O Sagrado Coração e Jesus na espiritualidade do povo

Foto: Frei Andrei dos Anjos, OFM

A solenidade do Sagrado Coração de Jesus é celebrada na sexta-feira depois do segundo domingo de Pentecostes. Nela destacamos o mistério pascal de Cristo como expressão do seu amor para conosco. Deus tem um coração transbordante de amor pela sua criação. Na religiosidade do povo muitas expressões de devoção a esse coração divino podem ser visualizadas. E por conseguinte se pode ver que na espiritualidade popular estão riquezas dos povos e nela se pode achar um lugar de encontro com Cristo (DAp 258-265). 

O amor a Cristo sofredor é certamente uma marca dessa espiritualidade do povo. E faz recordar que o mesmo coração “luminoso”, como retratado nas estampas do Sagrado, é também aquele que foi traspassado por uma lança na cruz. Nas expressões dessa experiência espiritual do povo se pode visualizar, especialmente em romarias e procissões, “um coração que renunciou à autossuficiência, reconhecendo que sozinho nada pode” (DAp 259).  Um coração que se esvazia e segue o modelo do Amor.  

A devoção ao Sagrado Coração é sem dúvida uma das mais difundidas no Brasil. As práticas de piedade enchem o coração de muitos fiéis, especialmente os mais humildes. Existem orações diversas ao Sagrado Coração de Jesus. E grupos que se destinam ao cultivo dessa espiritualidade, o mais conhecido deles talvez seja o Apostolado da Oração. Muitas comunidades cultivam a prática de lembrar do Sagrado Coração, em cada primeira sexta-feira do mês. São inúmeras práticas, que ocorrem nas mais diversas comunidades do nosso país. 

Destaque especial para uma jaculatória muito conhecida: “Jesus manso e humilde de coração, fazei o nosso coração semelhante ao Vosso”. Uma jaculatória, que é um tipo de breve oração com poucas palavras, muitas vezes repetidas, em que uma parte inicia e outra completa, ou dita por inteira pelos fiéis. A origem dela encontra-se no trecho bíblico contido no evangelho de Mateus (11,29). Com essa pequena prece popular aprendemos e ao mesmo tempo reconhecemos a missão de termos “um coração semelhante” ao Dele, que é “manso e humilde” (cf. Mt 11,29).  

Da observação dessas práticas da simples devoção percebemos que se pode passar a uma vivência espiritual segundo esse coração do Mestre. Essa relação que cultiva um olhar para o coração misericordioso de Deus deve também nos fazer agir e olhar para os irmãos e irmãs.

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