Abrindo as comemorações do dia da Amazônia, oficialmente lembrado no dia 5 de setembro, entidades eclesiais celebraram na manhã desta sexta-feira, 3 de setembro. A comemoração aconteceu às 10h no horário de Brasília, integrantes da Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM) e da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) se encontraram para celebrar o dia da Amazônia, logo após uma celebração eucarística presidida por Dom Joel Portella Amado, que aconteceu na capela Nossa Senhora Aparecida, na sede da CNBB. Um plantio de mudas de Ipê foi realizado nos jardins da CNBB e no Centro Cultural Missionário (CCM), ponto da sede executiva da Repam. Toda a celebração foi transmitida pelas redes sociais.
Cantando a vida e missão no chão amazônico as pessoas foram se reunindo para dar início a celebração. O sentido dessa celebração, bem explicitado nos ritos iniciais, se insere no compromisso de bendizer a Deus e lutar pela Amazônia. Seguindo as marcas da caminhada sinodal se recebe o convite de seguindo na força do evangelho amazonizar os corações. Dom Joel Portella, enfatizou que a memória de São Gregório Magno, que no século VI soube bem encarnar a Boa Nova no seu tempo e dar sabias, firmes e corajosas respostas pastorais. No dia da Amazônia, que originalmente é uma data civil temos a chance de festejar com os povos que colocam diante do altar suas alegrias e lutas.
Na sua fala, o presidente da Liturgia ressaltou que a atitude de contemplar agradecendo é suscitada e assumida naturalmente diante de um bioma rico como é a Amazônia. A forte rede de relações ecológicas e sociais nos remetem ao criador e são uma fundamental atitude. Se o Criador nos deu um presente tão repleto de detalhes de amor, perplexos nos questionamos: por que tantos males e degradações? Como pode no “pulmão da humanidade faltar o ar?” questionou o secretário geral da CNBB. A segunda atitude é então a de indagar e perceber. No Evangelho refletido hoje, “sobre vinhos novos e odres velhos”, vemos que a lógica velha de espoliação não consegue reconhecer a vida sempre nova na Amazônia. A Igreja no Brasil tem um bonito caminho de preocupação com o bem da Amazônia, e em sua fala o bispo recordou campanhas, organismos criados e pessoas que deram sua vida em testemunho martirial. Celebrar é questionar afirmou! Assim percebemos, olhando para a Amazônia e para outras partes de mundo, que vinho novo não cabe em odres velhos. O dia da Amazônia é convite para voltarmos para Laudato Si’ e para a Querida Amazônia.
A celebração prosseguiu com a liturgia eucarística. Os cantos que embalaram a celebração vieram da realidade e de autores amazônicos. Após a bênção o Ipê, como sinal de vida no meio da seca, a corda e imagem de Nossa Senhora de Nazaré evocaram a piedade popular amazônica. O animador da celebração recordou ainda que a celebração se deu dentro do tempo da Criação, conclamado pelo Papa Francisco. E partindo da mesa da palavra e da ceia do Senhor os participantes seguiram para o local do plantio dos pés de Ipê.
Fábio Vasconcelos
Confira a matéria sobre a celebração publicada no site da REPAM-Brasil:
Missa e plantio de ipês marcam celebração do Dia da Amazônia na REPAM-Brasil e CNBB