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28º Domingo do Tempo Comum

O dicionário diz que a palavra valor significa “qualidade do que tem força”. Qualidade é algo que dura, não quebra e é capaz de resistir o desgaste do tempo. A qualidade que tem força acontece quando um objeto é colocado à prova, não quebra, nem se danifica e, por isso, é reconhecido como um objeto duradouro. Não há dúvida que quando um produto é reconhecido pela sua qualidade, atribuímos a ele muito valor.

Para nós, pessoas humanas, é claro que o que temos de mais valor é a vida, pois fomos criados a imagem e semelhança de Deus. O livro da Sabedoria já nos ensina que devemos sempre buscar o que é de fato o maior valor, quando confirma: “A ela não igualei nenhuma pedra preciosa, pois, a seu lado, todo o ouro do mundo é um punhado de areia e diante dela, a prata, será como lama” (Sb 7, 9).

O jovem no evangelho também estava à procura do dom maior quando perguntou a Jesus: “Bom Mestre, o que devo fazer para ganhar a vida eterna?” (Mc 10,17). O jovem queria que ele pudesse possuir o dom maior da vida para sempre, isto é, a vida eterna. Jesus respondeu: “Tu conheces os mandamentos: não matarás; não cometerás adultério; não roubarás; não levantarás falso testemunho; não prejudicarás ninguém; honra teu pai e tua mãe!” (Mc 10, 19). Jesus não falou dos mandamentos referentes a Deus, isto é, acreditar num só Deus, não usar seu nome em vão e guardar sempre a fé, mas fala das relações sociais, da justiça social, da valorização da vida humana pelo respeito. Jesus lembrou da importância da fidelidade no casamento, de não manchar o nome de alguém pelo falso testemunho e de honrar pai e mãe que são a origem da vida.

Mas, apesar do jovem rico querer a vida como o maior valor, ele foi embora triste quando Jesus disse: “Só uma coisa te falta: vai, vende tudo o que tens e dá aos pobres, e terás um tesouro no céu. Depois vem e segue-me!” (Mc 10, 21). O gesto de ir embora mostrou que o jovem rico dava mais valor as coisas que possuía do que a vida que ele mesmo queria. Mostra também que enquanto ele se preocupava com a vida eterna para si mesmo, Jesus preocupa-se com os seres humanos que neste mundo não possuem o necessário para viver.

Como isto é verdade para nós individualmente e também na sociedade em geral. Muitas vezes colocamos mais valor nos objetos e posses que temos do que na vida das pessoas. Esta atitude é provada quando olhamos para as desigualdades entre nós, apesar de termos todos o mesmo valor: pessoas com muitos posses e riquezas e outras na miséria e com fome; pessoas com grande extensões de terra e outras sem terras para morar e trabalhar; famílias que oferecem aos seus filhos toda a oportunidade para uma boa educação e muitas crianças e jovens sem estudo ou com escolas em péssimas condições; pessoas que ganham muito dinheiro pela desonestidade e corrupção e outras sem emprego ou salários justos.

A liturgia de hoje nos ensina que: “A Palavra de Deus é viva, eficaz e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes. Penetra até dividir alma e espírito, articulações e medulas. Ela julga os pensamentos e as intenções do coração” (Hb 4, 12). É a Palavra de Deus que nos dá a sabedoria para discernir o que nós temos de maior valor. É por isso que a sabedoria é uma riqueza incalculável, ensina sobre o verdadeiro valor de vida e que, ao seu lado, o ouro e a prata são um punhado de areia.

Jesus é a fonte da verdadeira sabedoria pelo seu ensinamento: “Meus filhos como é difícil entrar no Reino de Deus. É mais fácil um camelo passar por um buraco de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus! (Mc 10, 24-25). Para Jesus é difícil entrar no Reino do céu, pois para o rico a “qualidade que tem força” são os objetos da riqueza, do poder e do prestígio, mas para o cristão autêntico, a qualidade que tem a força é o valor da vida. Para quem compreende isto e segue Jesus, há a promessa da vida eterna: “Em verdade vos digo, quem tiver deixado casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos, campos, por causa de mim e do Evangelho, receberá cem vezes mais agora, durante esta vida – casa, irmãos, irmãs, mães, filhos e campos, com perseguições – e, no mundo futuro, a vida eterna” (Mc 10, 29 -30).

