Por Frei Jhonatan Luiz, OFM
Na manhã do dia 02 e maio, os frades que estão fazendo a Experiência Amazônia, iniciaram o dia, logo cedo, com um café reforçado. Depois que terminaram essa refeição tão importante para nossa alimentação diária, os frades dirigiram-se para a Orla do Rio Tapajós, para novamente tomarem o barco, só que dessa vez, em direção ao Quilombo de Arapemã. Sem mais surpresas, mas ainda encantados com as belezas do grandioso Rio Amazonas, os frades navegaram por um tempo médio de 30 minutos até que chegaram no Quilombo de Arapemã.
Aí os frades foram recebidos ao som de “nego nagô”, música típica as das comunidades quilombolas, que recorda a luta por libertação e por direitos para essa população. Depois dessa amorosa recepção, as mulheres do Quilombo cantaram a tradicional ladainha a santa Mãe de Deus para o deleite dos frades.
Depois desse momento de calorosa recepção, foram feitas as devidas apresentações, e seguiram todos para a mesa do café que já havia sido preparado previamente pela comunidade quilombola. Terminado o café, os frades foram divididos em grupos pequenos para fazerem as visitas as famílias do quilombo. Todo certo com as visitas, membros da comunidade e os frades ansiosos para compartilharem a vida e as histórias, até que em uma das visitas, descendo da bajara, o Frei Suelton escorrega e segura no braço de Frei João Paulo, que distraído com a beleza do meio ambiente e com os cantos dos pássaros, solta um espontâneo “seguro diabo!”, que foi ouvido por todos. Mas graças a intercessão de Santa Ana, nossos confrades não caíram no Rio, e todos depois soltaram gargalhadas do acontecimento.
O tempo de visita às famílias foi um profícuo momento de ouvir da boca dos quilombolas um pouco da realidade e da história do quilombo. Essas visitas contribuíram para a roda de conversa com as lideranças do quilombo, que aconteceu na parte da tarde desse dia. Mais uma vez, um momento de muito aprendizado e partilha mediado por Frei Vagner.
Já terminando o dia, Frei Jhonatan pode contar com a intercessão se Santa Ana. Depois de se despedir dos membros da comunidade, os frades tiveram que pegar a bajara para chegar no barco que os levou até próximo ao quilombo, porque as águas do Rio estão altas, mas não o suficiente para que a embarcação que levou os frades atracasse para eles descerem. Foi na troca da bajara para a embarcação maior que a intercessão aconteceu.
Frei Jhonatan esperou sua vez para subir na embarcação que os traria de volta a Santarém, foi então que quando chegou sua vez de trocar de embarcação, a bajara se movimentou e nosso irmão se viu literalmente entre uma embarcação e outra, e feito o homem elástico, se segurou para não cair. Com a ponta dos pés na bajara e as mãos agarradas no barco maior, Frei Jhonatan fez força para aproximar novamente as embarcações. Quando finalmente conseguiu, muito afoito para sair logo daquela situação de “cai ou não cai”, nosso confrade faz mais uma tentativa de embarcar e a bajara novamente se afasta obrigando nosso confrade a se esticar novamente e a novamente fazer o esforço para juntar as embarcações. Novamente nosso confrade consegue a proeza de aproximar as embarcações, mas dessa vez antes que Frei Jhonatan tomassem qualquer ação impulsiva, Frei João Paulo pede calma e segura, junto aos demais confrades, as embarcações bem unidas para que Frei Jhonatan pudesse sair daquela situação de quase mergulho.
Transcorridos esses eventos todos entraram no barco e seguiram para o convento, em Santarém, onde terminaram o dia com um jantar em comunidade, partilhando as experiencias e dando risadas do acontecido com Frei Suelton e Frei Jhonatan.
Por: Frei Jhonatan Luiz, OFM