Arte de divulgação da Live. Fábio Vasconcelos

Com Live “Canta Francisco” frades comemoram o dia da Amazônia de um jeito bem franciscano

Amazônia e Francisco: motivos do nosso cantar!

Cantar com a Amazônia e nela, é mais que natural. Diante das belezas desta terra, todo suspiro admirado se desvela em canções. Na esteira dos muitos trovadores amazônidas e de Francisco de Assis, o grande cantor do irmão sol, frades da fraternidade São Boaventura acompanhados por convidados e diante de um público de espectadores virtuais, levantaram uma toada franciscana de paz, esperança, alegria e profecia.    

Quando o sol se recolhe a banhar-se no grande rio Amazonas, ou seja, no final de tarde do dia 05 de setembro, dia da Amazônia, os frades da Custódia São Benedito e convidados se reuniram para transmitir vozes, em canto e profecia, que emergem do solo sagrado da região Norte através de uma live denominada “Canta Francisco no chão da Amazônia”. O Objetivo da live foi não somente festejar uma “data comemorativa”, mas  de um jeito bem amazônico e franciscano, comemorar o dia-a-dia dos frades menores e dos povos que residem nesta dádiva do Criador.  A live foi uma oportunidade para os frades compartilharem um pouco da sua vida com as pessoas que acompanham as redes sociais da Custódia.

No comando das apresentações estiveram o Frei Lauro Matheus e Frei Diogo Henrique. Os dois frades começaram saudando os internautas e explicando a dinâmica da live, que esteve repleta de músicas e de momentos de interação com o público. A primeira parte da live foi voltada para cantos do repertório popular, com canções animadas que embalaram os internautas. A música popular teve espaço em um dos blocos em que esteve dividida a live. Entre os blocos da live, um “Quiz franciscano” com algumas perguntas que foram dirigidas aos que estavam acompanhando. Pessoas de diversas partes da Amazônia e até de outras áreas do Brasil estiveram participando e deixaram registrada a sua presença digital neste quiz.  E para a surpresa dos internautas, sorteios também foram realizados.  

Registros de alguns momentos da Live. Foto: Fraternidade São Boaventura.

Bate-papo sobre o carisma

O segundo momento da live foi destinado para uma conversa sobre o carisma francsicano. Frei John Araujo, mestre dos frades professos temporários do tempo da filosofia, apresentou a configuração de Francisco com Cristo como um processo gradual, que se deu no curso do tempo. O Frade apresentou uma síntese sobre a vida de Francisco e sobre a caminhada vocacional do santo, como inspiração para os jovens da Amazônia. Segundo o entrevistado, o carisma franciscano se difundiu pela graça do Espírito Santo. Questionado sobre a atualidade do carisma, o frade afirmou que o louvor das criaturas de Francisco ecoa hoje no agir do Papa Francisco e na preocupação ecológica. Francisco de Assis é sempre um homem atual! Esse mesmo carisma é amplo e abrange todas as realidades da vida humana”, comentou o frade. O convidado agradeceu e desejou que outros possam deixar-se encantar pelo testemunho do Pobrezinho de Assis. 

O bloco de músicas seguiu com uma rodada de MPB. Músicas como “somos tão jovens” e ”anunciação” agradaram o público. Um espaço também foi dado à música regional paraense e amazonense. Desta maneira, não faltaram o embalo do Carimbó, toada e outros ritmos amazônicos.

Registros de alguns momentos da Live. Foto: Fraternidade São Boaventura.

 

Frei Gean partilha vida e missão dos frades na Amazônia

O segundo convidado da live, foi outro membro da fraternidade, Frei Cândido Gean Akay Munduruku que contou um pouco da história da Custódia. Frei Gean, o primeiro frade menor munduruku,  apresentou um histórico da entidade que a mais de 30 anos evangeliza a região como custódia autônoma, com o nome de São Benedito. O frade relatou ainda a importância da presença dos franciscanos, dando destaque para a missão São Francisco do rio Cururu, seu lugar de origem que, a mais de cem anos, conta com presença missionária. Na sua fala ele recordou ainda os missionários e suas atuações pastorais. Entre as ações dos frades na Amazônia, existe um campo bem amplo, visto que se encontram em diversas realidades e com diversos modos de se inserir. O entrevistado pode partilhar também um pouco da sua história vocacional e a rotina franciscana na casa de formação. O frade acentuou a vida de oração, trabalho e estudos. No término da conversa foram recordados os frades que hoje se encontram enfermos ou afastados da atividade missionária e que tanto se doaram no chão da Amazônia.        