Por: Frei Gregório Joeright, OFM

sAL Belém

Encontro da CPV em clima de Círio 2024

Foto: Paróquia Santo Antônio de Lisboa

No fim de semana do Círio de Nossa Senhora de Nazaré, nos dias 10 a 13 de outubro de 2024, em Belém do Pará, os integrantes do Cuidado Pastoral das Vocações (CPV) da Custódia São Benedito da Amazônia vão se reunir no Convento Santo Antônio de Lisboa. Frei Erlison Campos, animador deste serviço, organizou o encontro em Belém, por ocasião do Círio de Nazaré, para marcar presença também durante a procissão do Círio. Os animadores vocacionais locais vão participar do encontro e vão realizar uma ação vocacional durante o Círio de Nazaré. São Francisco de Assis e São Benedito intercedam com Nossa Senhora de Nazaré pelas vocações franciscanas! Sucesso na missão, irmãos!

 

São Benedito 2024

Quinhentos anos do nascimento de São Benedito, o Mouro

Igreja de Santa Maria de Jesus, anexa ao Convento dos Frades Menores, na cidade italiana de Palermo (Sicília), viveu e morreu São Benedito.

Neste ano de 2024, além de celebrar os oitocentos anos dos estigmas de São Francisco de Assis, a Família Franciscana também celebra os quinhentos anos do nascimento de São Benedito, o negro, filhos de africanos, mas nascido em San Fratello, Messina, em 1524, e falecido em Palermo, em 04 de abril de 1589.

Os restos mortais – a relíquia de São Benedito – que eram conservados na igreja de Santa Maria de Jesus, anexa ao convento dos frades menores, na cidade de Palermo (Sicília, Itália), foram destruídos quase completamente, quando a igreja em que eram conservados, foi completamente destruída por um incêndio. O sinistro aconteceu no dia 25 de julho de 2023, quando a Itália meridional sofria com ondas insuportáveis de calor, resultado das mudanças climáticas. Na mesma região, casas foram destruídas pelo fogo e dezenas de pessoas morreram queimadas. Os bombeiros não deram conta das demandas de chamadas para apagar focos de incêndio na região e não conseguiram chegar à Igreja de Santa Maria, que foi totalmente destruída, incluindo nesta destruição as relíquias de seu construtor, o Beato Mateus Guimerà e as de São Benedito, do qual restaram alguns poucos fragmentos de ossos queimados. Escutei de um frade menor da região que as pessoas no local sentiram que São Benedito se solidarizou com as outras vítimas das queimadas, sendo ele próprio uma das vítimas do fogo. Não há dúvida de que o fogo foi favorecido em sua propagação pela estiagem e pelo calor excessivo, resultado do aquecimento global.

Quem poderia imaginar que, pouco antes da celebração do quinto centenário de seu nascimento, uma tragédia ambiental causasse a perda quase completa das relíquias de um dos santos mais populares do mundo católico, sobretudo na América Latina? São Benedito foi vítima de um dos eventos climáticos cada vez mais frequentes e devastadores que são as queimadas, que assumem em algumas áreas do planeta dimensões cada vez mais catastróficas, como no Brasil, onde os focos de queimadas neste ano de 2024 afetaram 80% do território nacional, com fumaça tóxica e destruição de grandes partes de biomas, de milhões de vidas pequenas e grandes, que são perdidas de modo irreversível. Perda da biodiversidade, em que toda forma de vida é importante. Em cada pequena vida que se acaba, em cada árvore derrubada, em cada curso d’água que seca, é um pedaço importante da humanidade que morre e abrevia o seu fim.  Como dizia a Ir. Dorothy Stang: “o fim da floresta é o fim da humanidade”. São Benedito, que descansava inocentemente na Igreja de Santa Maria de Jesus desde 1589, foi mais uma vítima da insanidade do ser humano, nos tempos em que alcançou os mais altos níveis de conhecimento científico, desenvolvimento material, acúmulo de riquezas, tecnologia e desigualdades sociais,  pautando-se num paradigma tecnocrático que conduz à desumanização e a um suicídio coletivo em dimensões globais! Será que esta humanidade ainda tem jeito, querido São Benedito?

