12365549

2° Domingo do Tempo Comum

“Mulher, por que dizes isto a mim? Minha hora ainda não chegou.” (Jo 2, 4).  São estas as palavras de Jesus quando Maria, sua Mãe, lembra que o vinho acabou na festa do casamento. Parece palavras duras, mas esse evangelho não é para ser lido literalmente e sim, a partir dos símbolos que o evangelista apresenta. Aqui a Mãe de Jesus representa as pessoas que esperam o novo, isto é, a realização das promessas de Deus. Pessoas que compreendem que Deus é como o fiel esposo que quer a vida, liberdade e justiça para a sua esposa, o próprio povo. O profeta Isaías também fala deste casamento, a aliança de Deus com seu povo: “Não mais te chamarão Abandonada, e tua terra não mais será chamada Deserta; teu nome será Minha Predileta e tua terra será a Bem-Casada, pois o Senhor agradou-se de ti e tua terra será desposada” (Is 62, 4).

Então a hora de Jesus é a hora da cruz quando se realizam todos, as promessas de Deus e acontece a salvação. É nesta hora da cruz que Jesus realiza um novo casamento, a nova aliança, não dos mandamentos escritos na pedra, mas na lei do amor. É a partir deste entendimento que podemos olhar para os vários símbolos que aparecem neste evangelho.

O casamento em Caná acontece depois da primeira semana de atividade missionária de Jesus, isto é, no sétimo dia. Este fato lembra os sete dias da criação, pois agora é a nova criação. As seis toalhas eram usadas para os ritos de purificação e lembram as pedras da lei, mas está faltando algo, pois o número da perfeição seria sete, mas são somente seis. Representam a antiga aliança que agora está superada, pois o novo vem, é o vinho novo do Reino do Pai que Jesus vai inaugurar. “Fazei o que ele vos disser” significa crer em Jesus como verdadeiro esposo da humanidade. É Jesus que traz a vida em plenitude e isto se confirma quando Jesus está na cruz e o soldado traspassa o seu coração com uma lança. Imediatamente, sai água e sangue: água transformada em vinho, vinho transformado em sangue, é a plena realização dos sinais de Jesus.

Todos estes sinais apontam para a nova criação e vida transformada realizada pelo sacrifício da cruz, pois Jesus venceu a cruz e ressuscitou. Então podemos perguntar: O que o milagre do casamento, a água transformada em vinho, significa para nossa fé e nossa vida? Muitas vezes caímos na mesma rotina e nossa prática de fé é limitada pelo caminho mais fácil. Ficamos acomodados e pouco ou nada queremos mudar.

Vinho novo, em primeiro lugar, significa conhecer a pessoa de Jesus, sua palavra é a verdade e o seu caminho é o amor. Para isto, é preciso vencer as trevas do nosso egoísmo e do nosso pecado para viver o amor.

Em segundo lugar, é preciso pertencer à comunidade. Muitas pessoas querem exigir serviços da comunidade ou usar a comunidade de acordo com os próprios desejos e interesses. Podemos transformar a água em vinho pela nossa participação, colocando nosso tempo e dons para a edificação da comunidade. São Paulo lembra isto quando diz: “A cada um é dada a manifestação do Espírito em vista do bem comum” (1Cor 12, 7).

Ao mesmo tempo, o evangelho das bodas de Caná oferece para os casais uma boa oportunidade para rever sua vida matrimonial. Um casal que sofre as dificuldades de entendimento e reconciliação precisa transformar a água em vinho pela vivência do amor conjugal que exige renovar o compromisso de união e fidelidade dando sentido ao sacramento do matrimônio como sinal da presença de Deus.

Finalmente, é lutar pela justiça, pois é preciso transformar o mundo. O compromisso cristão com a justiça e paz é experimentar o vinho novo da transformação e da sociedade nova. Não devemos ser cristãos só de nome, mas pela verdadeira vivência da fé e pelo compromisso em transformar a água em vinho novo do Reino.

