 27 eles seguirão para suas respectivas fraternidades.   

Texto e Fotos: Frei Fábio Vasconcelos e Frei Erlison Campos