Por: Frei Edilson Rocha, OFM

Restos mortais de São Benedito, na Igreja de Santa Maria de Jesus, em Palermo, antes do incêndio do dia 25 de julho de 2023.

Ministro Geral da OFM

Solenidade de São Francisco

 

Muitas felicidades do Ministro Geral

Queridos irmãos e irmãs,
o Senhor vos dê a paz!

Desejo-vos sinceramente uma feliz festa de São Francisco, que este ano tem particular importância por ocasião do Centenário dos Estigmas. Acabamos de celebrar esta memória, que está viva.
Isso nos preocupa e nos afeta ainda hoje.
Se olharmos para a vida de Francisco, encontramos uma mistura de dor e amor, alegria e paixão, que chamamos de alegria perfeita.
Desde jovem, Francisco experimentou a descoberta e a resposta ao amor de Cristo na realidade concreta da sua vida. Ele não tinha medo do que é humano, isso testa, custa esforço. Ele acolheu-o, a ponto de ser marcado por ele na sua própria carne.
Não fugiu das feridas dos leprosos, acolheu as dos sacerdotes pobres e dos seus próprios irmãos. Quantos pequenos e pobres Francisco abraçou! Quantas pessoas feridas pela doença, pela solidão, pelo pecado e pela injustiça.
Neste contato com as feridas dos outros ele também conheceu e aceitou as suas. Mesmo aqueles de difícil relacionamento com sua fraternidade e com vários irmãos. Ele experimentou uma grande tentação diante de Verna e passou por aquela noite escura.
Os Estigmas não são apenas a resposta do Senhor às feridas de Francisco, mas antes um dom completamente novo de amor e de união com Cristo, que deu uma nova luz a toda a sua vida anterior e o preparou para cantar as criaturas do Cântico e para encontrar a irmã morte.

Nesta festa de São Francisco, os sons insuportáveis ​​da guerra ainda nos chegam do Médio Oriente, da Ucrânia, do leste do Congo, do sofrimento do Sudão e do Haiti e de muitos outros países. Eleva-se o grito de muitos feridos pela vida em nossas cidades, penso nos jovens vítimas das drogas, do álcool, dos vícios digitais; ouvimos o grito de solidão dos idosos e dos doentes, bem como das vítimas do tráfico de drogas em muitos países.
Ouvimos também o gemido da criação, da nossa casa comum tão ameaçada pelo nosso poder excessivo sobre as criaturas, em nome do lucro ilimitado.
Que carga de injustiça que parece extinguir a esperança num futuro de paz, justiça e harmonia com a criação.
Os Estigmas de Francisco nos lembram que estamos a caminho do Reino de Deus. Só então receberemos a plenitude da vida e da alegria. O grito de amor e de dor dos Estigmas dá-nos a bússola do caminho, lembra-nos que o sofrimento não tem a última palavra e convida-nos a não temer tocar e partilhar as feridas de muitos.

Das feridas uma nova vida é possível! Feliz Festa de São Francisco a todos vocês!

Por: ofm.org

Festejo de São Francisco de Assis post (1)

Mensagem do Custódio para Festa de São Francisco

Foto: Reprodução internet

Queridos Irmãos e Irmãs, 

Neste ano de 2024, contemplamos nosso Seráfico Irmão Francisco de Assis como imagem do Crucificado-Ressuscitado, marcado pelos sinais do Amor supremo de Deus por nós! Celebremos São Francisco como o Arauto do Grande Rei, o mensageiro da Paz! Celebremos São Francisco de Assis como o irmão de todas as criaturas e que nos estimula a viver a fraternidade universal.  

