Frei Leão, culto sacerdote e hábil calígrafo, foi um dos companheiros prediletos de São Francisco de Assis, que o escolheu também como o seu secretário pessoal. Foi a Frei Leão que o Santo dedicou a sua afetuosa bênção, contida no manuscrito “Bilhete a Frei Leão”, que também tem no seu verso a oração ‘Louvores ao Deus Altíssimo’. A bênção do Santo de Assis mostra a sua consolação fraterna para com o seu fiel irmão, confessor e secretário. Eis o texto: “O Senhor te abençoe e te guarde; te mostre a sua face e tenha misericórdia de ti. Volva para ti o seu olhar e te dê a paz (cf. Nm 6, 24-26). Frei Leão, o Senhor te abençoe (cf. Nm 6, 27b)” (FF, p. 106).
Esse texto da bênção direcionada a Frei Leão foi escrito num pergaminho datado do século XIII, “na segunda metade de setembro de 1224” (FF, p. 18), enquanto São Francisco, Frei Leão e Frei Rufino rezavam no Monte Alverne uma “quaresma de oração e jejum em honra de São Miguel” (FF, p. 87). O manuscrito de 14x10cm autografado pelo Poverello di Assisi existe até hoje, é legível e está conservado na Basílica inferior de São Francisco – na capela das relíquias – na cidade de Assis, Itália. Essa bênção é bíblica, e corresponde à bênção que o Senhor Deus pediu que Aarão e seus filhos impusessem sobre o povo de Israel como sinal de sua presença e bondade (cf. Nm 6, 22-26).
Após a morte de São Francisco, os frades franciscanos continuaram a rezar essa bênção como pedido de intercessão ao Deus misericordioso para que Ele ajudasse o seu povo, dando proteção, segurança e paz. A espiritualidade franciscana revalorizou essa bênção litúrgica, considerando-a, principalmente, eficaz para confortar a vida de aflição das pessoas, crentes na presença de Deus protetor no meio do seu povo. O novo Missal Romano a coloca como a primeira bênção solene a ser rezada no Tempo Comum. A partir destes fatos históricos, tal invocação ficou conhecida e cantada, popularmente, como a “Bênção de São Francisco”.
Frei Elder de Sousa Almeida, OFM
Referências:
– Fontes Franciscanas e Clarianas. 3ª edição, Petrópolis-RJ, Vozes, 2014.
– Cocco, Francesco. Il sorriso di Dio. Studio esegetico della “Benedizione di San Francesco” (Nm 6, 24-26). Dehoniane, Bologna, 2009.
https://www.sanfrancescopatronoditalia.it/notizie/francescanesimo/leggi-la-benedizione-di-san-francesco-a-frate-leone-44014 – acessado no dia 26 de fevereiro de 2021.
https://franciscanos.org.br/carisma/simbolos/a-bencao-de-sao-francisco#gsc.tab=0 – acessado dia 26 de fevereiro de 2021.
Segundo as Fontes Franciscanas, foi em 1194 que Santa Clara nasceu – na cidadezinha de Assis – e sua família, de sobrenome Favarone, pertencia à nobreza assisiense (cf. Fontes, Cronologia, p. 83). Mesmo tendo fartura e conforto em seu lar, Santa Clara teve o suporte da fé e da educação de sua mãe Hortolana em fazer obras de piedade cristã para com a gente paupérrima dos bosques da cidade, sobretudo, os leprosos. É provável que na sua adolescência, durante estas andanças exercendo a caridade evangélica, ela tenha ouvido falar de São Francisco, ou até mesmo visto o Arauto de Deus pregando ou também cuidando dos marginalizados da sociedade.
Em 1208, por exemplo, quando tinha 14 anos, a Santa manda abundante comida para os pobres que ajudavam São Francisco na reconstrução da igrejinha da Porciúncula (cf. Fontes, Cronologia, p. 84). Santa Clara deixou a sua casa e foi acolhida pelos frades no dia 18/19 de março de 1211/1212. Era noite de Domingos de Ramos, e na capela da Porciúncula, a bela jovem fez sua consagração ao Senhor. A formação espiritual que ela recebeu, encorajou-a na decisão de seguir o mesmo caminho de São Francisco: amar o Cristo pobre, cuidando dos mais pobres sofridos da época (cf. Fontes, Cronologia, p. 85).
