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“A Amazônia transcende a Amazônia”, alí há uma palavra para todos, afirma Frei Massimo Fusarelli

Foto: Arquivo Custodial

O segundo dia 24/01, da Assembleia Geral da União das Conferências Latino-americanas Franciscanas (UCLAF), que está sendo realizada em São Paulo nas dependências do Convento São Francisco, foi marcado pelas palavras dirigidas pelo Ministro Geral, Frei Massimo Fusarelli acerca do tema da sinodalidade. O tema por ele desenvolvido foi: “No caminho sinodal, tendo em vista o Capítulo das Esteiras de 2025”.

As falas do Ministro Geral tocaram de forma bem concreta as ligações entre o carisma franciscano e o caminho sinodal da Igreja. Na sua reflexão recordou ainda a vasta experiência de sinodalidade desenvolvida no solo latino-americano. E ao abordar experiências de comunhão, participação e missão, Frei Massimo tomou como paradigma a Amazônia. 

Frei Massino ressaltou o auxílio dado pelo Sínodo da Amazônia, que teve uma repercussão global para toda a Igreja. Essa ressonância foi ocasionada por algumas particularidades do referido Sínodo e também pelo surgimento de uma consciência planetária, que está nos ensinando a relacionar de modo diferente aquilo que é geral com aquilo que é local. 

E na sequência de destaques sobre os muitos temas que o Sínodo Pan-amazônico nos conduz a refletir, o Ministro Geral fez referência para “acolher melhor a inter-relação das igrejas locais, junto a tantos outros fenômenos desta nossa época, como a crise ecológica, a interdependência dos mercados, da tecnociência, especialmente a robótica e a informática, bem como a estratégia militar, a política e a espiritualidade”.

Continuar e fortalecer a presença franciscana na Amazônia brasileira

Foto: Jaime Fotografia

Na sua explanação, Frei Massimo pontuou também a importância da Amazônia para a Ordem dos Frades Menores. “Consequentemente, assumir o Projeto Amazônia como UCLAF, com um compromisso real por parte das entidades para continuar e fortalecer a presença franciscana na Amazônia brasileira, é algo que vai além de uma nova missão a ser assumida. E somos plenamente conscientes, que trata-se de empreender uma missão compartilhada a partir de uma escolha estratégica, que hoje se configura na Amazônia. Assumir uma região local, sem limites que seja, com todas as suas particularidades, significa reconhecer que ali há uma palavra para todos”, frisou o Ministro.  

O Ministro Geral ainda afirmou que “podemos dizer que a Amazônia transcende a Amazônia, por dois motivos: porque se apresenta como um novo tema para a questão ecológica e porque se converte em um novo paradigma, onde podemos aceitar aprender dos pequenos, como os povos nativos, e com eles viver uma relação harmoniosa das criaturas entre si e com o Criador”. E neste ponto as palavras de Frei Massimo se entrelaçam bastante com o Sínodo Amazônico que teve como temática “novos caminhos para Igreja e por uma ecologia integral”. 

O dia de Assembleia foi ainda voltado para momentos de trabalhos em grupo, exposição de panoramas das entidades que compõem a União das Conferências e um diálogo com o Ministro Geral e com membros do Definitório. Todas essas atividades se desenvolveram em um ambiente fraterno de reafirmação de um caminho em conjunto, expressando uma “busca comum”.     

Equipe de Comunicação Custodial
Com informações da Equipe de Comunicação da Assembleia da UCLAF

 

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Festa de todos os Santos e Santas da Família Franciscana

Foto: OFM

 

Roma, 29 de novembro de 2022. Por ocasião da Festa de Todos os Santos da Ordem Seráfica, publicamos a mensagem do Ministro Geral. Fr. Massimo Fusarelli. 

A festa de Todos os Santos da nossa Família franciscana nos propõe o chamado à santidade no mundo contemporâneo. A santidade é um percurso que coincide com a vida do ser humano, sem excluir ninguém e sem limite de tempo. A santidade não é reservada àqueles que podem manter-se distantes das ocupações ordinárias para dedicar muito espaço para a oração. A resposta ao chamado à santidade é “viver com amor oferecendo a cada um o próprio testemunho na ocupação de cada dia” (Francisco, Gaudete et exsultate 14).

A santidade vem de Deus e é um dom da graça, não o resultado do nosso esforço. 