Nestes dias em que celebramos o oitavo centenário dos estigmas de Cristo no corpo de nosso irmão Francisco, somos convocados a rezar pela paz, promover a paz, lutar pela paz, nos comprometer e engajar na construção de um novo mundo, uma nova humanidade, na qual reina a justiça, a fraternidade, a irmandade, a Paz! 

Boa festa de São Francisco de Assis!   

Fraternal abraço, 

Santarém, 03 de outubro de 2024.  

 

Frei Edilson Rocha, OFM  

Mg da ORDEM

7 de outubro, Dia de oração e jejum pela paz

Foto: ofm.org

Adesão do Ministro Geral e apelo à participação

Fr. Massimo Fusarelli , Ministro Geral da OFM, convida todos os Irmãos, Irmãs contemplativas e leigos da Família Franciscana a participarem, no próximo dia 7 de outubro, do dia de oração e jejum pela paz , anunciado pelo Card. Pierbattista Pizzaballa, OFM , Patriarca de Jerusalém dos Latinos.

Coincidindo com o início do tríduo de São Francisco, “peço a todos que nos unamos na oração e no sinal de penitência à intercessão pela paz no mundo e sobretudo na Terra Santa”, lemos na sua mensagem, que continua: “Com este gesto, onde vivemos, também nós nos tornamos sinais e mediadores de paz, justiça e reconciliação”.

O dia 7 de outubro marcará o primeiro aniversário dos ataques terroristas em Israel, seguido de doze meses em que “testemunhamos tragédias cuja intensidade e impacto dilaceraram profundamente a nossa consciência e o nosso sentido de humanidade”, lê-se na mensagem do cartão. Pizzabola.

Fr. Francesco Patton, OFM , Custódio da Terra Santa, também se uniu ao dia de oração em nome de toda a Custódia: “No dia 7 de outubro celebramos a memória de Maria Rainha do Rosário – lemos em sua carta – e o mês de outubro é o mês mariano dedicado à oração do Rosário: procuramos valorizar esta forma de oração pessoalmente e em fraternidade para implorar o dom da paz”.

Carta do Ministro Geral da Ordem dos Frades Menores – Traduzida

Às Irmãs contemplativas
Aos leigos da nossa família 

 Monterrey – México, 1 de outubro de 2024 

 Caros irmãos e irmãs,
O Senhor vos dê a paz! 

 No início deste tríduo de São Francisco, renovo os cumprimentos pela festa de nosso Pai e Irmão e peço a todos nós que nos unamos na oração e num gesto de penitência por intercessão pela paz no mundo e sobretudo na Terra Santa. Unamo-nos ao apelo que nos fez o nosso irmão Pierbattista, Patriarca dos Latinos em Jerusalém, Igreja Mãe, e que o Custódio da Terra Santa, Frei Francisco, fez seu também por este dia de oração e jejum. Colhamos da misericórdia de Deus o dom da paz, a mudança dos planos dos grandes desta terra, a proteção dos mais pequeninos, vítimas como tantos outros de guerras insensatas.  

 E com este gesto, nos tornemos também nós, onde quer que vivamos, sinais e mediadores de paz, de justiça, de reconciliação.  

 Seja esta oração incessante pela paz o modo melhor de celebrar festa de São Francisco, neste oitavo centenário das suas feridas de amor, presentes em tantas pessoas, mulheres e homens muito feridos sobre a face da terra.  

 Fraternalmente,  

 

Frei Massimo Fusarelli, OFM
Ministro geral 

Fonte: ofm.org

Recebemos também uma carta do Ministro Provincial e Definitório da Província de Nossa Senhora de Guadalupe, nos convidando para fazer do dia 07 de outubro, dia de Nossa Senhora do Rosário, mas também a data em que se iniciou a guerra entre Israel e Hamas, com a destruão quase completa da Faixa de Gaza e morte de 41.000 pessoa, maior parte delas crianças e mulheres. Frei Larry e os conselheiros da Província propõem um dia de jejum e oração pela paz. E que se celebre uma Eucaristia, naquele mesmo dia, pela paz no mundo. Vamos aderir a estes apelas do Ministro Geral e do Conselho da Província Nossa Senhora de Guadalupe!  

