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Recordar sempre o ponto de partida: entrevista com Frei Vagner Sena

Foto: Arquivo Custodial

Frei Vagner Sena, 38 anos, natural de Óbidos (PA), nasceu no dia 20 de abril de 1985. O frade será ordenado presbítero da Igreja Católica, no dia 24 de junho de 2023, dia de São João. A ordenação será realizada na Catedral Sant´Ana, em Óbidos, às 19h. O tema escolhido pelo frade, foi: “Tenham em vocês os mesmo sentimentos que havia em Cristo Jesus” (Filipenses 2,5). A  Ação de Graça será no dia seguinte, às 8h30, na Igreja Santa Terezinha. 

O frade conversou com a equipe de comunicação da custódia e contou um pouco sobre ele e como tudo começou. Já com 20 anos, Frei Vagner Sena, resolveu com alguns amigos “reativar” um grupo de jovens da comunidade que frequentava, sendo esse grupo que tinha sido fundado pelos irmãos do frei e dos amigos. Veja a seguir um pouco da conversa que tivemos com o frade.

Conte um pouco quem era o senhor antes de se sentir chamado para ser um frade?

FVS: Antes de iniciar meu discernimento vocacional e me sentir chamado a ser um frade Franciscano, eu frequentava a comunidade de Santa Terezinha com meus pais, minha avó e meus irmãos. Em 2006, eu e alguns amigos decidimos reorganizar o grupo de jovens da comunidade. O grupo se chamava “”Cristo Esperança Única” era o mesmo grupo que nossos irmãos e irmãs haviam fundado há muitos anos atrás. Em pouco tempo fui indicado para a coordenação paroquial e em seguida para a coordenação da Pastoral da Juventude (PJ) da Diocese de Óbidos representando a Paróquia de Sant’Ana.

No campo profissional, meu desejo era estudar Biologia e atuar nessa área, em pesquisas e outras possibilidades . Porém, isso não aconteceu. Por fazer parte da coordenação Diocesana da Pastoral da Juventude fui indicado para representar a paróquia de Sant’Ana no (CMDCA) Conselho Municipal do Direito da Criança e do Adolescente. Assumi este serviço voluntário por três anos. 

Em 2008, iniciei meu acompanhamento vocacional com Frei Amauri que na época fazia parte da fraternidade que havia em Óbidos. Meu objetivo era iniciar o postulandado em 2009. Contudo, não consegui participar dos encontros vocacionais que aconteciam todo mês de julho em Santarém. Por esse motivo o Conselho de Formação me pediu que continuasse o acompanhamento vocacional por mais um ano.

Nesse período devido a minha atuação no CMDCA recebi o convite para concorrer a uma vaga no Conselho Tutelar.  Com o apoio das comunidades que fazem parte da paróquia, familiares, amigos, movimentos e pastorais sociais, fui eleito para o triênio 2010-2013. 

Eu e mais 4 conselheiros tomamos posse no dia 30 de abril de 2010. Contudo, o desejo de ingressar na formação franciscana ficava cada vez mais forte. Em janeiro de 2011, renunciei ao cargo de conselheiro tutelar e me juntei a mais quatro jovens para dar início ao Postulantado na casa de formação Maíra, localizada na cidade de Santarém.

Foto: Arquivo Custodial

Como e quando o senhor se sentiu chamado para entrar na Ordem dos Frades Menores?

FVS: O chamado para entrar na Ordem foi ficando cada vez mais forte depois de começar a participar dos encontros formativos e dos retiros da Pastoral da Juventude. O contato mais frequente com a Palavra de Deus e as visitas às comunidades mais distantes fez com que eu percebesse a necessidade de padres, religiosos e missionários para servir as centenas de comunidades da região, especialmente as mais carentes e distantes do centro da sede da paróquia. Outro fator importante foi o atendimento, escuta e acompanhamento das vítimas de violência física e sexual que procuravam o conselho tutelar em busca de ajuda. Percebi a necessidade que essas pessoas tinham de receber não apenas orientações jurídicas relacionadas a seus direitos, mas também a necessidade de um acompanhamento espiritual. Para muitos, Deus havia se tornado alguém distante delas. Muitas pessoas se questionam onde está Deus neste momento difícil e de sofrimento para a vida delas e de seus filhos e filhas? Acredito que meu serviço como religioso franciscano poderia ajudá-las nesse processo traumático que elas estavam enfrentando. Ajudaria principalmente a manter a relação delas com Deus que mesmo em situações difíceis da vida se faz presente e nunca abandona seus filhos e filhas.

Quem foram seus primeiros frades formadores e a importância deles?

FVS: Antes de mencionar os formadores, gostaria de destacar o papel que o Frei Amauri Pereira teve durante esse processo. Foi ele quem me convidou para participar dos encontros vocacionais. Com seu jeito simples e sempre disposto a ouvir e aconselhar ele teve uma importância fundamental no início da minha jornada vocacional. 

