Ao reconhecer a Santidade de seus fiéis, a Igreja Católica permite que objetos de uso pessoal ou fragmentos do corpo sejam honrados e venerados: as relíquias.
É por esse meio que se pede à intercessão dos Santos e se alcança inúmeras graças. A Paróquia de Santo Antônio de Lisboa, em Belém do Pará, recebeu no final de semana passado a relíquia de primeiro grau da Beata Madre Rosa Gattorno, fundadora da Comunidade Religiosa das Filhas de Sant’Ana. O relicário, onde há uma mecha de cabelo da religiosa, veio de Roma, na Itália, a programação contou com celebrações de missas no Centrão e na Capela.
Sobre Madre Rosa Gattorno
Religiosa, fundadora do Instituto das Filhas de Sant´ Ana, nasceu em Génova (Itália), no dia 14 de outubro de 1831. Em 1852, com a idade de 21 anos, contraiu matrimônio com Jerónimo Custo e transferiu-se para Marselha (França). Uma imprevista crise financeira perturbou a felicidade da nova família, obrigada a retornar a Génova. A sua primeira filha, Carlota, afetada de repentina enfermidade, ficou surda e muda para sempre; e apesar da alegria de outros dois filhos, ela foi novamente abalada com o falecimento do esposo, após seis anos de matrimônio, e com a morte do seu último filho.
Estes acontecimentos marcaram a sua vida e levaram-na a uma mudança radical, a que ela chamará “a sua conversão”, isto é, à entrega total ao Senhor. Orientada pelo seu confessor, emitiu de forma privada os votos perpétuos de castidade e obediência, precisamente na festa da Imaculada: 8 de dezembro de 1858, e depois, como terciária franciscana, professou também o voto de pobreza. Viveu intimamente unida a Cristo, recebendo a Comunhão todos os dias, privilégio que naquele tempo era pouco comum. Em 1862 recebeu o dom dos estigmas ocultos, percebidos mais intensamente nas sextas-feiras.
Num clima de intensa oração, diante do crucifixo, recebeu a inspiração de fundar uma Congregação Religiosa: “Filhas de Santa Ana, Mãe de Maria Imaculada”. Depois de a ter escutado durante longo tempo, o Papa Pio IX confirmou-a na sua missão de Fundadora. Vestiu o hábito religioso no dia 26 de julho de 1867 e a 8 de abril de 1870 emitiu a profissão, com outras doze religiosas.
Com esta fundação, realizou muitas obras de atendimento aos pobres e doentes, às pessoas sozinhas, anciãs e abandonadas; cuidou da assistência às crianças e aos jovens, proporcionando-lhes uma instrução religiosa e adequada, a fim de as inserir no mundo do trabalho. Assim, foram abertas muitas escolas para a juventude pobre e a promoção humano-evangélica, segundo as necessidades mais urgentes da época.
Sofreu provas, humilhações, dificuldades e tribulações de todo o gênero, mas sempre confiou em Deus e, cada vez mais, atraía outros jovens para o seu apostolado. Assim, a Congregação difundiu-se rapidamente na Itália, Bolívia, Brasil, Chile, Peru, Eritreia, França e Espanha. Ana Rosa faleceu no dia 6 de maio de 1900.
Texto: Icaro Farias, com informações de Vatican News