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Após 17 anos, povo Munduruku tem direito a território reconhecido em portaria assinada por Lewandowski

Demarcação da Terra Indígena Sawré Muybu, no Pará (PA), protegerá região contra o garimpo e a extração de madeira ilegais.

Depois de 17 anos de espera, o povo indígena Munduruku teve o direito à Terra Indígena Sawré Muybu reconhecido pelo ministro da Justiça e Segurança Pública (MJSP), Ricardo Lewandowski. A Portaria nº 779/2024 foi assinada nesta quarta-feira (25), no Palácio da Justiça, em Brasília (DF), em encontro com lideranças do povo contemplado.

A discussão sobre a área, no Pará (PA), começou em 2007. O estudo que delimitou o território de 178.173 hectares foi concluído pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) em 2016 e somente em 2023 o processo chegou ao MJSP. A área abriga, aproximadamente, 420 indígenas.

O povo Munduruku vive também em outros territórios no Pará que, somados, ocupam 2,6 milhões de hectares. Essa é a quarta portaria de demarcação de terras indígenas assinada pelo ministro da Justiça em menos de um mês. Em 5 de setembro, Lewandowski havia reconhecido oficialmente os territórios Maró e Cobra Grande, também no Pará, e Apiaká do Pontal e Isolados, em Mato Grosso (MT).

“Encerramos um período de seis anos sem demarcações. Começamos uma nova etapa para os povos indígenas no Brasil e não pararemos por aqui”, declarou Lewandowski.

O ministro também destacou que o reconhecimento da área será importante para proteger a Terra Indígena Sawré Muybu de práticas ilegais, como a garimpagem de ouro e a extração de madeira, além de promover a conservação ambiental da região.

“O ato de hoje tem um aspecto ainda mais relevante porque estamos falando de uma localidade que, nos últimos anos, infelizmente, se tornou símbolo do garimpo ilegal e da extração ilegal de madeira. O garimpo ilegal também tem impactado a região com a contaminação por mercúrio, afetando, principalmente, mulheres e crianças”, afirmou.

De acordo com dados do Greenpeace Brasil, até março deste ano, a área total desmatada dos povos Munduruku somava 7.115 hectares. O número coloca o território como o segundo mais devastado do País.

“Agradeço a todos que nos ajudaram a sanar os obstáculos jurídicos para que conseguíssemos efetivar essa demarcação e, especialmente, ao ministro Lewandowski por este ato tão importante para a garantia dos direitos dos povos indígenas”, ressaltou a secretária de Acesso à Justiça, Sheila de Carvalho.

“Estamos preocupados com a segurança das nossas lideranças. O nosso papel é preservar o que os outros querem destruir. É esse compromisso que quero repassar para a juventude da minha aldeia”, falou o cacique Juarez Saw Munduruku.

Também participaram do encontro a cacica Maria do Socorro Avelino Sau Munduruku; o secretário-executivo do MJSP, Manoel Carlos de Almeida Neto; e o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macedo.

O ato final sobre a demarcação das áreas é do presidente da República que, por meio de decreto, decide sobre a concessão definitiva da titularidade da terra indígena à comunidade.

Fonte: www.gov.br e agenciagov.ebc.com.br

Arquidiocese de Santarém PA

Em Santarém, cerca de 400 pessoas participam do 8º Encontro Arquidiocesano de CEBs

Foto: Pascom Santarém

O 8º Encontro Arquidiocesano das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) da Arquidiocese de Santarém reuniu aproximadamente 400 participantes no período de 20 a 22 de setembro. Foram três dias com momentos de reflexão, análises, partilha e muita animação. Com muita intensidade foi refletida a temática “Cebs, Igreja em saída, em busca da vida plena”, analisada a partir do método ver, iluminar e agir. Ao final, foi elaborada uma carta a ser divulgada nos próximos dias pela Equipe de Animação das CEBs.

