Com a presença de frades da Custódia São Benedito da Amazônia, frades norte-americanos e de Frei Augusto Luiz, a primeira missa presidida por Frei Erlison Campos, teve uma atmosfera alegre, como é o espírito do frade. A celebração, que aconteceu na solenidade de São Pedro e São Paulo, foi realizada na igreja Santíssimo Sacramento, no sábado à noite (1).
Como de costume, sempre na primeira presidência um confrade é convidado para fazer a homilia, e o frade escolhido por Frei Erlison, foi Frei Francisco Paixão. O frade começou a homilia recapitulando o tríduo do Frei Erlison.
“Terça-feira, na segunda noite do tríduo vocacional, lá na Igreja de Sant’Ana, os jovens do Kabi Kaxi fizeram uma bonita apresentação do chamado de Frei Erlison, enfatizando sua vocação primeira como frade franciscano. Gostei da alegoria de dizer que Jesus pediu a Francisco a ajudá-lo a convencer o Erlison a segui-lo como sacerdote. Até parece ideia tirada de uma canção junina que vivemos estes dias: São João não atendendo, a São Pedro fui correndo… que me desse ao menos um cartão pra levar a Santo Antônio… As cenas franciscanas representadas naquela noite foi a luz que faltava nas ideias que fazia dias estava a matutar pra refletir convosco nesta homilia de sua primeira missa” lembrou, o frade.
Frei Paixão deu continuidade agradecendo por ser escolhido para conduzir a homilia naquela noite.
“Antes do mais, quero dizer ao Frei Erlison que fiquei lisonjeado por ser escolhido para compartilhar a Palavra neste momento tão bonito de sua vida vocacional. Em tom extrovertido o frade brincou: Não tinha outro pra essa missão? Posso imaginar sua inquietação para fazer a escolha… Bom, continuemos o que dizia anteriormente”.
O frade ainda refletiu sobre o momento eucarístico e o Pai Seráfico.
“Era abril de 1207, lá na cidadezinha de Assis, no coração da Itália. Foi justamente neste mês que o pai de Francisco o tinha deserdado e rejeitado por causa da sua escolha de vida. Ele não tinha nada, não era sua nem mesmo a roupa que usava, e ainda assim possuía algo que ninguém poderia lhe roubar: o amor de Deus, a quem ele podia agora chamar de “Pai” de uma forma totalmente nova”.
“E ele sabia que isso era muito mais do que possuir o mundo inteiro. Assim, seu coração se encheu de alegria e caminhava cantando pela floresta da Úmbria. Mas, de repente, perto de Gubbio, do meio do mato pularam dois ladrões para assaltá-lo; então, surpreendidos com a aparência tão curiosa e estranha de Francisco, perguntam-lhe: “Quem é você?”. E ele responde: “Eu sou o arauto do grande Rei””.
O convidado destacou que São Francisco por sua vida toda foi diácono.
“Francisco de Assis não era um sacerdote, ele foi diácono toda a sua vida; mas o que ele disse naquela ocasião também é uma descrição profunda do que é e deve ser um sacerdote: é o arauto do grande Rei, Deus, é o locutor e pregador do senhorio de Deus que deve se estender para os corações dos homens e das mulheres em todo o mundo de todos os tempos”.
Frei Paixão concluiu a homilia lembrando que devemos constantemente orar.
Em conclusão, gostaria de lembrar as palavras da oração conclusiva da apresentação das oferendas na Missa: antes de colocar-se a serviço, na oração eucarística, do milagre da santa consagração, o novo sacerdote se voltará mais uma vez em direção a vocês, dizendo: “Orate, fratres”: orai irmãos, para que o meu e vosso sacrifício seja agradável a Deus, nosso Senhor!
A celebração teve continuidade com a oração dos fiéis e preces. No ofertório, dois familiares de frei Erlison, seus irmãos, Eduardo e Cirdeli apresentaram ao altar do Senhor o vinho e o pão para a oração eucarística proferida pelo neo-presbítero. Após a comunhão, o frade fez os agradecimentos e deu a bênção final. Frei Erlison agora atuará como vigário paroquial na Paróquia Sant´Ana, em Itaituba (PA).
Sabrina Gonçalves