Meu primeiro formador foi Frei Marcos Bezerra. Ele me acompanhou durante o postulantado.  Frei João Miguel (Top) era residente na fraternidade Maíra em 2011 e contribuiu com a formação bíblica da turma. Na segunda metade de 2011 a fraternidade foi transferida para a cidade de Itaituba. Além de Frei Marcos, Frei Rodolfo Pimentel passou a contribuir com nossa formação assumindo a tarefa de vice-formador da casa de Postulantado. Frei Marcos sempre incentivou a combinação entre trabalho, oração e estudo. Isso foi importante para nos preparar para a próxima etapa, o noviciado.

Em 2012 iniciei meu noviciado na fraternidade Kabiará, localizada no bairro Mararu. Frei João Schwieters foi nosso formador.  Sempre muito criativo e dinâmico, ele fazia com que o noviciado se tornasse mais leve e mais alegre também. Frei João me ajudou a admirar ainda mais o carisma franciscano e a importância da criatividade e a valorização de uma liturgia inculturada na região Amazônica.

Durante a Filosofia, Frei Elder e Frei Durván nos acompanharam e nos incentivaram a superar as dificuldades. 

Como foi o processo de formação até aqui?

FVS: Considero meu processo formativo bastante desafiador, especialmente por ser uma pessoa introvertida. Além disso, diferente dos meus colegas de turma, antes dos 22 anos eu não tinha um envolvimento na vida de comunidade como eles tiveram antes da entrada para a formação franciscana. Por esse motivo, procurava me esforçar para tentar acompanhar a turma. Os colegas de turma sempre me ajudaram e aos poucos fui superando algumas dificuldades pessoais e comunitárias. Por isso acredito que a vida de fraternidade é um dos mais importantes aspectos do carisma franciscano. Ela nos ajuda a amadurecer e nos tornarmos melhores seres humanos.

Seu maior desafio nessa caminhada?

FVS: Acredito que meu maior desafio na caminhada foi aprender a lidar com a diferença de cada irmão de fraternidade, muito mais do que lidar com minha própria timidez. Hoje acredito que a diversidade pode contribuir para o crescimento pessoal de todos os membros da fraternidade. 

Desistir já foi uma opção?

FVS: A caminhada na vida religiosa nem sempre é fácil. A luta é contra nós mesmos, nossas próprias fraquezas e preconceitos. Concordo com frei Erlison que sempre diz aos jovens vocacionados acompanhados por ele “a vida Franciscana é a melhor vida que podemos escolher”. Quando procuramos vivê-la de corpo e alma ela se torna eleve nos faz entender o verdadeiro sentido de colocar nossa vida a serviço de nossos irmãos e irmãs. Não, desistir nunca foi uma opção. 

O que mais sustenta a sua missão?

FVS: A espiritualidade franciscana é um dos pilares mais importantes na minha caminhada. Acredito que ela me sustenta e me ajuda a continuar firme no propósito de vida que escolhi seguir. Existe um canto franciscano, inspirado no pensamento de Santa Clara, que eu gosto muito, cujo refrão diz assim: “Não perca de vista seu ponto de partida”. Considero este canto como um verdadeiro mantra. Sempre que estou diante de uma nova etapa da minha formação ou em meus momentos de recolhimento e silêncio eu procuro repetir este refrão. Isso me ajuda a não perder de vista a verdadeira razão pela qual eu decidi me tornar um franciscano. O ponto de partida é o próprio Jesus Cristo que se faz presente em cada pessoa que encontramos no decorrer de nossa caminhada.

Foto: Arquivo Custodial

Como o senhor discerniu a vocação presbiteral?

FVS: Quando entrei para a Ordem, pensava em ser irmão leigo. A mudança aconteceu depois que fui enviado para morar entre o povo indígena Munduruku durante o ano pastoral, em 2017. A experiência vivida junto ao povo Munduruku me fez perceber a necessidade de uma maior presença de padres na região que pudessem oferecer a eles uma participação e vivência dos sacramentos com maior frequência. Muitas aldeias passaram e continuam passando até os dias de hoje meses sem receber a visita de um padre e consequentemente, sem celebrar os sacramentos. Sempre alimentei o desejo de retornar para a Missão e assim procurar fortalecer nossa presença solidária no meio desse povo que tanto nos ama. 

Quais são os desejos para o futuro?

FVS: Primeiramente desejo me dedicar ao serviço paroquial junto às comunidades da Paróquia de Cristo Libertado de acordo com o que me foi pedido pelo Conselho Custodial. Penso que nesses primeiros anos como padre é importante dedicar tempo para as comunidades e aprender com elas. Trabalhar para fortalecer as comunidades de base, fortalecer e valorizar ainda mais o serviço das lideranças leigas que atuam nas comunidades onde, nós frades, estamos presentes.

Com o tempo desejo cursar serviço social e assim desenvolver atividades que possam oferecer um atendimento e acompanhamento espiritual para as famílias vítimas de diferentes formas de violência como por exemplo a violência doméstica, sexual e física. 

Deixe uma mensagem curta para os leitores.

FVS: Meus irmãos e irmãs, animados pela fé no Cristo ressuscitado continuemos firmes na esperança de que somente quando nos permitimos fazer a experiência de encontro pessoal com Jesus presente em nossos irmãos e irmãs e vivendo em espírito de fraternidade poderemos encontrar verdadeiramente o sentido para nossa vida como cristãos. Que Deus abençoe cada um de vocês, vamos juntos continuar anunciando a paz e o bem.

