O dia não tinha ainda amanhecido. Franciscanos e Franciscanas, da cidade das mangueiras, formando um círculo e de mãos entrelaçadas, entoavam a “cantiga franciscana”, para acolher o irmão Sol. A irmã Lua observava tudo lá das alturas, estava acompanhada das irmãs estrelas, das constelações e corpos siderais. A irmã água, na sua exuberância, estava a dançar, ao som daquele canto. A floresta e todos os que nela habitam também, testemunhavam tudo, com reverencia e com admirável atenção.
A música cantada cumprimentava a todos, até mesmo, as criaturas que nem conhecemos: como os anjos, arcanjos, querubins e serafins. Eram seis horas e dez minutos, quando ele, o irmão sol, resolveu dar o ar de sua graça! Foi chegando de mansinho e com todo o seu esplendor, uniu-se ao coro dos fiéis.O Portal da Amazônia, na orla de Belém, na confluência do Rio Guamá, com a Baia do Guajará, serviu de palco, onde o astro, perdeu a sua timidez diante do grande homenageado, São Francisco de Assis.
Lá vai São Francisco! O nosso Sol, como cantou o poeta Dante, caminhando com os pés descalços, rumo a mãezinha Clara, a Lua. Beijando o horizonte dourado do céu, iluminando a Catedral de Arcos brilhantes e a todos que ali estavam, naquele portal do nosso claustro, a Amazônia.
A reza, naquele misterioso encontro, era um louvor ao Altíssimo e Bom Senhor. Oferecemos nesta manhã graciosa, a missa, a Tua missa. Oferecemos da nossa pobreza, a Tua grandeza. Gratidão ao Deus Criador e todas as suas criaturas. Ao Irmão Sol, com a Irmã Lua que nos trouxeram o dia pela mão. Obrigado Pai Francisco, por ser farol iluminador, a Igreja e a sociedade.
Viva São Francisco de Assis!!! Viva a sinodalidade!!! Viva a Família Francisclariana!!!
Frei Alex Assunção