Terceiro Domingo do Advento

Arte: Frei Fábio Vasconcelos, OFM

Celebramos hoje o terceiro domingo do Advento, o domingo da alegria, e a cor usada na liturgia é rósea. Podemos dizer que é o domingo das rosas, pois quando enxergamos uma rosa bonita, ficamos alegres e refletimos sobre a beleza da criação. A beleza e o perfume de uma rosa nos alegram pois sentimos o odor de algo muito agradável. Dar uma rosa é sinal de carinho e de amor. Então, este é o domingo que nos lembra de flores que podem brotar no deserto, sentimos a alegria da vinda de Jesus e, nesta vinda, o amor de Deus por todos nós.

Na primeira leitura Isaias fala de uma dura realidade. Ele olhava para o seu povo e a imagem que via era deserto, solidão, ausência de vida, de amor e de flores, pois o povo vivia o maior sofrimento. Era o tempo do Exílio que era pior que a escravidão sofrida no Egito. Isaías queria projetar outra imagem: “Alegre-se a terra que era deserto, exulte a solidão, floresça como um lírio”. (Is 35, 1). O profeta surgiu para dar ânimo e “fortalecei as mãos enfraquecidas e firmai os joelhos debilitados”. É a partir da devastação e por meio do profeta que Deus chama a todos para a realização do seu projeto: “Então se abrirão os olhos dos cegos e se descerrarão os ouvidos dos surdos. O coxo saltará como um cervo e se desatará a língua dos mudos” (Is 35, 5-6a). Assim, todos voltarão para casa, cantando louvores e os rostos brilhando de alegria. A vinda salvadora de Deus transforma o deserto em paraíso onde brota a alegria das flores, vence todas as doenças e maldades, dá liberdade e felicidade.

João Batista também olhava para a realidade de seu povo. Via a doença, a violência do Império Romano, a dureza e a opressão dos fariseus e escribas, o sofrimento e a ausência de esperança, de flores, de alegria e do anúncio da Boa Nova. Mandou seus discípulos a Jesus: “És tu, aquele que há de vir, ou devemos esperar outro” (Mt 11, 3). Jesus responde dizendo que eles devem olhar para a imagem que estão vendo e para as palavras que estão ouvindo: “os cegos recuperam a vista, os paralíticos andam, os leprosos são curados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e os pobres são evangelizados” (Mt 11, 5). Quer dizer que é a palavra, o próprio Jesus, que transforma esta realidade. É o caminho da evangelização que transforma a vida. O advento de Jesus é motivo da nossa alegria como uma flor que nasce no deserto, sinal de vida e esperança para quem acredita.

Nós olhamos também para o tempo de deserto, solidão e devastação, pois o nosso mundo é ameaçado pela ganância, pela violência, pelas guerras e pela destruição da vida e de toda a criação. Nosso mundo é um deserto sem vida e sem flores. Qual é a flor que pode brotar neste deserto?

É o próprio evangelho que nos dá a esperança de vida e de liberdade.  Justamente por isso que a Igreja nos alerta para a Campanha da Evangelização, que nos acorda para a necessidade de anunciar o evangelho e a responsabilidade que temos como cristãos de sustentar esta missão.

Também são nossos pequenos grupos de fé, que estão reunindo se preparando para a festa do Natal. Estes grupos não somente refletem sobre a Palavra de Deus, mas também promovem ações em favor da vida. É o Natal Solidário onde realizamos a coleta de gêneros que serão usadas para confeccionar cesta básicas a serem distribuídas às famílias necessitadas. É também quando realizamos a catequese de inspiração catecumenal com os catequistas e catequizandos fazendo o encontro com Jesus e anunciando a palavra que é uma luz que brilha nos devolvendo a alegria de fé e amor.

São Tiago também aponta para o caminho da evangelização: “Vede o agricultor: ele espera o preciso fruto da terra e fica firme até cair a chuva do outono ou da primavera” (Tg 5, 7) É através de ações concretas que manifestamos a nossa confiança em Deus, realizamos a justiça e confirmamos nosso compromisso de anunciar o Evangelho.

Por isso, neste Advento, queremos ficar firmes, fortalecer os corações e perseverar no caminho de amor. É este amor de Deus que novamente vamos experimentar no nascimento de Jesus, nosso Salvador. Por isso é preciso manter nossa unidade na comunidade, testemunhar o evangelho, confirmar nossa missão e seguir Jesus. Temos o sinal deste amor de Deus nas palavras do profeta: “Fortalecei as mãos enfraquecidas e firmai os joelhos debilitados”. É Jesus que vem trazendo a certeza de que a terra seca vai germinar em flores de alegria e de amor.

Por: Frei Gregório Joeright, OFM


Referências:

BORTOLINI, Padre José. Roteiros Homiléticos: Anos A, B, C, Festas e Solenidades. Brasil: Paulus Editora, 2014.

COSTA, Padre Antônio Geraldo Dalla. Buscando Novas Águas. Disponível em: https://www.buscandonovasaguas.com/index.php?menu=home. Acesso em: 03 fev. 2022.

A Fé Compartilhada – Pe. Luis Pinto Azevedo

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