Sorrisos, lágrimas de felicidades, abraços, beijos no rosto e muita gratidão foi o que encontramos na Celebração Eucarística da Ordenação Presbiteral do Frei Erlison Campos, realizada na igreja São Miguel Arcanjo, no dia 29 de junho de 2023. O frade recebeu pela imposição das mãos do bispo da diocese de Óbidos, Dom Bernardo Johannes Bahlmann, OFM, o segundo grau do Sacramento da Ordem, tornando-se presbítero da Igreja Católica.
Frei Erlison Campos, escolheu como o lema da ordenação: “Para que a minha alegria esteja em vós e a vossa alegria seja plena” (João 15,11). Participaram da celebração, aproximadamente mil pessoas, entre amigos, familiares, frades e o clero da Arquidiocese de Santarém.
Logo após a Liturgia da Palavra, deu-se o início ao Rito de Ordenação Presbiteral, constituído por: eleição do candidato, homilia, propósito do eleito, ladainha, imposição das mãos e prece de ordenação, unção das mãos e entrega da estola e da casula, do pão e do vinho.
Dom Bernardo, começou agradecendo a todos os que se fizeram presentes a celebração desse sacramento. O bispo ainda, ressaltou sobre o lema escolhido que era claramente uma tradução do Frei Erlison e que até mesmo o livro de canto estava magistral.
Dom Bernardo, escolheu iniciar a homilia com a profecia de Jeremias e ressaltou que devemos sempre responder positivamente aos chamados de Deus”.
“Escutamos do profeta Jeremias, palavras sábias que nos ajudam a viver em plenitude. A palavra do Jeremias nos diz que ele, Deus, já conheceu o Frei Erlison, antes do ventre. Quando nós somos concebidos, nesse momento é como se fosse uma luz que se acende para eternidade. O importante aqui nessa leitura, é que o chamado é feito pelo próprio Deus. Quando percebemos esse chamado, seja para ser um religioso, ou religiosa, sacerdote ou leigo comprometido, a gente fica com medo e inventa muitos pretextos. Na leitura, o profeta fala que é muito novo, mas Deus não quer saber de nada disso. Não adianta ficar inventando desculpas, porque quando Deus chama, chama! E cada um pode ser chamado por Ele. Cada um presente aqui tem uma missão, cada um de nós tem uma vocação. Quando Deus chamar, temos sempre que dizer, sim.”
“Nós sempre devemos dizer aquilo que precisa ser dito e não devemos ter medo, pois somos sempre chamados para defender a vida. E Ele sempre vai defender a gente. Não devemos ter medo de nada”, completou o bispo.
O bispo de Óbidos, ressaltou mais uma vez o dom de escutar.
“Nós precisamos escutar muito Deus. Temos que deixar Deus entrar nos nossos ouvidos e corações. Precisamos ter mais atenção aos sinais, pois ele falar através de todo mundo que se encontra aqui, através dos contextos, das situações, realidades, através da natureza e basta de nós tentar descobrir o que realmente ele quer. Mas para isso, precisamos fazer o discernimento”.
Da Carta de São Pedro, o bispo destacou o sofrimento, sendo que esse pode ser transformado em vida.
“Como escutamos na primeira carta de São Pedro, os presbíteros, são testemunhas do sofrimento de Cristo. Muitas vezes pensamos que deve estar tudo super bem, mas não. O presbítero por excelência, ele é seguidor do sofrimento de Jesus. E se olharmos para São Francisco, nosso Pai Seráfico, podemos perceber uma coisa. Para ele (São Francisco), foi tão importante viver a palavra e seguir Jesus Cristo. São Francisco, queria seguir Cristo de tal maneira que ele conseguisse se identificar cada vez mais. Por isso, ele foi chamado como o outro Cristo. E no final da vida, ele falava que queria sentir no próprio corpo, na própria carne as chagas de Jesus. Então, São Francisco recebeu as chagas. São Francisco, é o santo que mais assemelhou a Jesus Cristo”
“Por isso, quando nós encontramos o sofrimento de alguma maneira, não devemos ter medo, ou reclamar. Temos que fazer diferente. Pois o sofrimento pode ser transformado. Muitos aqui podem confirmar o que vou falar. Quando acontece alguma coisa nova, quando temos uma graça muito grande na nossa Igreja, o inimigo aparece, e ele dá um trabalho e muitas vezes um grande sofrimento. Mas, isso faz parte, porque a cada hora que nós sofremos, se o sofrimento é realmente aceito, ele pode gerar vida. Eu sempre falo para Jesus: faça que possa crescer mais vida aqui na região”, ressaltou.
