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Noviços da Custódia São Benedito da Amazônia iniciam o “Ano da Graça”

Foto: Frei Arlaton.

 

Neste dia 03 de janeiro, festa do Santíssimo Nome do Nosso Senhor Jesus Cristo, seis jovens postulantes à vida religiosa franciscana na Custódia São Benedito da Amazônia, foram admitidos ao noviciado franciscano – O Ano da Graça. Desde o ano de 2014, a Custódia conta com a colaboração da Província Santa Cruz para a realização desta etapa da formação e envia seus noviços para Montes Claros, Minas Gerais, onde a Província tem sua casa de noviciado. Este ano, os noviços foram admitidos um dia antes da abertura do capítulo daquela província, que tem como visitador geral, Frei Rômulo Monte Canto, membro da Custódia São Benedito.

O Rito de iniciação à Vida Religiosa foi presidido às 16h30min pelo Ministro Provincial,  Frei Hilton Farias de Souza, com a presença do Visitador Geral, Frei Rômulo Canto e o formador da etapa do Noviciado, Frei Jaime Eduardo Ribeiro. Também participaram os frades membros da casa de formação do Noviciado e de outras fraternidades da província. No total, são nove noviços e três deles são membros da Província Santa Cruz. A partir desta celebração, cada jovem passa a ser chamado de “Frei”, que significa irmão (uma abreviação de frade, que vem do latim: frater). 

Segundo os documentos da Ordem dos Frades Menores, o noviciado “é o tempo em que o noviço começa a vida na Ordem, continua o discernimento e o aprofundamento da própria decisão de seguir a Jesus Cristo na Igreja e no mundo de hoje segundo o espírito de São Francisco, conhece e experimenta mais profundamente a forma de vida franciscana” (Ratio Formationis Franciscanae, 190). 

São noviços da Custódia São Benedito: 

Frei Antônio Magno da Silva Lima, OFM

Frei Felip Barbosa da Luz, OFM

Frei Gabriel Dezincourt de Souza, OFM  

Frei Juan Kaio da Silva Arruda, OFM

Frei Leandro Kamal Tomé Diniz, OFM

Frei Pedro Olavo Ramos da Silva, OFM

 

São Noviços da Província Santa Cruz:

Frei Gustavo Coimbra Neves, OFM

Frei Lucas Chaves Farias, OFM

Frei Rodrigo Santos Fonseca, OFM

 

 

Foto: Frei Arlaton.

 

 

Saiba quem e de onde são os noviços da Custódia São Benedito da Amazônia:

 

 

Equipe de Comunicação.

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Três frades professos temporários renovam votos religiosos em Santarém

 

Membros das fraternidades do Convento São Francisco, Kabiará e São Boaventura se encontraram para celebrar juntos a primeira renovação de votos de três jovens frades: Frei Cândido Gean Akay Munduruku, Frei Diogo Henrique da Silva Siqueira Oliveira e Frei Márcio Lima do Nascimento. A renovação foi realizada na missa que habitualmente ocorre, de forma interna, todas as terças-feiras no Convento São Francisco, sede custodial. A liturgia foi presidida pelo Custódio Frei Edilson Rocha da Silva. Nas palavras de acolhida da celebração, fez-se menção a memória de São João da Cruz, o místico da noite escura e eminente pensador cristão, e enfatizou-se também a renovação de votos dos irmãos professos temporários.

Logo após a saudação inicial, os frades recitaram os salmos da liturgia das horas e em seguida  ouviram atentamente as leituras do dia. Ao partilhar com todos a reflexão litúrgica, Frei Edilson acenou para a figura de São João da Cruz como pessoa determinada a viver seu ideal. Ele expressou as características de místico e poeta do Santo do dia, dizendo que João da Cruz “foi alguém que passou por muitas tribulações e situações difíceis, mas jamais desistiu”. Enfatizou que ao admirar os santos, somos chamados a imitar sua persistência, dedicação e eloquência para exprimir a experiência de Deus em nossas vidas. Dirigindo-se aos jovens frades que renovavam os votos, afirmou que entramos em um caminho de esforço pela conversão e particularmente o tempo que eles vivem é um momento de aperfeiçoamento. Não se pode viver para si mesmo, precisamos nos despojar de interesses pessoais para viver totalmente a maravilha do Reinado de Deus, acrescentou.

