Foto: Adriano Almeida.
Seis frades menores foram ordenados diáconos no último dia 26 de março na igreja St. Peter’s (São Pedro) em Chicago (EUA). A celebração iniciou às 1:30 pm, horário local, momento em os ponteiros do relógio marcavam 15h30 no horário de Brasília. Quanto aos frades, quatro deles pertencem a três províncias distintas dos Estados Unidos, e dois deles, Frei Erlison Campos de Almeida Filho e Frei Vagner de Sena Ferreira, são frades da Custódia São Benedito da Amazônia. Frei Rômulo Monte Canto e Frei Gregório Joerigth estiveram presentes representando a Custódia.
A celebração foi presidida pelo Bispo Auxiliar de Chicago, Dom Mark Bartosic. Já na procissão de entrada, o cântico das criaturas foi entoado. O bispo, após o sinal da cruz, saudou espontaneamente a assembleia e afirmou ser esse um dia de alegria para a família de Deus e em seguida, cantou as invocações do ato penitencial. Na oração do dia, Dom Mark suplicou a Deus, que ensinou a servir e não ser servido, a mansidão no trabalho e a constância na oração para os que dignou escolher para o ministério diaconal. Na liturgia da Palavra, Frei Faustino, da Província Franciscana de Santo Antônio do Brasil, proclamou Jeremias 1, 4-9. Logo depois, dois frades entoaram o salmo responsorial , que tem como refrão: “Nós somos o povo e rebanho do Senhor” (Sl 100). Na segunda leitura proclamou-se Efésios 4, 1-7; 11-13. O evangelho proclamado em João 15, 9-17 falou sobre permanecer unido no amor de Cristo para produzir muitos frutos.
A chamada, apresentação e eleição dos candidatos ao diaconato ocorreu antes da homilia. Neste momento, o bispo dirigiu-se aos frades de forma bastante familiar, chamando-os por seus “nicknames”. Posteriormente, Dom Mark fez menção ao seu próprio apelido e explicou que assim como Francisco foi apelidado como pobrezinho, e isso também foi parte de sua missão, o mesmo acontece na identificação de cada um dos futuros diáconos. À medida em que ia revelando os apelidos de cada um, lhes dirigia mensagens importantes sobre o ministério que estavam para assumir.
Ao voltar-se para Frei Vagner, mencionou o apelido recebido por ele entre os munduruku: Tawé (nome dado pela etnia a uma espécie de primata), devido o corpo do frade ser revestido de mais pelos que os autóctones. Partindo do cognome do frade, o bispo ressaltou que muitas vezes os nossos corpos, com suas especificidades, marcam os apelidos que ganhamos. Recordou aos frades que eles devem colocar todo o seu corpo a serviço da missão que abraçam. E ressaltou a preocupação dos missionários com os corpos dos doentes e pobres. Dom Mark afirmou que agir em favor dos desvalidos nos identifica como discípulos de Cristo, que se tornou um de nós e carregou a sua cruz. O bispo pediu aos frades, que à luz das orações da ordenação: “esforcem-se para moldarem-se à imagem do próprio Cristo e oferecerem um testemunho constante de fé e amor”.
Dirigindo-se a Frei Erlison, o qual referiu-se como Kore-Kore (Sapo Cururu), assim cognominado pelos munduruku do Alto Tapajós, símbolo de felicidade, sempre a saltar e mexer com o ambiente, o bispo pediu ao frade: “não se esqueça de se divertir, pois esse ministério é uma grande alegria”. Disse ainda, que não obstante os muitos trabalhos, e até as incompreensões, os cristãos têm a obrigação de serem pessoas alegres, como autênticos discípulos de Jesus. O bispo remeteu-se ao Evangelho para falar do amor sem fingimento. Segundo Dom Mark, Shakespeare diz que grande parte da amizade é fingimento e grande parte do amor é mera loucura, porém, o Senhor fala no Evangelho que ninguém tem maior amor do que quem dá a sua vida pelos seus amigos.
A liturgia seguiu com o propósito dos eleitos, onde em um diálogo com o bispo, os frades manifestaram suas promessas de respeito ao bispo diocesano e ao seu legítimo Ministro. Após esse momento, os frades distribuíram-se ao longo da nave da igreja e prostraram-se para a ladainha das santas testemunhas. Depois da prece litânica houve a imposição das mãos e prece de ordenação diaconal. A prece recorda Deus que escolhe servidores para o seu povo e clama o Espírito Santo para que os ordenados exerçam com fidelidade o seu ministério. Como sinal do ministério, os frades foram revestidos com as vestes diaconais e receberam o livro dos Evangelhos (Evangeliário).
Após a comunhão, Frei Faustino entoou, em português, a música “Pelos frutos que me dás”, de autoria do Pe. Zezinho. A canção fala de agradecimento pelo chamado divino. Com a bênção solene sobre os neo-diáconos, sobre o povo e a despedida da assembleia a celebração se encerra. Os frades exercerão o serviço da liturgia e da caridade na função de diáconos nas paróquias dos Estados Unidos. Desejamos um frutuoso ministério diaconal para os novos diáconos da Igreja e da Custódia São Benedito.
– Texto: Equipe de Comunicação Custodial.
– Fotos: Adriano Almeida.