Começar de novo muitas vezes pode ser uma tarefa árdua, mas necessária. São Francisco de Assis recomendava que seus confrades recomeçassem de novo a cada dia quando disse: “Irmãos vamos começar, porque até agora nada ou pouco fizemos”. Fazer o que ele disser é recomeçar novamente e é experimentar o vinho novo do Reino pela vivência do verdadeiro compromisso cristão. Assim, todos nós vamos participar da festa do casamento, a festa da alegria e do banquete do Senhor e do seu Reino.

Por: Frei Gregório Joeright, OFM

255d45asf

Francisco nas entrelinhas

A celebração dos 800 anos da literatura italiana

O  projeto Francisco nas Entrelinhas , apresentado pela Província Seráfica de São Francisco dos Frades Menores da Úmbria e da Sardenha , aproveita a ocasião do  Centenário Franciscano  como o início ideal da produção literária em italiano. 
Embora o Cântico das Criaturas não seja cronologicamente a primeira obra literária no vernáculo italiano, a sua relevância e a relevância do seu autor oferecem a oportunidade para uma celebração de oitocentos anos da literatura italiana , na sua história e no seu presente.
Francisco nas entrelinhas  pretende fazer do Cântico das Criaturas e da literatura italiana uma encruzilhada de encontro e reflexão sobre questões humanas centrais e atuais, para aproximar os cidadãos do mundo da poesia e da literatura contemporânea.

Através de uma série de encontros com personalidades destacadas do mundo da cultura e da literatura,  Francesco tra le lines  promove o conhecimento da produção literária italiana contemporânea como leitura da realidade nas suas diversas dimensões e como proposta de caminhos de consciência e crescimento humano, social. cultural e espiritual, com o objectivo também de envolver os jovens no mundo da literatura, com o qual não mantêm um diálogo espontâneo.

Francisco nas entrelinhas  abrirá no dia 5 de fevereiro no Convento de Monteripido (PG, Itália) e terá sua inauguração oficial no  dia 26 de fevereiro  com o evento extraordinário de leitura do Cântico em 30 línguas  no Convento de São Damiano, local da composição da Canção.
Cada encontro inclui a discussão de um tema ligado ao Cântico das Criaturas, também de cunho atual, ao qual se somarão leituras de textos e diálogo com o público presente. O texto de Francisco será objeto de reflexão de poetas e intelectuais em todas as suas diversas facetas.

Para informações:  francescotralerighe@assisiofm.org
Fonte: www.centenarifrancescaniassisi.org

Fonte: ofm.org

OFM112

Inaugurado o Centenário do Canto das Criaturas

Foto: Ordem dos Frades Menores

Assis, 11 de janeiro de 2025

No sábado, 11 de janeiro de 2025, em Assis, a Família Franciscana iniciou o VIII Centenário do Cântico das Criaturas , terceira etapa do Centenário Franciscano que traça os últimos anos da vida de São Francisco.

O evento desenvolveu-se em dois momentos distintos que tiveram como protagonistas a igreja de São Damião e posteriormente o Santuário do Despojamento, dentro do Bispado.

Em São Damião, após a leitura do trecho das Fontes Franciscanas que narra a escrita do Cântico e de algumas passagens bíblicas que louvam a Criação, alguns representantes da Família Franciscana intervieram deixando suas próprias reflexões.
Para Fr. Massimo Fusarelli, Ministro Geral da Ordem dos Frades Menores, o Cântico é certamente um poema, mas sobretudo uma oração: “Com alma orante é preciso ler este texto para compreendê-lo verdadeiramente. Queremos associar-nos à oração de Francisco à nossa fé, que se expressa na oração e na ação de graças”, disse Fr. Massimo, recordando como todas as criaturas são sinal de Deus apenas “se soubermos olhar para elas com os olhos certos”. , iluminado pela fé e fixe-se em Jesus Cristo, que é o sol da justiça que nasce do alto.”
Fr. Carlos Alberto Trovarelli, Ministro Geral da Ordem dos Frades Menores Conventuais, sublinhou que “Francisco é capaz de estabelecer uma nova relação com a criação, chamando as criaturas pelo nome e atribuindo-lhes a capacidade de louvar a Deus, que lhes deu pensar e gerar. ”: uma relação com a Criação hoje posta em causa pelas alterações climáticas, comentou. 
Tibor Kauser, Ministro Geral da Ordem Franciscana Secular, lembrou como a irmã água está sempre presente na Bíblia, desde o Gênesis (“o espírito de Deus pairava sobre as águas”), até a Cruz: a água dá vida, a água purifica, a água santifica, disse Kauser.