Por isso, no caminho da santidade, a graça alcança a humanidade a surpreendendo nas suas condições reais, “Deus supera-nos infinitamente, é sempre uma surpresa e não somos nós que determinamos a circunstância histórica em que o encontramos, já que não dependem de nós o tempo, nem o lugar, nem a modalidade do encontro”. (GE, 41). 

Nos Santos e nas Santas da nossa Família encontramos sempre este vínculo com a vida cotidiana. Que o Espírito Santo ilumine e nos faça crescer para o dom da caridade. Como franciscanos, o caminho da santidade é aquele seguimento de Cristo pobre e crucificado, para conformar-se a Ele e testemunhá-lo com a vida e com a palavra.

A vida segundo o Evangelho, na oração constante, na alegria, na caridade incessante para com todos através do serviço e da missão são os ingredientes da santidade franciscana.

Boa Festa!

Fr. Massimo Fusarelli, OFM

Ministro Geral

 

Do Missal Seráfico:

A Ordem Seráfica tem sido sempre, em todos os tempos, um lugar onde se gera santidade: esta é a razão da sua vitalidade espiritual que a faz florescer permanentemente. Seus Santos filhos (da Primeira, Segunda e Terceira Ordem) pertencem a toda a condição social e a todo o povo. Há mártires, doutores, sacerdotes, irmãos religiosos, leigos, virgens, santas mulheres… uma multidão imensa reunida em torno do grande Poverello, “portando o selo do Deus vivo”. A festa de Todos os Santos franciscanos celebra-se neste dia, porque, em 29 de novembro 1223, Honório III confirmou solenemente a regra de São Francisco, que havia sido aprovada verbalmente em 1209 por Inocêncio III. O texto original da regra se conserva entre as relíquias da Basílica de São Francisco de Assis.

 

Fonte: Site OFM (ofm.org)

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Carta do Ministro Geral para a Paz na Ucrânia

No dia 24 de fevereiro deste ano a Ministro Geral da Ordem, Frei Massimo Fusarelli, ofm escreveu uma carta manifestando a sua preocupação diante da guerra em território ucraniano. Acompanhe na íntegra a mensagem do Ministro.

 

Aos Ministros Provinciais e Custódios

 A todos os Frades e às Irmãs Clarissas e Concepcionistas

 

Caros irmãos e irmãs,

O Senhor vos dê a paz!

 

Cheguei nesta manhã à Cidade do México para as celebrações dos 25 anos da Província de São Junípero Serra e me chegou, assim que desci do avião, a notícia da guerra, já iniciada na Ucrânia, com a invasão sobre a qual toda a imprensa fala. Pude escutar o ministro provincial da Ucrânia, Frei Daniel Botvina, que me informou que os frades estão bem, especialmente no convento de Konotop, cidade já ocupada pelos russos, e permaneceram ali com o povo, para não o abandonar e estão em segurança.

Além disso, o ministro compartilhou comigo a situação de preocupação e de intensa oração, a fim de que o ruído das armas silencie.  A Europa não via um espetáculo deste tipo desse o longínquo 1945. Trata-se de algo muito chocante, que, como disse o Papa Francisco na audiência de ontem (quarta-feira, 23/02), provoca angústia e dor.

A oração, unida ao jejum, é o mais pobre dos recursos humanos, do ponto de vista político, mas é o mais poderoso se virmos as coisas desde o olhar de Deus. Somente Ele, verdadeiramente, pode tocar os corações e as inteligências, pode parar o inútil e devastador ruído das armas.

Só Ele pode converter os nossos corações, para que saibamos que o germe da guerra e da violência está dentro de cada um de nós e não fora de nós. Rezar e jejuar nos conduz à conversão do coração e da vida, aproxima a esta terra banhada com o sangue inocente à misericórdia do Pai. Na Escritura o sangue não é enxuto da terra para fazer ouvir a Deus a voz dos seus pobres e a nós para não ficarmos indiferentes.

A oração e o jejum tornam mais luminoso o nosso olhar interior, para sabermos ler os sinais dos tempos e não ficarmos distraídos, mas sermos testemunhas. Tudo o que acontece num lugar distante atinge a todos nós, e isso vale para tantos conflitos, sobretudo para aqueles esquecidos.

Rezemos pelas vítimas, por tantas pessoas que já estão em fuga, especialmente em direção à Polônia, onde os nossos frades estão se organizando para acolher esta gente.

Rezemos pelos nossos confrades que vivem na Ucrânia e por todas as pessoas que lhes são confiadas.

