São Francisco de Assis e a Minoridade

Foto: Frei Miguel Kellet

No dia 04 de outubro, celebramos a festa de São Francisco de Assis, santo muito popular e muito citado na Encíclica do Papa Francisco: “Laudato Si sobre o cuidado da Casa comum”. Quando falamos de Francisco de Assis, também lembramos de Santa Clara, considerada a “planta espiritual” de São Francisco. Tanto Francisco como Clara eram apaixonados por uma causa: a vivência do Evangelho e o seguimento de Jesus na simplicidade e minoridade. O desejo da minoridade marcou a vida de Francisco, pois as palavras do evangelho eram a luz que guiavam a sua prática: “Se alguém quiser ser o primeiro, que seja o último de todos e aquele que serve a todos” (Mc 9,35).

O próprio Francisco dizia: “Senhor, meus frades têm o nome de menores para não desejarem ser maiores. Sua vocação é ficar embaixo, seguindo os passos de Cristo, e dessa maneira, na glorificação dos santos, serão mais exaltados que os outros. Se quereis que produzam fruto na Igreja de Deus, conservai-os no estado de sua vocação” (Tomás de Celano).

Diante desta atitude de Francisco e Clara, podemos olhar para a sociedade atual. Encontramos diferenças sociais e desigualdades que provocam divisões, conflitos e ciúmes. O desejo de ser maior ou, mais importante que o outro, é motivo de discussões, ambições e rivalidades. E onde existe a inveja e rivalidade, aí estão também as desordens e todo tipo de obras más.

Foto: Frei Miguel Kellet

O Papa Francisco também fala da minoridade: “A minoridade convida a ser e a sentir-se pequenos diante de Deus, confiando-se totalmente à sua misericórdia infinita. A perspectiva da misericórdia é incompreensível para quantos não se reconhecem menores, isto é, pequenos, carentes e pecadores diante de Deus. Quanto mais estivermos convictos disto, mais estaremos próximos da salvação: quanto mais estivermos convictos que somos pecadores, mais estaremos dispostos a ser salvos”.

Neste mês de outubro, quando celebramos a festa de São Francisco, devemos olhar para a sua simplicidade como exemplo para a nossa prática no dia-a-dia e o nosso compromisso de viver em comunidade. A comunidade é o lugar onde deve existir a fraternidade e igualdade entre as pessoas, fruto da minoridade e da prática de servir uns aos outros. Por isso, servir aos outros sempre é uma grande oportunidade de mostrar que podemos promover a união, o entendimento e a igualdade entre nós. Aquilo que deve nos mover é a vontade de servir e de partilhar com os irmãos os dons que Deus nos concedeu. As palavras de Jesus são claras e atuais para nós hoje: “Quem quiser ser o primeiro, seja o último e o servo de todos”.

Frei Gregório Joeright, ofm

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