Foto: Ordem dos Frades Menores

O segundo momento aconteceu no Santuário da Despojamento, no Bispado de Assis. Depois de alternar algumas leituras das fontes com cantos, Ir. Frances Marie Duncan, Presidente da Conferência Franciscana Internacional de Irmãos e Irmãs da Ordem Terceira Regular (CFI-TOR), falou e comentou sobre as desigualdades que caracterizam o mundo de hoje; Fr. Amando Trujillo Cano, Ministro Geral da Terceira Ordem Regular (TOR), que se concentrou no perdão e na paz; Fr. Roberto Genuin, Ministro Geral dos Frades Menores Capuchinhos, que refletiu sobre a força da fé.

Após a intervenção de Mons. Domenico Sorrentino, bispo da Diocese de Assis – Nocera Umbra – Gualdo Tadino e Foligno, os representantes da família franciscana dirigiram-se à basílica de São Francisco para um ato de veneração e louvor ao túmulo do Seráfico Padre.

Fonte: ofm.org

12365549

Batismo de Jesus

Hoje, na festa do Batismo de Jesus, lembramos como o povo estava na expectativa sobre a vinda do Messias e como João Batista pregou: “Eu vos batizo com água, mas virá aquele que é mais forte do que eu” (Lc 3, 16). Também, como Jesus veio de Nazaré, foi batizado por João e do céu veio uma voz: “Tu és meu filho amado, em ti ponho o meu bem-querer” (Lc 3, 22). É Jesus que recebe a força do alto para realizar a missão do Pai, o Filho que se tornou obediente ao Pai até a morte e a morte de cruz. Nesta celebração somos convidados a refletir sobre o nosso batismo e a vivência da nossa fé como seguidores e seguidoras de Jesus.

Na primeira leitura, o profeta Isaias descreve a missão do servo: “Ele não clama nem levanta a voz, nem se faz ouvir pelas ruas. Não quebra uma cana rachada nem apaga um pavio que ainda fumega; mas promoverá o julgamento para obter a verdade” (Is 42, 2-3). Este mesmo servo vai estabelecer a justiça e as nações esperam seus ensinamentos.  Jesus é o servo que veio para realizar o projeto que está no coração de Deus.

Também, ligamos a festa do batismo de Jesus com a festa do Natal:

No Natal Jesus nasceu entre os homens, nasceu da Virgem Maria e, no batismo, Jesus é gerado pelos sinais dos céus. No Natal Maria envolveu Jesus em panos e o deitou na manjedoura e, no batismo, Jesus é envolvido em luz e o Espírito Santo pousa sobre ele. No Natal Maria trouxe Jesus nos braços e, no batismo, o Pai presta o testemunho de amor: “Este é meu filho amado”. No Natal a Mãe apresentou Jesus aos reis magos que se manifestou como Salvador de todas as nações, e no batismo, o Pai revela Jesus como luz para “estabelecer a justiça” na terra.

O batismo de Jesus é sinal hoje do nosso batismo e celebrar esta festa é refletir sobre o significado do nosso próprio batismo. Podemos lembrar as palavras de Pedro no livro dos Atos: “De fato, estou compreendo que Deus não faz distinção entre as pessoas. Pelo contrário, ele aceita quem o teme e pratica a justiça, qualquer que seja a nação a que pertença” (At 10, 34-35).