Momento de partilha Vocacional 

Frei Márcio Lima, paraense natural de Monte Alegre, foi o terceiro convidado da live. O Frade estudante de filosofia, comentou o seu chamado vocacional. Na sua participação destacou que é muito gratificante ser frade e que é muito interessante viver em fraternidade. Relatou que sente fortemente na sua vida uma realização em ser franciscano e ter como pilar a vida fraterna. Indagado sobre os aspectos da vida franciscana, pontuou que existe um ritmo próprio, muito bonito e também desafiador. As exigências da vida franciscana foram destacadas por ele como “desafio que vale a pena”. Ele concluiu esse momento, deixando um recado para quem está discernindo a sua vocação que busque responder a esse importante chamado.

Registros de alguns momentos da Live. Foto: Fraternidade São Boaventura.

Após duas horas de muito canto e diversão fraterna, os frades animadores da live, agradeceram as diversas pessoas que colaboraram na preparação do evento. As pessoas que prepararam o ambiente, a equipe de músicos e todas as pessoas que acompanharam a transmissão, Frei Diogo e Frei Lauro ainda destacaram que após a live nos próximos meses acontecerão encontros vocacionais com candidatos que ingressarão no postulantado. No final os frades que dirigiram a live chamaram todos os que ajudaram e estiveram presentes na realização do evento. A live foi concluída com a música tema “Canta Francisco”.

Frei Fábio Vasconcelos, OFM e Frei Erlison Campos, OFM

Reveja a Live pelo Facebook da Custódia:
https://www.facebook.com/CustodiaFranciscanaSaoBeneditoDaAmazonia/videos/1049191572486143

repamcelebra

REPAM-Brasil E CNBB celebram o dia da Amazônia 2021

Abrindo as comemorações do dia da Amazônia, oficialmente lembrado no dia 5 de setembro, entidades eclesiais celebraram na manhã desta sexta-feira, 3 de setembro. A comemoração aconteceu às 10h no horário de Brasília, integrantes da Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM) e da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) se encontraram para celebrar o dia da Amazônia, logo após uma celebração eucarística presidida por Dom Joel Portella Amado, que aconteceu na capela Nossa Senhora Aparecida, na sede da CNBB. Um plantio de mudas de Ipê foi realizado nos jardins da CNBB e no Centro Cultural Missionário (CCM), ponto da sede executiva da Repam. Toda a celebração foi transmitida pelas redes sociais.

Cantando a vida e missão no chão amazônico as pessoas foram se reunindo para dar início a celebração. O sentido dessa celebração, bem explicitado nos ritos iniciais, se insere no compromisso de bendizer a Deus e lutar pela Amazônia. Seguindo as marcas da caminhada sinodal se recebe o convite de seguindo na força do evangelho amazonizar os corações. Dom Joel Portella, enfatizou que a memória de São Gregório Magno, que no século VI soube bem encarnar a Boa Nova no seu tempo e dar sabias, firmes e corajosas respostas pastorais. No dia da Amazônia, que originalmente é uma data civil temos a chance de festejar com os povos que colocam diante do altar suas alegrias e lutas.

Na sua fala, o presidente da Liturgia ressaltou que a atitude de contemplar agradecendo é suscitada e assumida naturalmente diante de um bioma rico como é a Amazônia. A forte rede de relações ecológicas e sociais nos remetem ao criador e são uma fundamental atitude. Se o Criador nos deu um presente tão repleto de detalhes de amor, perplexos nos questionamos: por que tantos males e degradações? Como pode no “pulmão da humanidade faltar o ar?” questionou o secretário geral da CNBB. A segunda atitude é então a de indagar e perceber. No Evangelho refletido hoje, “sobre vinhos novos e odres velhos”, vemos que a lógica velha de espoliação não consegue reconhecer a vida sempre nova na Amazônia. A Igreja no Brasil tem um bonito caminho de preocupação com o bem da Amazônia, e em sua fala o bispo recordou campanhas, organismos criados e pessoas que deram sua vida em testemunho martirial. Celebrar é questionar afirmou! Assim percebemos, olhando para a Amazônia e para outras partes de mundo, que vinho novo não cabe em odres velhos. O dia da Amazônia é convite para voltarmos para Laudato Si’ e para a Querida Amazônia.

A celebração prosseguiu com a liturgia eucarística. Os cantos que embalaram a celebração vieram da realidade e de autores amazônicos. Após a bênção o Ipê, como sinal de vida no meio da seca, a corda e imagem de Nossa Senhora de Nazaré evocaram a piedade popular amazônica. O animador da celebração recordou ainda que a celebração se deu dentro do tempo da Criação, conclamado pelo Papa Francisco. E partindo da mesa da palavra e da ceia do Senhor os participantes seguiram para o local do plantio dos pés de Ipê.

Fábio Vasconcelos

Confira a matéria sobre a celebração publicada no site da REPAM-Brasil:

Missa e plantio de ipês marcam celebração do Dia da Amazônia na REPAM-Brasil e CNBB