O encontro ocorreu em seis lugares: Paróquia São Francisco de Assis (Casa Comum), Paróquia São Raimundo Nonato (Tenda 01), Igreja São Paulo Apóstolo (Tenda 02), Paróquia São João Batista (Tenda 03), Paróquia Nossa Senhora de Guadalupe (Tenda 04) e Paróquia Nossa Senhora do Rosário (Tenda 05). Houve momentos em que os participantes estivem juntos na Casa Comum e outros momentos estiveram nas tendas.

Os assessores foram o Pe. José Boeing, SVD, que fez uma análise de conjuntura a partir do questionamento: “Como vai a vida do povo na sua Região”; o Frei Edilson Rocha, OFM, que fez uma análise eclesial a partir da pergunta fundante: “…e como a Igreja responde a esta realidade?”; a Irmã Tea Frigerio, Missionária de Maria – Xaveriana, biblista, que conduziu o iluminar a partir do estudo bíblico. O encontro também contou com assessoria de membros da Equipe de Animação das CEBs.

Pe. José Boeing afirma que as CEBs são a força da Igreja, sendo base e estão na realidade. “Então, o impacto é que eu estou no meio de um movimento que se chama Planeta ou a Casa Comum. E nesse termo, o que impacta, por exemplo, eu olhar essa realidade se nós somos Igreja. Nós queremos dizer que somos criados para ser fraternidade, para igualdade, para convivência humana, vida comunitária. Quando eu vivo a fé em Jesus Cristo na comunidade, eu quero o bem comum para todos. E esse bem comum deve ser o bem viver”, ressaltou.

Segundo Frei Edilson, todas as análises feitas atualmente da situação eclesial do Brasil apontam para as CEBs como uma resposta aos grandes desafios que a Igreja enfrenta hoje na realidade atual. “Porque as comunidades eclesiais de base são uma forma de capilaridade da Igreja, ou seja, da Igreja chegar a todas as pessoas ou pelo menos está presente na sociedade”, salientou. Frei Edilson completou que as CEBs devem ser comunidades missionárias, levando o anúncio da Palavra de Deus, a iniciação cristã e o testemunho, também, para aqueles que estão distantes, como a periferia, por exemplo. Ele afirmou que as CEBs têm um futuro e possuem uma grande missão na Igreja de ser essa face missionária nas bases.

A Irmã Tea diz em que consiste os verbos sair e cuidar na missão das CEBs, a partir da Palavra de Deus. “Na missão da CEBs, sair é um verbo fundamental. Eu penso que sair é o verbo do DNA de todos os discípulos e discípulas de Jesus de Nazaré. Então, ainda mais para a CEBs, porque as CEBs, como Jesus de Nazaré, elas têm que estar em saída para cuidar dos últimos, dos pequenos, da Mãe Terra, porque sair era a resposta em dizer sim a vida”, assegurou a religiosa. Ela afirmou ainda que as primeiras comunidades cristãs, que se reuniam nas casas para celebrar e partilhar, são a inspiração direta para o modelo de organização das CEBs: “É nas casas, e não nos templos, que surgem as novidades, que se experimentam novas formas de viver, inclusive uma nova economia”.

O Arcebispo de Santarém, Dom Irineu Roman, ressaltou que na 9ª Assembleia Arquidiocesana de Pastoral houve inclusão das CEBs nas prioridades pastorais. Ela é a terceira prioridade do Plano Arquidiocesano de Pastoral 2024-2027. “As CEBs precisam ser hoje bem missionárias e ir ao encontro das pessoas para levar a Palavra, o amor de Deus, para espalhar a fé junto do povo, principalmente junto aos mais afastados”. De acordo com Irineu, as CEBs têm uma dimensão social muito importante: “É muito bonito ver as comunidades espalhadas por nossa arquidiocese, que fazem o trabalho na base, de evangelização, o trabalho missionário”.