 

 

Terminada a homilia, prosseguiu-se com o rito de renovação dos votos. O Ministro Custodial fez uma súplica da graça divina. Exortou os presentes para que a exemplo de São Francisco, pudessem sempre recomeçar e para que juntos pedissem o auxílio divino aos irmãos que iriam renovar os votos. Após um momento de prece silenciosa, Frei Edilson proferiu a oração onde pedia sobre os frades formandos o dom do crescimento no amor e perseverança na caridade. Em seguida, os três frades aproximaram-se do altar e de joelhos proferiram a fórmula da renovação da profissão religiosa. Depois dos frades dizerem as palavras da renovação de votos pelo tempo de um ano, o Ministro acolheu os votos em nome da Igreja e da Fraternidade Custodial. A celebração teve continuidade com as preces e liturgia eucarística. Os frades que renovaram votos partem agora para um mês de férias com as famílias e em seguida retornam para a cidade de Manaus onde iniciarão o segundo ano de estudos filosóficos. 

 

 

Frei Cândido Gean Akay Munduruku é natural da cidade de Jacareacanga – PA, da Missão São Francisco do Rio Cururu. Ingressou no processo formativo em janeiro de 2018, fez experiência da Fraternidade de Acolhida Vocacional em Belém – PA, na Fraternidade Santo Antônio de Lisboa, onde foi acompanhado por Frei Rodolfo Pimentel. Em 02 de agosto de 2018, começou o postulantado na Fraternidade Kabiará, tendo como formador Frei Pedro Rodrigo Mirante e Vice formador Frei Francisco Paixão. Foi recebido no noviciado em 03 de janeiro de 2020, tendo como formador Frei Jaime Eduardo e vice formador Frei Basílio de Resende. Fez a primeira profissão em 19 de dezembro de 2020. Atualmente cursa o primeiro ano de filosofia na Faculdade Salesiana Dom Bosco. Tem como residência atual a Fraternidade São Boaventura, Frei John Araújo e Frei Amauri Pereira são seus formadores. 

 

 

 

 

Frei Diogo Henrique da Silva S. Oliveira, natural da cidade de Itapemirim – ES. Ingressou no processo formativo em janeiro de 2018, fez a experiência da Fraternidade de Acolhida Vocacional em Monte Alegre – PA, na Fraternidade São Francisco, acompanhado nessa etapa por Frei Gregório Joeright. Em 02 de agosto de 2018, começou o postulantado na Fraternidade Kabiará, tendo como formador Frei Pedro Rodrigo Mirante e Vice formador Frei Francisco Paixão. Foi recebido no noviciado em 03 de janeiro de 2020, tendo como formador Frei Jaime Eduardo e vice formador Frei Basílio de Resende. Fez a primeira profissão em 19 de dezembro de 2020. Atualmente cursa o primeiro ano de filosofia na Faculdade Salesiana Dom Bosco. Tem como residência atual a Fraternidade São Boaventura, Frei John Araújo e Frei Amauri Pereira são seus formadores.

 

 

 

 

 

Frei Márcio Lima do Nascimento é natural da cidade de Alenquer – PA. Ingressou no processo formativo em janeiro de 2018, fez a experiência da Fraternidade de Acolhida Vocacional em Belém – PA, na Fraternidade Santo Antônio de Lisboa, acompanhado por Frei Rodolfo Pimentel. Em 02 de agosto de 2018, começou o postulantado na Fraternidade Kabiará, tendo como formador Frei Pedro Rodrigo Mirante e Vice formador Frei Francisco Paixão. Foi recebido no noviciado em 03 de janeiro de 2020, tendo como formador Frei Jaime Eduardo e vice formador Frei Basílio de Resende. Fez a primeira profissão em 19 de dezembro de 2020. Atualmente cursa o primeiro ano de filosofia na Faculdade Salesiana Dom Bosco. Tem como residência atual a Fraternidade São Boaventura, Frei John Araújo e Frei Amauri Pereira são seus formadores.

