No dia 05 de abril de 2022, foi lançado o Relatório sobre os Agrotóxicos no Planalto Santareno. O evento aconteceu no Serviço de Ação, Reflexão e Educação Socioambiental, SARES, da Companhia de Jesus, em Santarém – PA. O relatório é apresentado como um esforço de compreender os efeitos do aumento do uso de agrotóxicos na região do planalto santareno. Uma realidade complexa que afeta a vida da população residente no local. O trabalho é fruto do esforço de vários autores coordenados pelo jesuíta Pe. Guillermo Cardona Grisales.
Um grito da Amazônia
O relatório se divide em duas partes. Expõe os dados de pesquisas realizadas por especialistas e na sequência apresenta depoimentos de agricultores familiares do local. A crise ambiental que afeta o mundo toca também a realidade santarena e exige uma tomada de decisão na linha da conversão ecológica.
O documento quer ser um alerta diante da degradação ambiental e da vida das populações. O texto encara de forma complexa os impactos sociais, ambientais e culturais do uso de agrotóxicos nessa parte da Amazônia. Procura ser um elemento importante no discernimento das pessoas que lutam pelo bem viver das comunidades amazônicas. O escrito também é relevante por fazer ecoar o grito da natureza e dos povos, expressos pelas entrevistas.
Agrotóxicos e monocultura na Amazônia
A Introdução contém sobre o uso de agrotóxicos e a problemática da monocultura. Esse estilo de produção e de desenvolvimento coloca em risco a biodiversidade e o modo de produção do bioma amazônico, de acordo com o relatório. O uso de agrotóxicos gera um desequilíbrio biológico nos ecossistemas.
Alguns desses agrotóxicos, que outros preferem chamar de defensivos agrícolas para esconder a sua toxicidade, são compostos de substâncias comprovadamente tóxicas aos organismos vivos. Temos de um lado o modelo de produção agroecológico e do outro um sistema de produção agroindustrial. O texto também destaca outro embate diante da Amazônia como espaço policultural e não de monoculturas.
O relatório segue contextualizando o planalto santareno diante do modelo hegemônico da monocultura de soja e milho. Esse é um modelo produtivo, que segundo o documento, é fruto de um colonialismo, um processo exploratório imposto. O texto segue fazendo um retrospecto histórico da implementação desse modo de produção.
Impactos sociais
Entre os temas abordados no documento não vemos apenas assuntos ligados à ecologia, mas, sobretudo aspectos sociais do uso de agrotóxicos. Segundo a pesquisa, são sentidos impactos na posse e uso das terras, na forma de produção como parte da cultura local, comprometimento da segurança e da soberania alimentar, consequências à saúde e migração, para citar alguns exemplos.
Em anexo você pode ler o relatório na íntegra:
https://drive.google.com/file/d/1-i8rvi0UUjnFCQxoNVA2EVCzgslcMxjq/view?usp=drivesdk
Fábio Vasconcelos, OFM