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São Benedito: tambores, alimentos, fitas e flores na realidade Amazônica

Ilustração: Darlyson Alves

São Benedito é, de certo, uma presença no coração dos amazônidas. Para atestar esse fato não faltam manifestações de piedade popular. Apenas para citar uns exemplos paraenses podemos ver a Marujada de Bragança, o gambá de Pinhel e o Marambiré de Alenquer. A memória deste santo é um sinônimo de minoridade e alegria franciscana. Benedito é um santo que irmana, que congrega e gera fraternidade, por esse motivo surgiram e surgem muitas irmandades tendo como patrono o santo. 

O nome Benedito tem relação com bendizer, ou seja, falar bem de alguém, abençoar.  Ao bendizer Benedito agradecemos também os dons da bondade divina. As pessoas que vivem na Amazônia com toda certeza podem proclamar a bênção de Deus que é habitar essa região. Benditos também são os que se empenham pelo cuidado da casa comum. Por inspiração de Francisco e de São Benedito podemos louvar a santa simplicidade e o amor pelos irmãos e irmãs. 

Frei Benedito de San Fratello exerceu trabalhos ligados à vida do convento onde viveu. Ele ficou conhecido, entre muitas coisas, por ser um santo cozinheiro. Um verso popular assim o reconhece: “Meu São Benedito já foi cozinheiro e hoje ele é santo do Deus do verdadeiro”. De fato, cozinhar é um dom ou uma arte, tem a ver com dedicação, conhecimento, transformação e serviço. Entre as panelas de São Benedito com certeza não faltavam o selo e a preocupação com a sua fraternidade. 

Um sinal também da sua proximidade com os pobres está contido em algumas esculturas do santo que o retrata no gesto da distribuição dos pães. Em nossos tempos de insegurança alimentar, em que muitos passam fome, a partilha e amor de Benedito devem nos inspirar. E entre os povos da Amazônia essa triste realidade é dolorosamente presente. Em entrevista ao Site IHU, o professor Mário Tito Barros Almeida afirma que: “A Amazônia é rica, mas ela não produz riqueza; ela produz ricos” e com base em dados de 2022, 18% das famílias da região norte do Brasil estão na insegurança alimentar, a maior taxa entre outras partes do país. 

Outra característica de São Benedito é a sua afrodescendência, seus pais foram escravizados e foram levados da Etiópia para a Sicília, onde o santo nasceu. A Amazônia abriga diversas comunidades quilombolas. Essas raízes negras muitas vezes parecem ser esquecidas, e por isso muitas lideranças fortemente afirmam: “A Amazônia também é negra”. Unidos ao Santo Negro possamos cultivar uma atitude antirracista neste solo amazônico. Ecoemos os tambores de São Benedito ressoando os cantos de libertação dos povos da querida Amazônia. 

Benedito é então uma fraterna inspiração para seguirmos o evangelho no encantador e desafiante ambiente amazônico. Sua santidade que floresce na cultura popular, cheia de alegria e cores, nos ajude a festejar os dons diversos que se unem em harmonia.  Caminhando com São Benedito por entre as cidades, matas e rios possamos testemunhar a vida de irmãos e menores. O cercar de flores e fitas o andor de Benedito, impulsiona a trabalhar pela alegria e o bem viver de todos e todas. 

Comunicação Custodial 

Referências

INSTITUTO HUMANITAS UNISINOS. Fome na Amazônia: ela é rica, mas não produz riqueza; produz ricos. Entrevista especial com Mário Tito Barros Almeida: “O reaparecimento da fome no Brasil significa o retorno de pessoas para classes sociais mais baixas”, alerta o pesquisador. Disponível em: <https://www.ihu.unisinos.br/categorias/159-entrevistas/610695-fome-na-amazonia-ela-e-rica-mas-nao-produz-riqueza-produz-ricos-entrevista-especial-com-mario-tito-barros-almeida>. Acesso em: 01 out. 2022.   

OLIVEIRA, Joana.  A Amazônia também é negra. Disponível em: https://brasil.elpais.com /brasil/2019/11/19/politica/1574164761_425337.html. Acesso em: 01 out. 2022.   

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A defesa do Urumari e os gestos concretos para ouvir a voz da Criação

Foto: Arquivo Custodial

Ao falar de Criação não tem como se remeter a criação divina da Terra, da nossa Casa Comum, e dos seres vivos que nela habitam. Dentre esses seres vivos estão os seres humanos aos quais Deus criou à sua imagem e semelhança” (Gn 1, 26), mas que deixou essa criação aos cuidados da humanidade para zelar, contemplar e preservar todas as formas de vida. 

Entretanto, o que temos visto nas últimas décadas é uma intensa violação e degradação dos recursos naturais, principalmente aos ambientes aquáticos que estão sendo impactados e contaminados por várias fontes poluidoras. Esse fato afeta a tudo e a todos.  Particularmente porque  vivemos na maior bacia hidrográfica do mundo que é a Bacia Amazônica, e esta vem sofrendo diversos danos ambientais. Entre  os ecossistemas que fazem parte deste imenso bioma e que vem sendo alterado de forma significativa estão os igarapés – Igarapé é um pequeno rio navegável, geralmente afluentes de rios maiores. Sobre o igarapé, vale destacar uma particularidade: eles praticamente só existem na bacia amazônica, na zona norte do Brasil.