Sabe-se, através das legendas medievais conservadas, que São Francisco e Santa Clara se encontravam amigavelmente, a fim de que o Santo de Assis a orientasse na realização de sua vocação à vida consagrada a Deus, pois ela era a sua ‘plantinha espiritual’ (cf. Fior 15). O Pai Seráfico instalou a filha Clara em São Damião, que num futuro próximo, passou a ser o Mosteiro das Irmãs Clarissas. Mesmo sendo jovem na idade, Santa Clara era madura nas virtudes, forte no espírito e na personalidade, “dotada de sabedoria e especial humildade: Clara de nome, mais clara pela vida, claríssima pelos costumes” (1Cel 18). Ela morreu no dia 11 de agosto de 1253, em Assis-IT (cf. Fontes, Cronologia, 89).
A amizade real entre estes dois santos jovens medievais era sinal de um amor humano verdadeiro. Atualmente, com o avanço das redes sociais e das tecnologias de comunicação, cresceu entre as pessoas a ilusão das amizades virtuais, que revelam serem relações fragilizadas, superficiais e egoísticas. São Francisco e Santa Clara eram dois corações em Deus, unidos num único caminho de vida e amizade. Até hoje, estes dois jovens santos italianos são testemunhos para o mundo acreditar que há possibilidade de viver sadias amizades ancoradas no respeito mútuo, na verdade, na ternura e na aceitação do próximo.
Frei Elder de Sousa Almeida, OFM
Bibliografia:
– Fontes Franciscanas e Clarianas. 3ª edição, -Petrópolis-RJ, Vozes, 2014.
– Leluia, Frei Vogran – Bohomoletz, Renata. Francisco de Assis: história, contos e lendas. Petrópolis-RJ, Vozes, 2019, p. 43-51.
– Timmermans, Felix. A harpa de São Francisco. Petrópolis-RJ, Vozes, 2019, p. 165-174.
http://fradesfranciscanos.com.br/wp-content/uploads/2014/08/A-vida-de-Santa-Clara-de-Assis.pdf, acessado na data 04/03/2021.
É a partir da comparação com textos franciscanos datados que é possível se ter uma aproximação cronológica de alguns escritos de São Francisco de Assis. É o caso do “Cântico do Irmão Sol ou Louvores das Criaturas” (Fontes, Escritos, p. 104-105). Este documento do Poverello foi escrito em dialeto italiano umbro e, provavelmente, composto aos poucos, em estações e momentos diversos da vida do Santo, talvez “entre o inverno (europeu) de 1224 e o verão de 1225” (Fontes, Introdução, p. 18), ou até mesmo tendo a sua conclusão quando o homem de Deus estava bastante enfermo. Isto revela que foi durante os graves e diversos sofrimentos, entre a estigmatização e a morte, que São Francisco fez brotar do íntimo do seu coração um convite às criaturas, exortando-as a cantarem num poema a bondade criadora do Deus Altíssimo (cf. 2Cel 213).
Por ocasião de uma visita à Santa Clara, o Santo permaneceu em São Damião entre os meses de abril à junho de 1225, pois teria piorado da enfermidade dos olhos. Nesta estadia na planície verdejante de Assis, ele teria composto os versos do ‘Cântico’, acrescentando uma penúltima “estrofe sobre a paz, para a reconciliação entre o bispo e o podestà” (Fontes, Cronologia, p. 87). Possivelmente, no início de outubro de 1226, ao saber pelo médico que a sua morte se aproximava, São Francisco compôs as últimas linhas do poema, a última estrofe que é de louvor e acolhida à irmã morte, pela qual todo ser humano deve passar para chegar à vida eterna (cf. 2Cel 217).
