Santos Franciscanos

ABRIL

SÃO CONRADO DE PARZÃO

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BEATO EGÍDIO DE ASSIS

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SÃO FIDÉLIS DE SIGMARINGA

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BEATOS LUQUÉSIO E BUONADONNA

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São Conrado de Parzão nasceu em Venushof, Parzham, região da Baixa Baviera, na Alemanha, no dia 22 de dezembro de 1818. Filho de uma família de camponeses ricos e muito religiosa, João Evangelista Birndorfer, seu nome de batismo, era o penúltimo de doze irmãos, e ficou órfão aos 16 anos. Desde cedo dedicou-se à vida espiritual segundo a tradição católica bávara, participando diariamente da celebração eucarística e cultivando em sua vida todas as formas da mais autêntica piedade popular de sua região, a Baviera. Pouco se sabe sobre a infância de São Conrado, mas se tem certeza que aos 19 anos de idade tentou, sem sucesso, estudar no ginásio beneditino de Metten, em Deggendorf. Aos 23 anos ele professou os votos religiosos na Ordem Terceira Franciscana e em 1849 ingressou na Ordem dos Frades Menores Capuchinhos, em Altötting. No dia 4 de outubro de 1852 fez sua profissão solene e foi transferido de volta a Altötting com o serviço de porteiro do convento de Sant’Ana, e ali permaneceu nesse ofício por 41 anos, até sua morte. Frei Conrado cumpria sua tarefa, aparentemente monótona e sem importância, com tato e zelo, com fidelidade e poucas palavras, sempre calmo e paciente, nunca entediado, nervoso ou triste, sempre pronto para obedecer e disponível; ele edificou os confrades e peregrinos do Santuário com o exercício da caridade e da paciência inalterável. Morreu no dia 21 de abril de 1894. Após todo o processo de aprovação dos milagres atribuídos à sua intercessão, o Papa Pio XI o proclamou santo no dia 20 de maio de 1934. Em louvor de Cristo. Amém.

Beato Egídio de Assis foi o terceiro companheiro de São Francisco, depois de seus concidadãos Bernardo de Quintavalle e Pietro Cattani. Juntou-se ao grupo no dia 23 de abril de 1208, deixando tudo para morar com o Poverello na área arborizada da Porciúncula, em cabanas simples feitas de toras e galhos, geralmente comendo pão e azeitonas. Egídio era um lavrador analfabeto e nada possuia, apenas uma capa que logo depois doou a um mendigo. Levou uma vida simples e mansa, e tinha três paixões: viajar, pregar e trabalhar. Diariamente ajudava os agricultores, onde e quando era possível, e fornecia alimentos para os primeiros confrades. Procurou estudar, fazendo estágio acompanhando Frei Bernardo, e às vezes levava surra com ele, porque as pessoas os confundiam com “rebeldes”. Impelido por verdadeira devoção, Egídio vagou por santuários famosos da época, tais como, São Tiago de Compostela, na Espanha, São Miguel do Monte Gargano e São Nicolau de Bari, na Itália, e depois chegou à Terra Santa para visitar o túmulo de Jesus. Enquanto viajava a pé, ganhava a vida emprestando seu trabalho aos camponeses. Na primavera de 1209, juntamente com outros dez confrades, Egídio acompanhou Francisco a Roma, onde o Papa Inocêncio III aprovou a primeira regra dos Frades Menores, mas apenas verbalmente. A vida do irmão Egídio termina no convento franciscano de Monteripido, perto de Perúgia, onde o incansável operário se retira em silêncio. Em 1777, o Papa Pio VI confirmou o culto a ele como beato, exaltando sua “fé intrépida e maravilhosa simplicidade”. Em louvor de Cristo. Amém.

Marco Reyd, futuro capuchinho  Frei Fidélis, nasceu em Sigmaringen, na Alemanha, no ano de 1578, e formou-se em filosofia e direito na Universidade de Friburgo, na Suíça, iniciando sua carreira jurídica em Colmar, na Alsácia, França. Com entusiasmo aceitou o convite do Conde de Stotzingen, e lecionou para os filhos do Conde e um grupo de jovens. Essa experiência o faz criar uma espécie de escola itinerante, e viajou por diversas cidades da Itália, Espanha e França, ensinando jovens e nobres estudantes, a ponto de ser chamado “filósofo cristão”. Seis anos depois, retornou à sua terra natal, retomou os estudos e laureou-se em direito. Passou a advogar e logo recebeu o título de “defensor dos pobres”, por defender os despossuídos sem cobrar e fazer valer os seus direitos. Aos 34 anos, no auge da sua popularidade, surpreendeu a todos pedindo para ser ordenado sacerdote. Não só isso: depois da ordenação, em Friburgo, quis entrar na Ordem Franciscana entre os capuchinhos. Foi recebido pelos frades e recebeu o nome de Frei Fidélis. Seus superiores não demoraram a perceber suas qualidades e o mandaram estudar teologia. Foi guardião (superior) de vários conventos. Frei Fidélis foi comissário da Congregação da Propaganda Fide numa missão em Rezia, em plena crise protestante. Ali conquistou muitas conversões, mas também uma onda de hostilidade por sua fama de “santo pregador”. No dia 24 de abril de 1622, durante uma pregação em Séwis, ao sair da Igreja Frei Fidélis foi cercado por vinte soldados que exigiam dele a renúncia de tudo que havia falado no sermão pouco antes. Ao recusar-se, mataram-no com espadas. Frei Fidélis foi o primeiro mártir capuchinho e foi canonizado pelo Papa Bento XIV no dia 29 de junho de 1746. Seu memorial litúrgico foi estabelecido no dia do seu martírio: 24 de abril. Em louvor de Cristo. Amém.

