Este ano, a Comunidade São Paulo Apóstolo, localizada no bairro Diamantino (Santarém – PA), completa 30 anos de vida comunitária e trabalho pastoral. Escutamos algumas lideranças e elas nos contam os primeiros passos da comunidade, assim como sobre os sentimentos de chegarem na terceira década de caminhada.
A atual coordenadora da Comunidade, Rosilaine Alves Saraiva, recorda que a comunidade formava o Distrito 06 da comunidade Cristo Libertador, no bairro Interventoria. O Distrito contava com expressiva participação de comunitários e, após visitas às famílias católicas do bairro, sentiu-se a necessidade de uma Igreja mais próxima. O primeiro passo foi reunir a coordenação da então área “A”, para discutir e organizar algumas ideias. Em 1991, sob a liderança de Frei Gregório Joeright, as primeiras reuniões para dar início à comunidade aconteceram.
Uma comunidade nascente
Adalgisa Correa, liderança da comunidade, sobre as motivações que impeliam o grupo de leigos para a fundação de uma nova comunidade, afirma: “devido ao crescimento populacional nesta área, começaram a pensar nos modos de trabalhar com as famílias que chegavam do interior do município, oriundas do planalto, várzea e outras localidades. Atender melhor o crescente número de fiéis foi o primeiro fator para estabelecer uma nova comunidade. A distância para o povo se deslocar até a capela de Cristo Libertador e a então falta de estrutura e iluminação nas ruas do bairro, também foram fatores considerados.”
Sobre a distância, Adalgisa relembra: “Fizemos um mapa do bairro e vimos que tinha condições de se formar 4 distritos e assim fizemos. Depois fomos em busca de pessoas para ficarem a frente assumindo e sendo uma ponte entre distrito e comunidade de Cristo libertador. As primeiras animadoras de distrito foram: Francilane (Distrito 01), Diana (Distrito 02), Ana Sabino (Distrito 03) e Adalgisa (Distrito 04).”
Igreja de pedras vivas
Aos poucos a comunidade foi se estruturando em âmbito pastoral e em estrutura física, para poder celebrar o mistério pascal de Cristo. As primeiras reuniões, a aquisição do espaço para a igreja, os mutirões, as limpezas e tantas outras atividades permanecem na memória de muitos comunitários.
Adalgisa Correa destaca que todas estas atividades eram de suma importância. Era preciso primeiro organizar uma igreja de gente e depois um templo de pedras. Por isso, somente depois de organizar os distritos e serviços é que foram buscar os meios necessários para a edificação do espaço celebrativo. “Tudo na hora de Deus e no momento certo foi acontecendo e se realizando o tão sonhado momento de termos as pedras do edifício e as pedras vivas” – Ressalta Adalgisa
Acerca do processo da construção do espaço celebrativo, Rosilane lembra que durante muito tempo as reuniões, celebrações e outras atividades foram realizadas no barracão. Mas logo surgiu a ideia da construção da igreja e no dia 27 de agosto de 2000 iniciou-se a construção da capela dedicada a São Paulo Apóstolo.
A escolha do Padroeiro
O padroeiro é alguém que abençoa e identifica a vida comunitária. A cada ano o povo celebra a memória da sua trajetória e se anima com seu seguimento no projeto de Deus. A escolha do padroeiro é um passo importante na construção da identidade comunitária. Segundo conta dona Adalgisa, surgiu a preocupação de quem seria o padroeiro desta nova comunidade. “Frei Gregório pediu que os distritos sugerissem os nomes de possíveis santos padroeiros para se fazer a escolha. Vários nomes foram propostos, entre eles São Pedro, São Francisco e São Paulo. A comunidade se identificou com a história de vida de São Paulo Apóstolo, e este foi o mais votado”.
Missionários como Paulo
São Paulo nos recorda que formamos um só corpo. Iluminados por esta teologia, recorda-se tantos nomes de lideranças que contribuíram nestes 30 anos de evangelização. Fundamental nas origens da comunidade foi a organização dos distritos, escolha dos animadores, catequistas, lideranças que atuaram em todos os serviços. As irmãs que estiveram no início dos trabalhos, irmã Maria, irmã Leonor e irmã Kate, são nomes que precisam ser lembrados, pois foram indispensáveis para o bom êxito da missão.
Entre as primeiras lideranças, dona Adalgisa relembra de forma singular outros nomes: senhora Pauliria, Marciana, Ana Sabino, Vitalino, Joana Pereira, Ribamar, Santana, Assis, Joaninha e outros que contribuíram para consolidar a Comunidade.
Ela diz: “Poderíamos citar ainda muitos que constituíram, em união de fé e missão, com o apoio dos Frades, que fazem parte dessa história. Tudo isso e muito mais são motivos de alegria e gratidão ao celebrarmos os 30 anos da comunidade São Paulo, Apóstolo. São muitas histórias para contar sobre o engajamento de lideranças na Comunidade”.
Rosilaine destaca a participação dos fiéis nas Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), na formação das lideranças, nas rodas de conversa com as famílias e a forte vivência da juventude. Abordando mais vertentes da organização pastoral, Rosilaine recorda: “A troca de experiência entre os distritos ou até mesmo com as outras comunidades da Paróquia Cristo Libertador eram muito ricas para nós que estávamos iniciando a caminhada. É importante lembrar que o surgimento de novas lideranças, aconteceu a partir da catequese de Iniciação à Vida Cristã (I.V.C.). A comunidade também foi inspiração vocacional para alguns jovens, como Frei Haroldo Pimentel, natural da comunidade.
Seguir caminhando com São Paulo
Nessa história de irmãos e irmãs vemos pontos “altos e baixos”, reconhece Rosilane e Adalgisa, “mas seguimos com muito amor fraterno”. Os comunitários continuam na luta e fazendo parte desta história no prosseguimento a esta caminhada evangelizadora.
Adalgisa Correa celebra dizendo: “só tenho alegria, felicidade e muita fé por continuar participando desta comunidade e vendo a cada dia seu crescimento e novas famílias se engajando. Hoje o que motiva essa participação é ver como está a nossa comunidade, as nossas cebs, são lideranças comprometidas em seguir em frente com a evangelização na comunidade do Apóstolo São Paulo”.
Texto e Imagens: Pascom São Paulo Apóstolo
Com depoimentos de Rosilaine Alves Saraiva e Adalgisa Correa