Em 08 de março, um dia em que todos se voltam às lembranças e homenagens ao Dia Internacional da Mulher, faz-se necessário resgatar e dignificar essa história de luta pelo reconhecimento dos direitos de igualdade pelos quais mulheres literalmente deram suas vidas em busca de dignidade. Neste sentido, também chamamos atenção à Campanha da Fraternidade (CF) deste ano, cujo tema é “Fraternidade e Educação” e o Lema “Fala com sabedoria, Ensina com amor” (cf. Pr 31, 26). A CF 2022, propõe que aprendamos a construir uma educação integral baseada em princípios de solidariedade, fraternidade e serviço assentado no Pacto Educativo Global que pretende reestruturar a concepção de educação valorizando os mais diversos conhecimentos em prol do bem comum.
Do mesmo modo, Jesus Cristo, mestre e educador, nos ensina que o primeiro passo no processo educativo é acolher, construindo um diálogo de igual para igual visando intervir na realidade apresentada de maneira crítica e reflexiva, colocando-se no lugar do outro. Portanto, Jesus cresceu e recebeu uma educação familiar que lhe permitiu e proporcionou uma formação essencialmente humanizadora. Desta maneira, destacamos sua mãe Maria, que assumiu sua missão maternal e de educadora em um contexto histórico marcado por dominações, restrições e preconceitos com relação à mulher.
Vale destacar que ainda hoje, temos muitos desafios que se impõem diante da participação da mulher em nosso meio social. No entanto, em resistência, evidenciamos talentos que se fazem presentes nas mulheres:
MULHER CORAJOSA: enfrenta uma sociedade dividida em classes, que exclui, e muitas vezes “aponta o dedo” para aquelas que, à margem da mesma, buscam sobreviver e sustentar os que dela dependem!
MULHER PERSISTENTE: mesmo diante de uma sociedade evoluída, teima e enfrenta desafios buscando ser valorizada como um ser humano capaz de se sobressair na mesma equivalência dos homens.
MULHER LUTADORA: na maioria das vezes, a luta pelo respeito e por direitos iguais ainda é vista com preconceito.
MULHER MÃE: que não somente tem a preocupação com a educação para a orientação escolarizada de seus filhos, mas que a exemplo de Maria, a preocupação de formar principalmente nos valores que concebem a base da pessoa humana: bondade, dignidade, caridade, honestidade dentre outros.
MULHER ESPERANÇOSA: com todos os seus limites, defeitos e imperfeições, encontra forças para buscar o melhor de si e se doar mesmo cercada por violências, desvalorização, injustiças, porém, com sua postura acolhedora que fala com sabedoria e ensina com amor.
Dentre as várias dimensões femininas, também destacamos a MULHER EDUCADORA. Educadora no seu sentido amplo, de uma educação que assim como Maria, eduque para a vida. Ainda assim, esse processo formativo se constitui em um desafio constante nos dias atuais, inseridos em uma realidade de uma sociedade dividida em classes em que predomina a cultura individualista, excludente e silenciadora. No entanto, a busca persistente pela formação integral do homem consiste na responsabilidade de construir as bases essenciais de uma sociedade humanizada e fraterna na qual seu alicerce seja: solidariedade, coletividade e respeito.
Por certo, cada uma de nós, mulheres, temos nossa valorosa contribuição na construção, que é um exercício diário, de uma sociedade a favor da pessoa humana. E viva o Dia Internacional das Mulheres!
– Texto: Profa. Tânia Castro Gomes
Tânia Castro Gomes
Doutoranda do Programa de Pós-Graduação na Amazônia-PGEDA, do Curso de Doutorado em Educação, da Universidade Federal do Oeste do Pará -UFOPA. Foi membro ativo do Movimento de Educação de Base em Santarém – Pará. É concursada pelo Estado do Pará – 5ª Unidade Regional de Educação em Santarém, no cargo de Especialista em Educação. No momento, atua como Gestora Escolar e professora na Universidade Paulista no Curso de Pedagogia. Casada, mãe de três filhos: Gabriel, Vinícius e Maria Clara, faz parte da Comunidade de Santana. Na juventude, em meados da década de 1990, participou do Grupo de Jovens denominado Associação Jovem de Santana (AJOSAN), seguido do engajamento nas atividades comunitárias por meio da Comunidade Eclesial de Base – CEB Javé em que continua até os dias atuais.