 

 

 – Redação e Fotografias: Equipe de Comunicação Custodial

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Frades em Manaus celebram as festividades de São Francisco

 

Peregrinação da Imagem de São Francisco. Foto: PASCOM Santo Antônio.

 

A Fraternidade São Boaventura e a Paróquia de Santo Antônio (Manaus-AM), realizaram a festividade de nosso Pai Seráfico, São Francisco de Assis, que neste ano trouxe o tema: “Com São Francisco, renovemos nossa visão, abracemos nosso futuro”, fazendo ressonância ao Capítulo Geral da Ordem dos Frades Menores realizado este ano. Vários grupos e pastorais se envolveram neste projeto, idealizado no Capítulo da Fraternidade do mês de setembro e acordado junto ao CPP da Paróquia de Santo Antônio. 

Peregrinação de São Francisco 

A programação, que iniciou no dia 1º de outubro com a Celebração Eucaristica às 19h, contou com o envio dos missionários de cada comunidade, que neste mês realizarão visitas pelo bairro. No sábado (2), aconteceu a peregrinação da imagem de São Francisco pelas comunidades que, apesar da chuva, começou na Igreja de Santo Antônio, às 15h, seguindo em carro aberto para a Comunidade da Sagrada Família, Santa Clara, Sagrado Coração de Jesus, São Pedro e encerrando na comunidade de São Filipe com a Santa Missa, presidida por Frei Messias às 19h.

 

Bênção dos Animais. Foto: PASCOM Santo Antônio

 

Domingo Franciscano (Missa, Bênção dos animais, Feira Vocacional e Transitus)

O domingo começou com a Missa às 7h, seguida da especial bênção dos animais realizada pelos frades. A tarde, a concentração foi às 16h na quadra da paróquia para a Feira Vocacional, que neste ano contou com a presença das Irmãs Filhas de Sant’Ana, Redentoristas, Salesianos de Dom Bosco, Frades Menores Capuchinhos, Juventude Franciscana (JUFRA), Ordem Franciscana Secular (OFS), Pastoral da Juventude (PJ), além do estande dos Frades Menores. A feira vocacional contou ainda com a participação de grupos de música da Paróquia que animaram o evento, equipe especial de ornamentação e limpeza e, a venda de alimentos fornecidos por cada comunidade. A noite começou com a encenação do transitus de São Francisco, promovido pelos jovens da paróquia, às 19h, seguida da Santa Missa presidida pelo Pároco, Frei Messias, OFM, e concelebrada por Frei Francisco, OFMCap.  

Frades em momentos celebrativos. Foto: PASCOM Santo Antônio.

 

A solenidade de São Francisco

Na segunda-feira (4), foi realizada a Celebração Eucarística na solenidade de nosso Pai Seráfico às 7h, direto da capela da Fraternidade São Boaventura e transmitida pelo Facebook da Paróquia de Santo Antônio. 

Frei João Messias, durante a homilía, enalteceu São Francisco dizendo que “olhar para São Francisco é entender a loucura do Evangelho. Francisco de Assis é um ícone que nos coloca em outra perspectiva, nadando contra a corrente. Em nossos dias o Papa Francisco a partir do exemplo do Santo tem  evidenciado o ‘ser pessoa’ na humildade. A pequenez é para Francisco um ato de  identificar-se com Cristo que se despojou. E este ‘ser pessoa’ se une a atenção para com os outros. A imagem do Bom Samaritano é retomada em Francisco de Assis que abraçou os sofredores do seu tempo. O Santo de Assis, soube parar, despojando-se de projetos pessoais e de temores, parar no caminho da vida e doar-se ao outro ferido às margens”. Concluindo as suas palavras Frei Messias exortou os ouvintes a uma vivência dos valores evangélicos,  inspirados na coragem e alegria para anunciar o amor de Deus que teve Francisco, o santo que desejou acima de tudo o Santo Espírito do Senhor e seu modo de operar.

