Dia 25 de outubro, festejamos São Frei Galvão, o primeiro santo brasileiro! E que bom que este primeiro varão a chegar à honra dos altares é um Frade Menor, um Franciscano! Frei Antônio de Santana Galvão, ainda não é um santo tão popular aqui na região norte do Brasil e sua história, apesar de muito rica e edificante, ainda é pouco conhecida pelo povo amazônida. Eu mesmo sendo frade, até poucos anos atrás bem pouco sabia dele! Porém, esse lapso foi corrigido, quando nos tempos de estudos teológicos eu morei na Província Franciscana da Imaculada Conceição, entidade da qual o ilustre santo fez parte.
Vou iniciar meu relato, a partir da visita que fiz em Guaratinguetá, sua terra Natal. Uma pequena e pitoresca cidade do Interior de São Paulo que é vizinha de Aparecida do Norte e do Santuário Nacional de Aparecida. Lá em “Guará” como é chamada, está a casa onde nasceu São Frei Galvão, tal casa pertenceu à família dele e hoje é um museu, onde estão vários pertences originais dele e de sua família. Também nesta cidade existe o Seminário e Santuário Frei Galvão que está sob o cuidado de nossos frades, e que diariamente recebe centenas de romeiros de todos os cantos do Brasil e do mundo, lugar muito lindo e convidativo à oração, vale a pena visitar! Na época em que estive lá, estava no jardim uma estátua gigantesca do São Frei Galvão, e que atualmente foi levada de guindaste para um monumento feito no alto de uma serra na entrada da cidade, tornando-se outro ponto turístico bem aprazível.
Seguindo minha partilha, lhes conto que passei um período de estágio, no convento São Francisco, no centro da cidade de São Paulo, onde Frei Galvão foi guardião (superior da casa), lá me deparei com uma das primeiras pinturas feitas dele, que está na galeria de quadros de todos os antigos guardiões daquela casa. Provavelmente daquela pintura foram copiadas todas as demais que temos hoje. Saindo do centro de São Paulo, fui visitar o Mosteiro da Luz, bem ao lado da antiga Estação da Luz em “sampa”. Tão belo e grande mosteiro foi edificado, pelas próprias mãos de Frei Galvão! Sim Frei Galvão era pedreiro e arquiteto, é padroeiro da construção civil, dos pedreiros e arquitetos. É neste mosteiro, que estão sepultados seus restos mortais, e é habitado pelas monjas Clarissas Concepcionistas, que devotamente preparam manualmente as famosas “pílulas de Frei Galvão”, abençoam e distribuem a todos os devotos que para lá acorrem às centenas diariamente. Fiquei muito emocionado e feliz por passar por tantos lugares por onde fez missão este grande baluarte da ordem seráfica! Muito me edificou sua história que aconselho a você amado(a) leitor a conhecer mais profundamente!
Mais tarde já estando eu, como missionário entre o povo Munduruku, no alto Tapajós com a aprovação de toda aldeia, elegemos Frei Galvão, como padroeiro da Aldeia Morro do Korapi, ganhei a imagem do querido santo na época da Jornada Mundial da Juventude do Rio de Janeiro, e de lá a trouxe no colo e com todo cuidado, e a levei pra modesta capela, erguida no alto do morro desta pequena aldeia do Rio Cururu, tornando-se esta provavelmente a “PRIMEIRA ALDEIA INDÍGENA” a venerá-lo como padroeiro. Então, Viva Frei Galvão! Viva o Primeiro Santo brasileiro!!!
Um forte abraço,
Frei Ulysses Antônio Nunes Calvo, OFM