Esta frase de Pedro é como um estalo, um salto no escuro, uma mudança radical na maneira de pensar e agir. Para os Judeus, a salvação só podia ser alcançada por eles. Portanto estas palavras de Pedro são um grande passo na compreensão humana sobre a revelação divina. A partir desta compreensão, nosso batismo também deve ser um salto no escuro e uma nova compreensão da nossa vocação e, como João Batista, nossa missão é apontar para Jesus como o Filho amado do Pai e o Salvador de toda a humanidade.

Portanto, nosso batismo significa ser purificado pela água, é um novo nascimento na fé em Jesus e, como criaturas novas, queremos ficar em sintonia com a vontade de Deus. Assim, como João Batista queremos apontar para Jesus pela nossa ação de temer a Deus e praticar a justiça.

Pelo batismo, fazemos parte do Povo de Deus e somos membros de uma grande família. Vivemos em comunidade e promovemos o espírito de fraternidade, partilha e amor. Assim pela vivência deste compromisso apontamos para Jesus, o Filho amado do Pai.

No nosso batismo, recebemos uma missão como o servo para realizar a vontade do Pai, livrar das injustiças, ser luz para todos e ensinar o significado das nossas promessas batismais no seguimento do caminho de Jesus.

No batismo compreendemos que Deus não faz distinção entre as pessoas, ele aceita todos que praticam a justiça. Como Jesus somos ungidos para praticar o bem, superar todos os preconceitos e viver a misericórdia.

No batismo renunciamos o mal e professamos a fé. Não só de nome, mas pelas nossas palavras e ações. Por isso, nesta celebração renovamos as promessas do nosso batismo e, pela força do Espírito Santo, nos comprometemos a apontar para Jesus que está no meio de nós como Servo para promover o julgamento para obter a verdade e estabelecer a justiça na terra, sinais do Reino de Deus entre nós. É este Jesus que se manifesta como luz das nações e o Filho amado do Pai.

Por: Frei Gregório Joeright, OFM

WhatsApp Image 2025-01-08 at 11.22.33

Festividade São Paulo Apóstolo

Queridos irmãos e irmãs,
saudações fraternas de Paz e Bem!

Um novo ano se inicia enchendo nossos corações de fé e esperança para celebrarmos os festejos em honra ao nosso padroeiro São Paulo Apostolo. Mais uma vez, a Igreja do Brasil através da Campanha da Fraternidade, nos provoca a pensar sobre nossa responsabilidade em relação a proteção da integridade da criação. Assim, como membros de uma só família, somos chamados a cuidar da natureza com o mesmo amor com que Deus criou cada um de nós. Diante dos
últimos acontecimentos, como por exemplo, o prolongamento do período da seca e as queimadas que afetam a vida dos povos que habitam este espaço sagrado chamado tão carinhosamente pelo Papa Francisco de Querida Amazônia, nossa comunidade convida todos a refletirem este ano o seguinte tema: São Paulo Apostolo: Defensor da Criação e da Vida Plena e o lema: Toda Criação Espera com impaciência a manifestação dos filhos de Deus (Rm 8,9).
Sabemos que ao criar a natureza, Deus viu que tudo era bom (Gn 1,31) e confiou ao homem e a mulher os cuidados de sua criação. Devemos reconhecer que vivemos em uma realidade cada vez mais urbana com problemas que nos desafiam a adotarmos uma postura de conversão e assim, rever o modo como nos relacionamos com a mãe natureza. Neste sentido, a vida de nosso padroeiro, nos permite contemplar um profundo processo de conversão que o levou a
anunciar o Evangelho a todos os povos. Um anúncio marcado pelo encontro com Cristo que o fez falar e agir em defesa da vida e da dignidade de todos os seres humanos independente de qualquer de raça, cultura, gênero ou religião.
Sua conversão nos ensina que é possível sermos transformados por Deus e mudar nossa postura diante de realidades tão desafiadoras. Somente assim poderemos assumir com convicção nossa missão de guardiões da casa comum. Que este tempo festivo fortaleça em nós o espírito de fraternidade e união e que o exemplo de São Paulo nos ajude na luta por um mundo mais justo onde a dignidade dos seres humanos seja respeitada e a integridade da criação preservada. A todos, uma feliz e abençoada festa!
Fraternalmente, Frei Vagner de Sena, OFM