A “Live Festiva” , que estava programada para quela noite, não pôde ser realizada devido ao apagão em algumas redes sociais (incluindo a página do facebook), o que deverá ser remarcada para o final deste mês. OS recursos de toda a venda de alimentos e a rifa (que será vendida até o fim de outubro) será destinada à formação dos frades estudantes de Manaus-AM.

Assim, as atividades desempenhadas pelos Frades Menores e Comunitários de Santo Antônio, marcaram os festejos de São Francisco de Assis na cidade de Manaus. Agradecidos ao Senhor Deus, desejamos a todos copiosas bênçãos e graças do céu.

Paz e Bem!

Frei Diogo Henrique da Silva Siqueira Oliveira, OFM

Frade Menor e Acadêmico de Filosofia (FSDB)

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Frei Vagner Sena relata as férias no Brasil

Visão da Serra Itauajuri. Foto: Frei Vagner Sena, ofm

Posso remar por todo lugar…

Do mesmo modo como as ondas de um rio, nossa vida também é marcada por um constante ir e vir. É justamente nesse vai e vem da nossa vida que temos a oportunidade de reencontrar as pessoas que amamos e que fazem parte da nossa história. São esses momentos que nos fortalecem e nos enchem de esperança para continuarmos nossa jornada.

Após quase três anos vivendo nos Estados Unidos, tive a oportunidade de retornar ao Brasil para rever e abraçar meus confrades, familiares e amigos. Todo bom brasileiro sabe a importância de um abraço e como foi difícil ficarmos todo esse tempo sem poder expressar nosso carinho através deste gesto que nos caracteriza onde quer que estejamos. Certamente, esta foi uma oportunidade única e que me fez refletir ainda mais sobre a importância de desfrutar tudo de bom que a vida pode nos oferecer, especialmente as coisas mais simples.

Fazer a experiência desses reencontros em tempos tão incertos como os que estamos vivendo, foi realmente uma graça de Deus. Poder visitar, ouvir e consolar aqueles que perderam seus entes queridos foi doloroso, mas também, um aprendizado, afinal esta é nossa missão como frades menores, ser uma presença amiga e solidária para com aqueles que sofrem.

Depois de quase dezoito horas de viagem, finalmente chegamos a Manaus (AM) no dia 30 de maio. Desde então, experimentei momentos de grande alegria e fraternidade através da acolhida calorosa dos confrades que residem na capital amazonense. Ali, com toda a segurança necessária, visitei meus irmãos, minha irmã e outros parentes. Revi alguns amigos do tempo da faculdade e pude me “re-amazonizar” fazendo um passeio através da Floresta inundada pelas águas do Rio Negro na companhia de Frei João Messias. Segui viagem para Santarém (PA) e lá pude rever os confrades que residem na sede da Custódia. Mais sentimentos de boas-vindas e momentos fraternos. Acredito que um dos pontos positivos dessa pandemia foi exatamente este, nos fazer valorizar ainda mais esse aspecto da nossa vida franciscana.  Estar reunidos como irmãos para partilhar, rememorar nossas histórias e sorrir juntos.

De Santarém segui viagem para a cidade de Monte Alegre (PA). Lá, junto com Frei Gregório, Frei Erlison, Frei Pedro e mais dois postulantes nos aventuramos em uma trilha pela belíssima Serra do Itauajurí. Naquele “Monte de Alegria” ainda visitei o Parque Estadual (PEMA), um verdadeiro tesouro arqueológico abrigado no meio da Floresta Amazônica. Retornei para Santarém e de lá, segui de lancha, para visitar os confrades que moram na cidade de Óbidos, minha terra natal. Além dos confrades, reencontrei amigos de infância e companheiros de caminhada dos tempos da Pastoral da Juventude (PJ). Também participei do encerramento da festa em homenagem a Santo Antônio. Mesmo com muitas atividades Frei Jacó e Frei Carlos me receberam de braços abertos e me proporcionaram bons momentos durante o tempo em que estive com eles.