Neste sentido o Igarapé do Urumari um dos principais mananciais da cidade de Santarém, no Pará, percorre aproximadamente 7,5 km quilômetros até desaguar na confluência dos rios Tapajós e Amazonas. Durante esse percurso passa por alguns bairros, servindo de habitat para uma riqueza significativa de seres vivos, marcado por palmeiras em suas margens árvores típicas da mata ciliar, que serve de proteção e fonte de alimentação para qualquer recurso hídrico mas que nos últimos anos este sistema ecológico vem sendo modificado drasticamente, seja pela própria falta de informação, falta de planejamento urbano, como pela negligência e ganância, que trazem como consequências a poluição, a contaminação, o desmatamento, assoreamento, tantos males que assolam e degradam este ecossistema. 

Foto: Arquivo Custodial

Dessa forma um grupo de pessoas preocupadas com a situação alarmante do igarapé, formou o Comitê em Defesa do Urumari, fruto de uma atividade chamada Balcão de Direitos que a Federação das Associações de Moradores e Organizações Comunitárias de Santarém (FAMCOS) promovia, e em um desses encontros foi refletido sobre Direito Ambiental e a ferramenta de estudo foi justamente o Igarapé do Urumari, então como gesto concreto diante dos desafios ambientais que o igarapé tem, ao final deste encontro no dia 5 de agosto de 2007 em parceria também com a Paróquia de Cristo Libertador foi criado o Comitê em Defesa do Urumari.

Desde sua criação o Comitê do Urumari já realizou diversas atividades em prol da proteção do igarapé como: caminhadas ecológicas, palestras, plantios de muda, realização do Projeto Urumari Vivo que desenvolveu desde análises da qualidade da água, solo, fauna e flora até mapeamento de suas áreas degradadas, lives de sensibilização quanto a preservação do mesmo, enfim, durante esses 15 anos de atuação o Comitê sempre esteve preocupado com a realidade do igarapé do Urumari e procura ver formas para sua defesa diante de tantas ações que interferem na sua dinâmica ambiental e que esta prática de zelo seja disseminada para outros tantos igarapés que tem a mesma realidade de destruição neste rincão amazônico.

Portanto neste cenário que é tão desafiador devemos ser agentes cuidadores e tomar ações proféticas nesta imensa criação que clama tanto.

A luta pela recuperação e proteção do Igarapé do Urumari precisa de você. Junte-se a nós!

Por: Diego Ramos,
Biólogo. Professor de Ciências. Coordenador do Comitê do Urumari.

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Solenidade da Santíssima Trindade

Imagem: Frei Fábio Vasconcelos

Talvez a definição mais bonita, mais fácil e mais acessível à nossa compreensão humana de Deus é a afirmação de que “Deus é Amor” (Cfr. 1Jo 4, 7-15). Trata-se de uma afirmação que expressa uma profundidade infinita.  Buscar compreender o mistério de Deus, como se revela em nossa fé cristã, implicará sempre num mergulho profundo na realidade divina, cuja presença luminosa podemos apenas pressentir, como que às apalpadelas – para usar a expressão do Apóstolo Paulo – tocando nos sinais de que Deus nos permite ver e sentir, sobretudo aqueles que são frutos do Seu amor imenso por nós. A maior destas provas de amor é o próprio Filho Unigênito, doado pelo Pai para a salvação do mundo (Cfr. Jo 3, 16). O mistério de Deus não pode ser apropriado e contido por ninguém. Não cabe nos limites da nossa inteligência e compreensão. Diante do mistério insondável de Deus nos sentimos pequenos como um grãozinho de areia na margem do oceano ou como um pontinho bruxuleante no universo infinito: podemos somente contemplar e mergulhar em êxtase nestes espaços imensos, que nos fascinam tanto!

Celebrar o nosso Deus como Trindade Santíssima é festejá-lo como expressão sublime e completa do Amor. É celebrar Deus que se revela próximo da humanidade e que se identifica conosco, que busca se manifestar a partir da nossa interioridade, do nosso coração, estabelecendo uma relação pessoal conosco e agindo no mundo através de nós.  Deus é o único Bom, nos ensina Jesus, e sopra e age onde quer. Todos os gestos de amor, de bem, de bondade, de unidade, de paz e tudo o que é bom tem sua fonte e origem em Deus. Não é mérito nosso.

A sabedoria divina, manifestada desde a criação do mundo, no Verbo que se fez carne, no amor de Deus derramado nos nossos corações pelo Espírito Santo (Cfr. Rm 5, 1-5), nos revelam a realidade maravilhosa do nosso Deus, uno e trino. Deus que se faz pequeno para habitar em nós, fazendo de nós sua morada e nos inspirando também a amar a todos e a buscar sempre a unidade. Só em Deus existe a perfeita unidade. Só mergulhados nesta maravilhosa experiência do Amor, podemos superar as divisões e desigualdades entre nós, seres humanos, e nos humanizar a partir da nossa experiência de Deus, contemplado seu mistério como fonte de toda unidade. Talvez, tentando simplificar para entender melhor o mistério, possamos dizer que a Santíssima Trindade é a melhor e mais perfeita comunidade. Deus é amor! Quem ama, conhece a Deus, porque Deus é Amor! Para haver amor, é sempre necessário haver um eu, um tu e um nós! A vida fraterna em comunidade será sempre uma mediação indispensável para a experiência genuína do Deus-Amor e o conhecimento verdadeiro do Deus Uno e Trino.