Mg

Ponto Fra Massimo

Na recente viagem à Bolívia, encontrei-me com os Ministros Provinciais da Conferência Franciscana Bolivariana com o Definitório Geral e depois pude visitar a Província Missionária de Santo Antônio, na Bolívia.

Este país vive fenómenos diversos: instabilidades sociais e políticas, que minam a verdadeira democracia; pobreza generalizada e desigualdades sociais, entre as primeiras do continente; barreiras ao acesso à educação; falta de água e desmatamento, consequências das mudanças climáticas, extração mineral não regulamentada; dificuldades nas famílias; migração interna para os centros urbanos, com consequências de pobreza e exclusão social; fuga de jovens das zonas rurais e migração para o estrangeiro; influência na política de tráfico de drogas; formas de secularização, presença de outros grupos e seitas cristãs, investigação e recuperação de culturas e religiões pré-coloniais, também para superar o cristianismo na sua forma recebida. 

O maior desafio para dar esperança ao país continua a ser o dos jovens, que vêem o seu futuro comprometido. Os jovens são os mais pobres e deixam as suas terras como migrantes. Esta é uma face da pobreza generalizada de hoje, que não podemos ignorar. 

Tornar-se peregrinos da esperança significa levar a sério a condição dos jovens e o seu futuro, abrindo caminhos de acesso à educação, oferecendo-lhes uma caixa de ferramentas dotada de valores sólidos para o desenvolvimento da sua identidade, humana, religiosa e civil, porque podem viver legalmente e construir um futuro digno. A democracia e a mudança social, política e até mesmo na comunidade cristã podem começar primeiro a partir deles. 

No continente sul-americano, como em muitas outras áreas do mundo, é urgente voltar a cuidar dos jovens e abrir possibilidades para que se tornem peregrinos de esperança rumo a um futuro melhor. Esta realidade constitui um apelo muito forte também para nós, no mundo. O futuro começa nos jovens e não queremos deixá-los sozinhos. Por isso é urgente fazer escolhas concretas para compreender, satisfazer e promover a condição dos jovens.

Também faz parte desta escolha a promoção de uma pastoral juvenil mais orgânica, preparada e animada, junto com os próprios jovens, que podem tornar-se seus protagonistas. Tudo isto cria também o contexto para uma pastoral vocacional, nova em visão, métodos e mediações. Animado com os leigos e não apenas por nós. Não será talvez precisamente nestas condições, muitas vezes difíceis, que o Senhor continua a chamar à vida e à missão evangélicas? Vejo que entre nós há muito pouca sensibilidade pelas vocações e responsabilidade partilhada por elas, para nunca ser delegada apenas aos animadores. 

Os adultos que se distanciam dos jovens e da coragem de lhes propor uma vida bela e boa, mesmo a dos frades menores seguindo os passos de Cristo com Francisco, são adultos que perderam a bússola da esperança, não têm o audácia de atravessar o vasto mar desta época e contentam-se em permanecer na costa dos hábitos consolidados, sem correr riscos. 

É assim que sobrevivemos, não há futuro. O que escolhemos?

Fonte: ofm.org

12365549

Sagrada Família

Hoje, celebramos a festa da Sagrada Família. Lembramos a família de Nazaré que nos ensina lições para nossa vida familiar, pois rezamos: “Concedei-nos imitar em nossos lares as virtudes da Sagrada Família”. Refletimos sobre as nossas famílias, e também sobre a grande família de Deus a qual pertencemos pelos laços de fé e amor.