Em seguida, viajei para a cidade de Faro (PA), onde meus pais residem atualmente. Uma longa viagem que logo foi recompensada ao ver meu pai no cais do porto debaixo de um sol intenso esperando por mim. Quando o barco aportou, pude finalmente receber seu abraço e pedir sua benção. Minha mãe e minha sobrinha me aguardavam para esse abraço em casa. Certamente estes foram os abraços mais gostosos e aconchegantes que recebi durante todo esse tempo. Foram quinze dias com eles recebendo todo cuidado e carinho, partilhando minha vida e minhas aventuras em terras estrangeiras. Ainda em Faro participei da festa de São João Batista, padroeiro da cidade e me deliciei com guloseimas da época: munguzá, vatapá, tacacá… E assim pude exclamar em meu peito: “Eita, saudade!”. Também fui convidado pelo Pároco local, Padre Antônio, para celebrar a palavra no dia da festa de São Pedro em uma pequena comunidade localizada às margens do Rio Nhamundá, um dos afluentes do Rio Trombetas.

Frei Vagner e seus familiares. Foto: Frei Vagner Sena, ofm

 

Tudo muito bom, mas eis que chegou a hora de partir novamente. Desde criança aprendi que as despedidas são sempre difíceis. Porém, para quem mora na Amazônia elas parecem mais difíceis ainda. Porque, o barco demora a desaparecer no horizonte e os olhares marejados de quem fica no porto continuam a acompanhá-lo até que a embarcação, desapareça por completo na curva do rio. Mas, como falei no início deste texto nossa vida é um constante ir e vir e precisamos seguir adiante.

 

Frente da cidade de Santarém-PA, Foto: Frei Flávio Lorrane, ofm

Lá vai canoeiro…

Retornei para Santarém e embarquei com destino a Itaituba (PA) onde fiquei uma semana ajudando a fraternidade local durante o novenário em honra a Senhora Sant’Ana. Como foi bom sentir a energia dos confrades e dos comunitários celebrando a festa da padroeira da cidade e da prelazia. Nas maravilhas que Deus têm realizado em minha vida, ainda deu tempo de voltar à Óbidos (PA) para passar a festa da Senhora Sant’Ana na minha cidade e agradecer por todas as bênçãos. De volta à Santarém a alegria foi tamanha ao participar da Assembleia Custodial, ainda que de maneira virtual. Um “pulinho” em Belém, só para tomar um açaí, e agora estava pronto para voltar.

Foi bom rever os irmãos e partilhar com eles essa maravilhosa experiência que estamos vivendo. Mostrar que mesmo distante fisicamente estamos irmanados a eles torcendo para que todos possam ter êxito em seus serviços junto ao povo de Deus. De volta aos Estados Unidos vou me readaptando a esta realidade. É hora de reiniciar a missão e minha missão por hora é estudar. Damos continuidade aos nossos estudos teológicos procurando aprender tudo o que podemos para, depois voltar para a nossa realidade amazônica. Sou grato a Deus pela oportunidade que tive de retornar ao Brasil e recarregar as energias para dar continuidade a minha missão. Minha sincera gratidão a todos pela acolhida e pelas orações de cada um. Nas idas e vindas da vida, nos reencontraremos, com certeza.

Frei Vagner Sena, ofm

Acadêmico de Teologia na Catholic Theological Union (CTU), Chicago – IL

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Custódia São Benedito da Amazônia realiza sua Assembleia Anual 2021

Com quase cem por cento da participação dos frades, a Custódia São Benedito da Amazônia realizou sua assembleia anual, de maneira virtual, nos últimos dias 05 e 06 de agosto. Desde o ano passado, tentou-se realizar o evento que, por conta da pandemia da COVID-19 havia sido adiado por duas vezes. Uma equipe de frades, liderada pelo secretário custodial, Frei Elder Almeida, pensou, organizou e conduziu a assembleia que foi avaliada como muito positiva pelos frades.

