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Abertura das Festividades de São Francisco em Monte Alegre (PA)

No dia 21 de setembro, as festividades em honra a São Francisco, padroeiro de Monte Alegre (PA), tiveram início com a tradicional transladação da imagem do santo, às 3h30 da madrugada. A procissão, repleta de fé e devoção, saiu da igreja Matriz de São Francisco e seguiu em direção à comunidade de Nossa Senhora do Livramento, no bairro Surubeju. Uma multidão de devotos participou deste ato de amor e fé, enchendo o trajeto de homenagens e expressões de carinho ao santo querido.

Este ano, no qual se celebra o oitavo centenário dos da impressão das chagas em Francisco de Assis, o tema das festividades, “São Francisco e os Estigmas Sociais”, convida os fiéis a refletirem sobre os desafios sociais contemporâneos à luz do exemplo franciscano de simplicidade e cuidado com os mais vulneráveis. O lema da festa tirado dos escrito de São Francisco também recorda a presença junto ao que estão mais necessitados.

Ao chegar à comunidade de Nossa Senhora do Livramento, ainda antes do amanhecer, foi celebrada a Santa Eucaristia, presidida por Frei Gregório Joeright, pároco. Em sua homilia, Frei Gregório destacou aspectos da vida de São Francisco que inspiram e encorajam os fiéis a viverem com autenticidade os valores cristãos, especialmente durante as festividades deste ano.

A programação das Festividades de São Francisco segue até o dia 5 de outubro, com diversas atividades religiosas e sociais que prometem continuar unindo a comunidade em torno da espiritualidade franciscana.

Venha participar e celebrar conosco!

Frei Erlison Campos, OFM

Vigário paroquial da Paróquia São Francisco

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Santa Ana: a avó de Jesus e nossa

Pascom Paróquia de Sant´Ana

O pouco que sabemos de Santa Ana
Santa Ana desempenhou um papel extremamente importante na história do cristianismo. Ela é a mãe de Maria, que fora concebida sem pecado original¹. Maria mais tarde se tornou a mãe de Jesus. Santa Ana então é a avó de Jesus Cristo. Ela nasceu da Casa de Davi, a linha que foi profetizada para dar à luz a Cristo. Em hebraico, seu nome era possivelmente Hannah, pois Anne é o derivado grego do nome Hannah².

No Evangelho de Tiago, que faz parte dos Apócrifos, encontramos a história de Ana. Ela e seu marido (Joaquim) não conseguiram conceber um filho, embora tentassem fazê-lo e quisessem muito um bebê. No entanto, um dia um anjo veio até eles e disse-lhes que teriam um filho³. De tanta alegria, Ana prometeu que dedicaria a vida desse bebê ao serviço de Deus. A filha deles, Maria, nasceu.

Ana havia prometido que entregaria seu filho ao serviço de Deus, e ela manteve seu voto sagrado. Quando Maria tinha três anos, seus pais a trouxeram ao Templo e a entregaram ao serviço do Templo. Embora desejasse tanto um filho, Ana sabia que tinha que honrar sua promessa ao Senhor e Maria precisava ser criada para se tornar a mãe de Jesus Cristo.

Embora tenha ocorrido um processo mais formal para tornar-se santa, Santa Ana é considerada Santa por seu papel de mãe de Maria, avó de Jesus Cristo, e como serva devota e piedosa de Deus. Algumas pessoas dizem que ela não realizou nenhum milagre em sua vida, o que tecnicamente é um requisito para um santo. No entanto, tudo isso depende de como definimos a palavra milagre. Conceber e dar à luz à Mãe de Jesus é algo que por si só indica um milagre. Pela grandeza da Filha e do Neto Santa Ana e São Joaquim são muito agraciados. 

Imagem: Frei Erlison Campos, OFM

Na casa de Ana e Joaquim
Ana ganhou os altares ainda no início do cristianismo e desde lá é homenageada em muitas partes do mundo. Entre tantos lugares destaca-se A Igreja de Santa Ana localizada no bairro muçulmano da Cidade Velha de Jerusalém, perto do início da Via Dolorosa, junto ao Portão dos Leões. A acústica desta igreja é particularmente adequada ao canto gregoriano, o que a torna um local de peregrinação para solistas e coros.

Na Amazônia Santa Ana é padroeira de muitas comunidades e patrona de igrejas particulares (prelazias e dioceses). A mãe da Mãe do Senhor é homenageada pelas bocas de muitos que sabem seu hino memorizado e que hoje numa deslumbrante animação, a saúdam dizendo: “Que cantos, que luzes e festa!”. Não apenas a influência da religiosidade portuguesa pela Santa Ana “mestra”, mas também o apreço pelos ancestrais que os amazonidas cultivam pode ser visivelmente expresso na devoção à Santa. E quando se festeja a senhora Santa Ana tenha-se presente o apelo de cultivar as raízes de sabedoria legadas pelos antepassados.   

Uma avó carinhosa

Ana tornou-se o exemplo de avó carinhosa e cheia de amor presente em todas as avós que, segundo o ditado popular, “são mães duas vezes”. E ela inspira a todos aqueles que dedicam parte de suas vidas cuidando dos filhos de seus filhos. Se hoje os avós se enchem de alegria ao escutar seus netos os chamando de vô/vó, quanto mais Ana e Joaquim, escutar da boca de Jesus, um gesto carinhoso ao dizer: “Bença, vovó! Bença vovô!”. Salve Santa Ana, consoladora e mãe/vó protetora! Salve São Joaquim, educador e pai/vô lutador! Salve todos os avós e avôs!

Frei Erlison Campos, OFM

 

 


 ¹Dogma da Imaculada Conceição (ou concepção), proclamado em 1854 pelo Papa Pio IX
²Climax César Chaves Menezes em “A história de Deus e Jesus”
³Evangelhos Apócrifos, 17ª Ed.: EDIPUCRS, Rio Grande do Sul, 2004.
Climax César Chaves Menezes em “A história de Deus e Jesus”