Peço a todos os Frades, cada fraternidade, a todas as Irmãs Pobres e a todos os mosteiros para rezarem todos os dias, neste tempo, pela paz na Ucrânia e pela paz onde estiver perturbada. No dia 2 de março, o Papa nos convidou à oração e ao jejum e peço aos frades que acolham esta inspiração interior para fazer o mesmo, por exemplo, uma vez por semana, para invocar a paz. Possa o Espírito fazer de nós intercessores e operadores de paz e de reconciliação.

Confiemos juntos esta intenção à Virgem Imaculada, Mãe d’Aquele que é o Príncipe da paz, Jesus Cristo Senhor Nosso.

Saúdo-vos de coração, enquanto invocamos a bênção de São Francisco, que fez do anúncio e de prática da paz o coração da vida evangélica sua e de todos nós.

 

Saudações fraternas,

 

Vosso irmão e servo

 

Frei Massimo Fusarelli, ofm

Ministro Geral

 

Prot. 111047

Tradução: Frei Edilson Rocha, OFM

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O caminho da missão é seguir, para permanecer no caminho de Jesus

Homilia proferida no dia 16 de janeiro de 2022, em Terni – Itália, pelo ministro geral da Ordem dos Frades Menores.

 

Ouvimos as palavras de São Paulo em 1Cor 4,9: “Creio que Deus colocou a nós, apóstolos, em último lugar, como condenados à morte, pois nos tornamos um espetáculo para o mundo, para os anjos e aos homens”. O apóstolo reconhece uma condição de humilhação como característica do ministério: nossa força, de fato, é o poder de Deus agindo em nós, fracos e pequenos.

O Evangelho de Mt 10,16 nos diz com igual clareza: “Eis que vos envio como ovelhas no meio de lobos; sede portanto (…)”. Jesus não nos envia para vencer e triunfar, mas para nos entregarmos radicalmente desarmados ao poder do outro. O caminho é aquele traçado pelo próprio Jesus, que se entregou aos seus inimigos, deixando-os fazer com Ele o que quisessem.

São Francisco caminhou nesta lógica do Evangelho. Ele viu a presença e o trabalho dos frades como arautos do Evangelho, citando Mt 10,16 no capítulo 16 da Regra não-bulada quando permite que os frades “que por inspiração divina queiram ir entre os sarracenos e outros infiéis” de irem. É precisamente com esta palavra que São Francisco viu a missão. E no mesmo capítulo diz aos frades que “permaneçam sujeitos a toda criatura humana por amor de Deus e confessem ser cristãos”.

O missionário cristão é aquele que se expõe às profundezas do Evangelho antes que aos homens. Quanto mais vulnerável ele for ao evangelho e sua lógica inversa, mais os outros poderão fazer com ele o que quiserem. Novamente Francisco, no mesmo capítulo, diz aos frades: “lembrem-se de que entregaram e abandonaram seus corpos a Nosso Senhor Jesus Cristo. E por seu amor devem se expor a inimigos visíveis e invisíveis”.

Aqui está a sabedoria da cruz que derruba todo cálculo humano. Para São Francisco, o valor do homem não está em sua força. Vamos ouvi-lo:

Do mesmo jeito, se fosses mais bonito e mais rico do que todos e mesmo que fizesses maravilhas, espantando demônios, tudo isso te é contrário, e nada te pertence e de nada podes gloriar-te; mas disto podemos gloriar-nos: de nossas fraquezas (cf. 2Cor 12,5) e de carregar todos os dias a santa cruz de nosso Senhor Jesus Cristo (cf. Lc 14,27).” (Adm 5,7-8)

 

Para Francisco, o estilo evangélico de sua vida e de seus irmãos é a primeira forma de evangelização. Só um cristão que se deixou transformar pela lógica da Cruz pode anunciar verdadeiramente o Evangelho, deixando-o encarnar-se em nós, e por isso pode ser uma palavra crível para os outros. Na Admoestação VI, São Francisco volta a isso e confirma:

“Olhemos todos atentamente, irmãos e irmãs, para o bom pastor que para salvar as suas ovelhas (cf. Jo 10,11; Hb 12,2) sustentou a paixão da cruz. As ovelhas do Senhor o seguiram na tribulação e perseguição (cf. Jo 10, 4), na ignomínia e na fome (cf. Rm 8,35), na doença e na tentação e em outras coisas semelhantes; e em troca recebiam a vida eterna do Senhor” (Adm 6,1-2)

O caminho da missão é seguir, para permanecer no caminho de Jesus

Os Protomártires de nossa Ordem que hoje celebramos ao lado de suas preciosas relíquias, são irmãos que levaram esta palavra de forma radical, quase louca. Eles seguiram o Senhor no sofrimento e perseguição, na rejeição e até na violência física. Entraram tanto na conformação ao Cristo pobre e crucificado que desejam verdadeiramente estar com ele, como ele, seguindo a ele.