“Aqui na carta também fala em cuidar do rebanho de Deus. Então mais uma vez também escutamos o cuidado. Fazemos parte de uma grande fraternidade. Todos são irmãos e somos chamados para cuidar”, finalizou o bispo.
Terminada a homilia teve início o rito de ordenação. Frei Erlison foi revestido das vestes litúrgicas por Frei Francisco Paixão. A mãe e o padrasto do frade, levaram até o presbitério a estola e a casula. Já como presbítero, Frei Erlison concedeu sua primeira bênção como presbítero da Igreja, para sua mãe e avó. Em seguida juntou-se aos demais presbíteros no altar para concelebrar.
Foi uma celebração muito alegre e emocionante. Antes da bênção final, Frei Erlison Campos, OFM, agradeceu a cada um que fez parte da sua vida e com espírito franciscano começou com uma canção. “A gente pode ser muito mais feliz, seguindo o exemplo de Francisco de Assis”.
“Talvez este seja o momento mais injusto. O momento de agradecer sabendo que eu nem saberei como. Nos últimos dias, tanta gente passou a fazer parte da minha vida de uma maneira tão especial que eu não tenho nem palavras para expressar tamanha gratidão.”
“Agradeço aos meus pais e a todos aqueles que se tornaram pais e mães para mim. Todos vocês têm um lugar mais que especial na minha vida. No entanto, gostaria de expressar um agradecimento muito importante à minha mãe, a dona Cida. A dona Maria das Graças, a minha “vovozona”, que nesta data completa 75 anos. A minha felicidade hoje é também porque eu tenho a oportunidade de celebrar este momento com a minha avó, que é símbolo de amor, companheirismo, cuidado e alegria para todos que a conhecem. Muito obrigado a toda minha família, paterna e materna. Meus tios, primos, sobrinhos, cunhados e cunhadas, afilhados e agregados. Meus irmãos Ciderli, Daniele, Everson e Eduardo.”.
O frade ainda lembrou dos seus amigos e irmão frades.
“Agradeço meus irmãos confrades. Gente que eu amo e que eu escolhi viver juntos! Saudando ao frei Edilson agradeço a todos meus irmãos aqui presentes e aqueles que não puderam estar aqui. Eu devo dizer que alguns frades são peças fundamentais nesta minha jornada. E por isso meu coração se enche de alegria ao lembrar de frades já estão rezando por mim lá do céu. Frei Raimundo Reginaldo, Frei Manoel Lima e Frei Duván, meu querido “Mira”! Outros continuam vivinhos da silva e ainda bem que eu posso abraçá-los. Em nome do meu querido frei Paixão que foi quem me acolheu na Ordem dos frades menores, abraço todos vocês, meus irmãos. E devo citar aqui, Frei Fábio Vasconcelos que de alguma maneira está aqui comigo, guardado no meu coração. E ao frei Andrei e frei Lauro que se tornaram minhas sobras nos últimos dias e obviamente eu tenho que fazer um agradecimento especial ao meu parceiro de todas as paradas, Frei Vagner Sena”.
O frade pediu licença aos presentes para agradecer em língua inglesa os confrades americanos que estavam na ordenação. Em seguida, Frei Erlison agradeceu imensamente aos bispos presentes.
Agradeço ao Dom Bernardo por tamanha consideração e carinho. Me perguntaram por que o Dom Bernardo, e eu respondi. Eu conheci o Dom Bernardo em 2012 e ele sempre lembra de nós. E meu muito obrigado Dom Irineu. A sua presença aqui hoje é um símbolo da unidade e da sinodalidade que a Igreja tem buscado. Sua presença nesta noite significa muito.
Por fim, o mais novo presbítero finalizou os agradecimentos com a frase. “Enfim, agradeço a todos vocês. Eu quero que a minha alegria esteja contigo e a tua alegria seja plena. Rezem por mim! Que papai do céu te abençoe e um Cheiro na testa!”
A celebração foi transmitida pela TV Encontro, pelas páginas do Facebook da Paróquia Cristo Libertador e pelo canal do YouTube da Custódia São Benedito da Amazônia.
Texto: Sabrina Gonçalves
Fotos: Frei Augusto Gabriel, OFM