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Custódia São Benedito da Amazônia realiza primeiro encontro vocacional de 2023

Foto: Fraternidade São Boaventura

No domingo, dia 26 de março, a Custódia São Benedito da Amazônia realizou o primeiro encontro vocacional do ano de 2023. Os Encontros vocacionais são oportunidades que os jovens candidatos à vida franciscana têm para conhecer mais de perto o carisma através do convívio com os frades nas fraternidades. A Ratio Formationis Custodiae (nº 37) lembra que: “A melhor animação vocacional consiste no testemunho alegre e radical de nossa forma de vida franciscana, vivida de modo pessoal e fraterno, com os valores próprios do carisma franciscano, na minoridade e fraternidade, no cultivo da oração e devoção; no serviço fiel à Igreja, corpo místico de Cristo, na construção do Reino de Deus”.

 

As modalidades do Encontro Vocacional

 

O Encontro Vocacional aconteceu em duas modalidades: Presencial e online. O encontro presencial aconteceu na Fraternidade São Boaventura, em Manaus e contou com a participação de cinco jovens candidatos. O encontro que iniciou às 8:30min, foi conduzido pelos frades junioristas sob a coordenação do animador vocacional local, frei Diogo Henrique. A fraternidade São Boaventura toda se empenhou na realização deste encontro, enquanto alguns frades se empenhavam na apresentação do tema, outros preparavam o almoço que deixou o encontro ainda mais delicioso.

O encontro online aconteceu na tarde do domingo e contou com a presença de seis jovens candidatos de diferentes cidades do Pará e Maranhão. A modalidade online foi conduzida pelos freis Erlison Campos e Vagner Ferreira. Apesar de o contato ser através das redes sociais, o grupo conseguiu refletir sobre o tema e sentir a alegria da fraternidade através da comunicação permanente que ocorre através de grupos de mensagens nas redes sociais.

 

Foto: Frei Erlison Campos, OFM

 

O tema do encontro

 

O primeiro encontro teve como tema “Quem é você e quem somos nós?”. Animados pela música do Zé Vicente, “É missão de todos nós”, cada participante se apresentou expressando sua criatividade através de um verso improvisado. Um momento orante foi conduzido a partir do texto de Marcos 8,27-33. “Quem dizem os homens que eu sou?”. O tema foi trabalhado com o auxílio do texto intitulado “Eu sou eu” escrito por frei Erlison.

A Custódia São Benedito da Amazônia, os frades e os serviços da Custódia foram apresentados aos jovens vocacionados através do próprio testemunho dos frades presentes e as informações contidas no site da Custódia.

De acordo com frei Diogo, Animador Vocacional em Manaus, “o encontro foi muito produtivo e animado. Todos os presentes participaram ativamente e saíram com vontade de voltar.” Aqueles que estavam no encontro presencial em Manaus ainda puderam usufruir de um momento de lazer com banho de piscina.

O próximo encontro acontecerá em abril, nas duas modalidades, e terá como tema “Um tal de Francisco de Assis”. Aqueles que tiverem interesse em participar dos Encontros Vocacionais, podem entrar em contato conosco através do número de telefone (93) 99179-6837.

 

Equipe do Cuidado Pastoral das Vocações

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Vida Consagrada e Conversão Pastoral para uma Cultura Vocacional: O que podemos fazer?

Foto: Frei Erlison Campos, OFM

 

No Brasil celebramos o terceiro ano vocacional idealizado pela CNBB. Com o tema “Vocação: graça e missão” e o lema: “Corações ardentes, pés a caminho”, a Igreja no Brasil propõe um ano de reflexão e animação vocacional. Muitas atividades estão sendo realizadas a nível nacional, regional e local. Um grande esforço é feito por parte, especialmente, daqueles que são responsáveis pela animação vocacional em suas dioceses, congregações e ordens religiosas. Eu particularmente, compreendo o ano vocacional como mais uma grande oportunidade para uma conversão pastoral que nos leve a uma cultura vocacional.

A conversão pastoral para uma cultura vocacional envolve mudar nossa mentalidade e nossa forma de agir em relação à vocação religiosa, e, até onde eu sei, isso não é fácil. Por isso, trata-se de um processo de conversão – de Metanoia! Sair da nossa zona de conforto e promover ou apoiar a vocação religiosa de forma mais consciente e estratégica, é antes de tudo uma missão que, obrigatoriamente, nos leva a pensar na nossa própria vocação. Pensar na nossa própria vocação não é um exercício tão fácil para muitos de nós, no entanto, é o primeiro passo para ajudar outras pessoas a descobrir e seguir o chamado de Deus.