“Há em toda a espiritualidade franciscana original uma aspiração característica, a de imitação do Senhor, ao extremo”; ora, não se diz do Senhor que “se ofereceu a si mesmo porque o quis”? (Is 53,7) Ele mesmo não afirma: “…dou minha vida… Ninguém a tira de mim, mas eu dou espontaneamente…”? (Jo 10, 17-18) É verdade que “ninguém deve entregar-se espontaneamente à morte” (S. AUG., De civ. Dei, 1, 26; PL 41, 39), que “não se deve dar aos outros a oportunidade de agir injustamente” (Summ. Theol., ibid. II-II 124,1 ad 3); mas, como o próprio Bento XIV observa, referindo-se a casos semelhantes, pode haver situações em que, seja por impulso do Espírito Santo, seja por outras circunstâncias especiais, o arauto do Evangelho não tenha outro meio de abalar a infidelidade senão o de fazer do seu próprio sangue, a voz de um testemunho extremo. Testemunho sem dúvida paradoxal, testemunho de choque, testemunho vão, porque não foi imediatamente aceito, mas extremamente precioso, porque é validado pelo dom total de si mesmo; testemunho que põe em evidência suprema o que é o martírio. Deve ser imediatamente passivo; na linguagem hagiográfica é chamado de passio; mas nunca é sem aceitação voluntária e ativa; que no nosso caso prevalece e, portanto, brilha mais” (São Paulo VI, Homilia de 21 de junho de 1970).

O martírio dos nossos Protomártires é um ato de amor extremo e absoluto, vertiginoso, nas pegadas D’aquele que deu a vida pelos seus amigos, testemunhando assim, por um lado, a sua total fidelidade ao Pai e, por outro, a verdade de seu anúncio, comprovada pelo sangue. Assim, para seus discípulos, assim para nós. O martírio sela a verdade do Evangelho. A Eucaristia que celebramos está enraizada neste amor que se doa.

Os Santos Protomártires da Ordem cumpriram o desejo de martírio de Francisco, Clara e Antônio de Pádua, que na passagem das suas relíquias decidiu seguir a loucura do Evangelho.

Hoje nos lembramos deles. A memória torna-se contemporânea. A loucura desses frades colide com nossa mentalidade moderna, tão atenta à autopreservação, tão cética e desprovida de impulsos ideais, pronta a se satisfazer com uma mínima medida do humano.

Admiramos esses mártires, mas ao mesmo tempo nos sentimos distantes de sua força interior. Seu exemplo clama, abala nossa fé entorpecida, nossa incerteza, nossa hesitação. Eles nos provocam a redescobrir a coragem da verdade, que é Cristo, crucificado e ressuscitado.

Seu testemunho robusto nos faz uma pergunta difícil: como devemos nos relacionar com o mundo de hoje, com a sociedade que nos cerca? Temos que enfrentar o mundo em vez de ficar indiferente a ele? Devemos romper nossas relações com o tempo que vivemos e suas realidades contraditórias e múltiplas, com o risco de nos isolarmos e dificultar a missão? Esses protomártires queriam recusar seu tempo e se colocar fora dele? Se olharmos atentamente para o que os reconhecemos como sendo movidos por um amor forte e ao mesmo tempo ingênuo, animado por uma louca esperança. Eles realmente achavam que poderiam converter aqueles homens? Fizeram um cálculo errado, mas por amor, para beneficiar os outros, para pavimentar o caminho do Evangelho. Eles simplesmente rejeitaram e até odiaram o mundo muçulmano? Não, porque eles andavam entre aqueles homens de diferentes religiões e os amavam à sua maneira, querendo levar-lhes o amor de Cristo.

Por isso, à luz de seu exemplo, também podemos caminhar para apreciar como cristãos a ação de Deus em outras religiões, porque a Igreja nada rejeita do que é verdadeiro e santo nessas religiões. Considera com sincero respeito aqueles modos de vida, aqueles preceitos e doutrinas que muitas vezes refletem um raio daquela verdade que ilumina todos os homens (Nostra Eetate, 2, citada na Fratelli Tutti 277).