Foto: Pascom Santarém

Maria de Nazaré, da comunidade São José – Planalto Santareno, participou deste encontro, e relatou o que significou viver este momento: “Este encontro é uma motivação muito grande para que a gente possa levar força, levar animação para aquele povo que está lá sedento. Muitos querem participar, mas não sabem de que forma, não sabem como fazer. Então, esse encontro das CEBs para nós é muito gratificante, porque nós vamos sair daqui com mais conteúdo, com mais vontade, com mais garra de lutar pelas nossas comunidades, pelas nossas CEBs que são as bases das nossas comunidades. Sem as nossas CEBs, as nossas comunidades ficam fracas. Esse encontro nos fortalece, nos anima e nos faz ter mais vontade de participar agora das CEBs”.

Programação

O Encontro iniciou com a Santa Missa na sexta-feira, dia 20, presidida por Dom Irineu, na Casa Comum (Paróquia São Francisco). Ao longo do dia, teve as análises feitas por padre José Boeing e Frei Edilson Rocha. No sábado, das 8h às 15h, o encontro ocorreu nas tendas (em igrejas de Santarém), sendo cinco locais. Depois, a partir das 15h30, os participantes voltaram a se encontrar na Casa Comum para a reflexão bíblica conduzida por irmã Tea. A programação seguiu na noite de sábado com a Romaria da Vida Plena, saindo de frente da Catedral Metropolitana e seguiu para a Praça da Igreja São Sebastião, onde teve um show cultural. No domingo, último dia, foi para reflexão do agir a partir da pergunta: “Quais pistas de ações para que as CEBs sejam uma Igreja em Saída?”, em seguida, às 11h30, ocorreu a missa de encerramento, também presidida pelo Arcebispo.

Foto: Pascom Santarém

Texto: Pascom Santarém

Colaboração: Raylenne Pinto e Marcelo Santos

Fonte: arquidiocesedesantarem.org.br

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Abertura das Festividades de São Francisco em Monte Alegre (PA)

No dia 21 de setembro, as festividades em honra a São Francisco, padroeiro de Monte Alegre (PA), tiveram início com a tradicional transladação da imagem do santo, às 3h30 da madrugada. A procissão, repleta de fé e devoção, saiu da igreja Matriz de São Francisco e seguiu em direção à comunidade de Nossa Senhora do Livramento, no bairro Surubeju. Uma multidão de devotos participou deste ato de amor e fé, enchendo o trajeto de homenagens e expressões de carinho ao santo querido.

Este ano, no qual se celebra o oitavo centenário dos da impressão das chagas em Francisco de Assis, o tema das festividades, “São Francisco e os Estigmas Sociais”, convida os fiéis a refletirem sobre os desafios sociais contemporâneos à luz do exemplo franciscano de simplicidade e cuidado com os mais vulneráveis. O lema da festa tirado dos escrito de São Francisco também recorda a presença junto ao que estão mais necessitados.

Ao chegar à comunidade de Nossa Senhora do Livramento, ainda antes do amanhecer, foi celebrada a Santa Eucaristia, presidida por Frei Gregório Joeright, pároco. Em sua homilia, Frei Gregório destacou aspectos da vida de São Francisco que inspiram e encorajam os fiéis a viverem com autenticidade os valores cristãos, especialmente durante as festividades deste ano.

A programação das Festividades de São Francisco segue até o dia 5 de outubro, com diversas atividades religiosas e sociais que prometem continuar unindo a comunidade em torno da espiritualidade franciscana.

Venha participar e celebrar conosco!

Frei Erlison Campos, OFM

Vigário paroquial da Paróquia São Francisco

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25º Domingo do Tempo Comum

Apesar do fato que hoje em dia falamos muito sobre a igualdade, liberdade e fraternidade, a sociedade em que vivemos é baseada na desigualdade. Na realidade, existem pessoas mais importantes que outras. Podemos então verificar quais são os critérios usados para dizer que alguém é mais importante que os outros.