Consciente da nossa responsabilidade e de que há uma necessidade de insistirmos nesta conversão pastoral que nos levará a uma cultura vocacional, sugiro algumas atitudes que podem ser tomadas a fim de darmos os primeiros passos desta jornada.

Em primeiro lugar é importante entender que não há conversão sem oração. Por esta razão, há a necessidade de promover a oração vocacional. Nós e nossas comunidades precisamos reaprender a rezar por nós mesmos e pelas vocações. Nossas comunidades paroquiais precisam ser motivadas a rezar pelas vocações e incluir isto em suas liturgias. Cada um de nós, é chamado, primeiramente, a dedicar tempo regular à oração pessoal e à meditação sobre a vocação. Consequentemente, haverá a necessidade de oferecer recursos e oportunidades para que outras pessoas possam fazer o mesmo. Além da oração, também é importante promover a reflexão vocacional em nossas comunidades, por meio de homilias, encontros de grupos de oração, encontro de CEBs, catequese, escolas bíblicas e em qualquer outro espaço da vida comunitária.

É muito importante promover uma cultura vocacional em nossas paróquias e comunidades. Isso significa que precisamos ensinar sobre a importância e sobre as diferentes formas de vida consagrada. Esta promoção visível da vida consagrada em nossas comunidades podem acontecer por meio de palestras, seminários, grupos de reflexão, gincanas, retiros, visitas a conventos, comunidades religiosas, seminários e tantas outras atividades que possam ajudar a esclarecer dúvidas e promover a reflexão sobre esta forma de vida.

Todos nós que estamos na vida religiosa, um dia tivemos alguém que, nos ouvindo, nos deu atenção e caminhou conosco. Acompanhar e apoiar as pessoas em seu processo vocacional é algo que precisa ser parte de nós, porque um dia alguém fez isso por nós. “É preciso ‘perder’ tempo com o outro”. Isso significa que precisamos estar disponíveis para ouvir e aconselhar aqueles que nos procuram, acolher com alegria e ajudá-los a encontrar recursos e orientação para darem sua resposta ao chamado que Deus os faz. É preciso oferecer oportunidades para que estas pessoas experimentem diferentes formas da nossa vida consagrada. Insisto: Retiros vocacionais, programas de discernimento, dias de reflexão, convivência, e qualquer outra oportunidade onde o jovem nos vejam e nos conheçam, ainda são excelentes receitas de propaganda vocacional.

Por fim, precisamos nos dar conta de que ninguém trabalha sozinho. A cultura vocacional, só será uma cultura se for um resultado de um trabalho de grupo. Penso que é extremamente importante colaborarmos com outras comunidades e instituições que também promovem a vida consagrada. Precisamos sair desta zona de conforto que nos mantém neste “mesmismo” e trocar experiências com tantas outras pessoas que se empenham na promoção das vocações. O tempo é agora e este ano vocacional é nossa chance. A conversão pastoral para uma cultura vocacional é essencial para a Igreja, e precisa começar hoje.  

 

Frei Erlison Campos, OFM 



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Reflexão vocacional: “Santidade é uma vocação para todos!”

Ilustração baseada em um afresco que retrata Santo Agostinho. Arte: Fábio Vasconcelos

 

O tempo passa e não podemos pará-lo! Embalados ao ritmo do relógio, seguimos em frente, projetados para o futuro. Devorados pelo cronos, nem sempre conseguimos fazer a experiência regeneradora do kairós. Cada história pessoal contém em si aquela centelha do mistério de Deus, que unida a tantas outras tornam visível o mosaico das relações humanas. Vocacionados à santidade somos convidados a viver no “tempo” o amor misericordioso de Deus. Ele nos chama e nos envia para a missão.

Desde 1981, por decisão da 19ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), agosto é o mês do calendário em que a Igreja do Brasil reflete o tema da vocação e do discernimento vocacional. A palavra vocação tem sua raiz no verbo latino vocare, que significa chamado. A Igreja, comunidade dos discípulos e discípulas de Jesus, configura-se como a assembleia dos chamados, que pela força do compromisso batismal, são escolhidos para a vivência dos ministérios; suscitados pelo Espírito Santo e colocados a serviço da comunidade. Cada vocação é como téssera, uma pequena pedra, que unida a tantas outras compõe o belo mosaico da Igreja ministerial.