Frei Edilson Rocha, OFM

Visitador

Frei João Carlos Karling é nomeado Visitador Geral para a Custódia São Benedito da Amazônia

Frei João Carlos pregando Retiro em Petrópolis (RJ). Foto: Frei Augusto Luiz Gabriel.

 

O Definitório Geral da Ordem dos Frades Menores, em sessão no dia 14 de setembro, elegeu para o serviço de visitador geral da Custódia São Benedito da Amazônia, Frei João Carlos Karling, OFM, membro da Província de São Francisco de Assis com sede no estado do Rio Grande do Sul. O decreto de nomeação foi assinado pelo Ministro Geral, Frei Massimo Fusarelli, no dia 16 de setembro, e tornado público no dia 26 de setembro.

Esta é a segunda vez que Frei João Carlos realiza o serviço de Visitador Geral. Entre setembro de 2017 e janeiro de 2019 ele foi visitador geral para a Província de Nossa Senhora da Assunção, presente nos estados do Piauí e Maranhão. Frei João Carlos ao receber a notícia afirmou que um misto de sentimentos tomou conta de seu coração: surpresa, alegria e gratidão. Segundo o frade, esses sentimentos chegaram até ele e o fizeram perceber que tratava-se de uma oportunidade para alargar a tenda do coração e da fraternidade. 

O período e a forma de realizar as visitas, nas fraternidades da Custódia, ainda será programado em diálogo com o Visitador Geral. O frade visitador nunca esteve na Amazônia e diz que se sente ainda mais animado em conhecer a realidade dos frades, das comunidades e da Igreja nesta região brasileira: “Eu quero ser um irmão entre os irmãos. Poder escutar, dialogar, conhecer e ajudar naquilo que for possível. Quero visitar cada um com calma e poder sentir tudo aquilo que ouço falar sobre a beleza da missão e evangelização, da Igreja viva, inserida, integrada, mais sinodal presente na Amazônia. Quero ser um irmão com uma missão confiada pelo Espírito Santo e penso que estar na Amazônia é poder perceber de maneira ainda mais especial o Espírito de Deus presente na Criação. Também quero conhecer a cultura, a comida, as ervas, as frutas, os meios de transporte, os diferentes povos, enfim, quero poder me inserir naquela realidade.” – relatou Frei João Carlos.

 

Frei João Carlos presidindo missa. Foto: Frei Augusto Luiz Gabriel.

Sobre o Frade Visitador

Frei João Carlos Karling é natural de Santa Rosa (RS), pertence à Província São Francisco de Assis. O frade reside atualmente na cidade de Porto Alegre. Ingressou na Ordem em 31 de maio de 1980, fez a Profissão Solene em 14 de abril de 1985 e foi ordenado presbítero em 17 de dezembro de 1988. O Frade, na sua formação acadêmica, é graduado em Filosofia (PUC-RS) e Teologia (PUA) e Mestre na área de Psicologia (PUC-RS). Ele atua na sua província como secretário provincial e moderador da formação permanente.

Entendendo o que é a Visita Canônica 

Com a Visita Canônica a Custódia São Benedito da Amazônia começa a se preparar para celebrar o Capítulo Custodial 2022. O Capítulo Custodial do próximo será um espaço para a entidade franciscana revisitar seus caminhos e projetos de vida e missão e eleger o Custódio e conselho para o triênio 2022-2025. O Capítulo é ainda um espaço para tomada de decisões e propostas sobre as iniciativas presentes e futuras da Custódia na sua vivência fraterna e evangelizadora. Antes, pois, desse momento uma etapa preparatória precede a sua realização. Um passo importante que antecede o encontro trienal dos frades é esse da visitação canônica. Em suma podemos descrever a visita canônica é o tempo de escutar, ver e sentir a realidade da fraternidade custodial.

 Nesse período um frade, Visitador Geral, é delegado para em nome do Ministro Geral e do Definitório da Ordem percorrer as fraternidades da Custódia, conviver e dialogar com os frades. O irmão visitador terá a oportunidade de, fraternalmente, percorrer as terras da Amazônia conhecendo as atividades e o cotidiano dos frades nesta região. Ao término da visita canônica o frade visitador emite, conforme os documentos da Ordem, um relatório informando sobre como se deu esse processo. Em sua missão, o Visitador Geral, cuida da preparação do Capítulo e ao qual preside. Além disso, a colaboração fraterna do Visitador se estende também no Congresso Capitular, ao qual também atua como presidente.

 

Equipe de Comunicação Custodial

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Custódia São Benedito da Amazônia realiza sua Assembleia Anual 2021

Com quase cem por cento da participação dos frades, a Custódia São Benedito da Amazônia realizou sua assembleia anual, de maneira virtual, nos últimos dias 05 e 06 de agosto. Desde o ano passado, tentou-se realizar o evento que, por conta da pandemia da COVID-19 havia sido adiado por duas vezes. Uma equipe de frades, liderada pelo secretário custodial, Frei Elder Almeida, pensou, organizou e conduziu a assembleia que foi avaliada como muito positiva pelos frades.