São Francisco sente a fraternidade existir entre todos os seres da criação divina: desde o sol à morte, ele os trata como irmãos(ãs), e assim, deixa como legado para a posteridade um hino de amor ao Deus Criador, um louvor inspirado nos salmos ou cânticos da Bíblia. O Cântico das Criaturas, como ficou conhecido, não se trata de um texto romantizado melancolicamente. É um escrito que afirma, por si só, o respeito e o valor de todo ser criado por Deus, através do qual nota-se que São Francisco já exercia a cultura do cuidado e da paz ecológica (cf. 1Cel 80-83).
O Santo de Assis fraterniza com os elementos materiais do universo, valorizando a essência de cada ser: o sol que ilumina, a terra que produz, a água que refresca, o fogo que aquece, o vento que refrigera. Face à cultura da dominação e da exploração ambiental vigentes, a espiritualidade franciscana profetiza que somente uma ecologia integrada, através da cordialidade e do respeito nas relações entre os seres, pode assegurar a vida para todos, aplacando o ego humano do subjugo e do utilitário. São Francisco não quis possuir o mundo, nem dominá-lo, e tanto menos explorá-lo. Ele decidiu fraternizá-lo, harmonizá-lo. Com essa atitude, o Santo de Assis passou para a história, carinhosamente reconhecido, como o Patrono da Ecologia e o Protetor dos animais.
Frei Elder de Sousa Almeida, OFM
Bibliografia:
– Fontes Franciscanas e Clarianas. 3ª edição, Petrópolis-RJ, Vozes, 2014.
– Leclerc, Eloi. O cântico das criaturas: os símbolos da união. 2ª edição, Petrópolis-RJ, Vozes, 1999.
https://franciscanos.org.br/carisma/simbolos/o-cantico-das-criaturas, acessado na data 03/03/2021.
http://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/572386-o-cantico-do-irmao-sol-francisco-de-assis-ja-nao-era-mais-um-homem-que-orava-havia-se-tornado-uma-oracao-viva, acessado na data 03/03/2021.
De origem latina, o vocábulo “transitus” significa “passagem”. A tradição franciscana utilizou esta palavra para celebrar o dia da passagem de São Francisco de Assis pela porta da morte, finalizando a vida terrena e entrando na eternidade com Deus. Devido sua fragilidade corporal e por conta dos cuidados médicos, o Santo se encontrava no palácio do bispo de Assis ao sentir que a sua morte era iminente. Portanto, ele pediu que fosse levado à Igreja Santa Maria dos Anjos – a Porciúncula – local onde teve início a sua Ordem de irmãos, os Frades Menores (cf. 1Cel 108).
Assim, os frades descem a discreta colina onde Assis está localizada, e da verde planície o Santo abençoa sua cidade natal. Já no quarto pobre, São Francisco pede para ser colocado no chão duro e frio, lembrando que ele era pó e ao pó deveria voltar (cf. Gn 3, 19). Junto aos frades, ele canta o Salmo 141 que fala do desejo de ir para Deus. E depois, o Poverello pede que leiam o Evangelho de João 13, 1-17, onde narra a paixão de Cristo. São Francisco estava ciente que sua páscoa definitiva seria ao cair daquela tarde de sábado (cf. 1Cel 110), permitindo, inclusive, que a sua nobre amiga romana Jacoba de Settesogli, o “Irmão Jacoba”, adentrasse a clausura monacal, pois ele a esperava para a despedida da amizade verdadeira cultivada em vida e duradoura até a morte (cf. CA 8).
Ao ver os seus frades chorosos, São Francisco os abençoa com afeto de Pai Seráfico e, em seguida, falece sereno e em paz para a glória do céu diante de todos, que “viam, enfim, o rosto dele como rosto de anjo, como se vivesse, não como se estivesse morto” (1Cel 112). O “Transitus” de São Francisco ocorreu no dia 03 de outubro de 1226, quando ele tinha 44 anos de idade (cf. Fontes, Cronologia, p. 88; LM 14, 3-6). No outro dia, 04/10, a procissão fúnebre com honras e louvores se dirigiu à cidadela de Assis para as exéquias e o sepultamento do homem de Deus. Mas antes, os frades passam pelo Mosteiro das Irmãs Clarissas, a fim de que Santa Clara e suas irmãs saudassem pela última vez o Pai espiritual do movimento franciscano, do qual elas já faziam parte como segunda Ordem Franciscana (cf. 1Cel 116).