Um primeiro critério usado é o dinheiro e a riqueza. Quem tem mais recursos materiais se considera mais importante e é olhado pelos outros também como sendo o mais importante. O dinheiro dá a impressão de grandeza e privilégio.

O segundo critério usado para dizer que alguém é mais importante é o poder. Quem manda nos outros se impõe e, pelo uso do poder, domina os outros e deve ser obedecido. Mandar e dominar é ser importante.

O terceiro critério é o prestígio e fama que são o caminho para aqueles que querem ser importantes. Atores de novela, jogadores, cantores, todos querem alcançar a fama e o prestígio e quem alcança, se torna mais importante que os outros.

As pessoas importantes sempre têm o primeiro lugar, preferência de tratamento e mais respeito e consideração. Ser importante é ter privilégio. É justamente isto que provoca as diferenças sociais e as desigualdades e as suas consequências de divisões, conflitos e ciúmes. Na família pode acontecer separações pelo fato de um membro querer ser maior e se impor. Assim ser considerado mais importante é motivo de divisão.

No trabalho também acontece discussões, críticas, ambições e rivalidades.  A raiz de tudo é justamente o desejo, consciente ou inconsciente, de ser o maior. Assim, se busca cargos, títulos, honrarias ou elogios. Na própria comunidade cristã, havia os conflitos pelo desejo de ser maior. São Tiago nos diz: “Onde há inveja e rivalidade, aí estão as desordens e toda espécie de obras más” (Tg 3, 16).

No evangelho de hoje, Jesus ensinava os discípulos: “O Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos homens, e eles o matarão. Mas três dias após sua morte, ele ressuscitará” (Mc 9, 30). A morte de cruz era um escândalo, reservada para os marginalizados e excluídos, os desprezados e, portanto, os menos importantes na sociedade. Pelo seu ensinamento e sua prática, Jesus estava na contramão.

Para os discípulos este ensinamento não foi somente não compreendido, mas também fora de qualquer possibilidade. Por isso, os apóstolos não concordaram e fecharam-se num estranho silêncio, pois tinham medo de perguntar.  Eles manifestaram esta falta de compreensão no caminho, pois estavam discutindo entre eles quem era o maior e o mais importante.  No fundo, eles queriam ter o melhor lugar e os privilégios dos mais importantes. Jesus então dá uma grande lição, “Se alguém quiser ser o primeiro, que seja o último e que serve a todos” (Mc 9, 35). Depois pegou uma criança e colocou-a no meio deles e disse: “Quem acolher em meu nome uma destas crianças, é a mim que estará acolhendo” (Mc 9, 37).  Por que uma criança? É porque a criança não tem riqueza e nem posses, não tem poder de mandar em ninguém e não tem nem fama e nem prestígio, em outras palavras, não tem importância na sociedade. De fato, o que admiramos numa criança não é o poder, a riqueza, a sabedoria humana, mas a simplicidade e a transparência. E é justamente por isso que Jesus coloca a criança bem no meio para servir de exemplo para todos.

Esta reflexão deve nos ajudar a pensar na comunidade cristã e como deve ser a nossa prática no dia a dia. É interessante notar que Jesus faz este ensinamento na casa, lugar que representa a própria comunidade, e, justamente, o lugar onde deve existir a fraternidade e igualdade entre as pessoas, fruto do da prática de servir uns aos outros.

Por isso, servir aos outros sempre é uma grande oportunidade de mostrar que podemos promover a união, o entendimento e a igualdade entre nós. Aquilo que deve nos mover é a vontade de servir e de partilhar com os irmãos os dons que Deus nos concedeu. As palavras de Jesus são claras e atuais para nós hoje: “Se alguém quiser ser o primeiro, que seja o último de todos e aquele que serve a todos” (Mc 9, 35).

Por: Frei Gregório Joeright, OFM