Ainda que de forma virtual, os membros de cada fraternidade reuniram-se em um mesmo ambiente da casa que foi preparado com antecedência, desta forma, a assembleia trouxe para todos um clima próprio, na alegria de estar juntos e no reencontro com os irmãos. Para a equipe que preparou a assembleia, uma grande preocupação foi a internet, visto que a região amazônica ainda não dispõe de um provedor eficiente. Mesmo assim, poucos foram os momentos em que ocorreu algum problema de conexão.

O primeiro dia da assembleia foi embalado por um texto produzido e apresentado pelo guardião da Fraternidade de Sant’Ana em Itaituba, Frei Francisco Paixão. O texto (que você poderá conferir no final da matéria) teve como pano de fundo a sua experiência nestes tempos de Pandemia. Ele conseguiu, através de seu texto e experiência, contemplar todos os confrades, referindo-se a situações vividas por ele, que muito se assemelhavam aos demais religiosos. Frei Paixão apresentou sete lições aprendidas durante este período e estas lições depois serviram de referência durante as partilhas das outras fraternidades.

Cada fraternidade teve a oportunidade de socializar sobre a vida e missão durante a pandemia. Estes relatos foram cheios dos mais diversos sentimentos: empolgação, emoção, alegria, tristeza, entusiasmo, desapontamento, mais sobretudo, de esperança. Para o guardião da Fraternidade de Sant’Ana em Óbidos, Frei Jacó Paiva, “o coração se alegra por termos passado por tantos desafios durante esses últimos meses, mas termos a oportunidade de estarmos vivos, e agora olhando um para o outro ainda que através de uma tela.” Algumas fraternidades participaram desta socialização apresentando fotos e vídeos, além dos testemunhos.

Para Frei João Messias, moderador das partilhas durante a assembleia, “realmente foi prazeroso escutar os irmãos e saber que nós não estamos sozinhos. É bom saber que a minha situação é muito parecida com a do meu confrade e vice-versa. Estas partilhas de experiências nos ajudam a ficarmos mais próximos uns dos outros.”

Durante o segundo dia da Assembleia, o Ministro Custodial, Frei Edilson Rocha, apresentou uma memória dos encaminhamentos das decisões do Capítulo Custodial 2019. Muitas destas decisões foram impossibilitadas de serem realizadas, por conta do contexto de Pandemia. O ministro pediu empenho e criatividade dos frades para encaminhamento dessas atividades para que, até o Capítulo Custodial, a ser realizado em outubro de 2022, algumas destas atividades sejam executadas.

Frei Edilson também apresentou uma síntese sobre o Capítulo Geral da Ordem do qual ele e Frei Rômulo Canto participaram em julho. O documento final do Capítulo Geral, que deverá sair brevemente, ajudará a Custódia na execução de algumas atividades. O Ministro da Custódia voltará a realizar suas visitas fraternas a partir da segunda quinzena de agosto e buscará juntos aos confrades caminhos para que se possa realizar as decisões capitulares. Assembleia Custodial virtual, foi concluída com o agradecimento do próprio Ministro Custodial a todos que se empenharam na realização do evento e de todos que se esforçaram para participar.

 

Texto: Frei Erlison Campos, OFM

 

 

As lições que tirei destes tempos pandêmicos

Me foi pedido para escrever uma reflexão para o início da Assembleia Custodial tendo como pano de fundo a minha experiência destes tempos de Pandemia. Me surpreendi pela solicitação, porque com certeza outros confrades poderiam discorrer melhor. Porém, creio que a coordenação me escolheu justamente pelas diversas experiências que vivi nestes 17 meses passados, desde a irrupção da Pandemia do Covid19 no Brasil.

Outro dia li um artigo de uma comunidade religiosa sobre as lições que a pandemia deixa para nós consagrados. Me senti incluído naquela reflexão. É a partir desta reflexão que compartilho com vocês as lições que tirei das vivências da pandemia e que com certeza vocês também viveram.

Primeira lição: Cada pessoa é um dom. Tanto no ERFRAN (um mês entre 20 irmãs e alguns irmãos!) quanto em Belém (2 irmãos mais jovens e 1 senior) percebi que pouco sabemos das suas alegrias, histórias, sofrimentos, valores, visões, sonhos, dos nossos “irmãos de fraternidade”. A pandemia oportunizou tempo para encontro pessoal, de descobrir o outro, de escuta, convivência, partilhas maiores (feita na mesa fraterna).

