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Família Franciscana no Capítulo Custodial 2022

 

Com São Francisco e Santa Isabel da Hungria amar os pobres

No quarto dia de Capítulo Custodial  os frades celebraram Santa Isabel da Hungria, padroeira da Ordem Franciscana Secular, com uma celebração eucarística junto com a família Franciscana. O encontro com a família franciscana, presente em Santarém muito alegrou os frades, pois há muito tempo, devido a pandeia, não se encontravam para realizar encontros, rezarem juntos. A missa aconteceu no auditório do Convento São Francisco, às 17h30, e foi presidida por Frei Raoul Bentes e concelebrada por Frei Alex Assunção e Frei João Messias. Além dos frades que estão em Capítulo Custodial participaram da eucaristia as Irmãs franciscanas Filha do Sagrado Coração de Jesus e Maria, Irmãs Franciscana de Maristella e as Irmãs Franciscanas de Angelinas.

E foi justamente sobre os mais necessitados que Frei Raoul Bentes deu os exemplos de São Francisco e Santa Isabel da Hungria, na sua homilia. “Precisamos sempre ter olhar mais especial com os menos privilegiados. Santa Isabel, uma pessoa nobre, bem nascida, mas, isso nunca foi motivo dela não ajudar os pobres. Ela deu de comer a quem tinha fome, ela visitou os presos. Assim como Santa Isabel e São Francisco, devemos sempre praticar a caridade”. Ressaltou o frade.

 

 

O presidente da celebração, destacou ainda  a alegria da família franciscana em ser seguidora de Jesus a maneira de São Francisco de Assis. E essa felicidade deve ser a de sempre fazer o bem. “Nossa alegria não pode está em lugares ou em bens materiais. Nossa alegria deve ser a nossa capacidade de poder em fazer o bem ao nosso irmão, as pessoas que precisam escutar o evangelho. Mesmo que as vezes tenhamos um problema, não devemos encarar como problema e sim como algo difícil e como mais um desafio que teremos que enfrentar e sempre que possível tirar uma lição disso”.

Sobre o convívio fraterno, o frei comentou que devemos aprender amar o outro. “Não é fácil lidar com pessoas, mas temos que saber a amar o outro como ele é.  Viver em fraternidade é saber viver em paz, mesmo que o outro incomode. Que possamos vivenciar o que São Francisco vivenciou, o que Santa Isabel da Hungria viveu”. Completou, Frei Raoul. O rito da celebração prosseguiu como costume. Depois da Celebração a Família Franciscana fez um momento de confraternização.

 

 

 

Irmãs Angelinas abrem Casa em Santarém 

 

Após a comunhão, irmã Marlene Betlinski, aproveitou o momento de encontro com a Família Franciscana para comunicar que a Congregação das irmãs Franciscanas Angelinas, no ano em que completam dez (10) anos de sua presença na Arquidiocese de Santarém, atuando no município de Monte Alegre, abriram uma presença na Cidade de Santarém. Irmã Marlene, afirmou que ao ver os frades  Frei Alex Assunção, Frei Haroldo Pimentel e Frei Valcy, que acompanharam a chegada da Congregação ao Oeste do Pará “passa um mundo de recordações dessa década de caminhada” na Amazônia. Esse sonho já estava a algum tempo no coração da Congregação, afirmou a religiosa. As irmãs com a abertura dessa casa em Santarém planejam acomodar uma das etapas do seu processo formativo. Nessa missão de abrir uma novo espaço de presença a irmã espera contribuir e contar com o apoio de toda a Família Franciscana.

 

Equipe de Comunicação para o Capítulo 2022

 

 

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Dom Leonardo Steiner, um irmão entre os menores da Amazônia

  O terceiro dia do décimo segundo Capítulo da Custódia São Benedito da Amazônia foi marcado pela presença de Dom Leonardo Ulrich Steiner, a quem o povo da região carinhosamente chama “Cardeal da Amazônia”. O Cardeal chegou a Santarém na tarde do dia 15 de novembro e sua presença fraterna despertou muita alegria por parte dos capitulares. A conferência de Dom Leonardo foi um momento muito aguardado dentro da programação do Capítulo.  

Em sua conferência, o Arcebispo de Manaus, foi tecendo um profundo comentário sobre a identidade franciscana e sua vida e missão como “Menores na Amazônia”. Na sua introdução Dom Leonardo fez uma bela recordação do itinerário espiritual de Francisco de Assis como “alguém que mudou de vida depois do encontro com o Crucificado”. O amor de Francisco foi gratuito e generoso, destacou o Cardeal. 

 

Frei João Carlos Karling (Visitador Geral), Dom Leonardo e Frei César, (Definidor Geral)

 

A espiritualidade e vida franciscana, segundo ele, deve ser marcada por uma profunda admiração. Francisco foi um profundo admirador de Deus, que por “um amor tão extraordinário e admirável que se fez Menor”. O amor que movia o Pobrezinho de Assis, o movia, e como recordou Dom Leonardo, “o levou a gemer e a lamentar nos bosques”. O amor que não é amado é generoso e gratuito, afirmou. 

Vida, missão e minoridade são temas fortes para reflexão sobre a identidade dos frades menores na Amazônia, sobre isso, Dom Leonardo também dedicou pontos da sua alocução aos frades. A vida foi definida por ele como “dinâmica, sentido e o concretizar de uma existência”.  A gratuidade e a fraternidade foram enfatizadas como aspecto presente   no viver, assim pontuou o Arcebispo. Fraternidade foi exposta na conferência como a força que faz irmão. Entre os frades menores a força que faz ser irmão é a minoridade, ressaltou o Cardeal Steiner. 

Durante a conferência foram abordadas à luz da riqueza do franciscanismo temas como gratuidade, fraternidade, cuidado. Um olhar franciscano desde o coração da Amazônia nos permite ver com tristeza que conforme, constata o cardeal: “As criaturas deixaram de ser irmãs para tornaram-se objeto de exploração”. Acabamos por observar “relações desfraternas”. Ao invés de nos desarmar estamos cada vez mais em tempos desafiadores e de profundos conflitos. 

A hermenêutica da totalidade foi destacada aos frades como “possibilidade de ser Igreja na Amazônia” com uma “responsabilidade envagelizadora”. Dom Leonardo destacou que os frades na Amazônia têm uma missão própria. Um carisma privilegiado para dialogar com os povos e culturas locais. A “admiração com o mistério de Deus” ocupa um lugar importante na presença franciscana neste território.

Frei Thomas Nairn, Dom Irineu Roman, Dom Leonardo e Dom Wilmar Santin.

Sobre a missão franciscana na Amazônia, o Cardeal, realçou aos frades em capítulo que “como Menores, estamos satisfeitos onde a obediência nos envia”. Provocados a anunciar o Amor que não é amado. Neste caminho com a Amazônia a admiração nos impulsiona na encarnação e no anúncio transformador e libertador. Concluindo a conferência, o metropolita, afirmou que “Como Menores deveríamos estar entre os menores, para sermos menores”.  Em seguida o Cardeal ouviu a ressonância dos frades sobre a sua exposição, momento de um esperançoso bate-papo. Como arcebispo de Manaus, ele agradeceu a presença e atual dos frades na capital amazonense. 

 

Auditório Capitular

Texto e fotos: Equipe de Comunicação para o Capítulo