Ainda que de forma virtual, os membros de cada fraternidade reuniram-se em um mesmo ambiente da casa que foi preparado com antecedência, desta forma, a assembleia trouxe para todos um clima próprio, na alegria de estar juntos e no reencontro com os irmãos. Para a equipe que preparou a assembleia, uma grande preocupação foi a internet, visto que a região amazônica ainda não dispõe de um provedor eficiente. Mesmo assim, poucos foram os momentos em que ocorreu algum problema de conexão.

O primeiro dia da assembleia foi embalado por um texto produzido e apresentado pelo guardião da Fraternidade de Sant’Ana em Itaituba, Frei Francisco Paixão. O texto (que você poderá conferir no final da matéria) teve como pano de fundo a sua experiência nestes tempos de Pandemia. Ele conseguiu, através de seu texto e experiência, contemplar todos os confrades, referindo-se a situações vividas por ele, que muito se assemelhavam aos demais religiosos. Frei Paixão apresentou sete lições aprendidas durante este período e estas lições depois serviram de referência durante as partilhas das outras fraternidades.

Cada fraternidade teve a oportunidade de socializar sobre a vida e missão durante a pandemia. Estes relatos foram cheios dos mais diversos sentimentos: empolgação, emoção, alegria, tristeza, entusiasmo, desapontamento, mais sobretudo, de esperança. Para o guardião da Fraternidade de Sant’Ana em Óbidos, Frei Jacó Paiva, “o coração se alegra por termos passado por tantos desafios durante esses últimos meses, mas termos a oportunidade de estarmos vivos, e agora olhando um para o outro ainda que através de uma tela.” Algumas fraternidades participaram desta socialização apresentando fotos e vídeos, além dos testemunhos.

Para Frei João Messias, moderador das partilhas durante a assembleia, “realmente foi prazeroso escutar os irmãos e saber que nós não estamos sozinhos. É bom saber que a minha situação é muito parecida com a do meu confrade e vice-versa. Estas partilhas de experiências nos ajudam a ficarmos mais próximos uns dos outros.”

Durante o segundo dia da Assembleia, o Ministro Custodial, Frei Edilson Rocha, apresentou uma memória dos encaminhamentos das decisões do Capítulo Custodial 2019. Muitas destas decisões foram impossibilitadas de serem realizadas, por conta do contexto de Pandemia. O ministro pediu empenho e criatividade dos frades para encaminhamento dessas atividades para que, até o Capítulo Custodial, a ser realizado em outubro de 2022, algumas destas atividades sejam executadas.

Frei Edilson também apresentou uma síntese sobre o Capítulo Geral da Ordem do qual ele e Frei Rômulo Canto participaram em julho. O documento final do Capítulo Geral, que deverá sair brevemente, ajudará a Custódia na execução de algumas atividades. O Ministro da Custódia voltará a realizar suas visitas fraternas a partir da segunda quinzena de agosto e buscará juntos aos confrades caminhos para que se possa realizar as decisões capitulares. Assembleia Custodial virtual, foi concluída com o agradecimento do próprio Ministro Custodial a todos que se empenharam na realização do evento e de todos que se esforçaram para participar.

 

Texto: Frei Erlison Campos, OFM

 

 

As lições que tirei destes tempos pandêmicos

Me foi pedido para escrever uma reflexão para o início da Assembleia Custodial tendo como pano de fundo a minha experiência destes tempos de Pandemia. Me surpreendi pela solicitação, porque com certeza outros confrades poderiam discorrer melhor. Porém, creio que a coordenação me escolheu justamente pelas diversas experiências que vivi nestes 17 meses passados, desde a irrupção da Pandemia do Covid19 no Brasil.

Outro dia li um artigo de uma comunidade religiosa sobre as lições que a pandemia deixa para nós consagrados. Me senti incluído naquela reflexão. É a partir desta reflexão que compartilho com vocês as lições que tirei das vivências da pandemia e que com certeza vocês também viveram.