Segunda lição: Valor da fraternidade. Se cada confrade é um dom, quando vivemos de fato em fraternidade temos a possibilidade da descoberta de tantas qualidades, serviços, aptidões, gostos etc. colocados em comum, a serviço de todos. As irmãs, dispensam comentários, elas cuidaram bem disso lá no encontro. Em Belém foi maravilhoso poder partilhar nossos dons. Devido ao isolamento social, em Belém (e em outras fraternidades também) tivemos que dispensar as funcionárias, aí fomos para cozinha: confesso que aprimorei meus conhecimentos culinários e outras artes. Mas não apenas eu, meus confrades também revelaram seus dons. Rezamos juntos, refletimos juntos…

Terceira lição: A Morte como vida. Todos os dias rezávamos por vítimas da Covid. Nunca celebrei tantos sétimos dias. Daí um despertar para os valores vitais, como os cuidados com a saúde, valorização dos cuidadores de nossos frades idosos. Portanto, falar da morte é falar da vida. Tomar cuidado para não pegar nem transmitir o vírus, usando máscaras e álcool-gel e evitando saídas desnecessárias de casa e aglomerações.

Quarta lição: Meio ambiente. Naqueles meses em Belém despertou em mim um maior amor no cuidado e proximidade com o meio ambiente. Junto com a Nonata – uma entusiasta das plantas – criamos a “hortinha de alpendre franciscano” … “Brincando-brincando”, comemos tomates cereja e legumes da horta em apenas 2 canteiros e alguns vasos. O mais bonito foi influenciar outras pessoas da paróquia a fazer o mesmo, até em apartamentos. Começamos até a criar minhocas pra produzir húmus e adubar as plantas.

Quinta lição: Solidariedade. A vida nos ensina que quanto maior a necessidade, o sofrimento humano, a vida ameaçada, as catástrofes, etc., surgem e aumentam gestos de solidariedade, de ajuda mútua. Fomos solidários com as familias pobres em Belém e entre nós na fraternidade, especialmente com as celebrações que são tantas na paróquia.

Sexta lição: Desigualdades sociais. Na pandemia, pudemos sentir ainda mais as diferenças entre as pessoas e comunidades com o mínimo de condições vitais e aqueles que possuem recursos demasiados. Eis os desafios para reconhecer estas realidades e buscar juntos soluções, pistas, mudanças econômicas e estruturais, sistemas educacionais. Propostas novas e respostas são necessárias.

Sétima lição: Repensar a vida e a convivência social. Há tantas outras pandemias que perduram entre nós: fome, migração, destruição da Amazônia e seus povos, doenças endêmicas, condições subumanas de vida, violência, desrespeito aos direitos, etc. A pandemia maior que nos damos conta que precisa ser curada é o individualismo e o egoísmo, a começar pos nós mesmos. A humanidade não vai ser mais a mesma coisa, tampouco a vida religiosa consagrada. Daqui para frente será diferente o jeito de ser e de se relacionar com o mundo. O sentimento de medo existe, pois ele é inerente ao ser humano; mas é necessário seguir em frente, com fé, esperança e amor, e disponibilidade para vivenciar novos tempos.

Portanto, Irmãos, vamos começar… o resto vocês já decoraram!

Paz e Bem.

Texto: Frei Paixão, OFM

Confira algumas fotos do evento:

Fotos: Equipe Custodial de Comunicação

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Os Frades Menores e a Comunicação na Amazônia

A ideia de rede de comunicação é algo que aparece no Evangelho. Uma rede para reunir e não para enredar, como se fosse um projeto de conquista e dominação. Irradiar o seu carisma por meio do Testemunho e fazendo uso dos recursos que a técnica hoje lhes possibilita é uma tarefa franciscana. Queremos, inspirados por Francisco de Assis que fez bom uso das redes (recursos) do seu tempo para levar as pessoas ao seguimento de Cristo, e que formou ao redor de si uma rede (comunidade interligada), comunicar hoje o Evangelho, fonte de vida.

O serviço de comunicação nos ajuda: a partilhar a alegria de sermos consagrados e de vivermos como fraternidade franciscana, apresentar o nosso carisma e nossos gestos no mundo e fazer crescer em nós a participação e comunhão na vida uns dos outros. Como Frades Menores testemunhamos o Evangelho e nos empenhamos na promoção humana, segundo o nosso carisma. Recordamos que a comunicação é serviço e esse desenvolvido dentro do espírito da minoridade (CCGG Art. 109). Os meios de comunicação social são recursos bem-vindos, são ferramentas legítimas para a propagação da Palavra de Deus, e devem ser assumidos com o discernimento necessário e mantendo sempre a santa oração e devoção (cf. CCGG Art. 28). Nosso jeito de fazer comunicação deve ser voltada para o povo com quem caminhamos e para todos aqueles que querem serem como nós, independente onde estejam.

A Amazônia interpela de muitas maneiras a vida franciscana e uma delas é, sem sombra de dúvida a dimensão da comunicação. Comunicar é uma forma de demostrar todo nosso amor pelo Salvador. Recordamos os muitos esforços dos Frades do passado em prol da comunicação na região e reconhecemos a importância desse legado. Graças a esses projetos do passado feito pelos nossos frades, muitas pessoas são informadas até hoje. Desse modo a tarefa dada aos Frades na Amazônia é comunicar aquilo que recebemos da Tradição cultural dos povos amazônicos e do Evangelho. Existe algo em comum entre o a comunicação no carisma franciscano e na vida dos amazônidas e isso se encontra no fato de serem impregnados de mistério e poesia dentro do grande jogral (QA, 34) feito pelo Criador e cantado por todas as criaturas. Encarnado o sentido de ser uma rede evangelizadora vamos evidenciando a ligação entre o projeto de Jesus e a realidade amazônica. As redes se renovam e os caminhos também, assim precisamos saber “tarrafear” com instrumentos e jeitos novos. Assumindo as propostas para comunicação da Exortação querida Amazônia (cf. QA 39) buscamos ajudar a desencobrir um rosto amazônico da Igreja e do Franciscanismo.