Neste ano de 2021, o mês vocacional tem por tema: Cristo nos salva e nos envia; e o lema: quem escuta a minha palavra possui a vida eterna (cf. Jo 5, 24). Assim, a cada domingo do mês de agosto celebramos uma vocação específica: no primeiro domingo os vocacionados aos ministérios ordenados: bispos, presbíteros e diáconos; no segundo domingo a vocação à vida familiar, na recordação do dia dos pais; no terceiro domingo, solenidade da Assunção de Nossa Senhora aos céus, rezou-se pelos vocacionados e vocacionadas à vida religiosa consagrada; no quarto domingo, os vocacionados aos ministérios leigos existentes na comunidade e, por fim, no próximo domingo, o quinto do mês, iremos recordar o ministério do catequista.

O que todas essas vocações e ministérios têm em comum? O chamado à santidade: “sede santos assim como vosso Pai celeste é santo” (Mt 5, 48). Na origem de cada resposta vocacional encontra-se o fortíssimo desejo de viver plenamente a santidade como projeto de vida. Segundo Papa Francisco, “A santidade é o rosto mais belo da Igreja” (nº 9). No entanto, o Papa reconhece que “muitas vezes somos tentados a pensar que a santidade esteja reservada apenas àqueles que têm possibilidade de se afastar das ocupações comuns, para dedicar muito tempo à oração. Não é assim” (nº 14). Para Francisco: “Todos somos chamados a ser santos, vivendo com amor e oferecendo o próprio testemunho nas ocupações de cada dia, onde cada um se encontra. És uma consagrada ou um consagrado? Sê santo, vivendo com alegria a tua doação. Estás casado? Sê santo, amando e cuidando do teu marido ou da tua esposa, como Cristo fez com a Igreja. És um trabalhador? Sê santo, cumprindo com honestidade e competência o teu trabalho ao serviço dos irmãos. És progenitor, avó ou avô? Sê santo, ensinando com paciência as crianças a seguirem Jesus. Estás investido em autoridade? Sê santo, lutando pelo bem comum e renunciando aos teus interesses pessoais” (nº 14).

Todos os batizados são chamados à santidade, cada qual na sua vocação específica. Para nos ajudar nesse caminho, a Igreja nos oferece, no decorrer do ano litúrgico, vários modelos de santidade. Entre eles figuram o exemplo de Santa Mônica (331-387) e Santo Agostinho (354-430), ambos mãe e filho, celebrados na liturgia nos dias 27 e 28 de agosto, respectivamente.

A antífona do cântico evangélico da Oração das vésperas, do próprio dos santos para a memória de Santa Mônica, retrata bem a sua vida de santidade, vivida em contínua oração pela conversão do seu filho: “Santa Mônica, mãe de Agostinho, de tal modo vivia no Cristo, que, estando ainda no mundo, sua vida e sua fé se tornaram o louvor mais perfeito de Deus”. Mônica, nasceu em Tagaste (atual Souk Ahras), na Argélia e morreu na cidade de Óstia. Ainda muito jovem casou-se com um homem chamado Patrício. Dessa união nasceram muitos filhos, entre eles, Agostinho. Rezou insistentemente durante 33 anos pela conversão de seu filho Agostinho que, antes de sua conversão levava uma “vida de heresias”.

Em suas Confissões, assim Agostinho refere-se à sua mãe: “Minha mãe, forte na piedade, já vier ao meu encontro, seguindo-me por terra e por mar, em ti confiando em todos os perigos. Era ela, nos momentos críticos da navegação, quem incutia coragem aos próprios marinheiros, que habitualmente confortam os viajantes inexperientes e timoratos, prometendo-lhes uma chegada a salvo. Foste tu, em visão quem o havias prometido a ela.” (Confissões. VI, 1. p.139).

Santa Mônica rezou e alcançou a graça que tanto desejava, a conversão do seu filho. Na sua busca pela verdade, Agostinho enveredou pelo caminho das heresias de sua época, até que, em 387, converteu-se a fé e foi batizado em Milão por Santo Ambrósio, tornando-se depois bispo e doutor da Igreja. Ao se dar conta de ter encontrado aquilo que tanto buscava, Agostinho reza: “tarde te amei, ó beleza tão antiga e tão nova! Tarde demais eu te amei! Eis que habitavas dentro de mim e eu te procurava do lado de fora” (Confissões. X, 27. p.295).