Primeira lição: Cada pessoa é um dom. Tanto no ERFRAN (um mês entre 20 irmãs e alguns irmãos!) quanto em Belém (2 irmãos mais jovens e 1 senior) percebi que pouco sabemos das suas alegrias, histórias, sofrimentos, valores, visões, sonhos, dos nossos “irmãos de fraternidade”. A pandemia oportunizou tempo para encontro pessoal, de descobrir o outro, de escuta, convivência, partilhas maiores (feita na mesa fraterna).

Segunda lição: Valor da fraternidade. Se cada confrade é um dom, quando vivemos de fato em fraternidade temos a possibilidade da descoberta de tantas qualidades, serviços, aptidões, gostos etc. colocados em comum, a serviço de todos. As irmãs, dispensam comentários, elas cuidaram bem disso lá no encontro. Em Belém foi maravilhoso poder partilhar nossos dons. Devido ao isolamento social, em Belém (e em outras fraternidades também) tivemos que dispensar as funcionárias, aí fomos para cozinha: confesso que aprimorei meus conhecimentos culinários e outras artes. Mas não apenas eu, meus confrades também revelaram seus dons. Rezamos juntos, refletimos juntos…

Terceira lição: A Morte como vida. Todos os dias rezávamos por vítimas da Covid. Nunca celebrei tantos sétimos dias. Daí um despertar para os valores vitais, como os cuidados com a saúde, valorização dos cuidadores de nossos frades idosos. Portanto, falar da morte é falar da vida. Tomar cuidado para não pegar nem transmitir o vírus, usando máscaras e álcool-gel e evitando saídas desnecessárias de casa e aglomerações.

Quarta lição: Meio ambiente. Naqueles meses em Belém despertou em mim um maior amor no cuidado e proximidade com o meio ambiente. Junto com a Nonata – uma entusiasta das plantas – criamos a “hortinha de alpendre franciscano” … “Brincando-brincando”, comemos tomates cereja e legumes da horta em apenas 2 canteiros e alguns vasos. O mais bonito foi influenciar outras pessoas da paróquia a fazer o mesmo, até em apartamentos. Começamos até a criar minhocas pra produzir húmus e adubar as plantas.

Quinta lição: Solidariedade. A vida nos ensina que quanto maior a necessidade, o sofrimento humano, a vida ameaçada, as catástrofes, etc., surgem e aumentam gestos de solidariedade, de ajuda mútua. Fomos solidários com as familias pobres em Belém e entre nós na fraternidade, especialmente com as celebrações que são tantas na paróquia.

Sexta lição: Desigualdades sociais. Na pandemia, pudemos sentir ainda mais as diferenças entre as pessoas e comunidades com o mínimo de condições vitais e aqueles que possuem recursos demasiados. Eis os desafios para reconhecer estas realidades e buscar juntos soluções, pistas, mudanças econômicas e estruturais, sistemas educacionais. Propostas novas e respostas são necessárias.

Sétima lição: Repensar a vida e a convivência social. Há tantas outras pandemias que perduram entre nós: fome, migração, destruição da Amazônia e seus povos, doenças endêmicas, condições subumanas de vida, violência, desrespeito aos direitos, etc. A pandemia maior que nos damos conta que precisa ser curada é o individualismo e o egoísmo, a começar pos nós mesmos. A humanidade não vai ser mais a mesma coisa, tampouco a vida religiosa consagrada. Daqui para frente será diferente o jeito de ser e de se relacionar com o mundo. O sentimento de medo existe, pois ele é inerente ao ser humano; mas é necessário seguir em frente, com fé, esperança e amor, e disponibilidade para vivenciar novos tempos.

Portanto, Irmãos, vamos começar… o resto vocês já decoraram!

Paz e Bem.

Texto: Frei Paixão, OFM

Confira algumas fotos do evento:

Fotos: Equipe Custodial de Comunicação