Texto: Frei Fábio Vasconcelos, OFM.

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Instituição de leitores de Frei Erlison e Frei Vagner

Na manhã do dia 2 de agosto de 2021, Frei Erlison Campos e Frei Vagner Sena, receberam o leitorado pelas mãos do ministro custodial, Frei Edilson Rocha, na Capela do Convento São Francisco em Santarém-PA. Na ocasião também foi celebrado o Perdão de Assis e a Festa da Nossa Senhora dos Anjos. Estavam presentes alguns frades, além de postulantes da Custódia São Benedito da Amazônia, as Irmãs SMIC, FFSCJM (Irmãs Franciscanas dos dois Corações). Foi um momento orante, fraterno e especial para todos que estavam presentes ou acompanharam pela transmissão na página do Facebook ou no canal do Youtube da Custódia.

A exigência de anunciar o Verbo de Deus é centro da vida cristã e tem especial lugar na vida Franciscana. O amor pelas escrituras e seu serviço devem dar-se na celebração litúrgica, onde publicamente Cristo fala, e na vida cotidiana dos que ouvem sua mensagem. Umas das palavras usadas na homilia de Frei Edilson foram “A pregação da palavra de Deus, exige de nós muita coragem, exige de nós criatividade, pois nem sempre nós encontramos espaço para anunciar o evangelho. Um anúncio que se dá mesmo sem ser de modo explícito, e o Ministro citou exemplo das irmãs Clarissas que em alguns lugares do mundo, como o Marrocos, não podem pregar o Evangelho. Elas estão presentes, mas não podem fazer uma pregação explicita da palavra de Deus”.

Os ministérios na Igreja são serviços que florescem no coração das comunidades. No Ministério de Leitorado o instituído torna-se leitor ou proclamador da Palavra de Deus. É um ministério especial entre o povo de Deus para proclamar a Palavra na assembleia litúrgica e para instruir na fé as crianças e os adultos, preparando-os para receberem dignamente os sacramentos. É um ministério próprio dos leigos e requisito para aqueles que serão ordenados diáconos ou presbíteros. Dentro desse rito se pede que a meditação e proclamação da Palavra de Deus sejam constantes na vida dos leitores. Recebendo o livro das leituras, os ministros são convidados a acolher a sagrada escritura com a finalidade que ela se torne viva no coração humano.

Recorde conosco um pouco da caminhada desses dois frades:

Ambos entraram no noviciado no dia 02 de agosto de 2012 e um ano depois fizeram a sua primeira profissão. Cursaram estudos filosóficos em Manaus. Fizeram a experiência fraterna e pastoral na Missão São Francisco do Rio Cururu. Professaram solenemente no dia 02 de agosto de 2018, na Igreja Santíssimo Sacramento (Santarém-PA). Frei Erlison e Frei Vagner embarcam no próximo dia 11 para os Estados Unidos para darem continuidade nos estudos de Teologia.

 

Texto: Sabrina Gonçalves

 

Confira algumas Fotos: 

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Frades franciscanos na Amazônia lançam novo site

O evento de lançamento aconteceu às 8h30 na sede custodial, Convento São Francisco, situado na cidade de Santarém (PA) com a oração das Liturgia das Horas. A celebração foi transmitida em tempo real pelo Facebook e Youtube da Custódia. Dentro da liturgia, presidida pelo custódio, Frei Edilson Rocha da Silva, OFM se evidenciou o Perdão de Assis comemorado hoje e a difusão do modo de ser franciscano no contexto amazônico por meio dessa nova plataforma digital. Frei Elder Almeida, vigário e secretário custodial, foi quem fez uma breve apresentação do site e deu as palavras de abertura convidando para que todos possam acessar o espaço virtual da Custódia.

No site podem ser encontradas páginas com conteúdo sobre a vida e missão dos frades menores na Amazônia brasileira. Além disso, apresenta dados históricos, elementos do carisma franciscano e atualidades sobre a Custódia. Um Diferencial do site é que nele podem ser encontrados elementos de espiritualidade amazônica. Com esse material os frades esperam dispor de um espaço para evangelizar e interagir com seus parceiros e parceiras na missão de testemunhar Cristo na querida Amazônia.

Com essa “repaginação” do site não se busca apenas uma “cara nova”, um layout mais moderno, mas um espaço que seja um Tapiri, isso é uma casa de conversa e de bom encontro com os frades menores na Amazônia.  Com esse recurso se almeja também a promoção humana, social e cultural dos povos da floresta e das realidades urbanas. Assim, os frades da Custódia convidam a todos para embarcar com eles nessa canoa e navegar juntos na busca de um anúncio e vivência do evangelho com rosto amazônico.

Texto: Equipe de Comunicação Custodial

Confira o vídeo de lançamento

(produção Frei Augusto Gabriel, OFM – Província Franciscana da Imaculada Conceição):