O exemplo dos santos e santas nos inspiram na busca da santidade, pois, como bem disse o Papa Francisco, “ser santo é uma vocação para todos”. Na Igreja, todas as vocações e ministérios são importantes, e na diversidade de dons e carismas, cada batizado é como uma pequena téssera que dá forma e ajuda no desenvolvimento da vida da comunidade, para que o belo mosaico da Igreja resplandeça a face de Jesus Servo; que “não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida em resgate por muitos” (Mt 20,28).

Que ao final desse mês de agosto, mês vocacional, cada batizado cresça na consciência do seu compromisso batismal e, vivendo com fidelidade o seu projeto vocacional, possa buscar a santidade. “Santidade «ao pé da porta», daqueles que vivem perto de nós e são um reflexo da presença de Deus”. Santa Mônica e Santo Agostinho intercedam por nós!

 

Frei John Araújo, OFM

 

REFERÊNCIAS

AGOSTINHO DE HIPONA.  Confissões.  17.  ed.  Tradução de Maria Luiza Jardim Amarante. São Paulo: Paulus, 2004.

FRANCISCO, PP.  Exortação Apostólica Gaudete et Exsultate sobre a chamada à santidade no mundo atual.  São Paulo:  Paulus, 2018.

LITURGIA DAS HORAS. v. IV.  Petrópolis: Vozes. São Paulo: Paulinas/Paulus/Ave Maria, 1995.

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“Raízes vocacionais” atividade vocacional da Custódia para o mês de agosto

A equipe do Cuidado Pastoral das Vocações da Custódia São Benedito da Amazônia, embalada pelo mês vocacional, realiza a atividade intitulada “Raízes Vocacionais”. A atividade tem por objetivo promover as vocações franciscanas na Amazônia a partir dos testemunhos dos próprios frades da Custódia.

Quais são as raízes onde se firmam as vocações de cada frade? É o que iremos descobrir todas as terças-feiras e sextas-feiras do mês de agosto através dos vídeos que farão parte desta série. Nos relatos audiovisuais os frades partilham com os internautas, como foi o início da caminhada vocacional e convidam os jovens a virem fazer parte da vida e missão franciscana na Amazônia. A alusão ao símbolo das raízes quer mostrar que a vocação, assim como as plantas amazônicas, tem um ponto de partida que perpassa toda uma vida.

De acordo com o animador custodial da CPV, Frei Marcos Bezerra, “quando nós, frades, partilhamos nossa história vocacional, as raízes de onde tudo começou, nós incentivamos outros jovens a discernir sobre o chamado que Deus faz a eles. Nossas histórias não são diferentes das de tantos outros jovens que mais tarde também serão frades”. Assim, o desejo e convite do serviço de animação vocacional da Custódia é que os seus interlocutores, especialmente os que estão discernido o chamado de Deus, possam aprofundar-se na radicalidade da vida fraterna.

Outras atividades da CPV custodial em tempos de pandemia:

A custódia São Benedito tem buscado, principalmente através dos meios sociais, chegar até aos jovens vocacionados.

Puxirum Orante: Durante o mês de agosto de 2020 foi realizado o “Puxirum Orante”, atividade vocacional realizada através dos nossos meios sociais onde cada dia os internautas tinham a oportunidade de rezar pelas vocações com um frade diferente. Trinta e um frades participaram diretamente da atividade que alcançou milhares de pessoas. A atividade ainda está disponível nas nossas páginas de Facebook, Instagram e no canal do Youtube da Custódia.

Bate-papo vocacional: Um encontro virtual reuniu 13 candidatos à vida Franciscana além dos formandos da Custódia foi realizado no último domingo do mês de abril (domingo do Bom Pastor), quando celebramos o dia Mundial de Oração pelas Vocações. Foi um momento de partilha, animação e oração pelas vocações no mundo e especialmente na Amazônia.

Grupos vocacionais: Os encontros vocacionais on-line passarão a ser presenciais a partir deste segundo semestre. Os nomes dos animadores vocacionais, contatos e outras informações podem ser encontradas no site da Custódia. Algumas paróquias com presença dos frades estão aos poucos articulando núcleos de animação vocacional locais que devem trabalhar em conjunto com a pastoral vocacional das fraternidades.

Texto: Equipe Custodial de Comunicação/ Cuidado Pastoral da Vocações

Acompanhe o Vídeo de Lançamento com Frei Marcos Bezerra, OFM: