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São Sebastião: defensor da vida e testemunha do amor!

Foto: Arquivo da Custódia

 

São Sebastião nasceu na cidade de Narbonne, França, no século terceiro, seus pais eram naturais de Milão, Itália, e desde pequeno teve em sua personalidade as marcas da generosidade e do serviço. Dedicou-se ainda mais no cuidado ao próximo após ser iniciado na comunidade cristã. Na sua carreira pública, serviu ao Império Romano como soldado, chegando a galgar postos importantes na guarda imperial. Naquele tempo, os cristãos eram duramente perseguidos pelo imperador Diocleciano. Por causa da sua fé, muitos cristãos acabavam sendo perseguidos, presos, torturados e mortos. Esses acontecimentos levaram São Sebastião a consolá-los de maneira muito sábia, porém de forma secreta e escondida. Uma evangelização eficaz pelo testemunho que não podia ser explícito. 

São Sebastião amou a Igreja e tornou-se um defensor da comunidade. Como soldado, ficou muito próximo das aflições sofridas pelos confessores daqueles que eram presos e mantinham-se fiéis na sua profissão de fé. Ele viu de perto o testemunho eloquente dos mártires – os que confessavam Jesus em todas as situações, renunciando à própria vida – e por isso ficou conhecido como o “defensor da verdade no amor apaixonado a Deus”. 

O Papa Francisco coloca o Santo como um exemplo de jovem seguidor de Cristo: “São Sebastião – no século III – era um jovem capitão da guarda pretoriana. Contam que falava de Cristo por toda a parte e procurava converter os seus companheiros até quando lhe foi ordenado que renunciasse à sua fé. Como não aceitou, fizeram cair uma chuva de flechas sobre ele, mas sobreviveu e continuou a anunciar Cristo sem medo. Por fim, açoitaram-no até à morte” (CV, 51). Por isso, o tema das festividades de São Sebastião deste ano traz a história de São Sebastião e aponta para a realidade da nossa casa, a Amazônia.

 

Defensor da Vida

Na exortação apostólica pós-sinodal ‘Querida Amazônia’, o bispo de Roma fez um forte apelo aos líderes mundiais, às companhias transnacionais e à população de todo o Planeta para aumentarem os esforços de proteção e conservação da floresta amazônica e das diversas populações que nela vivem, em especial os povos indígenas. Essa mensagem veio em resposta aos clamores do Sínodo dos Bispos sobre a Pan-Amazônia. Para simbolizar essas ideias, no cartaz da festa deste ano, colocamos a imagem de São Sebastião no meio da realidade amazônica, representada pelos pescadores (ribeirinhos, comunidades quilombolas e povos indígenas). Pelos rios da nossa Amazônia devemos defender a vida, respeitando a naturalidade dos povos que aqui habitavam antes da colonização, pois todos somos igualmente filhos de Deus.

Defender a vida na Amazônia implica primeiro em reconhecer que “somos água, ar, terra e vida do meio ambiente criado por Deus”, como escreve o Papa Francisco. Por conseguinte, pedimos que cessem os maus-tratos e o extermínio da ‘Mãe Terra’. A Terra tem sangue e está sangrando, as multinacionais cortaram as veias da nossa “Mãe Terra”. E dessa maneira reconhecemos que a Amazônia encontra-se necessitada de testemunhas que a amem e defendam-na. O corpo da região está martirizado como o de São Sebastião. O Papa também deseja que “lutemos pelos direitos dos mais pobres, combatendo as injustiças e os crimes ao meio ambiente e à vida”. São Sebastião nos ensina em sua história que devemos seguir lutando pela verdade e pela vida, unidos com Cristo nos caminhos da justiça e da paz.

 

Testemunha do Amor

“Para testemunhar o Seu amor, o fruto a ser dado é o amor. Dos frutos se reconhece a árvore. Uma vida verdadeiramente cristã dá testemunho de Cristo”, diz o Papa Francisco. Para isso, deve-se testemunhar a vida como fez São Sebastião, consonante ao apelo de sua Santidade: “Mas também Jesus, assim como a videira com os ramos, também precisa de nós. Talvez pareça audacioso dizer isso, e então nos perguntamos: em que sentido Jesus precisa de nós? Ele precisa do nosso testemunho. O fruto que nós, como ramos, devemos dar é o testemunho da nossa vida cristã. […] Os discípulos devem continuar a anunciar o Evangelho com a palavra e com as obras”.

Para permanecer e transparecer o amor, parte integrante da nossa identidade cristã, tenhamos o olhar de São Sebastião! Assim como ele, sejamos testemunhas do Amor em uma situação de ódio. Proclamemos o cuidado diante da indiferença com os pobres, doentes e com a Casa Comum. Permaneçamos firmes, crendo que o propósito de Deus é maior que o nosso! Sejamos a árvore do amor de Deus na Terra! 

 

Eduardo Araújo

Pascom – Paróquia São Sebastião

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Rede Franciscana de Paróquias celebra nas festividades de São Sebastião 2022

 

Uma entre as várias iniciativas da Rede Franciscana de Paróquias é a participação conjunta nas festas dos padroeiros das comunidades paroquiais. Sendo assim, na noite do dia 18 de janeiro, as paróquias se reuniram para celebrar as festividades de São Sebastião (Santarém – PA). Das paróquias que compõem a Rede Franciscana, Santíssimo Sacramento, Cristo Libertador e São Francisco de Assis (Monte Alegre – PA) celebraram presencialmente. As demais paróquias acompanharam por meio das redes sociais.

A celebração eucarística foi presidida por Frei Gregório Joeright, pároco da paróquia São Francisco de Assis em Monte Alegre, e estiveram concelebrando: Frei Elder de Sousa Almeida, vigário da paróquia Cristo Libertador e Frei Valcy de Assunção, pároco das paróquias São Sebastião e Santíssimo Sacramento. Na procissão de entrada, um banner representando as comunidades que fazem parte da Rede Franciscana foi levado até próximo do altar. Após o ato penitencial, a animadora da celebração conduziu um momento de recordação da vida, onde as iniciativas de solidariedade promovidas neste tempo de pandemia foram lembradas. Em seguida todos entoaram o hino do glória.

 

 

Antes de começar a liturgia da Palavra, um refrão orante introduziu a escuta das leituras enquanto o lecionário foi conduzido ao local da proclamação das escrituras. As leituras foram tomadas da terça-feira da segunda semana do Tempo Comum. Em sua homilia, Frei Gregório destacou o tema das festividades deste ano: “São Sebastião, defensor da vida e testemunha do amor”. Ele ainda falou sobre a alegria de celebrar a primeira festividade de padroeiro do ano como Rede Franciscana. Frei Gregório acenou para alguns aspectos da vida de São Sebastião, como a experiência do santo com os primeiros cristãos e o seu testemunho frente a uma sociedade opressora e corrupta. Como cristão, São Sebastião manifestou a solidariedade, encorajando os cristãos perseguidos e mostrando a importância da fidelidade ao anúncio do Reino.

O martírio de São Sebastião mostra que, ao arriscar, até mesmo a sua existência, ele foi defensor da vida. E desta forma o santo deu testemunho do amor de Jesus Cristo. A inspiração para ser defensor da vida e testemunha do amor vem do evangelho, pontuou o frade. Associando as leituras do dia, realçou que a vida está acima de qualquer lei, e que Jesus, o Senhor da vida, também é o Senhor do Sábado, mostrando que a dignidade da vida é maior do que os legalismos.

Ele afirmou que, semelhante a São Sebastião, nós também precisamos buscar a justiça e a verdade diante da atual realidade socioeconômica em que se encontram milhares de pessoas. A comunidade e as famílias que a compõem  são um bonito espaço para testemunhar o amor e defender a vida. Ele concluiu afirmando que “somos chamados para sermos defensores da vida, dando testemunho do amor”. Em seguida, a liturgia da Palavra foi concluída com as preces da assembleia. A celebração continuou com a liturgia eucarística.

 

 

Seguido da oração depois da comunhão, o grupo de teatro Kabi Kaxi dramatizou uma cena que destacou a solidariedade franciscana com os necessitados, em gestos que constroem oportunidades para defender a vida. Na encenação, uma personagem representando uma pessoa marginalizada, adentrou a nave da igreja cantando e, na frente do altar, abriu uma trouxa de pano com lixo e restos de comida, sinalizando as migalhas que a sociedade oferece para muitos empobrecidos. Em seguida, um jovem com hábito franciscano foi ao encontro da personagem e partilhou com ela: o alimento, roupas e símbolos que evocam a educação e outros meios necessários para uma vida digna. A mensagem transmitida foi a de que todos nós podemos colaborar para um mundo mais fraterno, sendo testemunhas do amor. Nos agradecimentos, Frei Valcy saudou a todos os presentes e exprimiu a felicidade de poder celebrar juntos nas festividades de São Sebastião.

 

Frei Fábio Vasconcelos, OFM

Fotos: Equipe de Comunicação Custodial