Ao mesmo tempo, recorda-nos o testemunho dos nossos Protomártires, como diz a Fratelli Tutti no n. 277, que “como cristãos não podemos esconder que ‘se a música do Evangelho deixar de vibrar em nossas entranhas, teremos perdido a alegria que brota da compaixão, a ternura que vem da confiança, a capacidade de reconciliação que encontra sua fonte no fato de saber-nos  sempre perdoar-nos. Se a música do Evangelho parar de tocar em nossas casas, praças, locais de trabalho, política e economia, teremos desligado a melodia que nos levou a lutar pela dignidade de todo homem’ [e mulher]. Outros bebem de outras fontes. Para nós, esta fonte de dignidade humana e fraternidade está no Evangelho de Jesus Cristo. Dele ‘nasce para o pensamento cristão e para a ação da Igreja o primado dado à relação, ao encontro com o sagrado mistério do outro, à comunhão universal com toda a humanidade como vocação de todos’”.

São sentimentos que nos levam a celebrar o Senhor nos Santos Protomártires da Ordem Franciscana. Sinto-me honrado por poder fazê-lo este ano aqui em Terni, junto às suas relíquias. São Francisco nos lembra novamente: “Por isso, é uma grande vergonha para nós, servos de Deus, que os santos tenham feito essas obras e queremos receber glória e honra simplesmente contando-as!” (Adm VI, 3).

Não queremos apenas honrar sua memória, mas continuar a inspirar nossas vidas com seu exemplo, invocar sua proteção celestial para a Igreja, para esta terra da Úmbria de onde partiram, para toda a nossa família franciscana e para o mundo inteiro.

Fr. Massimo Fusarelli, ofm

Ministro Geral

Tradução: Frei Rômulo Canto, OFM

 

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Visita do Ministro Geral à Terra Santa 2021

Ministro Geral na Terra Santa. Foto: Custodia.org

 

A visita à Terra Santa do novo Ministro geral da Ordem dos Frades Menores, Fr. Massimo Fusarelli, e do Vigário geral da Ordem, Fr. Isauro Covili, teve início na quarta-feira, 20 de outubro e estendeu-se até o dia 24. Eleito em Roma no dia 13 de julho, Fr. Massimo Fusarelli visitou os Lugares Santos e as diferentes realidades em que estão envolvidos os franciscanos na Terra Santa. Essa é a primeira visita do Ministro e do Vigário geral fora da Itália. Estes dias foram oportunidade de encontros, também ecumênicos, como no encontro com o Patriarca Grego Ortodoxo de Jerusalém, e ao ouvir os frades e visitar as obras da Custódia da Terra Santa. A presença do Ministro naquele local sagrado se apresenta como oportunidade de rezar pela paz e pelos povos que lá residem. Acompanhe alguns momentos da visita.

Em Jerusalém, o Ministro foi recebido no portão de Jaffa pelas autoridades religiosas e civis, junto com Fr. Dobromir Jasztal, Vigário da Custódia e membro do Discretorium e os Frades da Custódia da Terra Santa. Passando pelo típico mercado árabe da cidade antiga, os frades dirigiram-se à Basílica do Santo Sepulcro, onde os representantes das três comunidades responsáveis pela Basílica, Frades Franciscanos, Gregos Ortodoxos e Armênios, receberam Fr. Massimo Fusarelli

 

Foto: Custodia.org

 

Diante da Pedra da Unção, Fr. Francesco Patton, Custódio da Terra Santa, deu as boas-vindas: “Reverendíssimo e querido Fr. Massimo Fusarelli, nosso Ministro geral, bem-vindo à Terra Santa, bem-vindo à Cidade Santa de Jerusalém, bem-vindo ao lugar santíssimo do Cristianismo, a Basílica do Santo Sepulcro”. Estas foram as primeiras palavras que dirigiu ao novo Ministro geral da Ordem dos Frades Menores.