Nossa vida familiar é muito importante, pois a nossa felicidade depende da família, quando a vida na família vai bem sentimos felizes, mas quando vai mal, ficamos angustiados, tensos e estressados. Fala-se muito hoje sobre a crise familiar, de fato a família enfrenta muitos desafios e ameaças. Ameaças que vem de dentro da própria família, mas também outras que vem de fora.

Os problemas que vem de dentro da família são muitos: dificuldades de relacionamento por falta de diálogo e perdão, familiares que ficam viciados em drogas e alcoolismo, malvadeza e infidelidade, machismo, falta de compreensão e reconciliação, falta de diálogo entre pais e filhos. É claro que estes modos de agir ameaçam a vida familiar de muitas famílias hoje.

Mas também existem os problemas e desafios que vem de fora da família: falta de segurança, problemas financeiros, falta emprego, moradia e assistência médica e principalmente os meios de comunicação e as redes sociais que influenciam as famílias e desviam as pessoas dos valores cristãos que devem ser vividos pelas famílias.

Muitas vezes pensamos que a família tem que voltar ao passado, temos saudade da vida familiar como era no passado. Mas, não podemos voltar para trás, pois é preciso lembrar que a família enfrenta novos desafios, por isso a própria família e a sociedade precisam descobrir novas respostas.

Com certeza, novas respostas não são facilmente encontradas, mas a Palavra de Deus é como luz que sempre nos indica o caminho. A própria Sagrada Família nos ajuda a descobrir o caminho pela fidelidade ao projeto divino pela sua abertura ao Espírito Santo.

A primeira leitura lembra: “Quem honra seu pai, alcança o perdão dos pecados; evita cometê-los e será ouvido na oração cotidiana. Quem respeita sua mãe é como alguém que junta tesouros” (Eclo 3, 4). Respeitar e amar a fonte da vida que são os pais é também amar a Deus, origem de toda a vida. Os pais participam do amor de Deus que nos criou. Reproduzem novas vidas e participam do ser de Deus que é doação. Não vivem só para si, mas para os filhos. Por isso o respeito é fundamental que significa dar valor a cada pessoa. A família que vive o amor e a doação quebra o ciclo de uma sociedade descartável e individualista manifestando o valor de cada pessoa humana e o respeito à vida em todos os momentos, da concepção até a morte.

Ainda São Paulo nos ensina sobre a vida familiar: “Esposas, sede solícitas para com vossos maridos, como convém, no Senhor. Maridos amai vossas esposas e não sejais grosseiros com elas. Filhos, obedecei em tudo aos vossos pais, pois isto é bom e correto no Senhor. Pais, não intimideis os vossos filhos, para que eles não desanimem” (Cl 3, 18-21). Com certeza, se habitamos na luz de Cristo, vivendo o amor, poderemos ter famílias unidas que vivem na paz e tornam-se a base para uma sociedade mais justa e fraterna.

O Evangelho ilumina: Maria e José levam Jesus ao templo e na volta, sem perceberem, Jesus fica e somente três dias depois é achado no templo entre os doutores discutindo e fazendo perguntas. Três dias que lembram Jesus no sepulcro, três dias de angústia para os pais e para a primeira comunidade. A resposta de Jesus lembra a sua missão: “Não sabeis que eu devo estar na casa do meu Pai” (Lc 2, 49b). Missão cumprida quando Jesus diz no alto da cruz: “Pai, em tuas mãos entrego meu espírito”. Como Maria precisamos guardar a missão de Jesus no coração. É preciso compreender a vontade de Deus e devemos ser discípulos de Jesus para que possamos crescer como família em graça e sabedoria diante de Deus.

