Pentecostes: nasce uma nova humanidade agraciada com o Perdão e a Paz

Imagem: Frei Andrei dos Anjos

Entre a ascensão do Senhor e a solenidade de Pentecostes, as Igrejas cristãs que se preocupam com o escândalo da divisão entre os cristãos promovem, todos os anos, a semana de oração pela unidade. Se precisa rezar pela unidade é porque os cristãos estão divididos. E este ano, às vésperas da semana de oração pela unidade dos cristãos, foi noticiada mais uma cisão entre igrejas, em que a Igreja Ortodoxa da Ucrânia teria rompido a unidade com o Patriarcado de Moscou, em razão de o atual Patriarca estar apoiando abertamente a guerra que a Rússia iniciou, há cem dias, contra o país-irmão vizinho. Cristãos divididos não dão testemunho de Cristo, mas o oposto, escandalizam o mundo e lançam o descrédito sobre a fé no Ressuscitado. “Pai, que eles sejam um, como eu e tu somos um, para que o mundo creia…”

Pentecostes é a festa – ou deveria ser – a festa da unidade. A presença do Ressuscitado na igreja, recria a humanidade, fazendo nascer em seu meio uma comunidade de perdão, de reconciliação e de paz. O sopro do Ressuscitado sobre os discípulos e discípulas reunidos no Cenáculo, dá-lhes o Espírito Santo, já no anoitecer do primeiro e infinito dia da ressurreição do Senhor. Pentecostes é a festa da partilha dos dons do Divino Espírito, que espalha igualmente sua chama sobre todos os discípulos e discípulas de Jesus e lhes confere o poder do alto, que une a diversidade de povos, línguas e culturas, recriando a nova humanidade redimida no amor salvador de Deus. Em Pentecostes, a divisão diabólica de Babel é superada pelo milagre da possibilidade de todos os povos receberem a Boa Nova da salvação em suas próprias línguas.

Confessar que Jesus Cristo é o Senhor é fazer brotar das profundezas do coração redimido pelo amor de Deus, em gestos concretos de fraternidade e de unidade, a Graça que é fruto do Espírito Santo. Só podemos confessar que Jesus é o Senhor inspirados pelo Divino Espírito que habita no coração de quem crê e é transformado e habitado pela Graça.

O primeiro e visível fruto da ação do Espírito Santo na vida da Igreja, nas pessoas, no mundo é a unidade. Unidade na diversidade.  Onde reina o respeito pelo outro, a capacidade de dialogar, escutar, expressar os dons como serviço ao bem comum, o altruísmo, a doação de si, a capacidade de perdoar e promover a reconciliação, entre outros tantos bens celestes, aí está o Espírito Santo.  Pentecostes assinala o nascimento de uma nova humanidade – a humanidade redimida, recriada no Espírito da reconciliação e da Paz.

Por: Frei Edilson Rocha, OFM

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