Recordo com muita satisfação o ano 2014 no qual o Papa Francisco dedicou à Vida Consagrada, enviando uma exortação para os religiosos com as seguintes palavras: “olhar o passado com gratidão, viver o presente com paixão e abraçar o futuro com esperança”. Desde então, estas palavras tem feito toda a diferença na minha vida de religiosa; busco olhar o passado com Gratidão tudo o que o Senhor me concedeu de viver, as experiências, as pessoas, os fatos, os caminhos percorridos ao longo da vida, gratidão porque o meu Senhor sempre caminhou comigo, levando-me às águas mais profundas. Tenho procurado Viver o presente com paixão, desde que o Senhor me trouxe para a missão na Amazônia, propriamente na Arquidiocese de Santarém, tenho vivido com paixão e alegria a doação da minha existência, como diz nossa madre Fundadora Clara Ricci, “muitos esperam de nós”, e esperam o quê? A alegria do consagrado, a alegria de ser de Deus, a alegria pelas coisas do céu, a acolhida, o serviço, a escuta, a doação simples e desinteressada. Tenho uma convicção para Viver o presente com esperança, de mundo pleno, de um reino de justiça, de paz, de saúde, de direitos, igualdades, de que muitos jovens possam responder ao chamado vocacional.
Neste ano de 2023 no Brasil temos o privilégio de vivenciarmos o terceiro Ano vocacional: Vocação graça e missão, o qual favorece a nós religiosos e religiosas, famílias e missionários a oportunidade de testemunhar a alegria da vocação aos jovens que estão nas periferias da vida, esperando por luzes de gratidão, paixão e esperança. E de quem esperam? De nós adultos que já percorremos um bom percurso do caminho da vida, pois, vocação é graça, é dom, é presente a ser multiplicado, doação vivenciada com alegria, resiliência, perseverança e constância no cotidiano. Vocação é missão, e missão é serviço, sair de si, ir ao encontro do outro.
O Papa Francisco diz aos religiosos: “Queria dizer-vos uma palavra, e a palavra é alegria. Onde quer que haja consagrados, aí está a alegria!”. Aqui na Amazônia posso testemunhar que minha vocação e missão teve um sabor diversificado, pelo jeito amazônida de ser, pela cultura, etnias, religiosidade, proximidade, simplicidade e corresponsabilidade dos leigos e leigas na missão, onde eles são protagonistas e nós religiosos somamos neste caminhar da Igreja em saída, indo, servindo, alegrando, escutando, testemunhando e vivenciando o hoje na vida do povo.
Gratidão a todos os religiosos e religiosas que estão gastando seua vida na missão desta terra tão amada, e concluo com a fala do Papa Francisco: “A missão dos consagrados passa pela incondicional pertença a Deus, mas também passa pelo desdobramento daquela que são as dores dos homens e mulheres que estão distantes de Deus”.
Paz e bem!!
Ir. Marlene Fatima Betlinski, fa