A espiritualidade franciscana celebra todo ano este memorável evento do “Transitus” de São Francisco. É uma liturgia solene, sobretudo, para lembrar que o Senhor da vida deseja que todos reinem com Ele após a transitoriedade da existência humana terrena. Para tanto, é preciso ter a paz de espírito e a ciente acolhida da irmã morte corporal como o trânsito necessário para se chegar a vida beata no Reino dos céus, irmã morte “da qual nenhum homem vivente pode escapar” (Cnt 12).
Frei Elder de Sousa Almeida, OFM
Bibliografia:
– Fontes Franciscanas e Clarianas. 3ª edição, Petrópolis-RJ, Vozes, 2014.
– Leluia, Frei Vogran – Bohomoletz, Renata. Francisco de Assis: história, contos e lendas. Petrópolis-RJ, Vozes, 2019, p. 70-72.
– Timmermans, Felix. A harpa de São Francisco. Petrópolis-RJ, Vozes, 2019, p. 339-348.
https://www.ofm.org.br/noticia/o-transitus-de-francisco-de-assis-como-experiencia-de-um-ultimo-encontro-de-amizade-03102016-120504, acessado na data 04/03/2021.
De acordo com as biografias e os escritos de São Francisco de Assis, o encontro do Santo com o leproso é um dos marcos iniciais de sua conversão definitiva, causando-lhe uma ruptura crucial no seu estilo de vida. Em seu Testamento, o Poverello mesmo relembra – no final de sua vida – o quanto era amargo ver leprosos; porém, encarnando o amor de Cristo que pede o serviço e a misericórdia aos desprezados, para São Francisco, cuidar dos leprosos como algo amargo e horripilante se transformou em doçura de alma e corpo (cf. Test 1-3). O surto de lepra na Idade Média foi tão mortífero que ritos religiosos e sociais eram seguidos para que o mal fosse banido do convívio das comunas, fazendo com que leprosos e pessoas acometidas de outra pestilência se refugiassem nas florestas.
Neste contexto, provavelmente em 1205, enquanto cavalgava pelas planícies aos pés de sua cidade natal, São Francisco se deparou inesperadamente com um homem leproso, que lhe estendia a mão suplicando-lhe que desse alguma coisa por misericórdia de Deus. Como qualquer compatriota, o Santo sentiu nojo e repulsa ao olhar aquelas feridas corporais que exalavam fétido odor. Com sensibilidade, ele venceu o seu orgulho e, imbuído da coragem de cavaleiro e do espírito de amor ao próximo, o cavaleiro de Cristo desceu do cavalo, beijou e acolheu com um terno abraço o irmão chagado, que necessitava de cuidados humanos e espirituais (cf. LM 1, 5).
Definitivamente, o encontro com o leproso fez São Francisco ter a certeza que o sucesso de ser cavaleiro de guerra é efêmero, passageiro. Todavia, cuidar do semelhante que traz no corpo as chagas de Cristo Crucificado e lhe restituir a dignidade de filho de Deus era a realização pessoal que almejava e que nunca acabaria. Deus lhe falava ao coração através do serviço da caridade (cf. LM 1, 6; 1Cel 17). Para sentir a necessidade extrema do outro é preciso encontrá-lo realmente, sine glossa. E o Poverello de Assis encontrou no leproso a morte de Cristo, mas na compaixão humana que estendeu para ele, deu-lhe a salvação de Cristo.
São Francisco entendeu que a pior lepra humana era a indiferença, geradora de exclusão social e morte. Então, a ética do cuidado com o próximo foi o bálsamo que o Santo usou para aplacar aquela doença – que apodrece até o espírito humano quando o homem se deixa levar pela sua autossuficiência. Depois deste episódio de conversão, a partir de 1206, São Francisco passou a dedicar-se inteiramente ao cuidado dos hansenianos (cf. Fontes, Cronologia, p. 85). A espiritualidade franciscana sempre priorizou a inclusão humana na sociedade e a cultura do cuidado como remédios que curam e revalorizam o ser humano em toda a sua esfera de vida.