É muito claro que hoje em dia, a família é alvo de hostilidade da sociedade atual e, como a Sagrada Família foi perseguida, nossas famílias são perseguidas hoje. É na perseverança do valor da vida que podemos encontrar o caminho para uma vida familiar realmente cristã. Podemos então dizer que a Sagrada Família nos ajuda a repensar nosso relacionamento familiar e a descobrir que nossas famílias devem ser o lugar de viver o projeto maior de sermos uma só família, a família de Deus que tem seu grande objetivo de construir o Reino de amor e fraternidade.

Pedimos que possamos viver em nossas famílias o que rezamos no início desta celebração: “Ó Deus de bondade, que nos destes a Sagrada Família como exemplo, concedei-nos imitar em nossos lares as suas virtudes para que, unidos pelos laços do amor, possamos chegar um dia às alegrias da vossa casa”.

Por: Frei Gregório Joerigth, OFM

Cânticos abertura 1

Abertura do Centenário do Cântico das Criaturas

Imagem: ofm.org

Assis, 11 de janeiro de 2025

Em 2025 celebramos o oitavo centenário da composição da Canção das Criaturas . 
Francisco de Assis, na primavera de 1225, poucos meses depois da experiência de La Verna, quis passar um período de cinquenta dias no mosteiro de São Damião, onde viviam Chiara e as primeiras irmãs pobres. 
Durante aquela estadia em São Damião, depois de uma noite conturbada pelas dores das suas doenças, mas também visitada pelo Senhor que lhe tinha dado a certeza do seu amor e da sua salvação, Francisco compôs aquele hino de louvor e de acção de graças a Deus, que todos nós saber.

Como nos Centenários anteriores, também nesta ocasião uma celebração de toda a Família Franciscana dará início oficial ao Centenário: o evento será realizado no dia 11 de janeiro de 2025 e terá início às 10h00 em São Damião , e depois continuará na Basílica de São Francisco , onde terminará no final da manhã.
Queríamos partir do lugar onde Francisco compôs a maior parte do Cântico e louvou a Deus por todas as criaturas, e concluir onde repousam os seus restos mortais, para cantar ao lado dele e com ele o último verso, composto pouco antes de morrer: “Laudato si ‘ meu Senhor, morte corporal para nossa irmã”. 

As duas partes da celebração podem ser acompanhadas online no site  www.centenarifancescani.org .
Quem quiser participar presencialmente poderá escolher um ou outro local: a outra parte da celebração será projetada em ambos os santuários. 
No site também será possível baixar os livretos com o texto da celebração em diversos idiomas.

Baixe o material para comemorar o Centenário da Canção :

A Canção das Criaturas

A Canção das Criaturas (italiano)

Diretrizes

Núcleos Carismáticos

Logotipo

Fonte: ofm.org

Natal 2024 Ministro Geral

Os melhores votos do Ministro Geral para o Natal do Senhor 2024

Imagem: ofm.org

A todos os Frades Menores da Ordem
Às Irmãs contemplativas da nossa Família
Às Irmãs da TOR e aos irmãos e irmãs ligados à nossa Ordem

Roma, 22 de dezembro de 2024
Quarto Domingo do Advento

Neste Natal, caminhemos como peregrinos da esperança , pelo caminho da paz, para construirmos juntos uma casa comum mais acolhedora e fraterna. 

Na Noite Santa deste Natal de 2024, o Papa Francisco abre a Porta Santa do Jubileu de 2025 aos peregrinos da esperança. Quanto precisamos disso! Também nós nos tornamos peregrinos rumo a Greccio com São Francisco, que sobe à ermida levado precisamente pela esperança: 

A sua aspiração mais elevada, o seu desejo dominante, a sua vontade mais firme era observar perfeitamente e sempre o Santo Evangelho e segui-lo fielmente com toda a vigilância, com todo o empenho, com todo o entusiasmo da alma e o fervor do coração o ensinamento de nosso Senhor Jesus Cristo e seguir os seus passos  (1Cel 30, 84).

O meu desejo para este Natal de 2024, onde a esperança é posta à prova, é triplo…

Leia o texto completo

Fonte: ofm.org