Luquésio e Buonadonna eram um casal de esposos contemporâneos de São Francisco. Sabe-se que Luquésio nasceu perto de Poggibonsi no mesmo ano que São Francisco de Assis (1181). Como todos os jovens de sua época foi engajado em partidos e grupos existentes de sua cidade, mas abandonou a vida militar, casou-se com Buonadonna e passaram a comercializar grãos e a trocar dinheiro, aproveitando os peregrinos que iam a Roma pela Via Francigena. No ano de 1212, Luquésio estava em San Gimignano e pôde ouvir um sermão de São Francisco, e daí começou sua conversão. Restituiu as pessoas que havia empobrecido com sua ganância, fez penitência, se colocou a serviço dos frades, doou todos os seus bens e, junto com Buonadonna, tranformaram sua casa em um hospital. São Francisco estava viajando pelo interior da Itália e muitos leigos pediam para segui-lo. Também Luquésio gostaria de ser frade e Buonadonna se juntar a Santa Clara no convento de São Damião, mas Francisco, ao encontrá-los, disse: “Vocês são casados ​​e devem continuar morando juntos. Mas vou dar-lhes uma regra de vida para que vocês possam se tornar perfeitos”. Ele mesmo os vestiu com a túnica cinza e os cingiu com um cordão de vários nós, dizendo: “Vós vivereis no mundo como frades penitentes, mas não pertencerás ao mundo: farás obras piedosas, farás rápido, você vai pregar a paz”. A primeira Regra da Ordem Franciscana Secular foi aprovada em 1223 pelo Papa Honório III. Em Poggibonsi, na Toscana, o Beato Lucchese, antes ganancioso pelo lucro e depois se converteu, vestiu o hábito da Ordem Terceira dos Penitentes de São Francisco, vendeu seus bens e os distribuiu aos pobres, servindo a Deus e ao próximo, vivendo na pobreza e humildade segundo o espírito do Evangelho.

MAIO

SANTO INÁCIO DE LACONI

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SÃO PASCOAL DE BAILÃO

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SÃO BERNARDINO DE SENA

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Natural de Laconi, na Sardenha, Frei Inácio nasceu no dia 17 de dezembro de 1701, de uma família pobre mas ricamente religiosa. Desde jovem era devoto e dedicado à prática de jejuns e mortificações. Nunca frequentou escolas e nem aprendeu a escrever, porém, diariamente ia à missa como coroinha. Homem de poucas palavras, Inácio mal falava o dialeto da Sardenha. Aos vinte anos foi recebido no convento capuchinho de Buoncammino, em Cagliari, onde adotou o nome de Frei Inácio de Laconi. Ali ele recebeu o hábito franciscano como irmão leigo e fez o ano de noviciado. Sua vida franciscana aconteceu nos conventos da Sardenha, onde exerceu diversos serviços: atender a portaria, cuidar da dispensa do convento e fazer a mendicância, trabalho que o fez muito conhecido e querido. Por 40 anos exerceu esse apostolado com eficácia e muito amor entre os pobres da Sardenha, era chamado de “santo padre”. A escritora e vencedora do Nobel (1926), Grazia Deledda, chamou Frei Inácio de Laconi “o homem mais lembrado do século XVIII da Sardenha”. Em 1779 Frei Inácio ficou cego e foi dispensado da mendicância. Morreu em Cagliari, no dia 11 de maio de 1781, com a idade de 80 anos. O humilde frade da Sardenha, mendigo e analfabeto, Santo Inácio de Laconi, foi canonizado pelo Papa Pio XII em 1951. É considerado o padroeiro dos estudantes na Sardenha. Em louvor de Cristo. Amém. 

