Dia 2 de novembro é conhecido popularmente como o “Dia de Finados”. Em algumas culturas o “dia dos mortos”, como entre os mexicanos, é um dia intensamente comemorado. No calendário da Igreja Católica esse momento recebe o nome de Comemoração de Todos os Fiéis defuntos, trata-se da oportunidade anual em que os cristãos fazem preces, participam de celebrações, enfeitam os túmulos dos falecidos, oferecem flores e acendem velas relembrando os parentes ou amigos queridos. Trata-se de um dia para celebrar a vida, que para aqueles que partiram é uma nova e eterna existência, e não a morte.
Esta data é celebrada pelos cristãos desde os primeiros séculos, quando eles visitavam os túmulos dos mártires para rezar por todos aqueles que um dia fizeram parte da comunidade. No século XIII, o Dia dos Fiéis Defuntos passou a ser celebrado em 2 de novembro, já que no dia 1 de novembro era comemorada a solenidade de todos os santos.
Mais do que recordar as pessoas que marcaram nossa vida e que já partiram, esta data é sobretudo uma demonstração da nossa fé na ressurreição de Jesus Cristo e na esperança do encontro feliz com Ele na glória eterna. E isso se expressa em um canto bem conhecido entoado por muitas comunidades: “Nós cremos na vida eterna e na feliz ressurreição, quando de volta à casa paterna, com o Pai os filhos se encontraram” (Miria T. Kolling).
Nos unimos para bendizer o Deus da vida que pela Páscoa de Jesus abraça toda a humanidade e rezamos especialmente por aqueles e aquelas que já se encontram na eternidade. Celebramos o que acreditamos e o que a nossa esperança nos aponta a vida do mundo que há de vir. A irmã morte, como chamava São Francisco de Assis, não é o fim, mas o começo para algo novo. A vida nova que recebemos no batismo e que se coroa nesse encontro definitivo junto de Deus.
A saudade por aquelas pessoas que não vivem mais entre nós, aperta ainda mais neste dia, pois lembramos de momentos que convivemos com elas e é nisso que devemos nos apegar. Agradecer a Deus pela oportunidade de ter vivenciado momentos especiais e únicos com essas pessoas que sempre farão parte de nossa vida mesmo que elas não estejam mais presentes fisicamente. Além de lembrar delas, interceder por elas nas celebrações, essa data é muito significativa para nós cristãos, pois faz com que a gente pare para repensar nas nossas atitudes, pois ficamos mais sensível quando perdemos ou lembramos da perda de alguém e isso permite-nos ser mais humildes quando medimos o valor da vida carnal que é finita, pois tudo é tão passageiro que devemos sempre ser a melhor pessoa para justamente deixarmos ao menos boas lembranças para aqueles que vão ficar.
Entendemos nossa existência com uma semente que ao ser colocada na terra morre e desse fato nasce a nova vida. Por isso afirmamos que nesta liturgia que “a vida não é tirada, mas transformada”. Acreditamos que o Pai, nos reserva por meio de Cristo, uma boa morada e pedimos neste dia que todos e todas os que adormeceram no Senhor tenham o descanso eterno e para eles brilhe a luz de Deus. E é nesse acontecimento que nós cristãos alimentamos a nossa fé, pois temos a certeza de que a vida aqui na terra é a passagem para a vida definitiva.