Nota de falecimento: Frei Hermano José Schwartbeck, OFM

Foto: Arquivo Custodial

Na tarde deste domingo, 07 de abril de 2024, recebemos a notícia do falecimento de nosso confrade Frei Hermano Schwartbeck. Desde o ano de 2009, Frei Hermano estava de volta na sua província de origem, a Província Franciscana de Santo Antônio do Brasil, presente no Nordeste brasileiro, do Ceará até a Bahia.  Em 2024, Frei Hermano completaria 82 anos, grande parte dos quais foi vivida entre a Prelazia de Óbidos (hoje Diocese) e a Diocese de Santarém (hoje Arquidiocese).  

 Filho de Bernhard Schwartbeck e Hedwig Hulsbusch, nasceu em Gronau, Alemanha, em 29 de setembro de 1942, foi batizado em Gronau, Diocese de Munster, entrou na Ordem dos Frades Menores em 28 de abril de 1963, recebido no Noviciado pelo Ministro Provincial Frei Serafim Prein, OFM. Emitiu sua primeira profissão na Ordem dos Frades Menores pelas mãos do mesmo Frei Serafim, em 03 de maio de 1964. Em 31 de julho de 1969, emitiu sua profissão solene pelas mãos do Ministro Provincial Frei Martinho Limper, OFM. Em 1969, foi ordenado diácono, em Salvador, Bahia, e em 20 de dezembro de 1969, foi ordenado presbítero pelas mãos de Dom Eugênio Sales. Frei Hermano iniciou o seu ministério no Nordeste brasileiro, passando por vários lugares da Província Santo Antônio. A partir de 1985, Frei Hermano foi transferido para Alenquer, na então Prelazia de Óbidos. De 1985 até 1997, o confrade atuou em Alenquer, como vigário cooperador e pároco, bem como guardião da fraternidade local.  

 Quando foi erigida a nova entidade franciscana na Amazônia, a então Vice-Província São Benedito da Amazônia, Frei Hermano não aderiu à nova entidade, mas optou por continuar como missionário na região, na condição de frade hóspede na nova entidade. Portanto, a partir de 1997, ele entrou na escala de transferências da Vice-Província. Em março daquele ano, Frei Hermano foi transferido de Alenquer para Santarém, residindo no Convento São Francisco e atuando pastoralmente como vigário paroquial em Cambuquira, Ipanema, Matinha e Nossa Senhora de Nazaré, na periferia de Santarém. Além deste amplo leque de atividades pastorais, o confrade foi capelão de hospital e assistente espiritual da Ordem Franciscana Secular (OFS), a nível local e regional. Frei Hermano deixou marcas indeléveis nos corações e mentes de muitas pessoas por onde passou e atuou no exercício de suas missões. Em sua simplicidade, apesar das dificuldades de se comunicar pela palavra, este irmão marcou positivamente a vida de muitas pessoas, em muitos ambientes eclesiais.  Deixa um testemunho edificante por sua autenticidade, pobreza evangélica, numa existência totalmente despojada de qualquer ambição pessoal.  

 Entre fevereiro de 2002 e o ano de 2007, Frei Hermano esteve na Casa Franciscana Maíra, continuando o seu ministério como assistente da OFS, assumindo o Comissariado da Terra Santa e como vigário paroquial. A partir de 2003, fez parte também do corpo de formadores da fraternidade local, como vice-mestre dos postulantes. Em 2008, foi transferido para Óbidos, onde assumiu as funções de vigário paroquial e assistente da OFS e JUFRA.  Em 2009, retornou à sua Província de origem, passando a residir na Casa Nossa Senhora Rainha da Paz, que funcionava como procuradoria da Missão Tyriós. A Província de Santo Antônio mantinha uma fraternidade missionária entre os Tyriós e Frei Hermano trabalhou em Belém, por alguns anos, dando suporte aos confrades daquela missão, fazendo as compras de provisões e providenciando tudo o que se fazia necessário para apoiar os confrades que ficavam grande parte do tempo isolados do contato com o mundo exterior à missão. De todas estas missões que ele desenvolveu, este confrade revelava uma enorme capacidade de serviço, desempenhado sempre de forma muito humilde.  

 Nos encontros da Vice-Província (depois Custódia São Benedito da Amazônia), Frei Hermano incomodava por sua insistência na necessidade de rezar o ofício. E mesmo que grande parte dos frades não dessem atenção a sua insistência, ele estava sempre pontualmente na capela para rezar, independentemente de ter um grupo junto ou não. Era um homem de oração, sem dúvida. E nunca deixava de insistir na necessidade de rezar mais.  Penso que se destaca muito na pessoa dele a busca de autenticidade na vida consagrada franciscana, na vivência da pobreza, castidade e obediência, nestes tempos de relativismo em todas as dimensões da vida, também da vida consagrada.  

 Sei que poderia colher muitos belos testemunhos (e certamente críticas também de alguns) sobre a vida de Frei Hermano aqui entre nós, no tempo que passou em nossa região. Ultimamente, surpreenderam-me algumas lembranças excelentes do nosso confrade que agora descansa em paz: em uma visita com amigos à casa paroquial da Igreja de Nossa Senhora de Nazaré, construída nos tempos do pastoreio do Frei Hermano, o pároco Pe. Ademar ressaltou a importância do legado deixado pelo confrade naquela área pastoral da cidade de Santarém, especialmente na construção da infraestrutura da paróquia. Outra lembrança foi do Frei Hermano como Sacerdote Conselheiro Espiritual das Equipes de Nossa Senhora, um movimento eclesial de espiritualidade conjugal. Ouvi uma referência a um retiro que ele pregou às ENS, em Santarém, lembrado até hoje por casais que estiveram naquele retiro. Eu nem sabia que ele também tinha sido Conselheiro Espiritual de Equipes de Nossa Senhora.  

 A concluir este pequeno testemunho sobre a vida e missão do Frei Hermano, vem-me à mente a passagem do apóstolo Paulo que tem um tom de testamento: “Combati o bom combate, terminei a minha corrida, conservei a fé”. (2Tim 4, 7).   

 Frei Hermano vive nos corações de muitas pessoas que o guardam com carinho na memória. Frei Hermano vive em Deus! Descanse em Paz, irmão!  

  Frei Edilson Rocha, OFM  

Santarém, 8 de abril de 2024. 

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