Frei Elder de Sousa Almeida, OFM
Bibliografia:
– Fontes Franciscanas e Clarianas. 3ª edição, Petrópolis-RJ, Vozes, 2014.
– Leluia, Frei Vogran – Bohomoletz, Renata. Francisco de Assis: história, contos e lendas. Petrópolis-RJ, Vozes, 2019, p. 22-27.
https://domtotal.com/noticia/1080188/2016/10/francisco-de-assis, acessado no dia 04/03/2021.
Desejoso em promover a concórdia entre os povos de fé e cultura cristã e islâmica, São Francisco de Assis embarcou para o Oriente no ano de 1219, em plena quinta Cruzada da história autorizada pelo Papa Honório III. Especificamente, o homem de Deus foi como peregrino e testemunha da paz, decidido a encontrar e dialogar com o Sultão do Egito Malek-el-kamel (cf. Fontes, Cronologia, p. 86). O histórico encontro ocorreu no acampamento de Saladino, no porto de Damietta, no delta do rio Nilo, mais ou menos uns 230 km distante da cidade do Cairo.
Segundo dados biográficos do Santo, depois dos ultrajes e maldizeres perpetrados pelo exército islâmico, o Sultão recebeu – gentilmente e com muita honra – São Francisco e o Frei Iluminatus, oferecendo-lhes presentes e tratos humanos em câmbio de tamanha ousadia e coragem deles pregarem a paz entre as duas nações sem se valerem de armas (cf. LM 9, 5-9; 1Cel 57). Aliás, a arma do cavaleiro de Cristo foi o diálogo intercultural e religioso, acreditando na possibilidade do encontro fraterno e pacífico entre as civilizações em conflito. O homem de Deus anunciou o Evangelho com o testemunho coerente de vida, revelando uma fé autêntica que gerou a unidade entre ele e Malek-el-Kamel.
Após receber um salvo-conduto, atravessando a linha de guerra que existia em Damietta e sendo escoltado humana e pacificamente pelo exército do Sultão, o Santo de Assis retornou ao exército cristão, após superar a lógica do combate bélico com a virtude da cordialidade e o espírito de humanidade, atitudes que prevalecem nos homens de boa vontade (cf. JJ 10). Com isso, São Francisco passou para a história como o Arauto da paz de Cristo. Após o cumprimento de sua desejosa missão em terras sarracenas, o Pobrezinho de Assis partiu dali. No começo do ano de 1220, ele chegou à Terra Santa pelo porto da cidade de São João d’Acre (cf. Fontes, Cronologia, p. 86), no norte da Palestina da época e, atualmente, é a cidade israelense chamada Acre.
Diante de atuais realidades de exclusão e morte, causadas pela intolerância, o racismo, o preconceito, a xenofobia e etc., a espiritualidade franciscana enriquece a sociedade com a sua inspiração cristã pautada no respeito mútuo entre gerações e religiões, no diálogo cultural entre nações, no bem querer humano que potencializa atitudes eficazes para se ter a paz mundial. O encontro entre São Francisco e o Sultão é de suma importância para a história da humanidade – que além de estar anotado seja em documentos da Igreja Católica seja em registros islâmicos – ele abre perspectivas novas para o fundamento de um espírito recíproco entre crenças e culturas diversas, mas comuns no campo do respeito à sacralidade da criatura humana criada por um Deus único e santo.
Frei Elder de Sousa Almeida, OFM
Bibliografia:
– Fontes Franciscanas e Clarianas. 3ª edição, Petrópolis-RJ, Vozes, 2014
– Vauchez, André. François d’Assise. Entre histoire et mémoire. Fayard, Paris, 2009, p. 135-154.
– Leluia, Frei Vogran – Bohomoletz, Renata. Francisco de Assis: história, contos e lendas. Petrópolis-RJ, Vozes, 2019, p. 51-57.
http://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/586056-qual-a-mensagem-do-encontro-de-francisco-com-o-sultao, acessado na data 04/03/2021.