Pascoal de Bailão nasceu a 16 de maio de 1540, no dia de Pentecostes, em Torre Hermosa, na Espanha. De origem humilde, desde muito jovem começou a pastorear rebanhos. Durante seu trabalho, muitas vezes ele se isolava para rezar. Aos 18 anos pediu para ser admitido no convento dos Franciscanos Alcantarinos de Santa Maria de Loreto. Rejeitado na primeira vez por ser muito jovem, não desanimou. Foi admitido ao noviciado no dia 2 de fevereiro de 1564. No ano seguinte fez sua profissão solene. Durante anos foi designado para os diversos serviços do convento, especialmente como porteiro, tarefa que sempre desempenhou com grande bondade. Embora jovem, adquiriu certa fama de santidade por suas virtudes cristãs e morais, mas também pelos feitos prodigiosos que lhe foram atribuídos. Frei Pascoal era um homem favorecido pelos extraordinários dons do Espírito Santo, incluindo o da sabedoria infusa: sabia ler e escrever, mas não era muito culto, entretanto foi constantemente solicitado como conselheiro espiritual. Em 1576, o ministro provincial confiou-lhe a tarefa extremamente perigosa de levar documentos importantes para Paris, correndo o risco de ser morto pelos calvinistas. Cumpriu com sucesso sua missão. Toda a sua vida foi caracterizada por um profundo amor pela Eucaristia, que lhe valeu o título de “teólogo da Eucaristia”. Foi o autor de um livro sobre a presença real de Cristo no pão e no vinho. Frei Pascoal morreu no convento de Villa Real, perto de Valência, em 17 de maio de 1592, domingo de Pentecostes. Foi canonizado por Alexandre VIII em 1690. Em 1897, Leão XIII o proclamou patrono dos Congressos Eucarísticos. Em louvor de Cristo. Amém!

Frei Bernardino nasceu no dia 8 de setembro de 1380, em Massa Marittima, Itália. Aos 6 anos ficou órfão de seus pais e foi criado, em Siena, por duas tias. Frequentou a universidade até os 22 anos, quando abandonou o “mundo” e vestiu o hábito franciscano. Na Ordem, tornou-se um dos principais proponentes da reforma da “observância”; movimento da época entre os franciscanos para voltar ao rigor da prática da pobreza vivida por São Francisco de Assis. Em 1417 Frei Bernardino de Siena foi nomeado Vigário da Província da Toscana e mudou-se para Fiesole, dando um forte impulso à reforma em curso na Ordem Franciscana. Ao mesmo tempo deu início à sua extraordinária pregação pelas cidades italianas. Em Sena, no ano de 1427, fez um ciclo de sermões que chegaram até nós graças à fiel transcrição de um ouvinte, que os escreveu à sua maneira com rapidez, sem perder uma palavra. As transcrições revelam o sucesso dos sermões de Bernardino: escolheu temas que pudessem interessar aos fiéis de uma cidade e evitou as formulações confusas ou muito elaboradas, típicas dos pregadores escolásticos da época. Para ele, “dizer claro e breve” não se separava de “dizer belo”, e para se fazer entender usava contos, parábolas, anedotas; zombando de superstições, modas, vícios. Ele sabia entender as fraquezas humanas, mas era intransigente com os avarentos, considerados por ele as criaturas mais abjetas da terra. Propagador da devoção ao Santo Nome de Jesus, mandou gravar o trigrama “IHS” em tábuas de madeira, que dava para a audiência beijar no final dos sermões. Frei Bernardino de Sena morreu em Áquila, no dia 20 de maio de 1444. Seis anos após sua morte, em 24 de maio de 1450, festa de Pentecostes, o Papa Nicolau V o proclamou santo na Basílica de São Pedro, em Roma. Em louvor de Cristo. Amém!

JUNHO

SANTO ANTÔNIO DE LISBOA E PÁDUA

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Fernando de Bulhões nasceu em Lisboa, no ano de 1195. Ainda bem jovem foi noviço no Mosteiro de São Vincente de Fora, em Lisboa, entre os Cónegos Regulares de Santo Agostino. Depois dos primeiros anos na Ordem pediu para ser transferido para o Convento de Santa Cruz, em Coimbra, para continuar seus estudos. Formou-se em Coimbra, e ali foi ordenado presbítero, provavelmente em 1220. Naquele mesmo ano chegaram em Coimbra os corpos de cinco frades franciscanos, decapitados em Marrocos, onde foram pregar por ordem de Francisco de Assis. Padre Fernando sentiu-se atraído pelo testemunho daqueles mártires e pediu para ser recebido na Ordem do Menores, com o desejo de ser missionário. Acollhido pelos frades, Fernando trocou o nome para Frei Antônio. Depois de uma tentativa frustrada de fazer missão no Marrocos e uma viagem de retorno conturbada, Frei Antônio acabou entre os frades da Sicília. Depois de participou do Capítulo Geral de Assis, em 1221, onde teve a oportunidade de ouvir Francisco, Frei Antônio foi acolhido pelos frades da província da Romanha, no erimitério de Montepaolo, em Forli. Por mandato do próprio Francisco, começou a pregar na Romanha e depois no norte da Itália e na França, e a ensinar teologia aos confrades. Frei Antônio morreu no 13 de junho de 1231, a caminho de Pádua, onde viveu seus últimos anos. Um ano depois de sua morte, a fama dos muitos prodígios realizados convenceu Papa Gregório IX a avançar no processo canônico e a proclamá-lo santo, em 30 de maio de 1232, na cidade de Espoleto. Em louvor de Cristo, Amém!