“Este lugar foi muito provavelmente visitado e venerado pelo Seráfico Pai durante sua peregrinação de paz à Terra Santa, após seu encontro com o Sultão Al Malik Al Kamil. Este lugar – sublinhou Fr. Francesco Patton – foi confiado à Custódia de nossa Ordem pelo Papa Clemente VI. Esta é a missão que a Sé Apostólica nos confiou: habitar, rezar e celebrar neste lugar, estar aqui como fraternidade multiétnica, expressão de toda a Ordem”. O Custódio recordou a seguir como a Basílica do Santo Sepulcro é, na verdade, um lugar de convivência ecumênica cotidiana, onde “junto com os irmãos gregos e armênios também procuramos cooperar para torná-la mais bela, acessível, conhecida e amada. Este é o único lugar do mundo onde, embora ainda não celebremos juntos a Eucaristia, já celebramos no mesmo altar que é o túmulo do Senhor”.

 

Foto: Custodia.org

 

Fr. Massimo Fusarelli e Fr. Isauro Covili entraram no Túmulo para venerar a pedra onde foi colocado o Corpo do Senhor. O Ministro geral encerrou o seu discurso com uma oração: “Senhor, sabemos que não estás aqui, que nos precede na Galileia e nos abres aquele caminho que muitas vezes fechamos por inércia ou medo. Sopre as velas do barco da tua Igreja também nesta Terra Santa e alimente o caminho da nossa fraternidade, porque sabemos reconhecer-te Ressuscitado. Tu que caminhaste antes de nós e nos abre ao anúncio e à boa nova do Reino de Deus. Amém”. Em seguida, todos participaram da solene procissão diária que repercorre os lugares da paixão-morte-ressurreição de Cristo. É uma forma de recordar aos peregrinos a necessidade de meditar constantemente sobre a humanidade de Jesus, que nestes lugares sofreu a sua Paixão e se manifestou na sua ressurreição.

Na manhã de 21 de outubro, o Ministro geral presidiu a Santa Missa juntamente com Fr. Francesco Patton, Custódio da Terra Santa, Fr. Dobromir Jasztal, Vigário da Custódia, Fr. Isauro Covili, Vigário geral da Ordem, Fr. Salvador Rosas Flores, Presidente do Convento do Santo Sepulcro, ao Discretorium e à comunidade franciscana.

 

Foto: Custodia.org

 

O Ministro geral relatou que: “Esta é precisamente a primeira visita oficial que faço a uma província e não a qualquer província, mas sim à Custódia da Terra Santa, a “pérola” das nossas missões. Queria estar aqui o quanto antes possível para levar sobretudo ao Calvário, à Ressurreição e aos outros lugares, Belém e Nazaré, a oração por toda a Ordem e pelo início do meu serviço. E então, para encorajar os Frades da Custódia que se preparam para o Capítulo a verificar sua vida e missão e a olhar para o futuro”.

Fr. Massimo Fusarelli, já esteve na Terra Santa pelo menos 16 vezes, mas esta visita a define como “especial”. “Desta vez é muito especial, porque sinto que venho aqui trazendo o coração de Francisco e trazendo aquela chama de 800 anos atrás, aquele fogo que se acendeu em Francisco durante a sua conversão, durante a sua vida e que então permaneceu sempre aceso. E nós, hoje, quando nos sentimos um pouco cansados, abatidos, buscamos esta chama, e estou certo e sinto que o fogo, a chama do carisma de Francisco continuamente se reascende”.

Fontes: Christian Media Center e OFM

 

 

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Carta do Ministro Geral e do Definitório para a festa de São Francisco 2021

Detalhe da pintura de Guercino (1591–1666). Domínio Público (Wikimedia Commons).

Nesta segunda-feira (27), foi publicada no site da Ordem dos Frades Menores a mensagem do Ministro Geral e do Definitório para a festa de São Francisco. Esta é a primeira carta de boas festas do Ministro, Frei Massimo Fusarelli, OFM que foi eleito no dia 13 de julho de 2021. O título da mensagem é “Renovemos nossa visão, abracemos nosso futuro” inspirado no  Capitulo Geral celebrado neste ano. O texto se divide nos seguintes tópicos: Entre fragilidade e mudança, alguns convites e a partir do olhar dos pobres e dos vencidos. No conteúdo comunicação o Ministro Geral comenta a desafiadora realidade atual e exorta para busca de novos caminhos. A carta é concluída com um mensagem de proximidade com todos e, ao estilo do Papa Francisco, com um pedido de oração pelo governo da Ordem.

 

 

 

Baixe a versão em língua portuguesa da carta no link abaixo:

 

Carta para a Festa de São Francisco 2021- Português

 

Fonte: ofm.org

Afresco sobre São Francisco. Domínio Público